UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI EMILSOM KEITIRO HIGA SISTEMA VIÁRIO URBANO: O COMPLEXO ANHANGUERA. SÃO PAULO 2009 ii EMILSOM KEITIRO HIGA SISTEMA VIÁRIO URBANO: O COMPLEXO ANHANGUERA. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para a obtenção do título de Graduação do Curso de Engenharia Civil da Universidade Anhembi Morumbi Orientador: Prof°. Me. Eng. Célio Daroncho SÃO PAULO 2009 iii EMILSOM KEITIRO HIGA SISTEMA VIÁRIO URBANO: O COMPLEXO ANHANGUERA. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para a obtenção do título de Graduação do Curso de Engenharia Civil da Universidade Anhembi Morumbi Trabalho____________ em: ____ de_______________de 2009. ______________________________________________ Prof°. Me. Eng. Célio Daroncho ______________________________________________ Prof° Dr° Marcos Roberto Bonfadini Comentários:____________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ iv AGRADECIMENTOS Agradeço ao Prof°. Me. Eng. Célio Daroncho pelo orientação, aos profissionais da Canhedo-Beppu e amigos que direta ou indiretamente contribuíram para o desenvolvimento deste trabalho. v RESUMO Este trabalho procurou apresentar uma das mais importantes obras que a cidade de São Paulo recebeu nos últimos tempos, o Complexo Anhanguera. Trata-se de um conjunto de obras que vai do km 11, na interseção da Rodovia junto à Marginal Tietê ao km 19 da Rod. Anhanguera, beneficiando diariamente mais de 100 mil usuários que por ali passam, além dos moradores da região. Serão citados os diversos fatores que fizeram com que o Complexo Anhanguera se tornasse a solução para a necessidade de melhoria da trafegabilidade da região e conseqüentemente da cidade. Procurou-se apresentar de maneira clara e objetiva as principais soluções que foram adotadas com o intuito de melhorar todo o tráfego, trazendo mais conforto, segurança e fluidez no trânsito desta região que é de grande importância e contribui diretamente e indiretamente para o desenvolvimento econômico da cidade de São Paulo. Palavras Chave: Complexo Anhanguera, Rodovia, Sistema viário vi ABSTRACT This study sought to present one of the most important roadworks that São Paulo city has received in the recent times, the Anhanguera Complex. This complex ranges from km 11, at intersection of Marginal Tietê with Anhaguera highway, until km 19 of Anhanguera highway, daily benefiting more the 100 thousand users who pass by there, besides the local residents. It will be mentioned several factors the made the Anhanguera Complex become the solution to the necessity of improving the trafficability of the region and therefore the city. It was aimed to present clearly and objectively the main solutions that have been adopted in order to improve all traffic, bringing more comfort, safety and fluidity in the transit of this region, which is of grat importance and contributes directly and indirectly from the economic development of São Paulo city. Key Worlds: Complex Anhanguera, Highway, road system vii LISTA DE FIGURAS Figura 5.1 – Malha rodoviária do Estado de São Paulo ............................................ 19 Figura 5.2 – Hierarquia dos movimentos ................................................................... 21 Figura 5.3 – Linhas de desejo ................................................................................... 22 Figura 5.4 – Rede viária ............................................................................................ 22 Figura 5.5 – Níveis de mobilidade e acessibilidade ................................................... 23 Figura 5.6 – Relação entre hora e o volume horário de tráfego nas rodovias rurais . 31 Figura 5.7 – Interação comunidade e poder público ................................................. 36 Figura 5.8 – Processo de planejamento dos transportes .......................................... 37 Figura 6.1 – Complexo Tietê, trecho inicial do Complexo Anhanguera ..................... 41 Figura 6.2 – Organograma do Complexo Anhanguera.............................................. 42 Figura 6.3 – Ponte Atílio Fontana – Marginal Tietê ................................................... 43 Figura 6.4 – Ponte Atílio Fontana - Sentido Castelo Branco ..................................... 44 Figura 6.5 – Ponte Atílio Fontana .............................................................................. 44 Figura 6.6 - Alternativas de acessos antes da implantação do Complexo Anhanguera ........................................................................................................................... 46 Figura 6.7 – Fluxograma do VDM – Rod. Anhanguera - 2003 .................................. 46 Figura 6.8 – VDM das Pistas Norte e Sul – SP-330 .................................................. 48 Figura 6.9 – Marginal Tietê x Rodovia Anhanguera .................................................. 49 Figura 6.10 – Croqui de Localização ......................................................................... 50 Figura 6.11 – Ramo 900 ............................................................................................ 52 Figura 6.12 – Geometria Ramo 900 .......................................................................... 52 Figura 6.13 – Geometria do Ramo 500 ..................................................................... 53 Figura 6.14 – Ramo 500 – Sentido Rod. Castelo Branco .......................................... 54 Figura 6.15 – Geometria do Ramo 200 ..................................................................... 55 Figura 6.16 – Interseção Marginal Tietê x Rodovia Anhanguera............................... 56 Figura 6.17 – Diagrama Unifilar – Situação em 2006 ................................................ 59 Figura 7.1 – Níveis de Serviço para os anos de 2010 e 2018 ................................... 62 viii LISTA DE TABELAS Tabela 5.1 – Composição Percentual do tráfego nas rodovias rurais ....................... 27 Tabela 6.1 – Volumes Horários Médios – SP-330..................................................... 47 Tabela 6.2 – Volume Total Pesquisado ..................................................................... 57 Tabela 6.3 – Volumes Médios Diários Anuais - 2006 ................................................ 57 Tabela 6.4 – Fator k .................................................................................................. 58 Tabela 6.5 – Volume da Hora de Projeto - 2006 ....................................................... 58 Tabela 7.1 - Níveis de Serviços - 2010 ..................................................................... 61 Tabela 7.2 – Níveis de Serviços - 2018 ..................................................................... 61 Tabela 7.3 – Projeção de Nível de Serviço – Ramo 200 ........................................... 63 ix LISTA DE QUADROS Quadro 5.1 – Linhas Arteriais .................................................................................... 25 Quadro 5.2 – Sistemas Coletores ............................................................................. 25 Quadro 5.3 – Classe e característica de projeto ....................................................... 29 Quadro 5.4 – Seleção do nível de serviço no projeto de rodovias rurais .................. 34 Quadro 6.1 – Localização dos postos de contagem.................................................. 55 Quadro 7.1 – Projeção dos Volumes – 2010 ............................................................. 60 Quadro 7.2 – Projeção dos Volumes - 2018 ............................................................. 60 x LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS AASHTO A policy on Geometric Design of Highways and Streets CEAGESP Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo DNER Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de São Paulo DNIT Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes HCM Highway Capacity Manual O/D Origem – Destino PIB Produto interno Bruto SAT Sistema Automatizado de controle de Tráfego VHP Volume Horário de Projeto VMD / VDM Volume Médio Diário xi LISTA DE SÍMBOLOS A.a. Ao ano A.m. Ao mês km Quilômetro km² Quilômetro quadrado m Metros Rod. Rodovia xii SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 14 2. OBJETIVOS ....................................................................................................... 15 2.1 Objetivo Geral ............................................................................................... 15 2.2 Objetivo Específico ...................................................................................... 15 3. MÉTODO DE TRABALHO ................................................................................ 16 4. JUSTIFICATIVA ................................................................................................ 17 5. TRANSPORTE RODOVIÁRIO E A RODOVIA ANHANGUERA ....................... 18 5.1 Transporte Rodoviário ................................................................................. 18 5.1.1 Classificação das Rodovias ..................................................................... 19 5.1.1.1 Classificação Funcional ........................................................................... 20 5.1.1.1.1 Relação Funcional ............................................................................... 21 5.1.1.1.2 Acessibilidade e Mobilidade ................................................................. 23 5.1.1.1.3 Áreas urbanas e rurais ......................................................................... 23 5.1.1.1.4 Sistemas Funcionais ............................................................................ 24 5.1.1.2 Classificação Técnica .............................................................................. 26 5.1.1.2.1 Critério básico de classificação ............................................................ 26 5.1.2 Classes de Projeto .................................................................................. 28 5.1.3 Capacidade, Volume de Projeto e Níveis de Serviço .............................. 29 5.1.3.1 Capacidade Rodoviária ........................................................................... 29 5.1.3.2 Volume Horário de Projeto ...................................................................... 30 5.1.3.3 Níveis de Serviço..................................................................................... 32 5.2 Sistemas de Transportes ............................................................................. 34 5.3 A Rodovia Anhanguera ................................................................................ 39 6. 6.1 ESTUDO DE CASO: COMPLEXO ANHANGUERA ......................................... 40 Apresentação ................................................................................................ 41 xiii 6.2 Antes do Complexo ...................................................................................... 43 6.3 Marginal Tietê x Rodovia Anhanguera........................................................ 48 7. ANÁLISE CRÍTICA ............................................................................................ 60 8. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 65 REFERÊNCIAS......................................................................................................... 67 ANEXO A .................................................................................................................... 1 ANEXO B .................................................................................................................... 2 14 1. INTRODUÇÃO Somente o Estado de São Paulo é responsável por um terço do PIB (Produto Interno Bruto) do país e a Rodovia Anhanguera é uma das principais rodovias que contribui para este desenvolvimento, e tem a função de ligar a cidade de São Paulo com diversas cidades do interior. O início da rodovia Anhanguera, próximo a Marginal Tietê até o Trevo do Jaraguá, localizado no km 18+020 é onde se tem o tráfego mais intenso devido à região ser bem industrializada e povoada, o resultado disso antes da criação do Complexo era horas de engarrafamento em toda a região, gerando estresse entre os usuários, perda da qualidade de vida e inevitavelmente grande poluição ambiental. O Complexo Anhanguera que é formado pela readequação das marginais, criação de novas pontes e viadutos e criação de novos acessos tem a função de trazer grandes melhorias para a região, como a fluidez no tráfego (reordenando o tráfego), reduzindo o tempo de viagem, criação de novas rotas alternativas nas marginais Tietê e Pinheiros. Todo o desenvolvimento do Complexo Anhanguera foi sempre amparado pela questão da segurança e conforto de todos os usuários e para a fluidez no tráfego que é um dos grandes problemas que a cidade de são Paulo vem enfrentando ao longo dos anos. No Complexo Anhanguera buscou-se as mais modernas e melhores soluções de engenharia, e tudo isso vai contribuir principalmente para o desenvolvimento sócio econômico da região e fluidez no tráfego, buscando principalmente a qualidade de vida para todos os usuários. 15 2. OBJETIVOS Este trabalho apresenta as situações da região junto à Marginal do Rio Tietê e com a implantação do Complexo Anhanguera, apresentar o que foi alterado para atender a capacidade viária junto à rodovia para os próximos anos. 2.1 Objetivo Geral Este trabalho apresenta estudos de novas alternativas que procuraram melhorar as condições de tráfego junto à via Anhanguera que é um dos mais problemáticos de todo o sistema rodoviário, principalmente devido ao elevado tráfego urbano na chegada à cidade de São Paulo. 2.2 Objetivo Específico As alternativas apresentadas, sempre tiveram como preocupação, atender os usuários e moradores da região e ao mesmo tempo, manter uma fluidez ao longo da rodovia, como por exemplo, os acessos que foram modificados e outros que foram apenas melhorados, além da necessidade da criação de novas alternativas e que serão apresentados ao longo desse trabalho, o que se procurou também, foi apresentar o equilíbrio entre as modificações que foram necessárias com as exigências e condições que alí foram impostas principalmente por empresas que se situam neste trecho da rodovia Anhanguera. 16 3. MÉTODO DE TRABALHO Este trabalho de conclusão de curso foi realizado a partir de pesquisas em livros, sites, revistas técnicas, manuais e entrevistas com engenheiros projetistas e engenheiros de obra. Como primeira etapa, fez-se necessária a definição de uma organização dos assuntos que mereciam ser citados e apresentados objetivando o foco do trabalho, pois o Complexo Anhanguera tem condições para ser tema de diversos outros trabalhos de TCC, devido à multidisciplinaridade que ali se encontra. A segunda etapa foi buscar todas as informações necessárias para este tema, consultando engenheiros e a concessionária, colhendo informações no campo, como por exemplo, fotografia e volume de tráfego, procurando em sites relacionados ao tema e diversos livros e revistas que puderam auxiliar na elaboração deste trabalho, além das constantes consultas aos manuais técnicos. A terceira etapa do trabalho consistia em procurar apresentar de maneira clara e objetiva toda a importância do Complexo Anhanguera para a cidade de São Paulo, citando os diversos problemas que existiram para a implantação do complexo e apresentar todas as soluções adotadas. 17 4. JUSTIFICATIVA O complexo Anhanguera é uma obra de grande impacto para a cidade de São Paulo e tem como missão, melhorar o tráfego na rodovia Anhanguera, tanto para quem chega a São Paulo, como para aqueles que seguem no sentido do Interior de São Paulo. Por ser uma obra recente, não existe até então, muitos artigos que apresentam informações técnicas sobre este trecho da rodovia, e todas as implantações são de grande importância para todos seus usuários, foi com esta visão que objetivou a escolha deste tema como trabalho de conclusão de curso. 18 5. TRANSPORTE RODOVIÁRIO E A RODOVIA ANHANGUERA O Brasil possui uma extensão de 8,5 milhões de km² e necessita de uma grande rede de vias de transportes para que possam ser ligados os pontos mais importantes e distantes e o transporte rodoviário é a mais importante e que continua recebendo investimentos ao longo dos anos (WIKIPEDIA, 2009). 5.1 Transporte Rodoviário O sistema de transporte rodoviário é o principal sistema de transportes no Brasil, 56% das cargas movimentadas no Brasil são através dos transportes rodoviários, 21% através de ferrovias e o transporte hidroviário ocupa uma fatia de 18% (WIKIPEDIA, 2009).. O principal motivo de o transporte rodoviário ser maioria, é a legislação que dificulta o uso da navegação no Brasil, à falta de investimento e fragilidade da administração nas ferrovias e hidrovias. A rede rodoviária do país possui uma extensão de 1.355 mil quilômetros, sendo 140 mil pavimentados (WIKIPEDIA, 2009).. No Estado de São Paulo, de acordo com a Secretaria dos Transportes (2009), a malha viária pavimentada tem um total de 35 mil quilômetros, sendo 22 mil estaduais, 1.050 federais e quase 12 mil de estradas vicinais pavimentadas. Na Figura 5.1 é apresentada a malha rodoviária no Estado de São Paulo. Segundo Andrade (1994) o transporte rodoviário é o mais importante no atendimento da demanda tanto de mercadoria como de passageiros, essa elevada participação neste atendimento é o resultado contínuo da acumulação de distorções na estrutura da demanda de serviços de transporte no país, a partir do pós-guerra e também da conjunção de fatores peculiares ao desenvolvimento econômico financeiro. A expansão dos investimentos, primeiro foi por causa da proporção mais baixa de custos fixos, relativamente às demais modalidades, com isso, possibilitando melhor utilização alternativa dos recursos escassos. Em segundo lugar, por causa dos custos variáveis de prestação dos serviços terem crescido a um ritmo menor do que os das ferrovias e navegação costeira. 19 Segundo Andrade (1994) a rodovia brasileira atende a três funções básicas: • Ligações longitudinais de longa distância entre os centros litorâneos; • Ligações transversais entre o interior e o litoral de longa distância (inclusive as rodovias de penetração ou pioneiras); • Rodovias alimentadoras nas áreas rurais. Figura 5.1 – Malha rodoviária do Estado de São Paulo Fonte: Ministério dos Transportes (2009) 5.1.1 Classificação das Rodovias De acordo com o DNER (1999) a classificação das rodovias é diretamente relacionada com o nível de qualidade dos serviços que a rodovia se propõe a prestar, ou seja, deverá apresentar os meios físicos necessários para que o volume de tráfego previsto seja executado com economia, conforto e segurança as viagens dos usuários. A classificação é diretamente relacionada com as características geométricas: raio de curvatura, rampas, largura de pista e acostamento, distância de 20 visibilidade, etc e também com restrições de custo condicionadas especialmente pelo relevo do solo, podendo ser região plana, ondulada ou montanhosa. 5.1.1.1 Classificação Funcional Segundo o DNER (1999), atual DNIT, os diversos estágios da viagem, apresentado na Figura 5.2, compreendem a seguinte hierarquia de movimentos: • Acesso: Fase inicial (final) da viagem, aonde se utiliza uma Via Local, normalmente possui um tráfego reduzido. • Captação: Segundo (penúltimo) estágio da viagem, feito em uma via de maior tráfego, usada para coletar os veículos das vias locais: Via Coletora. • Distribuição: Terceiro (antepenúltimo) estágio, executadas em vias que possui características superiores à de captação. Via Arterial Secundária. • Transição: é o quarto estágio, realizado através de um ramal de interseção ou de uma rampa de acesso. • Movimento principal: quinto estágio, executado em uma via expressa: Via Arterial Principal. As rodovias intermediárias nem sempre precisam seguir os estágios apresentados, pode, por exemplo, uma Via Coletora ter um acesso direto a uma Via Arterial Principal, e isto não vai alterar o caráter hierárquico dos estágios remanescentes, mas pode provocar alterações nas características físicas, e continua visível a ordem dos deslocamentos (DNER, 1999). Se não houver um projeto adequado que atenda os diversos estágios de hierarquia dos movimentos vai ocorrer o mau funcionamento do sistema viário. Quando as vias de transição são deficientes ocorrem conflitos e engarrafamentos entre rodovias arteriais e via alimentadoras, por exemplo, quando uma via não possui faixas de aceleração e desaceleração adequadas, vai ocorrer retenção de tráfego tanto nos ramais de acesso como nas próprias vias principais (DNER, 1999). 21 Figura 5.2 – Hierarquia dos movimentos Fonte: DNER (1999) 5.1.1.1.1 Relação Funcional De acordo com o DNER (1999), na relação funcional, as rodovias são divididas de acordo com os serviços que irão prestar. Esse tipo de classificação reconhece que as rodovias atendem independentemente as viagens realizadas. Na realidade, a maioria dos deslocamentos utiliza rede de rodovias que podem ser categorizadas por uma maneira lógica e eficiente. Na figura 5.3, são apresentados as linhas de desejos de viagens conectando origens e destinos. 22 Figura 5.3 – Linhas de desejo Fonte: DNER (1999) Como não é possível haver a conexão direta de todas as origens e destinos, as viagens são canalizadas por uma rede viária limitada, conforme mostra a Figura 5.4. Figura 5.4 – Rede viária Fonte: DNER (1999) Os movimentos entre as cidades consideradas de maior porte são servidos diretamente por rodovias que apresentam melhores características técnicas. As rodovias que apresentam condições intermediárias atendem as cidades menores e se conectam com as ligações arteriais. Já nas pequenas vilas, fazendas e sítios utilizam-se rodovias secundárias, vicinais ou caminhos que dão acesso às de níveis intermediários. De acordo com o nível de atuação, as vias podem ser locais, coletoras e arteriais, definindo sua relação funcional, conforme é apresentado pelo DNER (1999). 23 5.1.1.1.2 Acessibilidade e Mobilidade Segundo o DNER (1999), acessibilidade e mobilidade são as principais características a serem consideradas na classificação de redes de rodovias. É necessária a limitação regulamentada de acesso às rodovias arteriais para atender sua função primária de mobilidade e a função das rodovias locais é de prover acesso ao sistema viário, o que reduz suas condições de mobilidade, portanto, a extensão e grau de controle de acesso é um fator significativo na definição da categoria funcional de uma rodovia. Na Figura 5.5, é apresentando de maneira esquemática a relação entre os níveis de mobilidade e de acessibilidade por causa das diferentes classes funcionais das rodovias. Figura 5.5 – Níveis de mobilidade e acessibilidade Fonte: DNER (1999) 5.1.1.1.3 Áreas urbanas e rurais Para atender às diferenças de densidade e tipo de solo, é necessário distinguir entre áreas urbanas e áreas rurais na classificação dos sistemas funcionais, em geral 24 pode ser considerada uma área urbana os locais mais povoados e quando possui uma população acima de 5000 pessoas, dentro dos limites estabelecidos pelas autoridades responsáveis, consideramos área rural, quando não está dentro deste limite (DNER, 1999). 5.1.1.1.4 Sistemas Funcionais Segundo o DNER (1999), a classificação funcional significa ser o processo pelo qual as vias são agrupadas hierarquicamente em subsistemas, de acordo com o tipo de serviço que oferece e a função que elas exercem. As rodovias podem ser enquadradas dentro de três sistemas funcionais, o sistema arterial (principal, primário e secundário), sistema coletor (primário e secundário) e sistema local. Conforme é apresentado pelo DNER (1999), o sistema arterial forma uma rede de rodovias com a função de prestar os diversos serviços apresentados a seguir: • Proporcionar um alto nível de mobilidade para grandes volumes de tráfego; • Promover ligações de cidades a outros centros geradores de tráfego, capazes de atrair viagens de longas distâncias; • Integrar países vizinhos, estados e municípios; • Através de um adequado espaçamento interno, proporcionar acesso a distâncias razoáveis a todas as áreas desenvolvidas e de grande densidade. As características dos sistemas arteriais principal, primário e secundário são apresentadas no Quadro 5.1. Segundo o DNER (1999) o Sistema Coletor tem a função de atender o tráfego intermunicipal e centro geradores de tráfego de menor vulto não servidos pelo Sistema Arterial. As distâncias são menores do que nas rodovias arteriais e apresentam velocidades não tão altas. Esse sistema é um complemento do Sistema Arterial, formando uma rede contínua que possibilita a ligação das áreas rurais e centros municipais à malha arterial e com isso, proporciona uma mobilidade e acesso dentro de uma área específica do Estado, o sistema coletor pode ser primário ou secundário, as características estão apresentadas no Quadro 5.2. 25 Quadro 5.1 – Linhas Arteriais Sistema Arterial Principal Primário Secundário Viagens internacionais e Inter-regionais Inter-regionais e inter-estaduais interestaduais Objetivo Procuram mobilidade Cidades acima de 150 mil habitantes em torno de 50 mil habitantes habitantes Extensão 2,0 a 3,5% da rede rodoviária e média de 120 km 1,5 a 3,5% da rede rodoviária e média de 80 km 2,5 a 5,0% da rede rodoviária e média de 60 km Velocidade Operacional de 60 a 120 km/h de 50 a 100 km/h de 40 a 80 km/h atendem essencialmente a atendem essencialmente mobilidade a mobilidade acima de 10 mil Fonte: DNER (1999) Quadro 5.2 – Sistemas Coletores Sistema Coletor Primário Secundário Ligar cidades acima de 5000 habitantes Dar acesso a outros centros geradores de tráfego Função Extensão Velocidade Operacional Fonte: DNER (1999) Proporciona ligações das áreas servidas com o sistema arterial Ligar centros com mais de 2000 habitantes Dar acesso às grandes áreas de baixa densidade populacional Atender aos mais importantes fluxos de tráfego intermunicipal Proporcionar ligações das áreas servidas com o Sistema Coletor Primário ou com o Sistema Arterial Entre 4 e 8% da rede rodoviária e média de 50 km Entre 10 e 15% da rede rodoviária e média de 35 km de 30 a 70% km/h de 30 a 60% km/h O sistema local é formado por rodovias de extensões curtas, destinadas para acessos ao tráfego intermunicipal de áreas rurais e de pequenas localidades às rodovias que possui níveis superiores. Pode apresentar descontinuidades, porém não pode ser isolada do restante da rodovia (DNER, 1999). 26 5.1.1.2 Classificação Técnica Com base no Manuel de Projeto Geométrico do DER, segue uma breve introdução da classificação técnica para as rodovias brasileiras. 5.1.1.2.1 Critério básico de classificação De acordo com o manual do DNER (1999), os trechos são agrupados, em cinco classes rodoviárias, numeradas de 0 a IV, aonde os menores números apresentam características de rodovias mais exigentes. Essas classes só se aplicam em rodovias novas, rodovias antigas foram projetadas com outros critérios. Os principais critérios são a posição hierárquica dentro da classificação funcional, volume médio diário de tráfego (VMD), nível de serviço e outros condicionantes. A hierarquização do tráfego caracterizada pelas diversas funções das rodovias rurais resulta normalmente no crescimento do tráfego no sentido Sistema Local – Sistema Coletor – Sistema Arterial, exceto nos trechos com influência urbana, em que o tráfego local pode ser dominante, então, mesmo que o volume de tráfego momentaneamente não justifique, usa-se como norma, fixar a classe de uma rodovia rural atendendo à sua classificação funcional (DNER, 1999). Os projetos de engenharia em seu estágio definitivo obedecerão aos critérios das classes de projeto correspondentes à classe funcional, admitindo-se que o tempo se justificará essa decisão e que a construção por etapas irá permitir soluções mais baratas. Haverá exceções, por exemplo, quando uma rodovia de classe funcional inferior ser enquadrada numa classe de projeto superior, quando os volumes de tráfego o justificarem (DNER, 1999). Em relação ao volume médio diário de tráfego, o DNER fez um estudo em 1996, com base no Plano Nacional de Contagem de trânsito e com isso permitiu determinar as composições médias de fluxo que serão apresentadas (Tabela 5.3), lembrando que sempre se referiu ao tráfego misto: 27 Tabela 5.1 – Composição Percentual do tráfego nas rodovias rurais VDM (Tranf. Misto) 700 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 9000 10000 12000 14000 > 15000 AUTOMÓVEL (%) 46 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 58 59 ÔNIBUS (%) 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 CAMINHÃO (%) 46 46 45 44 43 42 41 40 39 38 37 36 34 33 Fonte: DNER (1999) Níveis de Serviço Para os níveis de serviço o DNER (1999) adota rodovias rurais de uma pista com dois sentidos de tráfego de acordo com o Highway Capacity Manual, Special Report 209 – 1994 – Transportation Research Board – National Research Council – U.S.A. Com referência à natureza do terreno atravessado, o Highway Capacity Manual – HCM adota as seguintes definições: • Terreno plano: Combinação do alinhamento vertical e horizontal que permitam os veículos pesados de manter a mesma velocidade que os veículos de passeio. • Terreno ondulado: qualquer combinação de alinhamento vertical e horizontal que provoque redução substancial das velocidades dos veículos pesados, mas sem obrigá-los de manter a velocidade de arrasto por muito tempo. • Terreno montanhoso: combinação de alinhamento vertical e horizontal que obriga os veículos pesados a manter uma velocidade de arrasto por muito tempo. Os níveis de serviço são determinados para o Volume Horário de Projeto e é feito para o 10° ano após a abertura da rodovia. 28 Segundo o DNER (1999), o fator econômico é outro condicionante de aspecto importante e é representado pelo custo da construção e é influenciado pelo relevo da região por onde uma rodovia tem que atravessar e é classificada em plano, ondulado ou montanhoso. As definições a seguir foram baseadas na publicação a A policy on Geometric Design of Highways and Streets – AASHTO – 1994: • Região Plana: é possível construir uma rodovia com grande distância de visibilidade, sem haver grandes dificuldades na construção e custo menor. • Região ondulada: neste terreno, para a construção de uma rodovia, tem a necessidade de freqüentes cortes e aterros de dimensões reduzidas e oferecem restrições na implantação dos alinhamentos horizontais e verticais. • Região Montanhosa: apresenta diversas variações longitudinais e transversais e são freqüentes a necessidade de cortes e aterros para implantar os alinhamentos verticais e horizontais dentro da norma. É necessário considerar que uma rodovia pode resultar de decisões que se situam no âmbito mais elevado da política de transportes ou do desenvolvimento nacional. (DNER, 1999). 5.1.2 Classes de Projeto A classe de projeto resultou da experiência que foi se acumulando durante o processo de desenvolvimento da malha implantada e é a tradução do consenso que foi formado no Brasil em relação ao atendimento de forma economicamente viável e com condições adequadas de segurança à demanda crescente de tráfego (DNER, 1999). As classes das rodovias vão de 0 até IV (Quadro 5.3), aonde a classe 0 são as rodovias de mais alto nível projetadas no Brasil, possui mais de uma pista, interseções em desnível e controle de acesso dos veículos e não é permitido pedestres, são as vias expressas, já o nível mais baixo dessa classificação são as estradas vicinais e pioneiras, de acordo com o DNER (1999), essas rodovias se destinam a canalizar a produção para o sistema viário troncal e centros de armazenagens, consumo, industrialização, comercialização ou exportação a assegurar acessos a grupos populacionais com baixa acessibilidade e a áreas 29 inexploradas passíveis de ocupação e também para atender as decisões de colonização e integração à comunidade nacional de áreas ou territórios isolados. Quadro 5.3 – Classe e característica de projeto Classe Característica Critério de classificação 0 Níveis de serviço inferior a C em terreno plano ou Elevado padrão técnico, levemente ondulado com controle total de Níveis de serviço inferior a D em terrenos acesso fortemente ondulado ou montanhoso IA Pista dupla com controle Níveis de serviço inferior a "C" em uma via de pista parcial de acesso simples IB Pista simples Adotada para volume bidirecional do horizonte de projeto de 200 veíc./h ou VDM bidirecional de 1400 veículos mistos II Pista simples Adotada para VDM bidirecional do horizonte de projeto entre 700 e 1400 veículos mistos III Pista simples Adotado para VDM bidirecional entre 300 e 700 veículos mistos IV Pista simples Adotado para VDM bidirecional inferior a 300 veículos mistos Fonte: IP/DNER (2005) 5.1.3 Capacidade, Volume de Projeto e Níveis de Serviço Nos subitens seguintes, será apresentada uma breve apresentação com base no Manual de Projeto Geométrico do DER com relação à capacidade e volume horário de projeto das rodovias e o significado e classificação de cada nível de serviço. 5.1.3.1 Capacidade Rodoviária Segundo o DNER (1999), “Capacidade” é usado para representar o número máximo horário de veículos que se estima pode passar por uma certa seção ou trecho homogêneo de uma rodovia, por um período de tempo, segundo determinadas condições existentes de uma rodovia e do tráfego. O DNER (1999) apresenta três objetivos gerais sobre capacidades de rodovias: 30 • Para avaliar se a rodovia existente é adequada ou suficiente para suportar o tráfego atual e estimar a data futura em que o crescimento do tráfego poderá superar a capacidade das estradas ou chegar talvez a um nível abaixo da capacidade, mas ainda assim resultando em um grau aceitável de congestionamento. • Ter conhecimento da capacidade rodoviária é essencial para que a rodovia planejada seja devidamente adequada às exigências do tráfego, tanto na determinação do tipo de rodovia como no dimensionamento, como largura, número de faixas, entre outros. • Os dados sobre a capacidade das rodovias são utilizadas na análise da operação de tráfego para vários fins, especialmente para isolar os locais de engarrafamento (existentes ou possíveis) e preparar estimativas de melhorias operacionais que poderão decorrer de medidas experimentais no controle do tráfego ou de alterações na geometria da rodovia em pontos específicos. Segundo o manual do DNER (1999), para análise de operações de trânsito em que o êxito de pequenas melhorias pode ser medido em termos de alguns veículos por hora, é desejável um alto grau de precisão. Para projetos rodoviários uma precisão mais baixa é aceitável, pois os dados sobre o tráfego são freqüentemente estimados para um período de 10 a 20 anos futuros e envolvem não apenas volumes aproximados de tráfego, mas também cálculos aproximados de fatores como composição de tráfego e padrões de movimentação. 5.1.3.2 Volume Horário de Projeto Para se projetar uma rodovia em condições ideais, de acordo com o DNER (1999), é necessário um projeto que atenda à máxima demanda horária prevista para o ano do projeto e é considerado como o décimo ano após a conclusão das obras programadas, com isso, de acordo com o projeto em nenhuma hora do ano ocorreria congestionamento, porém a rodovia iria ficar superdimensionada durante as demais horas do ano, para evitar isso, o dimensionamento de uma rodovia deve-se permitir um certo número de horas de congestionamento e a decisão de qual número é aceitável e fundamental para a adoção do Volume Horário de Projeto (VHP). 31 Quando é possível trabalhar com contagens horárias contínuas que abranjam um período de um ano, podemos determinar o volume horário para o projeto através da “curva da enésima hora”, de acordo com o DNER (1999) esta curva consiste na ordenação decrescente de todos os volumes horários anuais, apresentados em porcentagem do Volume Diário Médio (VDM), chamado de fator K. Na Figura 5.6, conforme é apresentado pelo DNER (1999), é apresentado uma relação entre o Volume Horário de Tráfego medido como porcentagem do VDM e o Número de Horas no Ano em que esse volume é excedido. Figura 5.6 – Relação entre hora e o volume horário de tráfego nas rodovias rurais Fonte: DNER (1999) Percebe-se na figura que há uma rápida declividade (joelho) por volta da 30° Hora, o volume correspondente a esta hora deve ser escolhido como Volume Horário de 32 Projeto, porque o aumento substancial do seu valor implicará em poucas mais horas sejam atendidas adequadamente pelo projeto e uma redução mesmo que pequena irá resultar na exclusão de um número considerável de horas. (DNER, 1999). O critério da “enésima hora”, sugere de acordo com o DNER (1999) que se escolha o valor de K para ser usado no projeto quando a curva muda rapidamente de declividade, por essa mudança de direção não ser precisa, cabe ao projetista, melhor adequar seu estudo. Admite-se a utilização para o tráfego futuro de um valor K determinado com dados através de levantamentos, o que significar aceitar que a curva da “enésima hora” não se altera com o tempo. 5.1.3.3 Níveis de Serviço De acordo com o DNER (1999) diversos procedimentos utilizados para o estudo de capacidade são baseados em tabulação de dados ou representações gráficas para um conjunto de condições padronizadas que devem ser ajustadas em função das condições reais existentes na via e isso é denominado de “condições ideais”. Consideramos que uma rodovia apresenta condições ideais, quando os melhoramentos que alí propostos não aumentaram sua capacidade, nos estudos para condições ideais não é considerado a influência das condições climáticas e qualidade dos pavimentos. (DNER, 1999) As condições ideais de fluxo contínuo incluem: • Largura de faixa maior ou igual a 3,60m; • Afastamento mínimo lateral de obstrução ou obstáculos fixos dos bordos das faixas de tráfego maior ou igual a 1,80m; • Velocidade de projeto maior ou igual a 112km/h para multivias e maior ou igual a 96km/h para vias de pista simples com duas faixas de tráfego; • Somente veículos de passeio na corrente de tráfego; • Terreno plano. Segundo o DNER (1999), Níveis de Serviço refere-se a uma avaliação qualitativa das condições de operação de uma corrente de tráfego e é percebida por 33 passageiros e motoristas. Os Níveis de Serviço tem a função de indicar o conjunto de operações que acontecem em uma via, faixa ou interseção e são considerados fatores, como a velocidade, tempo de percurso, restrições ou interrupções de trânsito, grau de liberdade do motorista, segurança, conforto, economia e outros. Podemos considerar como Nível de Serviço A, quando temos condições de fluxo livre em rodovias de boas características técnicas, quase não há restrição de manobra devido à presença de outros veículos e os motoristas conseguem manter a velocidade desejada quase sem nenhum retardamento e apresenta um nível de conforto excelente. Em condições ideais o fluxo máximo é de 420 veículos por hora (DNER, 1999). É considerado como Nível de Serviço B quando apresenta condições de fluxo estável, há restrições pelos demais veículos, mas conseguem ter liberdade na escolha de velocidade e faixa de circulação, possui um alto nível de conforto, porém menor que o nível A. Para condições ideais, o fluxo máximo atinge 750 veículos por hora (DNER, 1999). O Nível de Serviço C apresenta uma faixa de fluxo estável, porém as velocidades e possibilidades de manobras são mais estreitamente condicionados pelos volumes mais elevados, os veículos trafegam mais agrupados, podendo chegar a 60% do tempo de viagem. Para condições ideais, o fluxo máximo atinge 1.200 veículos por hora (DNER, 1999). O nível de Serviço D apresenta alta densidade no limite da zona de fluxo estável, há pequena liberdade de movimento e dificuldade em manter velocidades mais elevadas, a participação em pelotão muda para 75% no nível D e o conforto do motorista já começa a ser afetado. Para condições ideais, o fluxo máximo atinge 1.800 veículos por hora (DNER, 1999). É considerado no Nível de Serviço E a capacidade da rodovia, há fluxos instáveis e participação em pelotão passa dos 75% do tempo de viagem, as possibilidades de ultrapassagem são bastante limitadas. Para condições ideais, o fluxo máximo atinge 2.800 veículos por hora (DNER, 1999). 34 Nível de Serviço F é o último nível de serviço, apresenta um fluxo forçado e ocorrem formação de filas e congestionamento, as velocidades de operação são nulas ou quase nulas. A participação em pelotão chega a 100% do tempo de viagem (DNER, 1999). O Quadro 5.4 apresenta orientações que poderão ser escolhidas para determinar os valores apropriados em localizações especiais. Quadro 5.4 – Seleção do nível de serviço no projeto de rodovias rurais Tipo de rodovia Plano Via Expressa B Arterial B Coletora C Local D Fonte: DNER (1999) Relevo Ondulado B B C D Montanhoso C C D D 5.2 Sistemas de Transportes Na atualidade o confronto entre veículos pela ocupação do espaço tem assumido proporções cada vez maiores, e isto é resultado do acelerado processo de industrialização que o mundo tem experimentado e a conseqüente necessidade da crescente movimentação de pessoas e mercadorias (ANDRADE, 1994). À primeira vista, planejar transportes parece simples, segundo Andrade (1994), é prover no futuro um meio de transportes a disposição de uma possível demanda, mas na realidade é diferente, por causa do profundo relacionamento entre os sistemas de transportes e os demais setores de atividade econômica de uma sociedade. Os transportes estão associados às atividades fins que são fontes geradoras de demandas, e por isso as atividades fins deve ser estudadas e diagnosticadas antes do planejamento dos transportes propriamente dito ou conjuntamente com eles. Nas últimas décadas vem-se estudando ao redor do mundo o planejamento de transportes, foi e continua sendo desenvolvido um processo para conduzir tais processos, segundo Andrade (1999), cuja finalidade é proporcionar uma sistemática 35 para soluções dos sistemas de transportes. Esse processo de planejamento, que pode ser usado em qualquer situação e bastante usado até os dias de hoje, foi criado nos Estados Unidos na década de 50, e aperfeiçoado pelo resto do mundo. Este processo pode ser usado desde um plano de transportes de passageiros de uma pequena cidade até de uma grande metrópole, por exemplo. São fundamentados em três estágios: • levantamento de dados e informações – quando se consegue ter a presente demanda, o nível de serviço dos transportes que atendem essa demanda e como atendem; • previsão de demanda – com dados atuais, utilizam-se modelos ou relações matemáticas, se estimam a demanda para um ano horizonte para as quais são projetados os serviços de transportes; • avaliação – analisa se o transporte projetado atende a demanda do futuro de maneira satisfatória, com segurança, bom nível de serviço, obtendo o máximo de benefício com o mínimo custo. Andrade (1994) cita que a premissa básica é a condição de equilíbrio que se busca no futuro (ano horizonte do projeto) entre a demanda e a oferta dos serviços disponíveis de transportes, além da avaliação e da implantação do projeto, objeto de todo o processo estudado. Estudando as tendências de desenvolvimento do uso do solo, prevê-se a conseqüente demanda por meios alternativos de transportes que irão satisfazer os fluxos de transportes e esses planos podem oferecer as facilidades de deslocamentos e suas respectivas características operacionais. No planejamento de transportes, segundo Andrade (1994) são considerados: • identificação da necessidade de transportes; • definição de objetos; • delimitação da área de estudos; • estudo do uso do solo; • levantamento de dados de viagem e sócio econômicos; • processamento de informações; • formulação de propostas alternativas; 36 • avaliação de propostas; • escolha da melhor alternativa; • implantação. Na Figura 5.7, segundo Andrade (1994), apresenta de maneira simplificada a morfologia do processo. Figura 5.7 – Interação comunidade e poder público Fonte: Andrade (1994) Neste processo assume-se: • o padrão de viagem é estável e previsível; • os movimentos de demanda são diretamente relacionados com a distribuição e intensidade do uso do solo, que por sua vez são possíveis de serem estimados com relativo grau de acuracidade; • há uma marcante relação entre todos os modos de transporte segundo as características de cada um deles; • as áreas estudadas exigem que as áreas circunvizinhas sejam também consideradas; • um sistema de transporte influencia o desenvolvimento de uma área tanto quanto se alimenta do mesmo desenvolvimento; • o processo de planejamento dos transportes seja contínuo, com constante atualizações. O processo de planejamento dos transportes, encerra um conjunto de etapas e é mostrado na Figura 5.8 (Andrade, 1994). 37 Figura 5.8 – Processo de planejamento dos transportes Fonte: Andrade (1994) Segundo Andrade (1994), o planejamento de transporte não é uma ciência exata, apesar de serem aplicadas relações matemáticas ao comportamento individual e coletivo das pessoas, não obedecem as regras para serem consideradas como tal. O inventário é a fase inicial do processo e consiste em diagnosticar situações existentes, considerando os seguintes elementos (Andrade, 1994): • sistema viário – descrição de toda a malha viária, objeto do plano, com características físicas e a capacidade de todas as vias e também sua condições de uso; 38 • sistema de transporte – os meios de transportes disponíveis são analisados e avaliados quanto a capacidade de atender a demanda presente, características operacionais e níveis de serviço; • uso do solo – identificação da concentração de atividades de características homogêneas em determinadas áreas, tais como residência, comércio, indústria, educação, etc. Este conhecimento delimita pequenas áreas com configurações ocupacionais e uso semelhantes e predominantes, chamadas de zonas de tráfego, para quais são identificadas variáveis sócio-econômica (renda familiar, número de carros, população, número de residências, número de empregos, produção, etc.) que justificam as viagens feitas. Uma vez que foi obtido os dados, é possível analisar o sistema de transporte, constatando como eles afetam e são afetados pelos outros sistemas que servem. Com os dados em mãos, é possível formular modelos matemáticos que permitem prever o comportamento atual e futuro da demanda de transportes e assim planejar a sua alocação aos diferentes meios e vias e programar o seu desenvolvimento (ANDRADE, 1994). Os dados que alimentam o planejamento de transporte são geralmente obtidos através de pesquisas, segundo Andrade (1994), a mais comum é a de origem e destino, conhecido como pesquisas de O/D que tem a função não só de determinar os pontos iniciais e finais de deslocamento, mas também a obtenção de informações de caráter geral sobre os veículos, carga transportada e passageiros, freqüência e horário. Estas pesquisas são muito utilizados para projetos de pavimentos, análise de capacidade de vias, projeções de demanda de tráfego e dimensionamento dos demais elementos do sistema viário. Segundo Andrade (1994), as pesquisas realizadas procuram os seguintes tipos de informação: • natureza de viagens; • características sócio-econômicas da população; • produção e consumo; • características dos sistemas de transportes; 39 Os tipos de viagens podem ser: • externas / externas; • externas / internas; • internas / externas; • internas / internas. As viagens externas / externas são geralmente as de longa distâncias e representam o tráfego de passagens. Viagens internas / externas e vice-versa geralmente não são consideradas por serem de pouco significado quantitativamente. Viagens internas / internas são estudadas com mais detalhes pois representam os maiores volumes de tráfego. 5.3 A Rodovia Anhanguera A rodovia Anhanguera (SP-330) possui 450 quilômetros de extensão e é considerada a mais longa do Brasil em nível estadual. A idealização desta rodovia, começou no século XVII por causa do movimento expansionista rumo ao interior do Estado de São Paulo. No início do século XVIII já havia um caminho que ligava a Vila de São Paulo de Piratininga aos sertões do Rio Jundiaí (AUTOBAN, 2009). Registros históricos informam que o bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva, conhecido como Anhanguera, saiu de Jundiaí em 1682 em busca de ouro e foi-se abrindo novos caminhos e descobrindo cidades como Campinas, Mogi-Mirim, Casa Branca, Cajuru e Franca e vários caminhos foram traçados até chegar ao atual Estado de Goiás (AUTOBAN, 2009). A construção da estrada São Paulo – Goiás foi iniciada em 1725, na época as cidades não havia muitos recursos para a construção e manutenção das estradas, então houve a aprovação da Lei n°. 11 pela Assembléia que criava a tarifa de pedágio em todas as estradas e assim conseguiram executar melhorias e preservação nas rodovias (AUTOBAN, 2009). 40 Quase trezentos anos depois das rotas traçadas pelo bandeirante Anhanguera (diabo velho na língua Tupi), no início do século XX, começa a construção da estrada que acabou sendo na época, o principal tronco viário do Estado de São Paulo, conhecida como a estrada velha de Campinas. O primeiro trecho era de São Paulo até Campinas e foi entregue em maior de 1921, o segundo trecho era de Campinas até Ribeirão Preto e foi entregue em junho de 1922 (AUTOBAN, 2009). Conforme é apresentado no site da AutoBan,(2009) em 1940 o Governo do Estado de São Paulo, determina a construção da chamada Via Anhanguera, modernizando a via entre São Paulo até Jundiaí e assim oferecendo recursos necessários para o desenvolvimento rodoviário rumo ao interior de São Paulo, estas obras foram concluídas no ano de 1948. A rodovia era do tipo fechada, com pista de rolamento de 7 metros e pavimentada em concreto, a segunda pista foi inaugurada em 1953 e um canteiro central de 3 metros de largura separava as duas pistas. Segundo o site da AutoBan (2009), em janeiro de 1950 o governador Ademar de Barros, entrega uma pista única de rolamento entre Jundiaí – Campinas, após 11 anos, em 1961, esse trecho passa a ser de pista dupla. A via Anhanguera foi se desenvolvendo de Campinas até Igarapava, rumo ao extremos norte do Estado, em diversas etapas. A primeira etapa foi a implantação de uma pista não pavimentada em dezembro de 1953, em 1959 a pista até Ribeirão Preto já estava pavimentada e em 1961 foi finalizada a pavimentação até Igarapava. A duplicação de Campinas até Igarapava foi concluída em 4 de agosto de 1989 (AUTOBAN, 2009). 6. ESTUDO DE CASO: COMPLEXO ANHANGUERA Nos itens a seguir, será apresentada uma breve introdução do Complexo Anhanguera, a situação na região, o cruzamento da Marginal Tietê com a Rodovia Anhanguera antes da implantação e as melhorias que a região recebeu com presença neste trecho do Complexo Anhanguera, conhecido tecnicamente como Complexo Tietê. 41 6.1 Apresentação Esta importante obra para a cidade de São Paulo surgiu da parceria do Governo do Estado de São Paulo, através da Secretaria dos Transportes com a ARTESP (Agência de Transporte do Estado de São Paulo) e com um orçamento estimado em R$410 milhões pretende a partir de março de 2010, melhorar o tráfego da região desde a Ponte Atílio Fontana, na Marginal Tietê até o km 18 da rodovia Anhanguera, na região de Osasco. A Figura 6.1 apresenta o cruzamento da Rodovia Anhanguera com a Marginal Tietê, antes da implantação do Complexo (AUTOBAN et al, 2009). Figura 6.1 – Complexo Tietê, trecho inicial do Complexo Anhanguera Fonte: SÍMBOLOS NACIONAIS, OUTER SPACE (2009) O Complexo Anhanguera é um conjunto de obras, que vai do km 11 até o km 18 da Rodovia Anhanguera, que teve seu inicio em 4 de abril de 2007 e a concessionária AutoBan é responsável por toda a obra que consiste em novos acessos, construção de viadutos, pontes, faixas adicionais, pistas marginais, diversos pontos de ônibus e passarelas para o sistema viário, tudo isso para garantir a fluidez compatível com o nível de serviço como foi previsto na concessão (DCI;LUSTOSA, 2009). 42 Na Figura 6.2, através de um organograma, é possível ver as empresas que fazem parte da viabilização do Complexo Anhanguera. Figura 6.2 – Organograma do Complexo Anhanguera Fonte: INSTITUTO DE ENGENHARIA (2009) De acordo com a concessionária AutoBan (2009), o Complexo Anhanguera apresenta os seguintes números: • Prazo da obra de 3 anos, com entrega prevista para março de 2010; • Ampliação da interseção da Via Anhanguera com a Marginal Tietê; • Ampliação/Reformulação do Trevo do Jaraguá; • Construção de um trevo, interligando a Avenida Mutinga; • 17 novos viadutos e pontes; • 5 ampliações de obras existentes para a implantação das faixas adicionais; • 14 quilômetros de pistas marginais e 8 quilômetros de faixas adicionais; • 1 novo Posto de Atendimento ao Usuário e posto da Polícia Militar Rodoviária; 43 • 6 novas passarelas e ampliações das existentes; • Relocação de 24 pontos de ônibus ao longo da Via Anhanguera. Todas essas intervenções visam ampliar a capacidade de tráfego e reduzir o trânsito tanto na saída como na chegada à São Paulo, que é uma das regiões mais carregadas da cidade. 6.2 Antes do Complexo A ponte nº 3, Atílio Fontana é uma obra de arte que foi construída em 1955 e possui 149 metros de extensão, com 3 faixas de rolamento para cada sentido e passeios nas extremidades e é um prolongamento natural do viaduto ferroviário Domingos de Moraes e das Ruas Monte Pascoal, Brigadeiro Gavião Peixoto, Barão de Jundiaí e Clélia até o início da Rodovia Anhanguera e pode ser melhor compreendido pelas Figura 6.3 e 6.4 (CANHEDO-BEPPU, 2005). Figura 6.3 – Ponte Atílio Fontana – Marginal Tietê Fonte: GOOGLE EARTH (2009) 44 Figura 6.4 – Ponte Atílio Fontana - Sentido Castelo Branco Um dos grandes problemas da Ponte Atílio Fontana, é o gabarito vertical inadequado de apenas 4,50m (Figura 6.5), fazendo com que tenha restrição de determinados veículos na Marginal Tietê, além de um greide de pista baixo, criando um ponto de alagamento, devido às fortes chuvas na cidade de São Paulo. Figura 6.5 – Ponte Atílio Fontana Chegam a passar em horário de pico cerca de 9500 veículos sob a ponte, segundo informações do site DCI (2002), a ponte é a principal via de acesso a distritos e bairros dos municípios de São Paulo como, Osasco, Caieiras, Franco da Rocha, 45 Francisco Morato e Cajamar e antes da implantação do Complexo esses deslocamentos apresentavam sérios problemas de congestionamentos diários. O trevo que faz parte desta ponte, no cruzamento da Marginal com a Rodovia Anhanguera apresenta características geométricas bastante limitadas, principalmente pela ocupação urbana que foi ocorrendo nos arredores ao longo dos anos. A ocupação humana nas proximidades é do tipo residencial diversificado, unifamiliares e multifamiliares, de baixo e médio padrão, envolvendo desde pequenas residências a conjuntos de edifícios. Ainda nas proximidades do Complexo, há diversas empresas e indústrias de grande e médio porte, criando importantes locais de origem/destino de veículos. Os veículos que querem se dirigir para a Via Anhanguera podem acessar de duas maneiras distintas (Figura 6.6): • Os veículos que trafegam sentido rodovia Ayrton Senna na Marginal Tietê, ou da rua Monte Pascoal cruzam a ponte Atílio Fontana e acessam diretamente a Pista Norte expressa da Rodovia Anhanguera (Situação 1-1). • Os veículos que trafegam sentido rodovia Castelo Branco na Marginal Tietê, podem acessar a Rua Inácio Luis da Costa e trafegar por esse sistema local, até a agulha de ligação com a pista expressa da Rodovia Anhanguera (Situação 1-2). Os veículos que chegam em São Paulo pela rodovia Anhanguera, possuem três opções de percurso (Figura 6.6): • Aqueles que querem se dirigir ao bairro da Lapa, devem cruzar a ponte Atílio Fontana e seguir pela Rua Monte Pascoal (Situação 2-2); • Aqueles que querem ir sentido rodovia Ayrton Senna na Marginal Tietê, também devem cruzar a ponte Atílio Fontana e acessar a alça de acesso para a Marginal (Situação 2-2). • Aqueles querem ir sentido Castelo Branco da Marginal Tietê, devem ir pelo acesso na Avenida Domingos de Souza Marques na altura do quilômetro 12+500 da Rodovia Anhanguera. 46 Figura 6.6 - Alternativas de acessos antes da implantação do Complexo Anhanguera Já a Rodovia Anhanguera que se inicia no km 11, próximo à Marginal do Rio Tietê, antes da implantação do Complexo, apresentava 2 pistas independentes com 2 faixas em cada e barreiras rígidas entre as pistas, em alguns trechos restritos, como os de transição com agulhas ou saídas de baias, apresentava também três faixas de rolamento e até o final do trecho do Complexo Anhanguera, no quilômetro 19, não possuía faixas adicionais. De acordo com estudos apresentados pela Canhedo-Beppu (2005), o trecho entre os km 11 e 19 é um dos trechos mais carregados da rodovia conforme é apresentado na Figura 6.6, sendo superados apenas pelos segmentos situados nas cidades de Campinas no km 98 e em Sumaré no km 110. Figura 6.7 – Fluxograma do VDM – Rod. Anhanguera - 2003 Fonte: CANHEDO-BEPPU (2005) 47 De acordo com valores coletados pela Canhedo-Beppu (2005) o volume diário médio (VDM) de novembro de 2003 no trecho do Complexo Anhanguera foi de 58.106 veículos, sendo, 31.784 sentido Capital e 26.322 sentido interior. Na tabela 6.1 é apresentado os volumes horários médios na rodovia Anhanguera. Tabela 6.1 – Volumes Horários Médios – SP-330 HORÁRIO PISTA SUL PISTA NORTE Total Comerc. Passag. Total Comerc. Passag. 0:00 / 1:00 h 375 88 287 351 75 276 1:00 / 2:00 h 230 54 177 222 52 170 2:00 / 3:00 h 162 50 112 157 47 111 3:00 / 4:00 h 176 62 113 155 55 100 4:00 / 5:00 h 300 106 193 204 86 118 5:00 / 6:00 h 832 265 567 529 184 345 6:00 / 7:00 h 1.881 381 1.500 1.092 238 854 7:00 / 8:00 h 2.309 357 1.952 1.584 255 1.329 8:00 / 9:00 h 1.834 322 1.512 1.540 253 1.286 9:00 / 10:00 h 1.708 327 1.381 1.578 278 1.300 10:00 / 11:00 h 1.734 319 1.416 1.608 278 1.330 11:00 / 12:00 h 1.711 305 1.405 1.583 275 1.308 12:00 / 13:00 h 1.713 295 1.418 1.542 295 1.247 13:00 / 14:00 h 1.722 296 1.426 1.608 285 1.323 14:00 / 15:00 h 1.705 301 1.404 1.548 272 1.276 15:00 / 16:00 h 1.773 292 1.481 1.529 278 1.251 16:00 / 17:00 h 1.859 283 1.575 1.533 276 1.257 17:00 / 18:00 h 2.193 286 1.907 1.682 282 1.399 18:00 / 19:00 h 2.152 260 1.892 1.616 253 1.363 19:00 / 20:00 h 1.676 228 1.448 1.334 231 1.103 20:00 / 21:00 h 1.316 203 1.113 1.084 183 900 21:00 / 22:00 h 1.018 168 850 909 161 748 22:00 / 23:00 h 825 143 682 783 132 651 23:00 / 0:00 h 580 124 456 551 104 448 TOTAL 31.784 5.515 26.267 26.322 4.828 21.493 Fonte: AUTOBAN (2004) 48 A Figura 6.8 apresenta a quantidade de veículos que passam pelas Pistas Norte (sentido interior) e Sul (sentido Capital) em determinados horários pela Rodovia Anhanguera, percebe-se uma pequena diferença entre os volumes, extraídos em novembro de 2003, do sentido da Capital (63%) e sentido interior (51%) e também visualizar o período de pico na parte da manhã ser próximo das 7:00 horas e pico da tarde, entendemos estar entre as 17:00 e 18:00 horas. Na pista sul (sentido Capital) o maior pico ocorre as 7:00 horas e na pista norte (sentido interior) o maior pico ocorre na parte da tarde as 17:00 horas (CANHEDO-BEPPU, 2009). Volume Horário (veículos) 4.500 4.000 3.500 3.000 2.500 Pista Norte 2.000 Pista Sul 1.500 1.000 500 22 20 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0 0 Hora Figura 6.8 – VDM das Pistas Norte e Sul – SP-330 Fonte: CANHEDO-BEPPU (2005) A porcentagem de veículos comerciais em relação ao volume total, apresenta uma variação entre 14% e 38% e em horário de pico, em torno de 16%. 6.3 Marginal Tietê x Rodovia Anhanguera O trecho do Complexo Anhanguera, no cruzamento da Via Anhanguera com a Marginal Tietê, Figura 6.9, é sem dúvida a de maior visibilidade em relação a todas as obras do Complexo, estudos elaborados pela concessionária AutoBan (2006) mostram que neste trecho, buscou fazer ligações semelhantes com a já existente entre a Marginal Tietê com a Rodovia dos Bandeirantes, com a diferença de existir complexos urbanos no lado sul da Marginal, próximo à Lapa, por causa desse motivo a concessionária precisou fazer intervenções além de seu limite de atuação, 49 mais precisamente até próximo do Viaduto ferroviário Domingos de Morais no alinhamento da rua Monte Pascoal. Figura 6.9 – Marginal Tietê x Rodovia Anhanguera Fonte: AUTOBAN (2009) A partir de diversos estudos de viabilidade de tráfego, chegou-se a conclusão de que a Ponte Atílio Fontana deve passa a operar apenas por um sentido, de origem na Pista Sul da Rodovia Anhanguera e para o tráfego do sentido contrário, usa-se as alças e viadutos sobre a Marginal do Tietê, além da manutenção da ponte Atílio Fontana e ampliação e modelação das alças existentes. Dessa maneira o acesso, segundo a AutoBan (2006) pode ser feita de três maneiras, conforme pode ser visto na Figura 6.10: • Os veículos com origem na pista esquerda da Marginal Tietê (sentido rodovia Ayrton Senna) passam a trafegar por uma alça direcional exclusiva, o Ramo 900; • Os veículos com origem na Rua Monte Pascal, oriundos do bairro da Lapa e adjacências, passam a trafegar por outra via de acesso exclusiva, o Ramo 500; 50 • Finalmente, os veículos com origem na pista direita da Marginal (sentido Castello Branco) continuam a acessar a Rod. Anhanguera por uma alça direcional – Ramo 700, semelhante à existente antes do Complexo, mas remanejada de modo a permitir a conexão imediata dos mesmos com o sistema expresso, separado do tráfego de interesse local (com destino aos bairros próximos ao Parque São Domingos, pela Rua Inácio Luis da Costa) (AUTOBAN,2006). Figura 6.10 – Croqui de Localização Fonte: Adaptado de CANHEDO-BEPPU (2009) Na direção contrária, a AutoBan (2006) informa que, a Ponte Atílio Fontana passa a atender exclusivamente aos veículos que pretendem chegar à capital – Ramo 1000, mantendo-se o movimento direto em direção à Rua Monte Pascal, bem como a alça de acesso à pista local esquerda da Marginal Tietê – Ramo 300. O atual acesso da pista local direita para a Ponte Atílio Fontana – Ramo 800, também será mantido, articulando-se ao Ramo 1000. Além desta adequação sobre o tabuleiro da ponte e proximidades, as intervenções mais expressivas para o tráfego na direção da capital envolvem: • A construção de uma nova alça direcional para o tráfego no sentido Anhangüera – Ayrton Senna, o Ramo 200. 51 • A construção de uma alça direcional – Ramo 400, com dois viadutos sobre o Ramo 800, para atender ao tráfego que se destina à Zona Sul e à Rodovia Castello Branco. Algumas ampliações e adequações nas pistas da Marginal do Tietê também foram necessárias, com destaque para a implantação de uma via coletora na pista direita desta, sob a Ponte Atílio Fontana, para minimizar os problemas de entrelaçamento entre os veículos que saem / entram nos acessos (AUTOBAN,2006). Outra alteração expressiva envolveu o remanejamento dos acessos à Ponte Ulysses Guimarães, via de acesso à Pista Norte da Rodovia dos Bandeirantes, a partir das pistas local e expressa esquerda da Marginal Tietê (AUTOBAN,2006). Sendo ainda necessário, outras obras de menor parte, como o remanejamento de determinadas alças e de algumas vias de conexão com o viário urbano, de forma a manter o atendimento aos movimentos que já são contemplados pela configuração atual (AUTOBAN,2006). Para uma melhor visualização e compreensão, ver a planta geral do Complexo Anhanguera no Anexo A. Pode-se dizer que os Ramos 900, 500 e 200 são os principais acessos deste Complexo e apresentam as seguintes características: Ramo 900 (Figuras 6.11 e 6.12): • Início na pista local da Marginal, próximo à antiga usina de compostagem, aproveitando o amplo canteiro existente; • Final na pista norte, da Rodovia Anhanguera; • Obra de transposição com cerca de 400 m de extensão, com curva à esquerda, passando sobre as pistas local e expressa das duas pistas Marginais, o rio e a própria Ponte Atílio Fontana; • Seção tipo projetada para duas faixas de tráfego, com acostamento e faixa de segurança; 52 • Muros de contenção junto ao aterro de encontro na Marginal, de ambos os lados do viaduto. • Raio de curvatura: 234,5 m • Maior vão: 125 m Figura 6.11 – Ramo 900 Figura 6.12 – Geometria Ramo 900 Fonte: Adaptado do INSTITUTO DE ENGENHARIA (2009) 53 Ramo 500 (Figuras 6.13 e 6.14): • Início próximo ao viaduto Domingos de Morais, criando-se um novo alinhamento viário entre as Ruas Monte Pascal e João Tibiriçá; • Final na nova Pista Norte da Rod. Anhanguera, onde se dá a sua conexão com o Ramo 900, havendo ainda articulações intermediárias com a alça de saída da pista direita da Marginal Tietê – Ramo 700, a ser remanejada, e com o loop para acesso a esta mesma pista da Marginal Tietê – Ramo 600; • Viaduto com curvas reversas e cerca de 480 m de extensão, passando sobre a Rua Botocudos, as pistas local e expressa das Marginais e o rio; • Seção tipo projetada para duas faixas de tráfego, com acostamento e faixa de segurança; • Muro de contenção junto ao aterro de encontro sul, do lado direito do viaduto, evitando interferir excessivamente com a Rua João Tibiriçá; • Maior vão: 100 m • Raio de curvatura: 400 m Figura 6.13 – Geometria do Ramo 500 Fonte: Adaptado do INSTITUTO DE ENGENHARIA (2009) 54 Figura 6.14 – Ramo 500 – Sentido Rod. Castelo Branco Ramo 200 (Figura 6.15): • Início na ponte Atílio Fontana, com saída à esquerda; • Final na pista expressa esquerda da Marginal Tietê, aproximadamente defronte ao entroncamento com a rua Botocudos; • Viaduto com cerca de 150 m de extensão, passando sobre o rio e a pista expressa da marginal; • Seção tipo projetada para duas faixas de tráfego, com acostamento e faixa de segurança; • Muros de contenção junto ao aterro de encontro na marginal, de ambos os lados do viaduto; • Maior vão: 88 m • Raio de curvatura: 119,5m Para o estudo de viabilidade do Complexo Anhanguera, a concessionária AutoBan, determinou, além dos lanços contadores situados nos km 12+100 e 16+850, 33 postos de contagem volumétrica ao longo do Complexo Anhanguera, (para este trabalho, será apresentado apenas os 8 postos de maior interesse, Quadro 6.1), por um período de 10 horas não consecutivas, sendo cinco horas na parte da manhã (da 6:00 às 11:00 h) e no pico da tarde (das 15:00 às 20:00), as quais caracterizam os 55 fluxos que foram julgados de grande importância para o estudo e implantação do Complexo (Anexo B). Figura 6.15 – Geometria do Ramo 200 Fonte: Adaptado do INSTITUTO DE ENGENHARIA (2009) Quadro 6.1 – Localização dos postos de contagem Seção S3 S4 S5 Localização Tráfego da Rua Monte Pascal para a Ponte Atílio Fontana, junto ao semáforo da Rua Botocudos Tráfego da Rua Botocudos para a Ponte Atílio Fontana, junto ao semáforo da Rua Monte Pascal Tráfego da Ponte Atílio Fontana para a pista esquerda da Marginal Tietê (loop junto ao Extra) S8 Tráfego da pista direita da Marginal Tietê para a Ponte Atílio Fontana (loop) Agulha entre a Pista Norte da SP-330 e a Rua Inácio Luís da Costa, após a Ponte Atílio Fontana S9 Tráfego da Ponte Atílio Fontana para a pista direita da Marginal Tietê (loop) S10 Tráfego da pista direita da Marginal Tietê para a Rua Inácio Luís da Costa (alça) S6 2ª agulha da Avenida Alexandre Collares para a Pista Sul da SP-330 (km 11,5) S14 Fonte: AUTOBAN (2006) 56 A pesquisa de origem e destino (O/D) também foi necessária, e esta foi executada de maneira mais objetiva e concentrada e assim procurando identificar os principais desejos dos usuários (Figura 6.16): • Tráfego da Ponte Atílio Fontana, sentido Rodovia Anhanguera, através da origem (Lapa, Rua Monte Pascoal, Pista esquerda da Marginal Tietê) até o seu destino (Rodovia Anhanguera, Rua Inácio Luis da Costa ou pista direita da Marginal Tietê) • Trafego que entra no sistema viário, tendo como origem a pista da direita da Marginal Tietê, sentido Rod. Ayrton Senna, determinar se o destino deste usuários é o bairro (Parque São Domingos) ou a Pista Expressa da Rodovia Anhanguera. • Identificar em porcentagem, os veículos que saem da Avenida Dr. Gastão Vidigal (região do CEAGESP - Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) e tem como destino a Pista Norte da Rodovia Anhanguera. As pesquisas de campo, conforme informou Canhedo-Beppu (2006), foram realizados em datas variadas, e para as 8 seções em destaque para este estudo, os dados foram extraídos em maio de 2006 e apresentaram os seguintes valores (Tabela 6.2). Figura 6.16 – Interseção Marginal Tietê x Rodovia Anhanguera 57 Tabela 6.2 – Volume Total Pesquisado Seção Data Período S3 12/05/2006 10 h S4 S5 S6 10 h 17/05/2006 S8 S9 S10 16/05/2006 10 h S14 Fonte: CANHEDO-BEPPU (2006) Auto 12.657 12.462 11.331 10.034 9.308 4.997 11.41 3.146 Ônibus 793 627 965 193 873 173 347 1.28 Caminhão 254 2.62 3.309 1.187 339 1.015 2.582 239 Total 13.704 15.709 15.605 11.414 10.52 6.185 14.339 4.665 Segundo Canhedo-Beppu (2006), a expansão dos volumes de tráfego foram realizados através dos dados disponíveis no sistema automatizado de controle de tráfego (SAT), e foi considerada a mesma data em que os veículos foram contados. As contagens volumétricas expandidas, segundo a Canhedo-Beppu (2006), foram ainda ajustadas para o volume de tráfego médio anual do ano da contagem, a qual é chamada de fatores de sazonalidade. A aplicação dos fatores de expansão e os ajustes de sazonalidade dos volumes de tráfego pesquisados resultaram nos volumes médios diários anuais, apresentados na Tabela 6.3: Tabela 6.3 – Volumes Médios Diários Anuais - 2006 Seção Auto Ônibus 18.094 1.134 S3 17.816 896 S4 19.596 1.454 S5 17.353 291 S6 14.2 1.224 S8 7.623 243 S9 17.407 486 S10 5.417 1.926 S14 Fonte: CANHEDO-BEPPU (2006) Caminhão 363 3.746 4.985 1.788 475 1.423 3.62 360 Total 19.591 22.458 26.035 19.432 15.899 9.289 21.513 7.703 As verificações dos níveis de serviços operacionais, foram realizados utilizando o critério do volume de tráfego da 50ª hora mais carregada do ano e os valores são apresentados na Tabela 6.4: 58 Tabela 6.4 – Fator k Ano Sentido SAT Fator k Rod. Anhanguera SAT 12 0,0837 Bairro Lapa SAT 12 0,0850 2006 Fonte: CANHEDO-BEPPU (2006) Os valores de VHP (Volume da Hora de Projeto) foram resultantes da aplicação do fator k sobre os VDMs (Volume Diário Médio) e são apresentados na Tabela 6.5: Tabela 6.5 – Volume da Hora de Projeto - 2006 Seção Auto Ônibus Caminhão Total S3 1.515 95 30 1.64 S4 1.491 75 314 1.88 S5 1.665 124 424 2.213 S6 1.475 25 152 1.652 S8 1.189 102 40 1.331 S9 638 20 119 777 S10 1.457 41 303 1.801 164 31 655 460 S14 Fonte: CANHEDO-BEPPU (2006) O diagrama unifilar da Figura 6.17, resume a situação encontrada antes da implantação do Complexo Anhanguera. Segundo a Canhedo-Beppu (2006), para a projeção de aumento de demanda do Complexo Anhanguera, adotou uma taxa de 2,5% a.a, tanto para veículos de passeio, como para veículos comerciais, essa mesma taxa a Concessionária AutoBan havia aplicado em estudos anteriores, como por exemplo na cobrança bidirecional dos pedágios do Sistema Anhanguera - Bandeirantes. 59 Figura 6.17 – Diagrama Unifilar – Situação em 2006 Fonte: CANHEDO-BEPPU (2006) Para verificar a validade desta taxa, usaram-se dados entre os anos de 2002 e 2006 do sistema automatizado de controle de tráfego (SAT), nos km 12+100 (SAT 12) e 16+850 (SAT 16), que tem a função de identificar a influência do tráfego urbano da área metropolitana. Entre os anos de 2002 e 2006 foi um período em que o sistema operou de forma contínua e sem grandes interrupções, esses resultados foram tabulados mês a mês e apresentou os resultados de 2,88% para a pista de sentido Norte (Sentido Interior) e 0,80% para o sentido Sul (Sentido Capital), sendo assim, considerado um valor para as pistas norte e sul, uma taxa de 1,76% (CANHEDOBEPPU, 2006). Apesar de ser considerado um período curto, nota-se que não apresenta um valor muito distante da taxa que foi considerado para o Complexo Anhanguera, citado anteriormente, por este motivo, adotou-se a taxa de crescimento médio de 2,5% a.a para o período de 2006 / 2018. 60 7. ANÁLISE CRÍTICA A partir dos dados apresentados no capítulo anterior e com a taxa de crescimento estipulado em 2,5% a.m, fez-se a projeção para o ano de 2010, por ser o ano em que foi previsto o término de implantação das obras de melhorias de todo o sistema e início de sua operação integral e fez-se a projeção para o ano de 2018, que é o ano em que se encerra a concessão do Sistema Anhanguera-Bandeirantes. Nos Quadro 7.1 e 7.2, é apresentado de maneira reduzida, as seções de contagem consideradas, com as projeções de demanda em termos de VDM e VHP, para os anos de 2010 e 2018. Quadro 7.1 – Projeção dos Volumes – 2010 Volume Diário Médio (VDM) Seção Auto Ônibus Caminhão 19.972 1.252 401 S3 19.666 989 4.135 S4 21.63 1.605 5.503 S5 19.154 321 1.974 S6 15.674 1.351 524 S8 8.414 268 1.571 S9 19.214 536 3.996 S10 5.979 2.126 397 S14 Fonte: CANHEDO-BEPPU (2006) Total 21.625 24.79 28.738 21.449 17.549 10.253 23.746 8.502 Volume da Hora de Projeto (VHP) Auto 1.672 1.646 1.838 1.628 1.312 704 1.608 508 Ônibus 105 83 137 28 113 22 45 181 Caminhão 33 347 468 168 44 131 334 34 Total 1.81 2.076 2.443 1.824 1.469 857 1.987 723 Quadro 7.2 – Projeção dos Volumes - 2018 Volume Diário Médio (VDM) Seção Auto Ônibus Caminhão Total S3 24.334 1.525 488 26.347 S4 23.961 1.205 5.038 30.204 S5 26.354 1.955 6.704 35.013 S6 23.338 391 2.405 26.134 S8 19.097 1.646 639 21.382 S9 10.252 327 1.914 12.493 S10 23.41 654 4.868 28.932 S14 7.285 2.59 484 10.359 Fonte: CANHEDO-BEPPU (2006) Volume da Hora de Projeto (VHP) Auto Ônibus Caminhão Total 2.038 128 40 2.206 2.005 101 422 2.528 2.239 167 570 2.976 1.984 34 204 2.222 1.599 137 54 1.79 858 27 160 1.045 1.96 55 408 2.423 619 221 42 882 61 Para o ano de 2010, de acordo com os estudos, foi previsto de imediato, uma expressiva melhoria nas condições operacionais, com predominância de níveis B e C, conforme a Tabela 7.1, nas seções viárias das marginais e pistas expressas norte e sul do Complexo Anhanguera (CANHEDO-BEPPU, 2006). Tabela 7.1 - Níveis de Serviços - 2010 Nível de Serviço Seção Seção Viária EPN1 EPN2 SPS5 EPN1xSPN1 PN1 PN1xEPN5 PN2 PS7xSPS4 PS7 PS8 SPS4 PS8xEPS5 PS9 PS9xSPS6 PS10 C D C C B C C C C C A B C C C Fonte: CANHEDO-BEPPU (2006) Para o ano de 2018, que é o ano para o término da concessão do Sistema Anhanguera- Bandeirantes, de acordo com os estudos, percebe-se a predominância de níveis de serviço C e D, na interseção da Rodovia Anhanguera com a Marginal Tietê, conforme a Tabela 7.2: Tabela 7.2 – Níveis de Serviços - 2018 62 Nível de Serviço Seção Seção Viária EPN1 C EPN2 E SPS5 D EPN1xSPN1 C PN1 B PN1xEPN5 C PN2 C PS7xSPS4 C PS7 D PS8 D SPS4 A PS8xEPS5 C PS9 C PS9xSPS6 C PS10 D Fonte: CANHEDO-BEPPU (2006) Para uma melhor compreensão, a Figura 7.1 apresenta os níveis de serviço para os anos de 2010 e 2018. Figura 7.1 – Níveis de Serviço para os anos de 2010 e 2018 Fonte: CANHEDO-BEPPU (2006) Todavia, nem todos os segmentos irão apresentar condições favoráveis, como por exemplo, no ramo 200, que trata-se de um ramo que tem a função de ligar a rodovia 63 Anhanguera com a Marginal Tietê, sentido Rod. Ayrton Senna, de acordo com os estudos elaborados pela concessionária AutoBan, pôde-se garantir nível de serviço D, até o ano de 2012 (Tabela 7.3). Tabela 7.3 – Projeção de Nível de Serviço – Ramo 200 Nível de Ano VHP 2010 2.167 D 2011 2.221 D 2012 2.277 D 2013 2.334 E 2014 2.392 E 2015 2.452 E 2016 2.513 E 2017 2.576 E 2018 2.640 E Serviço Fonte: CANHEDO-BEPPU (2006) Uma das soluções para esse problema, segundo a Canhedo-Beppu (2006), seria a alteração do sistema viário na Avenida Dr. Gastão Vidigal, podendo causar um remanejamento das viagens, e distribuição de forma mais equilibrada pelo sistema. Segundo a Canhedo-Beppu (2006), A implantação das intervenções citadas no capítulo anterior, resulta em melhorias físicas e operacionais sensíveis, tendo como destaque: • Implantação das vias marginais como um corredor contínuo ao longo da Rodovia Anhanguera, proporcionando maior fluidez e melhorias operacionais, o tráfego local (com destino ou origem aos bairros e empresas da região) passa a circular quase que exclusivamente pelas vias marginais, reduzindo assim a interferência no tráfego de média e longa distância, e a sobrecarga viária foi diluída. • Melhoria nos acessos aos bairros localizados próximos da Rodovia Anhanguera. • Melhoria no sistema de transporte coletivo de toda a região, os coletivos circulam pelas vias marginais, aonde possui paradas de ônibus e dispositivos adequados para a circulação de pedestre. 64 • É possível operar de forma sistêmica e redundante, os trevos, retornos, viadutos, acessos e vias marginais, viabilizando opções no caso de interrupções de tráfego. 65 8. CONSIDERAÇÕES FINAIS Com base nas informações coletadas junto à Concessionária que administra a Rodovia Anhanguera, juntamente com resultados de estudos de tráfego e pesquisas com o público e com outras entidades, esse trabalho apresentou a grande importância da implantação de um complexo viário como o Complexo Anhanguera para a cidade de São Paulo. As obras de ampliação e implantação do viário junto à Rodovia Anhanguera e a Marginal Tietê, possibilitarão um considerável ganho nas condições operacionais, de segurança e de trafegabilidade de todos os segmentos apresentados. Após a conclusão das obras do Complexo Anhanguera, espera-se uma reordenação do tráfego, a redução do tempo de viagem e o desenvolvimento econômico em toda a região. Na rodovia Anhanguera, segundo a Concessionária AutoBan (2009), os usuários vão poder contar com diversos serviços, como socorro médico, mecânico, monitoração e operação 24 horas, além de painéis de mensagens variáveis, pavimento e sinalização viária de alta qualidade e telefonia de emergência tudo isso proporcionando maior segurança e conforto aos usuários que irão trafegar no trecho. Os moradores de toda a região do Complexo também vão ser beneficiados. As vias marginais implantadas irão interligar bairros e reduzir o tempo de viagens. Pontos de ônibus irão proporcionar segurança no embarque e acessos mais seguros para a população, e as passarelas implantadas farão o papel de interligação das vias para os pedestres, reduzindo o número de atropelamentos, além de muitos outros melhoramentos. Mesmo com todas as melhorias para o trecho rodoviário, descritas nessa apresentação, o ponto crítico de todo o Complexo viário continua sendo junto à chegada da Marginal Tietê. Porém constantes estudos são feitos e a busca por novas alternativas continuam sendo criadas pela Prefeitura e pelo Governo de São Paulo. Uma das mais recentes foi a implantação das novas vias auxiliares para a marginal do Tietê, procurando dar maior fluidez ao tráfego de uma maneira geral nos horários de pico. 66 De acordo com o estudo de capacidade viária, constata-se que de maneira geral os níveis de serviço do Complexo não irão sofrer grandes alterações num curto espaço de tempo, isto é uma observação positiva, uma vez que a criação do Complexo surgiu para desafogar o trânsito de toda a região, tanto para quem chega à São Paulo, como para aqueles que seguem sentido do interior. Porém como a cidade está sempre em crescimento, novos estudos e alternativas deverão ser sempre estudados para adaptar e comportar a oferta de vias para a crescente demanda de veículos. Caso não fosse feito nenhuma intervenção, a trafegabilidade para os próximos anos, era de piorar cada vez mais. perspectiva de 67 REFERÊNCIAS ANDRADE, Jonas Pereira de. Planejamento dos Transportes. João Pessoa: Editora Universitária/UFPB, 1994. AUTOBAN (São Paulo). Especial Complexo Anhanguera. Giro Na Estrada: Especial Complexo Anhanguera, São Paulo, Ano VI n. 35, p.5-14, jul/ago.09. Bimestral. AUTOBAN. Histórico da Rodovia Anhanguera – SP-330 – 2009. Disponível em: http://www.autoban.com.br/concessionaria/sobrea/historico.cfm. Acesso em: 02 mai.2009. AUTOBAN. Obras do Complexo Anhanguera já melhoram o tráfego na chegada a Capital. Disponível em: http://www.autoban.com.br/concessionaria/noticias/noticias_detalhes.cfm?objectId=F0C F1749-1321-0A9F-1B7E2F01A6999E8B. Acesso em: 12 set.2009. CANHEDO-BEPPU (Brasil) (Org.). Estudo de tráfego do Complexo Anhanguera. Revisão 01 São Paulo, 2006. 141 p. CANHEDO-BEPPU (Brasil) (Org.). Memorial Descritivo de Estudo de Capacidade Viária. Revisão 01 São Paulo, 2004. 142 p. DCI (São Paulo) (Org.). Complexo Anhanguera. Disponível em: <http://www.dci.com.br/noticia.asp?id_editoria=8&id_noticia=273633>. Acesso em: 13 fevereiro 2009. DER. Projeto Geométrico: Instrução de Projeto. Rev.A Rio de Janeiro: DNER, 2005. 36 p. (PR 009866/18/DE/2006). Disponível em: <http://www.der.sp.gov.br/documentos/normas/normas_instrucaoProjeto.aspx>. Acesso em: 09 jun. 2009. DNER: Manual de Projeto Geométrico de Rodovias Rurais. Rio de Janeiro: Departamento Nacional de Estradas de Rodagem, 1999 ESTRADAS. A Via Anhangüera dos antigos tropeiros - 2009. Disponível em: http://www.estradas.com.br/histrod_anhaguera.htm. Acesso em: 02 mai.2009. 68 FÓRUM OUTER SPACE. Mapa da Cidade de São Paulo. São Paulo, 2009. Disponível em: <http://forum.outerspace.com.br/showthread.php?t=24833>. Acesso em: 27 jun. 2009. INSTITUTO DE ENGENHARIA (São Paulo) (Org.). Complexo Anhanguera: Projeto e assesoria técnica à obra. 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Acesso em: 11 abril 2009. 1 ANEXO A Projeto Geométrico – Complexo Anhanguera 2 ANEXO B Postos de Contagem – Complexo Anhanguera