Componente Curricular: Patologia e Profilaxia Módulo I Profª Mônica I. Wingert Turma 101E PATOLOGIA E PROFILAXIA HISTÓRIA DA HIGIENE Definição: é um conjunto de conhecimentos e técnicas para evitar doenças. Com o uso de desinfectante e outros métodos de limpeza conservamos a nossa saúde. História da higiene no mundo *greco-romano- o banho era uma ação realizada de forma coletiva em termas construídas para que os gregos e os romanos pudessem cuidar do seu corpo. *a Idade Média- o banho, era considerado prejudicial. As pessoas geralmente tomavam apenas dois ou três banhos por ano. No dia de tomar banho quem tinha prioridade de usar a água limpa, ou seja, a primeira água era o chefe da família, e assim sucessivamente os banhos eram tomados, a começar pelo pai, mãe, filhos, e por último os bebês. O cheiro dos corpos impregnava todas as casas. As roupas eram lavadas somente duas ou três vezes por ano, devido à raridade das mesmas e ao alto custo do sabão. Para retirar a sujidade acumulada na pele, estes povos utilizavam uma ferramenta conhecida como strigil. O strigil consistia numa espátula de ferro com trinta centímetros que era esfregada na pele, depois o corpo era todo besuntado com uma espécie de óleo. Em alguns casos, os escravos eram responsáveis pela limpeza de seus senhores. Em conseqüência disto, as pessoas cheiravam mal, eram sujas e viviam cheias de pulgas, piolhos e insetos. Os dentes não eram lavados, a maior parte das pessoas já não tinha dentes. Quando vemos em fotos antigas, lacaio a abanar as pessoas, não era pelo calor, mas sim para dispersar os odores fétidos que eram exalados das bocas e das partes íntimas. Nas áreas urbanas, os excrementos corporais e a água usada no banho eram atirados pela janela. O esgoto era a céu aberto o que obviamente propiciava a proliferação do mau cheiro e de doenças altamente contagiosas e infecciosas. As roupas de cama eram sujas, e às vezes dormiam na mesma cama, quatro ou seis pessoas. Devido a tanta falta de higiene e a muitas vezes manterem animais de grande porte, dentro de casa, a proliferação dos ratos era também grande. Estes fatores contribuíam para uma elevada taxa de mortalidade infantil. 1/3 das crianças morria antes de completar um ano de idade. *Evolução- A higiene pessoal, tal como é conhecida hoje na maioria dos países, só se estabeleceu em efetivo no século XIX. Antes disso, as pessoas não apenas toleravam a sujeira como ainda, muitas vezes, se compraziam com ela. A evolução dos cuidados íntimos deu-se aos trancos, com pequenos avanços seguidos de longos recuos. O cristianismo representou um retrocesso na história da higiene, no entanto o teólogo Tertuliano e os santos Agostinho e João Crisóstomo, ainda freqüentavam a casa de banho. Uma vez perdida, a prática de lavar o corpo todos os dias demoraria séculos para se restabelecer e em alguns países europeus ainda não se restabeleceu. O banho foi no máximo uma moda episódica, cavaleiros que voltaram das cruzadas, por exemplo, trouxeram o hábito do banho quente, muito comum entre os muçulmanos, que eram bastante mais asseados que os cristãos. As mulheres deveriam manter as unhas, os dentes e a pele limpos e, sobretudo, deveriam zelar pela limpeza. O prestígio do banho, porém, parece ter sido apenas literário. O cristão europeu médio lavava o rosto e as mãos antes da refeição e esfregava os dentes com paninhos e assim se resumia a sua higiene pessoal. A transição para a era moderna não trouxe nenhuma melhora higiênica, pelo contrário, o progressivo aumento das cidades gerou catástrofes sanitárias. Em Londres, Paris ou Lisboa, a disposição de lixo e de dejetos humanos era feita na rua. Os médicos certa vez recomendaram banhos ao Rei Sol como forma de terapia para as convulsões que ele sofria, mas interromperam esse tratamento quando o monarca se queixou de que a água lhe dava dor de cabeça. Acreditava-se então no poder de cura da imersão em água para certas doenças. Contraditoriamente, porém, também se atribuíam perigos ao banho: lavar o corpo todo abriria os poros, facilitando a infiltração de doenças. Ironicamente, as práticas precárias da higiene pessoal facilitaram epidemias européias, como a peste e a cólera. Outra crença curiosa do mesmo período diz respeito ao poder purificador da roupa: acreditava-se que o tecido "absorvia" a sujidade do corpo. Bastaria, portanto, trocar de camisa todos os dias para se manter limpo. Já no século XIX, o rei português D. João VI, mostrava-se descrente até da troca de camisas, que ele literalmente deixava apodrecer no corpo. No século XIX, com a propagação da água canalizada e do esgoto e com o desenvolvimento de uma nova indústria da higiene, principalmente nos Estados Unidos, que o banho foi reabilitado. O sabão, conhecido desde a Antiguidade, mas por muito tempo considerado um produto de luxo, foi industrializado e popularizado. Em 1877, a ScottPaper, companhia americana pioneira na fabricação de papel higiênico, começou a vender o seu produto em rolos, formato que se mostra até hoje inalterado. O século XX prosseguiria com a expansão da higiene. Os desodorizantes modernos datam de 1907 e a primeira escova de dente plástica é dos anos 50. Alguns cientistas já levantaram a hipótese de que a super proteção com que as crianças hoje em dia são educadas está a debilitar as suas resistências imunológicas e a aumentar a incidência de doenças alérgicas. A história dos séculos sujos que nos precederam pode ser uma lição moderadora: a humanidade, afinal, sobreviveu a toda essa imundície. As vantagens de viver na era do desodorizante e do fio dental mentolado são auto-evidentes, mas convém lembrar sempre a frase de Henry J. Temple, nobre inglês da virada do século XVIII para o XIX: "Sujidade é só matéria fora do lugar". Aprendemos que na idade média havia falta de higiene o que provocava a proliferação de certas doenças, no entanto, os excessos de produtos higiênicos que se verifica muitas vezes na atualidade também podem provocar outro tipo de doenças. Em suma, devemos ter cuidados higiênicos moderados.