RELATÓ RIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2000
EMBARGADO ATÉ AS 07:00 (hora de Brasília), 10:00 TMG, 29 DE JUNHO DE 2000
Relatório do Desenvolvimento Humano
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)
O princípio que norteia o IDH considera que outras dimensões, além da
econômica, devem ser computadas quando se afere o desenvolvimento de
uma população. Isto torna o IDH inovador em relação ao indicador de
desenvolvimento predominante até recentemente, o PIB per capita, o qual
considera apenas a dimensão econômica do desenvolvimento.
O IDH, além de computar o PIB per capita – depois de corrigi-lo pelo poder
de compra da moeda de cada país –, também considera duas outras
dimensões tão importantes para as pessoas quanto sua renda: longevidade
e educação.
Todas essas três dimensões – longevidade, saúde e educação – são
computadas com o mesmo peso, evidenciando que têm exatamente a mesma
importância para o IDH, que pode variar entre um mínimo de zero e um
máximo de um..
Para se aferir a longevidade das pessoas, ou seja, se elas têm uma vida
longa e saudável, utiliza-se a estatística da expectativa de vida ao nascer. Já
para mensurar seu acesso ao conhecimento, duas taxas são utilizadas:
alfabetização e matrículas combinadas nos três níveis de ensino.
Para se construir o IDH, valores fixos – mínimos e máximos – foram
estabelecidos para cada um dos três indicadores que o compõem:
•
•
•
•
Expectativa de vida ao nascer: 25 anos e 85 anos.
Alfabetização de adultos (com 15 anos de idade ou mais): 0% e 100%.
Matrículas combinadas nos três níveis de ensino: 0% e 100%.
PIB per capita (medido em dólares internacionais da Paridade do Poder de
Compra PPC$): $ 100 e $ 40.000.
Para que se possa avaliar a evolução dos países, o Relatório de
Desenvolvimento Humano 2000 (RDH 2000) informa os valores de seus IDH,
numa série histórica que vai de 1975 a 1998, calculados pela metodologia
adotada a partir de 1999. Somente os dados desta série histórica de IDH
podem ser comparados entre si.
A tabela a seguir ilustra a performance do IDH do Brasil, segundo a série
RDH PT 0
histórica acima mencionada.
ANO
IDH
1975
0.639
1980
0.674
1985
0.687
1990
0.706
1997
0.739
1998
0.747
Os dados para o IDH dos 174 países listados no RDH 2000 referem-se a 1998,
isto é, o último ano para o qual se dispõem de estatísticas homogêneas para
todos esses países.
É importante salientar que as mudanças da posição de um país no ranking do
IDH de um ano para outro são sempre relacionadas tanto à sua própria
performance nas três dimensões deste índice sintético – longevidade, educação
e renda –, quanto ao desempenho dos demais países nessas mesmas
dimensões do desenvolvimento humano. Portanto, mesmo que um país melhore
o valor de seu IDH, se outros melhorarem mais, este país poderá subir pouco no
ranking, ou mesmo não subir.
No caso do Brasil, que sobe do 79°para o 74°lugar, o destaque é a educação.
Apesar de um incremento marginal, entre 1997 e 1998, tanto da renda média
dos brasileiros, que subiu de PPC$ 6.480 para PPC$ 6.625, quanto de sua
expectativa de vida, que subiu de 66.8 para 67 anos, é o maior acesso ao
conhecimento que contribui para uma melhor performance do IDH do Brasil.
Constata-se o reflexo nas estatísticas dos esforços feitos pelos governos
(federal, estaduais e municipais); pelas empresas do setor privado que
colaboram com projetos de educação; e pelas pessoas que esforçam-se
freqüentando desde cursos públicos de alfabetização até faculdades
particulares e, não menos importante, pelas famílias que mantêm seus filhos em
escolas públicas e privadas.
Este fato alentador demonstra a importância da continuidade deste esforço por
parte destes três setores – governo, sociedade civil e iniciativa privada –, para
se proporcionar o acesso ao conhecimento à toda a população brasileira. No
que se refere ao IDH, entre 1997 e 1998, o indicador de alfabetização de
adultos aumentou de 84% para 84,5%, e aquele de matrículas combinadas nos
três níveis de ensino, de 80% para 84%.
Quando se analisa a situação educacional dos brasileiros, é importante
comparar tanto o Brasil com outros países, quanto com ele mesmo, através do
tempo. E, se no mundo globalizado, as estatísticas educacionais do Brasil ainda
o colocam em uma posição competitiva desvantajosa, dados oficiais mostram
um avanço significativo quando comparamos a atual situação do país com
aquela verificada há apenas alguns anos.
SOBRE O RELATÓRIO:
RDH PT 0
Todos os anos, desde 1990, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
encomenda o Relatório do Desenvolvimento Humano a uma equipe independente de
especialistas, para examinar os principais temas de interesse mundial. O relatório analisa
a renda per capita como uma medida do progresso humano e avalia-o, também, em
relação a fatores, como a esperança média de vida, a alfabetização e o bem-estar global.
Argumenta que o desenvolvimento humano é, em última instância, “um processo de
expansão das escolhas das pessoas”.
O Relatório do Desenvolvimento Humano é publicado em português pela Trinova Editora,
Rua das Salgadeiras, 36 – 2º Esq., 1200 Lisboa, Portugal.
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