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FONTES, MÉTODO, 1
Fontes da teologia = lugares e elementos que
alimentam a ciência sagrada. São a matéria prima da
qual os teólogos extraem os conteúdos que
necessitam para o seu trabalho.
Fontes = Sagrada Escritura,
Tradição da Igreja,
experiência da fé e Magistério
eclesiástico.
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FONTES, MÉTODO, 2
Sagrada Escritura, 1
a
“é a Palavra de Deus enquanto escrita” (Dei Verbum 9).
Sob a inspiração do Espírito Santo, foi redigida por
Hagiógrafos, isto é, escritores da palavra de Deus.
b
Dei Verbum 10: “A Sagrada Escritura e a Sagrada
Tradição constituem um só depósito sagrado da
Palavra de Deus, confiado à Igreja”.
c
A Bíblia pode e deve considerar-se como a alma da
teologia.
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FONTES, MÉTODO, 3
Sagrada Escritura, 2
O trabalho exegético é uma tarefa
teológica. Apoia-se no estudo e na
investigação. O exegeta deve
apresentar ao povo cristão a mensagem
da Revelação.
Santo Atanásio: “Para escutar e entender as escrituras é necessário levar uma vida digna e ter uma alma pura, assim como praticar
a virtude segundo Jesus Cristo”. Santo Agostinho: “Aos que se
Entregam ao estudo das Sagradas Escrituras não basta recomendar
que sejam especialistas no conhecimento das particularidades da
linguagem. Importa sobretudo que orem, se querem compreender”.
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FONTES, MÉTODO, 4
Tradição
A
B
Juntamente com a Sagrada Escritura é fonte da Revelação
divina: ambas são dois aspectos indissociáveis de uma única fonte. É normativa e interpretativa. É sempre
pública.
Nem todas as tradições que há na Igreja são igualmente
vinculativas ou normativas. Algumas são questões
práticas e aplicações de princípios, mas não artigos
de fé. Por exemplo: rezar de joelhos, o jejum pascal,
certas regras para a eleição e consagração dos bispos,
determinados ritos do Batismo, etc.
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FONTES, MÉTODO, 5
Relação entre Tradição e Escritura
Concílio de Trento: não diz que a Revelação esteja contida,
parte na Escritura e parte na Tradição, mas sim, tanto nos
livros escritos como nas tradições não escritas.
Concilio Vaticano II: a Tradição e a Escritura formam uma
unidade orgânica. Todo o conteúdo da Tradição encontra-se
de alguma maneira (implícita) na Escritura. A Tradição é entendida como transmissão viva da Palavra de Deus mediante
a interpretação da Escritura.
CCE 84: “O depósito sagrado da fé, que se contém na Sagrada
Escritura e na Tradição, foi confiado pelos Apóstolos ao conjunto
da Igreja”. A tarefa de o interpretar autenticamente está confiada ao “Magistério vivo da Igreja, que a exercita em nome
de Jesus Cristo” (CCE 85)(Catecismo Católico eclesiae).
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FONTES, MÉTODO, 6
Os testemunhos da Tradição são os Padres da
Igreja, as doutrinas dos teólogos, a Sagrada
Liturgia, as crenças do Povo de Deus no seu
conjunto, as devoções populares, as doutrinas e
experiências espirituais de santos e místicos, a
arte cristã, etc.. Nem todos têm o mesmo valor.
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FONTES, MÉTODO, 7
Padres da Igreja
São os escritores cristãos antigos que se distinguiram pela santidade de vida, por um
profundo conhecimento da Sagrada Escritura
e da doutrina da fé, e pela responsabilidade
com que se ocuparam das tarefas pastorais que
lhes foram encomendadas.
Últimos Padres da Igreja: no Ocidente, Santo
Isidoro de Sevilha (+ 636); no Oriente, São
João Damasceno (+ 749).
O consenso patrístico unânime constitui
regra certa para interpretar a Sagrada
Escritura.
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FONTES, MÉTODO, 8
Sagrada Liturgia
É a oração solene e pública da Igreja.
Recebe o seu sentido do culto perfeito
que Jesus Cristo tributa ao Pai Eterno,
e tem o seu centro na Sagrada Eucaristia.
Os fiéis não só assistem à liturgia, mas
também a vivem. Constitui assim una
manifestação da unanimidade de fé
de toda a Igreja.
Contém valores dogmáticos e proporciona um meio excelente
para descobrir o que pertence à fé revelada.
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FONTES, MÉTODO, 9
Sensus fidelium
a
b
O conjunto dos fiéis baptizados forma um povo
profético, que goza da chamada infalibilidade in
credendo, ou passiva, para a distinguir da activa,
que é própria do Magistério da Igreja.
Lumen gentium 12: “A universalidade dos fiéis, que
tem a unção do Santo, não pode equivocar-se na sua
crença, e exerce esta propriedade mediante o sentido
sobrenatural da fé, quando ‘desde o bispo até aos
últimos fiéis leigos’ (Santo Agostinho) manifesta um
assentimento universal nas coisas de fé e costumes”.
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FONTES, MÉTODO, 10
História
Os grandes mistérios do cristianismo - Criação, Revelação,
Encarnação, Ressurreição, Igreja - todos eles têm alguma
relação com a história.
A história é fonte da teologia em sentido diferente da Sagrada
Escritura e da Tradição. É uma fonte que se pode denominar informativa (proporciona dados e experiências), interpretativa (os factos
acontecidos dão às palavras e sentenças dos homens a plenitude do
seu sentido) e orientadora (permite comparar uns factos com outros
ocorridos em diferentes momentos).
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FONTES, MÉTODO, 11
Método
A história da teologia católica mostra que os teólogos usaram
de modo mais ou menos espontâneo diversos modelos metodológicos. A evolução do método teológico está muito vinculada
à historia da Igreja, e ao desenvolvimento da cultura e do
pensamento profanos.
A teologia dogmática costuma empregar um modo de proceder
que contém duas fases essenciais: a) conhecimento e interpretação
do conteúdo da Revelação (teologia positiva: examina dados, afirmações, etc. do depósito revelado para descobrir o sentido preciso de
cada um); b) compreensão e síntese ordenada desse conteúdo
(teologia especulativa: ocupa-se de compreender os dados e articulá-los em construção intelectual). São dois aspectos complementares
da teología.
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FONTES, MÉTODO, 12
A teologia necessita da filosofia como instrumento intelectual. Mas nem toda a filosofia serve para a teologia. É preciso:
1. uma atitude filosófica que aceite a existência da Verdade e a capacidade da razão
para conhecê-la e expressá-la na linguagem;
2. uma filosofia realista, que afirme o mundo
como algo real, e não como produto mental
da razão (idealismo);
3. uma filosofia que sustenha a Criação e a
distinção entre Criador e criaturas;
4. uma filosofia que conceba o ser humano
como unidade do espiritual e do somático
(alma e corpo).
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FONTES, MÉTODO, 13
A divisão da teologia em diversas disciplinas, por motivos
históricos e pedagógicos, não pode fazer-nos esquecer que
a teologia é una.
Várias disciplinas, 1:
- teologia fundamental: nasce da apologética. Estuda o acontecimento da Revelação e a sua credibilidade;
- teologia dogmática: ocupa-se directamente do dogma. Tratados
que se ocupam da Trindade, da Criação, do Ser e da obra de Jesus
Cristo Verbo encarnado, da Igreja, dos Sacramentos, da Virgem
Maria, da graça, das verdades escatológicas;
- teologia moral: os tratados actuais procuram não separá-la da
dogmática e expor a vida cristã não só como combate contra os
vícios, mas também como um esforço para conseguir todas as
virtudes, com a graça de Deus;
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FONTES, MÉTODO, 14
Várias disciplinas, 2:
- teologia espiritual: trata de Deus Trino enquanto fonte,
exemplar e fim da vida cristã. Estuda a existência
cristã enquanto caminho de encontro e comunicação entre
Deus e o homem;
- Sagrada Liturgia: é o canal sacramental pelo qual a Igreja
anuncia e celebra o mistério de Cristo, para que os fiéis pos-sam viver dele e dar testemunho cristão no mundo.
Sacrosanctum Concilium 16: “deve-se considerar entre as
matérias necessárias e mais importantes nos seminários e
casas de estudo de religiosos, e entre as disciplinas principais
das faculdades teológicas”;
- teologia Ecuménica: o ecumenismo na Igreja é o conjunto
de iniciativas que buscam a unidade visível dos cristãos.
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Fontes - Curso de Teologia