Lista de Exercícios de Recuperação do 2° Bimestre Instruções gerais: Resolver os exercícios à caneta e em folha de papel almaço ou monobloco (folha de fichário). Copiar os enunciados das questões. Entregar a lista de exercícios no dia da avaliação de recuperação da disciplina. Não se esqueça de colocar nome, número e série. A lista de exercícios vale 2,0 (dois pontos). Capriche e bom trabalho! LÍNGUA PORTUGUESA – 2EM – PROFª. VERA 01. “Comunicação não é o que você diz.” Conforme o sentido e a gramática normativa, a oração destacada nesse período é classificada como oração subordinada substantiva (A) (B) (C) (D) (E) apositiva. completiva nominal. objetiva direta. objetiva indireta. predicativa. Leia com atenção o artigo a seguir, publicado num blog da Revista ISTOÉ, na seção comportamento. Em seguida, responda às questões 02, 03 e 04. Noivo foge e vai pescar; volta e quer casar Bruna Cavalcanti e Monique Oliveira Há uma famosa música sertaneja que diz: “tá nervoso? Vai pescar”. Foi isso o que fez na cidade paulista de Ribeirão Preto o pedreiro Antonio Mondim. O problema é que ele ficou nervoso na véspera de seu casamento, e tudo porque brigara com a noiva, Sueli Casarotti. Antonio “se mandou” para pescar, só que juntamente com o anzol e a vara carregou R$ 19 mil, um carro e uma moto que pertencem a Sueli. Ela soube da fuga quando estava no salão de cabeleireiro se emperiquitando para o casório e, de lá, foi direto à delegacia. De repente o noivo voltou, sem peixe, mas com a convicção de que quer mesmo se casar (programado para o sábado 31). Ela o perdoou porque o amor é lindo: “Foi tudo um mal-entendido.” Antonio garante: “Eu a amo demais.” Como disse um dia o escritor Caio Fernando Abreu, em seu carregado ceticismo, “amor é falta de Q.I.” Pode-se também afirmar que, nesse caso, o amor de Antonio reviveu depois que algumas piranhas lhe morderam a isca. E que, no mais, o rio não estava para peixe. Disponível em: http://www.ociocriativo.com.br/frases/pesquisa.cgi?cmd=txtcat&ref=1121717773. Acesso em: 02/06/2012. (adaptado) Ceticismo/Cepticismo – s.m. Qualidade de quem é céptico; atitude daquele que duvida de tudo; descrença. Filosofia. Doutrina que se baseia na suspensão dos juízos afirmativos ou negativos, sobretudo em matéria de metafísica. Q.I. – Med. Sigla de Quociente de Inteligência ou Intelectual. Nos fragmentos do artigo apresentados a seguir, a única alternativa em que a palavra destacada se refere ao personagem pedreiro Antônio Amorim (coesão referencial) de acordo com contexto é: (A) (B) (C) (D) (E) “(...) depois que algumas piranhas lhe morderam a isca”. “Ela soube da fuga quando estava no salão (...)”. “Ela o perdoou porque o amor é lindo: Foi tudo um mal-entendido”. “Eu a amo demais”. “Foi tudo um mal-entendido”. 02. As formas referenciais (anafóricas) “Isso” e “Lá”, acompanhando a coesão do artigo, referem-se respectivamente (A) à delegacia, aonde foi Sueli, e à realização de Antônio, no que pode causar-lhe problemas e valores. (B) à moto e ao carro que pertencem à Sueli; e ao salão de beleza, onde se emperiquitava Sueli. (C) ao fato do personagem Antônio ter ido pescar por estar relativamente nervoso; e ao salão de beleza. (D) ao pedido realizado por Antônio, demonstrando o amor à Sueli; e ao pensamento relacionado à pescaria. (E) ao sentido do termo “amor”, segundo o poeta Carlos Fernando Abreu; e às ações de Antônio no contexto. (A) (B) (C) (D) (E) 03. Comparando o contexto do artigo ao comentário do Q.I. e ao ceticismo do poeta Caio Fernando Abreu, observamos que o desfecho nos apresenta ambiguidade. romantismo. sarcasmo. sentido literal. significado de amor. 04. “Não sei o que faço”. Conforme o sentido e a análise sintática da Gramática Normativa, a oração destacada nesse período é classificada como oração subordinada substantiva (A) (B) (C) (D) (E) apositiva. completiva nominal. objetiva direta. objetiva indireta. predicativa. Machado de Assis (1839-1908), em. D. Casmurro (1899), constrói perfis muito especiais. Pelos olhos do narrador Bentinho, conheça a prima Justina. SENSAÇÕES ALHEIAS Não alcancei mais nada, e para o fim arrependi-me do pedido: devia ter seguido o conselho de Capitu. Então, como eu quisesse ir para dentro, prima Justina reteve-me alguns minutos, falando do calor e da próxima festa da Conceição, dos meus velhos oratórios, e finalmente de Capitu. Não disse mal dela; ao contrário insinuou-me que podia vir a ser uma moça bonita. Eu, que já a achava lindíssima, bradaria que era a mais bela criatura do mundo, se o receio me não fizesse discreto. Entretanto, como prima Justina se metesse a elogiar-lhe os modos, a gravidade, os costumes, o trabalhar para os seus, o amor que tinha a minha mãe, tudo isto me acendeu a ponto de elogiá-la também. Quando não era com palavras, era com o gesto de aprovação que dava a cada uma das asserções da outra, e certamente com a felicidade que devia iluminar-me a cara. Não adverti que assim confirmava a denúncia de José Dias, ouvida por ela, à tarde, na sala de visitas, se é que também ela não desconfiava já. Só pensei nisso na cama. Só então senti que os olhos de prima Justina, quando eu falava, pareciam apalpar-me, ouvir-me, cheirar-me, gostar-me, fazer o ofício de todos os sentidos. Ciúmes não podiam ser; entre um pirralho da minha idade e uma viúva quarentona não havia lugar para ciúmes. É certo que, após algum tempo, modificou os elogios a Capitu, e até lhe fez algumas críticas, disse-me que era um pouco trêfega e olhava por baixo; mas ainda assim, não creio que fossem ciúmes. Creio antes... sim... sim, creio isto. Creio que prima Justina achou no espetáculo das sensações alheias uma ressurreição vaga das próprias. Também se goza por influição dos lábios que narram. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ua000194.pdf (Acesso em: 10 nov. 2011) 05. Assinale a alternativa que melhor explica o que eram as “Sensações alheias”, segundo Bentinho. (A) Era achar Capitu tão linda quanto ele mesmo, Bentinho, achava-a. (B) Era assediar Bentinho apenas com o olhar e usando todos os sentidos por sentir-se muito só. (C) Era levar prima Justina a confirmar a denúncia de José Dias por suas asserções. (D) Era sentir ciúmes do rapaz, embora ele fosse incrédulo, dizendo mal de Capitu. (E) Era sentir, naquilo que se ouvia, as mesmas sensações do que era narrado, como se fossem as próprias. Leia a conclusão a que chegou Brás Cubas sobre suas origens. “O que importa é a expressão geral do meio doméstico, e essa aí fica indicada, — vulgaridade de caracteres, amor das aparências rutilantes, do arruído, frouxidão da vontade, domínio do capricho, e o mais. Dessa terra e desse estrume é que nasceu esta flor.” 06. Indique a afirmativa que caracteriza o fragmento como um todo, tomando em destaque o parágrafo lido. (A) A expressão geral do meio doméstico, que é o que vale, é positiva. (B) A imagem da flor que nasce do estrume é carregada de ironia. (C) A vontade frouxa e o capricho são desvios de caráter pouco importantes. (D) O narrador Brás Cubas é mais pessimista que irônico. (E) O narrador consegue ser otimista ao pensar na flor, depois de tudo. Uma das grandes obras do Naturalismo brasileiro é O Cortiço (1890), de Aluísio Azevedo (18571913). Exemplo perfeito de como age o determinismo social, o cortiço “contamina” quem por ali passa. Leia o fragmento a seguir. “Fechou-se um entra-e-sai de marimbondos defronte daquelas cem casinhas ameaçadas pelo fogo. Homens e mulheres corriam de cá para lá com os tarecos ao ombro, numa balbúrdia de doidos. O pátio e a rua enchiam-se agora de camas velhas e colchões espocados. Ninguém se conhecia naquela zumba de gritos sem nexo, e choro de crianças esmagadas, e pragas arrancadas pela dor e pelo desespero. Da casa do Barão saíam clamores apopléticos; ouviam-se os guinchos de Zulmira que se espolinhava com um ataque. E começou a aparecer água. Quem a trouxe? Ninguém sabia dizê-lo; mas viam-se baldes e baldes que se despejavam sobre as chamas. Os sinos da vizinhança começaram a badalar. E tudo era um clamor. A Bruxa surgiu à janela da sua casa, como à boca de uma fornalha acesa. Estava horrível; nunca fora tão bruxa. O seu moreno trigueiro, de cabocla velha, reluzia que nem metal em brasa; a sua crina preta, desgrenhada, escorrida e abundante como as das éguas selvagens, dava-lhe um caráter fantástico de fúria saída do inferno. E ela ria-se, ébria de satisfação, sem sentir as queimaduras e as feridas, vitoriosa no meio daquela orgia de fogo, com que ultimamente vivia a sonhar em segredo a sua alma extravagante de maluca. Ia atirar-se cá para fora, quando se ouviu estalar o madeiramento da casa incendiada, que abateu rapidamente, sepultando a louca num montão de brasas.” (AZEVEDO, Aluísio. O Cortiço. São Paulo: Ática, 1999.) 07. O apuro no descritivismo faz com que a cena se torne visual. Mas há outro sentido também muito aguçado pela leitura do texto. Assinale a alternativa que apresenta esse elemento. A) audição. B) tato. C) paladar. D) olfato. E) visão. 08. Com relação à prosa de ficção realista-naturalista, não se pode afirmar que: a) Prosa realista, com vistas ao entretenimento do leitor, retratou, enfaticamente o casamento com suas “verdades” afetivas e morais. b) Em oposição à visão romântica de mundo, o narrador realista foi mais impessoal na descrição da realidade. c) Os escritores realistas e naturalistas optaram por uma concepção da realidade “tal como é e não como deve ser”. d) O mundo humano, na ficção naturalista, apresentou-se submetido ao mesmo determinismo que o resto da natureza. e) O romance naturalista aplicou métodos científicos na transfiguração artística do real. 09. O Realismo e o Naturalismo são movimentos surgidos na segunda metade do século XIX, marcado por transformações econômicas, científicas e ideológicas. Sobre esses dois movimentos, assinale a alternativa incorreta: a) Para o escritor realista, a neutralidade diante do tema é imprescindível. Para isso, usa a narrativa em terceira pessoa. O naturalista observa também esse princípio, acrescentando uma aproximação das ciências experimentais e da filosofia positivista. b) O realismo brasileiro teve poucos seguidores e uma de suas figuras marcantes foi Machado de Assis. Euclides da Cunha, com Os sertões, foi outra figura de destaque no movimento. c) O Naturalismo é considerado um prolongamento do Realismo, pois assume todos os princípios e as características deste, acrescentando-lhe, no entanto, uma visão cientificista da existência. No Brasil, o Naturalismo foi iniciado por Aluísio Azevedo, que publicou O mulato, Casa de pensão e O cortiço. d) Ambos, Machado de Assis e Aluísio Azevedo, iniciaram-se na estética romântica. Posteriormente, o primeiro seguiu a estética realista, e o segundo a estética naturalista. e) A fase realista de Machado de Assis pode ser observada nos seus contos e romances. Entre eles, se destacam Memórias póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba e Dom Casmurro, obras em que se abordou temas como o adultério, o parasitismo social, a loucura e a hipocrisia.