VidaBosch
Janeiro|Fevereiro|Março de 2006 • nº 5
Tecnologia para a vida
Robert Daly/Getty Images
Futuro do presente
Tecnologia de hoje indica a casa de amanhã
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O rei do verão
Além de delicioso, sorvete é nutritivo
Florianópolis e arredores
O que o litoral de Santa Catarina tem de melhor
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editorial
Boa leitura!
Rachel Guedes
Edu Lyra/Samba Photo
08
14
20
Leigh Beisch/Getty Images
É com muita satisfação que apresentamos a você, caro leitor, a revista
VidaBosch de roupa nova. Na edição
em que completa um ano, ela ganhou
mudanças no layout com o objetivo
de unificar a aparência da marca mundialmente, por meio do novo design
corporativo da Bosch.
As transformações na nova identidade visual da Bosch começaram
em 2004, com a revisão do nosso corporate design. O conjunto formado
pelas cinco letras em vermelho e o
logotipo (o induzido, uma peça desenvolvida por Robert Bosch há um
século), que, por muitas décadas, têm
dado a aparência à nossa marca, além
de um novo slogan (“Tecnologia para
a vida”), compõe uma unidade que
reflete as principais características
da empresa — qualidade, confiabilidade, integridade e durabilidade,
com foco na qualidade de vida de
seus clientes.
Com o novo design, a VidaBosch estará integrada aos padrões de qualidade visual Bosch, mantendo sua
identidade inicial de oferecer ao leitor informações sobre tendências,
entretenimento, qualidade de vida e
curiosidades, sempre com muito dinamismo, modernidade e inovação.
O resultado, como você verá nas páginas seguintes, é um projeto que
privilegia a elegância e o prazer da
leitura. Que a mudança coincida com
a entrada do novo ano, não é coincidência. É uma aposta de que 2006
vai ser um ano especial, para a VidaBosch e para seus leitores.
Ryan McVay/Getty Images
O ano muda, a
VidaBosch também
02
Sumário
02 viagem | Um roteiro com o que há de melhor em Florianópolis e região
08 eu e meu carro | Ágil nas quadras, o levantador Maurício é tranqüilo na direção
10 torque e potência | O dilema dos caminhões: pagar pedágio ou enfrentar asfalto ruim?
14 casa e conforto | Como será a casa do futuro? As casas de hoje dão algumas pistas
20 saudável e gostoso | Descubra o lado saudável do sorvete
26 tendências | Por que a arte do design está cada vez mais disseminada
32 grandes obras | Hidrelétrica constrói túnel no rio para aumentar vazão da água
36 Brasil cresce | Guloseimas brasileiras fazem sucesso nos cinco continentes
40 atitude cidadã | Empresas juntam-se à ONU em prol da responsabilidade social
44 aquilo deu nisso | Limpador de pára-brisa e cadeira de dentista têm algo em comum
46 áudio | Nos displays dos auto-rádios, mais cores, animações e funções
Expediente
VidaBosch é uma publicação trimestral da Robert Bosch Ltda., desenvolvida pelo departamento de Marketing
Corporativo (ADV).
Se você tiver dúvidas, reclamações ou sugestões, fale com o Serviço de Atendimento ao Consumidor Bosch:
(011) 2126-1950 (Grande São Paulo) e 0800-7045446 (outros locais) ou www.bosch.com.br/contato
Presidente: Edgar Silva Garbade • Gerente de Marketing Corporativo: Ellen Paula G. da Silva • Produção e edição:
PrimaPagina (www.primapagina.com.br), rua Campos Bicudo, 98, 3° andar, CEP 04536-010, São Paulo, SP, tel.
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finalização: Inovater • Impressão: Globo Cochrane • Revisão: Dayane Cristina Pal ([email protected]) •
Jornalista responsável: Jaime Spitzcovsky (DRT-SP 26479)
Ellen Paula
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viagem
Cassio Vasconcellos/SambaPhoto
2 | VidaBosch |
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| Por Milu Leite
Da ilha ao continente
Um roteiro pelo melhor do litoral de Santa Catarina
Galheta, em Florianópolis
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4 | VidaBosch |
viagem
Reinaldo Minillo/SambaPhoto
N
em só de Joaquina e Canasvieiras vivem
as belezas de Florianópolis — menos
ainda o litoral de Santa Catarina. Essas duas
praias foram, por algum tempo, as grandes
estrelas, mas a ilha e seus arredores, principalmente a rota Floripa-Garopaba, no sul
do Estado, têm outras atrações irresistíveis.
Difícil encontrar um ponto na capital catarinense que ainda faça jus ao hino da cidade
(“um pedacinho de terra perdido no mar”),
pois nela quase nada permanece bucolicamente “perdido”, mas é possível conhecer
alguns locais na região menos manjados.
Estar a passeio em Florianópolis significa ter o privilégio de poder decidir em cima
da hora que tipo de coisa se quer curtir: o
sossego de uma caminhada, com direito a
cachoeiras (há uma centena de trilhas maravilhosas na ilha) ou o mergulho no mar
(são 42 praias). Isso se deve não só às peculiaridades do seu relevo, que mescla planícies e montanhas, como também à urbanização desigual, que tem poupado da invasão
humana tesouros da natureza, como as praias de Naufragados, do Saquinho e de Lagoinha do Leste, por exemplo, onde só chega
de barco ou caminhando por morros.
Um bom modo de conhecer a ilha é justamente fazer uma composição de atividades, ou seja, optar por uma caminhada, um
passeio histórico, um banho de mar numa
das ilhas que existem em torno da própria
ilha e, finalmente, um giro pelas praias mais
badaladas. A vida noturna também deve ser
aproveitada. No verão, os bares e restaurantes são bastante animados e os cardápios,
caprichados. Há, ainda, uma razoável opção de lugares para dançar, e a apresentação de DJs renomados costuma acontecer
justamente nessa época do ano.
Quando se cansar da ilha, aproveite para dirigir o carro até duas pequenas jóias
que estão fora dela, no continente: a Guarda do Embaú e o Rosa, praias que ficam na
BR-101, em direção ao sul do Estado, nos
G.Evangelista/Opção Brasil Imagens
municípios de Palhoça e Imbituba, respectivamente. Por que são obrigatórias? Além
de lindas, essas cidadezinhas praianas misturam simplicidade com mordomias e algum refinamento.
Diante de tantas opções, como montar
um roteiro? A primeira providência é resolver onde ficar, e o conselho é que você finque
bases na ilha, porque na porção continental
da cidade não há muito o que ver. Então, decida-se entre instalar-se no norte ou no sul.
Descarte ficar no centro se quer estar perto
de alguma praia própria para banho.
O norte é mais urbanizado, tem praias
de águas mais calmas e menos frias. Por outro lado, reúne o maior número de praias
lotadas, e muitas delas acabam ficando poluídas. O sul é menos populoso, as praias
têm o mar frio e agitado, e muitas delas são
de tombo. Obviamente, você pode (e deve)
conhecer a ilha por inteiro, mas para isso
terá de percorrer distâncias consideráveis
(em alguns casos, em ruas sem asfalto e
cheias de desníveis), já que Florianópolis
tem cerca de 50 quilômetros de um extremo a outro e a extensão total de sua costa
soma mais de 170 quilômetros.
No sul
A parte
norte de
Florianópolis
abriga praias
bonitas e
concorridas,
como a do
Santinho
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Se você gosta de turismo ecológico, seja radical e opte por uma caminhada até a praia
de Lagoinha do Leste. São 2 horas de ida e
volta, morro acima e morro abaixo, a partir
de uma trilha que se abre à esquerda, a cerca de 50 metros da praia de Pântano do Sul.
O caminho é bastante conhecido e, no verão,
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viagem | VidaBosch | 5
Edu Lyra/SambaPhoto
Ribeirão da Ilha,
com seu conjunto
arquitetônico
histórico, guarda
um pouco da
Florianópolis dos
tempos coloniais;
mesmo bastante
badalada, a Lagoa
da Conceição (à
esquerda) ainda
mantém seus
encantos e é
parada obrigatória
costuma ser muito usado, o que faz com que
não haja problema para encontrá-lo. Lagoinha do Leste é uma das mais belas praias
da ilha, com areias brancas e vegetação praticamente intocada, mar com ondulação perfeita e uma lagoa de águas escuras e limpas.
Um passeio que, com certeza, agradará a
todos, atletas ou não, é a ilha do Campeche,
que fica bem em frente à praia de mesmo
nome. As visitas são restritas a 400 visitantes por dia. Há três opções de saída de barcos
até lá: a partir da ponta direita da praia da
Armação (a viagem mais rápida, com cerca
de 40 minutos e embarcações saindo a cada
lotação), a partir da Barra da Lagoa e a partir
do trapiche da Lagoa da Conceição (trajetos
mais longos, e também mais bonitos). Todas
as saídas dependem das condições do mar.
É comum partirem botes diretamente da
praia do Campeche, mas eles não costumam
ter licença para fazer o transporte e, por isso, não são recomendáveis.
Resista à facilidade de uma viagem de
bote rápida, mas perigosa; porém, não resista aos apelos da ilhazinha. Ela reúne a
maior amostra de inscrições rupestres da
região. Para conhecer as inscrições, que
datam de 5 mil anos, é necessário solicitar
um guia (eles estão disponíveis na própria
ilha), porque as trilhas nem sempre são visíveis. A grande pedida é ir à Caverna dos
Morcegos, fazendo uma caminhada de noventa minutos em meio à mata nativa. Quatis são vistos a todo momento, mesmo por
quem permanece na praia. Ao partir para a
ilha do Campeche, lembre-se de levar água
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e lanches — os dois restaurantes do local
comumente estão desabastecidos.
A sugestão para conhecer um pouco da
história de Floripa é o Ribeirão da Ilha. O
ponto forte dali são o cultivo de ostras e o
conjunto arquitetônico açoriano (um pequeno grupo de casas e a igreja Nossa Senhora da Lapa do Ribeirão, de 1763). Vale
uma parada num dos restaurantes locais
para degustação de ostras.
No norte
Se a sua opção for pelo norte da ilha, o melhor a fazer é uma caminhada pela praia
de Daniela, na direção do seu extremo esquerdo. Estacione o carro no final da rua que
margeia a praia (certifique-se de não deixar
nada de valor à vista porque é muito comum
o arrombamento de veículos em toda a ilha)
e caminhe pela areia, observando, à sua esquerda, o mangue (reserva ecológica onde é
possível, com muita sorte, avistar pequenos
jacarés). A Daniela tem águas tranqüilas, de
temperatura agradável, por isso é adorada
pelas crianças. Além disso, os golfinhos vez
por outra aparecem por ali.
Jurerê, Jurerê Internacional e Ingleses,
assim como a praia Brava e o Santinho, são
as mais badaladas. Jurerê já esteve imprópria para banhos nos últimos verões, Jurerê Internacional apresenta um crescente
comércio de ambulantes na areia e a praia
Brava reúne a moçada descolada da sociedade local. São praias bonitas, de mar azul,
extremamente procuradas pelos turistas
em todas as épocas do ano.
1/13/06 12:37:22 PM
6 | VidaBosch |
viagem
Sacha Quadrelli/Keystone
concentração de banhistas acontece mais
à direita da praia, onde há também as melhores ondas. Por essa razão, se você quer
privacidade, aproveite a grande extensão
da praia e caminhe um pouco mais, em direção ao Canto das Aranhas. O acesso para
Moçambique requer atenção do motorista,
porque há poucas entradas. Deve-se seguir
por caminhos de terra e areia, e estacionar
o carro entre árvores.
Na BR-101
O Canto
das Aranhas,
próximo à praia
de Moçambique:
garantia de
local tranqüilo
em plena capital
catarinense
O cartão postal
A Lagoa da Conceição é, atualmente, o point
de Floripa. Localizado no interior da ilha,
a cerca de 15 quilômetros do centro, o centrinho da Lagoa reúne bares e restaurantes
e é passagem obrigatória para quem desce
o Morro das Sete Voltas em direção às
praias da Joaquina, Mole, Barra da Lagoa e
Moçambique. Infelizmente, não há escolha
quanto a isto: se você está em Florianópolis, vai ter de conhecer esses lugares, mesmo que tenha de enfrentar um congestionamento impiedoso para fazê-lo. Um modo
de tentar evitá-lo é sair cedo de casa (antes
das 9h) e voltar cedo (até as 15h).
Se tiver que escolher entre a praia da
Joaquina e a Mole, leve em consideração algumas particularidades: a Joaquina não é
tão bonita, mas é mais indicada para as crianças. Além disso, há as dunas e a possibilidade de alugar esquis para brincar nelas. A
Mole é uma praia linda, de mar verde e agitado, e que vive lotada. Tem bares e restaurantes praticamente na areia. É o ponto de
partida para quem quer conhecer a Galheta
(praia de nudismo).
Se você optar pela Mole, dê uma esticada
até Moçambique, praia mais selvagem que
fica em meio ao Parque Florestal do Rio Vermelho, reserva ecológica da ilha. A maior
Ao sul de Florianópolis, o ideal é reservar
ao menos dois dias para conhecer a Guarda
do Embaú, Garopaba e o Rosa, mas é possível fazer um rápido giro por essas praias percorrendo cerca de 180 quilômetros
(ida e volta) num único dia, partindo bem
cedo de Floripa em direção a Porto Alegre.
Tenha cuidado com as lombadas — elas
nem sempre estão sinalizadas — e com os
buracos, que aumentam em quantidade e
tamanho com um único dia de chuva.
No caminho, você vai passar, ainda, por
praias de beleza menor, mas que valem
uma olhada, como a praia do Sonho e a Enseada do Brito. A praia do Sonho é urbanizada e popular. Ironicamente, é dali que
partem os barcos para a ilha do Papagaio,
cuja entrada é restrita aos hóspedes do
luxuoso hotel de mesmo nome. A Enseada
do Brito, por sua vez, serve de morada para muitos florianopolitanos que querem estar perto da ilha sem sofrer os abalos da
superlotação que se dá na temporada. O
vilarejo é pequeno e vive basicamente do
cultivo de ostras.
Arquivo Bosch
A Bosch na sua vida
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Artéria do motor
Se o motor fosse um organismo, o cabo de ignição seria uma de suas principais artérias. Esse
dispositivo transfere eletricidade para as velas de ignição, responsáveis por produzir a faísca
que coloca o motor em funcionamento. Em viagens com o carro pelo litoral de Santa Catarina,
por exemplo, é importante fazer uma checagem geral do sistema de ignição, uma vez que a
umidade e a maresia podem prejudicar os contatos elétricos do cabo. Um cabo defeituoso costuma gerar falhas de funcionamento, aumento do consumo de combustível e elevação do nível
de emissão de poluentes. A Bosch disponibiliza no mercado brasileiro uma linha de cabos de
ignição de alta durabilidade, projetados para resistir a oscilações de temperatura e a variações
nas condições de funcionamento do motor.
1/13/06 12:39:15 PM
viagem | VidaBosch | 7
A Guarda do Embaú (a cerca de 70 quilômetros da capital) é sem dúvida a praia
mais interessante da região. A surpresa de
encontrar o rio da Madre como obstáculo
para chegar à praia é arrebatadora e, por
mais que você já tenha ouvido falar dela,
vai ficar de queixo caído com sua beleza.
Ao redor dela, o burburinho de bares, restaurantes de comida caseira e lojas lembra as cidadezinhas litorâneas de outras
metrópoles. O mar da Guarda é disputado
por surfistas de todas as partes do Brasil,
por isso o vilarejo fica apinhado de carros.
Tenha paciência para chegar até lá, porque
não haverá arrependimento.
Para ir a Garopaba é preciso retornar à
BR-101. São mais alguns quilômetros até al-
Na Guarda do Embaú, mesclam-se
a beleza arrebatadora do mar
agitado e as águas do rio da Madre
cançar o vilarejo, que conta com nove praias. As melhores são sem dúvida nenhuma a
da Silveira e a da Ferrugem. A Silveira é bem
pequena, e costuma ser mais tranquila no
começo da manhã ou já no fim de tarde.
O caminho até a praia do Rosa tem mais 15
quilômetros, mas você pode fazer o trajeto
por uma via asfaltada interior, livrando-se do
tráfego da BR-101. Porém, esteja preparado
para depois dirigir mais uns 8 quilômetros
por uma estradinha de terra bastante sinuosa, com subidas e descidas que vão castigar
o escapamento do carro. Em dia de chuva, é
melhor esquecer esse passeio!
A praia do Rosa tem areias brancas e relevo
irregular. No meio, há uma lagoa aprazível. O
mar é ondulado e cristalino. Entre agosto e
novembro, é procurada pelas baleias-francas
e seus filhotes. Depois de visitá-la, você pode
voltar a Floripa e fazer outros roteiros : o litoral catarinense nunca enjoa.
Aleruaro/SambaPhoto
Arquivo Bosch
Com areias
brancas e relevo
irregular, mar
ondulado e
ristalino, a Praia
do Rosa é um
dos pontos mais
belos ao sul de
Florianópolis
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Onde se hospedar e comer
Em Floripa
• Hotel São Sebastião da Praia
Avenida Campeche, 1373 – Campeche
Tel.: (48) 3338-2020
• Pousada Vila Tamarindo
Avenida Campeche, 1836 – Campeche
Tel.: (48) 3237-3464
• Bar do Arante
Nas areias da praia de Pântano do Sul
Tel.: (48) 3237-7022
• Restaurante Uma Rosa
Av. Afonso Delambert Neto, 315 – Lagoa
Tel.: (48) 3232-2452
Na Guarda do Embaú
• Pousada Zululand
Servidão do Cumbatá, s/nº – Guarda
Tel.: (48) 3283-2093
• Restaurante O Coquille
Rua da Antena, s/nº
Tel.: (48) 3283-2559
Em Garopaba
• Pousada Kohphangan
Rua das Baleias, s/nº
Tel.: (48) 3254-0347
• Restaurante Embarcação
Av. dos Pescadores, 295 – Centro
Tel.: (48) 3254-3950
No Rosa
• Pousada Villa Agrifoglio
Estr. Geral do Rosa, s/nº
Tel.: (48) 3354-0299
• Restaurante Tigre Asiático
Servidão da Estr. Geral do Rosa, s/nº
Tel.: (48) 3354-0170
Um ótimo site com mais opções de hotéis, restaurantes e passeios em Floripa e arredores é
www.guiafloripa.com.br, que também tem um
link para o guia Trilhas da Ilha, com informações e dicas das melhores saídas.
O salva-vidas do ABS
A função do ABS (Antilock Braking System) já é bem conhecida dos consumidores: ele evita o
bloqueio das rodas durante uma freada, tornando mais fácil controlar o veículo em situações de
emergência. No entanto, o que pouca gente sabe é que o sistema exige manutenção periódica e
até a troca de componentes. Buracos, valetas e lombadas — como as que são comuns no litoral catarinense — podem danificar os sensores do ABS instalados em cada roda. Além disso, um fluido
de freio de má qualidade pode danificar o sistema hidráulico do ABS. A Bosch lançou recentemente no mercado brasileiro sua linha de reposição para sistemas ABS. O objetivo é fornecer,
a um custo inferior, componentes de reposição do ABS, como sensores de rodas e unidade hidráulica. As peças podem ser encomendadas em qualquer loja da rede Bosch Service.
1/13/06 12:42:00 PM
eu e meu carro
Rachel Guedes
8 | VidaBosch |
Ágil nas quadras,
tranqüilo na direção
Maurício, ex-levantador da seleção brasileira de vôlei,
é motorista cauteloso e fanático por caminhonetes
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| Por Guilherme Prezia
A
agilidade demonstrada em frente à
rede contrasta com o jeito sereno e
tranqüilo com que o ex-levantador da seleção brasileira de vôlei Maurício Camargo
Lima, 37 anos, conduz o seu carro pelas
ruas de Campinas, no interior de São Paulo. Poucos meses após anunciar sua saída
definitiva das quadras, Maurício reserva
agora boa parte de seu tempo para curtir
a família em casa e a bordo de sua Toyota
Hilux, comprada em 2005 pelo craque.
Após 18 anos de carreira — passados entre treinos, jogos e hotéis —, Maurício tem,
pela primeira vez, tempo para cultivar uma
de suas paixões: os automóveis. Nesse universo das quatro rodas, o bicampeão olímpico — foi ouro nos Jogos de Barcelona (1992)
e Atenas (2004) — não esconde sua preferência. “Gosto de caminhonete. A gente fica alto,
guiando”, diz o atleta, parecendo esquecer
de seu 1,84 metro de altura.
No segmento de caminhonetes, o currículo de Maurício só perde para a quantidade de títulos conquistados nas quadras.
“Já tive Ranger (Ford), S-10 (Chevrolet), Pajero (Mitsubishi) e agora estou com a Hilux
(Toyota)”, afirma o levantador, que, além
das duas medalhas olímpicas, coleciona outras grandes conquistas, como o tetracampeonato da Liga Mundial (1993 / 2001/ 2003/
2004), o campeonato Mundial (2002), a Copa
do Mundo (2003) e ainda o título de melhor
jogador de vôlei do mundo (1995).
Rotina apertada
No entanto, para chegar a essas marcas
invejáveis, Maurício teve de literalmente
suar a camisa numa forte rotina de treinos
e jogos. Por essa razão, o levantador nunca
teve muito tempo para curtir seus carros.
Usar o carro em saídas noturnas de final de
semana ou viajar com os amigos sempre foi
algo fora de cogitação para ele. “Treinava
duas vezes por dia e tinha jogos em finais
de semana”, relembra.
Mesmo com a rotina apertada desde a adolescência, Maurício tirou carta aos 18 anos.
Seu primeiro carro foi uma Parati, que servia
basicamente como meio de transporte entre
sua casa e o local de treino. Mesmo assim, o
contato restrito com o carro não impediu o
jogador de desenvolver gosto pela direção.
“A minha paixão por carro começou logo
euemeucarro.indd Sec1:9
após eu tirar carta. A partir daí, fui pegando
gosto pelo negócio”.
Engana-se quem acha que a ligação de
Maurício com os automóveis está relacionada ao gosto pela velocidade. “Me considero
um motorista prudente”, afirma. Há 19 anos
com carteira de motorista, Maurício conta
que nunca bateu o carro, nem se envolveu
em algum acidente. Não por acaso, os critérios que ele mais usa para comprar um automóvel não estão no motor. “Para mim, o
carro tem que ser seguro e bonito”.
A prudência ao volante também se estende
à manutenção do carro. Mesmo confessando
não entender nada de mecânica, Maurício
diz que procura cumprir as recomendações
do fabricante e ficar alerta às luzes que eventualmente acendem no painel.
Com um bom currículo também ao volante, o bicampeão olímpico diz que não se
sente incomodado em guiar à noite ou em
situações de chuva, muitas delas durante
as constantes viagens do craque à cidade
de São Paulo. A única medida tomada para
enfrentar as chuvas, conta Maurício, foi a
instalação de uma capota marítima em sua
Hilux. O acessório impede que a chuva atinja objetos e malas colocadas na caçamba da
caminhonete.
Outra pequena modificação foi a instalação de uma película para escurecer o vidro
de sua Toyota, de maneira a reforçar a privacidade e a segurança. Isso não significa,
porém, que ele não goste de ser reconhecido no trânsito pelos fãs. “É legal parar no
semáforo e todo mundo te reconhecer. Isso
nunca me incomodou”, diz o levantador.
Curtindo a família
A paixão de Maurício por carros está hoje
ligada aos passeios que ele faz acompanhado de sua esposa, Roberta, e de seus
dois filhos, João Victor e Maria Eduarda.
“Sempre que dá, vamos para praia”.
Durante essas viagens, Maurício não
dispensa outro acessório fundamental: o
tocador de CD. “No carro, curto ouvir sertanejo, axé e MPB”. Mesmo assim, o craque
diz que não é exigente com a potência nem
com os equipamentos usados no sistema
de som do carro. “Para mim, basta ter um
CD comum para eu poder ouvir tranqüilo
minhas músicas”.
A Bosch na sua vida
Arquivo Bosch
Para ser visto
Uma lanterna traseira ideal alia design à eficiência de iluminação, o que se traduz em segurança para o veículo. Um melhor equilíbrio
entre esses fatores ocorreu com a introdução
das lanternas see-through (“ver através”, em
português), que têm lentes translúcidas.
Esses modelos inovaram na distribuição da
luz nos faróis translúcidos, que é feita por
defletores instalados atrás das lâmpadas.
Como não há lente entre a lâmpada e a capa
externa do farol, esse sistema ilumina mais
intensamente, o que é especialmente útil em
viagens noturnas com chuva e neblina. No
Brasil, a Bosch fornece, desde o ano 2000,
lanternas see-through para toda linha Fiat.
Arquivo Bosch
Para ver melhor
Além da prudência do motorista, dirigir na
chuva exige que o veículo tenha palhetas eficientes de limpador de pára-brisa. Lançada
pela Bosch no Brasil em 2004, as palhetas
Aerotwin limpam melhor o pára-brisa. Como
o nome sugere, o segredo do dispositivo é
seu desenho aerodinâmico, que aproveita
a força do vento para aumentar a pressão
da borracha da palheta sobre o vidro. Além
disso, o modelo pesa 65% menos do que
um convencional, pois usa apenas peças em
alumínio e borracha. Na Europa, a Aerotwin
equipa veículos da Mercedes-Benz, Volvo,
Porsche, Volkswagen e Audi, entre outras
marcas. No Brasil, está disponível somente
para reposição em veículos importados.
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torque e potência
Claudio Larangeira/kino.com.br
10 | VidaBosch |
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Por | Manuel Alves Filho
Bolso vazio ou pneu furado?
Caminhoneiros chegam a gastar até 30% do frete com
pedágios, mas estradas com tarifas são as melhores do Brasil
O
motorista brasileiro está numa encruzilhada sem saída, como costumam
dizer os caminhoneiros. Ao trafegar por rodovias em bom estado, é freqüentemente
obrigado a deixar valores que considera
exorbitantes nas praças de pedágio. De outro modo, quando circula por estradas onde não há cobrança desse tipo de tarifa, o
usuário vê-se forçado a enfrentar trajetos
repletos de buracos e outras deficiências,
o que costuma acarretar perda preciosa de
tempo e elevados gastos com a manutenção
do veículo. Essa sinuca de bico ficou ainda
mais evidente após a divulgação, em setembro último, da Pesquisa Rodoviária 2005,
da Confederação Nacional dos Transportes
(CNT). De acordo com o levantamento, 72%
dos 81.944 quilômetros inspecionados por
técnicos da entidade estão em situação precária. No ranking das 20 melhores rodovias,
conforme o estudo, 19 têm pedágios.
A pesquisa da CNT, que avaliou itens
como pavimento, sinalização e traçado da
malha rodoviária federal e das principais
rodovias estaduais, não deixa dúvida quanto
ao retorno proporcionado pelos pedágios.
As estradas pedagiadas levam larga vantagem em todas essas variáveis. De acordo com
a Associação Brasileira de Concessionárias
de Rodovias (ABCR), entidade que representa 36 empresas do setor, a diferença se deve
à maior capacidade de investimento da iniciativa privada em relação ao setor público.
Segundo a ABCR, entre 1995 e 2004 as concessionárias aplicaram R$ 10,4 bilhões em
obras de recuperação, melhoria e ampliação
dos 10.117 quilômetros concedidos. Obviamente, parte dessa quantia saiu dos guichês
das praças de pedágio ou de empréstimos
que tiveram como garantia o dinheiro arrecadado nesses postos. Em 2004, a receita
bruta do segmento foi de R$ 4,43 bilhões.
Marcos André/Opção Brasil Imagens
Privado X Público
Aspectos das rodovias
considerados ótimos ou bons
Estado geral
Privado
84,2%
Estatal
19,7%
Pavimento
Privado
91%
Estatal
38,7%
Sinalização
Privado
90,1%
Estatal
31,9%
Geometria da via (traçado)
Privado
Estatal
54,3%
11,1%
Fonte: CNT/ABCR
Buraco no bolso
As estradas em mau estado de
conservação significam
• Aumento de até 38% no custo
operacional dos veículos
• Aumento de até 58% no consumo de
combustível
• Incremento de até 58% no índice de
acidentes
• Aumento do tempo de viagem em
até 100%
Pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes avaliou 82 mil quilômetros de estradas
brasileiras e constatou que 72% estavam em situação precária
torqueepotencia3.indd Sec1:11
Fonte: IPEA/GEIPOT
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12 | VidaBosch |
torque e potência
Marcos Peron/kino.com.br
Ranking das estradas
As melhores
1º Limeira (SP)/ São José do
Rio Preto (SP) • Rodovia Washington
Luiz (SP-310)
2º São Paulo (SP)/ Itaí (SP)/ Espírito
Santo do Turvo (SP) • Rodovia
Castello Branco (SP-280)
3º São Paulo (SP)/ Limeira (SP) •
Rodovia dos Bandeirantes (SP-348)
4º Sorocaba (SP)/ Cascata (SP)/
Mococa (SP) • Rodovia Santos
Dumont (SP-075)
5º São Paulo (SP)/ Uberaba (MG) •
Rodovia Anhangüera (SP-330)
6º São Paulo (SP)/ Taubaté (SP) •
Rodovia Ayrton Senna (SP-070)
7º Araraquara (SP)/ São Carlos (SP)/
Franca (SP)/ Itirapuã (SP) • Rodovia
João Melão (SP-255)
8º Campinas (SP)/ Jacareí (SP)
• Rodovia D. Pedro I (SP-065)
9º Engenheiro Miller (SP)/ Jupiá (SP)
• Rodovia J. Hipólito Martins (SP-209)
10º Piracicaba (SP)/ Mogi-Mirim (SP)
• Rodovia Engenheiro João Tosello
(SP-147)
A tarifa paga
pelos usuários
representou,
em 2004, 96%
do faturamento
das empresas
privadas que
administram
rodovias
no Brasil
As piores
1º Maceió (AL)/ Salgueiro (PE) • BR-316
2º Araguaína (TO)/ Picos (PI) • TO-222
3º Posse (GO)/ Ilhéus (BA) • BR-349
4º Manaus (AM)/ Boa Vista (RR)/
Pacaraíma (RR) • BR-174
5º Maceió (AL)/ Paulo Afonso
(BA) • BR-104
6º Curvelo (MG)/ Ibotirama
(BA) • BR-135
7º Alta Floresta (MT)/ Cuiabá
(MT) • MT-320
8º Salvador (BA)/ Paulo Afonso
(BA) • BR-110
9º Teresina (PI)/ Barreiras
(BA) • BR-343
10º Belém (PA)/ Guaraí (TO) • PA-483
Fonte: CNT
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Desse montante, 96% vieram da tarifa paga
pelos usuários.
Ao transitar por estradas em boas condições, apregoa a ABCR, o motorista não
economiza apenas tempo, mas também dinheiro, uma vez que passa a gastar menos
com combustível e com reparos no veículo.
Além disso, destaca a associação, há que se
considerar a redução dos riscos de acidentes, cujos custos sociais e financeiros são
extremamente elevados.
Mas se as rodovias pedagiadas oferecem
tantas vantagens assim, por que os motoristas reclamam tanto das tarifas? “Porque os
valores são absurdos”, responde o presidente do Movimento União Brasil Caminhoneiro, Nélio Botelho, que ficou conhecido
por liderar uma greve nacional da categoria
em 1999. Ele calcula que, dependendo da
distância percorrida e do número de praças
de pedágio existentes no trajeto, um caminhoneiro deixa até 30% do valor do frete no
caixa das concessionárias.
Embora reconheça que as estradas administradas pelo setor privado são muito melhores do que as que continuam aos cuidados da
esfera estatal, o sindicalista considera “incompatível” a relação custo/benefício dos
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torque e potência | VidaBosch | 13
Especialista sugere adaptar modelo
do Chile, em que o motorista escolhe
entre duas estradas paralelas:
uma melhor, com pedágio, e outra
um pouco pior, sem pedágio
pedágios. “As rodovias poderiam estar em
melhores condições e as tarifas, muito mais
baixas”, sustenta. Nélio Botelho acusa os governos estaduais e federal de sucatearem
deliberadamente a malha rodoviária como
estratégia para justificar as concessões. O
líder sindical afirma, ainda, que há uma distorção na distribuição das receitas advindas
da cobrança de pedágio. “Cerca de 26% da
arrecadação bruta são destinados aos Estados e à União, enquanto apenas 22% são de
fato aplicados em obras”, estima.
Para quem vive na estrada, a palavra
pedágio é sinônimo de provocação. O caminhoneiro Alfredo Gonçalves Nesta, de Bueno Brandão (MG), inicialmente amarra a cara
para falar sobre o assunto. Depois, vale-se
da ironia. “Moço, a coisa tá feia. Tem tanto
pedágio nessas estradas que as concessionárias já se tornaram minhas sócias. O único
problema é que elas só querem dividir o lucro. O prejuízo sempre é meu”, afirma. Para
o também caminhoneiro Josafá Mendes, de
Itajaí, Santa Catarina, que acompanhava a
entrevista, se a situação não mudar, chegará
o momento em que a categoria vai trabalhar
apenas para pagar o pedágio. “Por enquanto, tem sobrado umas quirelas para comprar
o arroz e o feijão das crianças”.
Exageros à parte, os dois caminhoneiros
admitem que as rodovias pedagiadas oferecem mais conforto e segurança. Entretanto,
ambos consideram o valor da tarifa exagerado. “Pelo que as empresas que administram
as estradas oferecem, R$ 1 por eixo estaria
bem pago”, estima Alfredo, que conta com o
consentimento do companheiro.
De acordo com Orlando Fontes Lima Júnior, professor do Departamento de Geotecnia e Transportes da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), há uma tendência entre os usuários
das estradas, especialmente os caminhoneiros, de analisar esse tipo de situação a
partir de uma visão imediatista, sem levar
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em conta os resultados que podem ser obtidos posteriormente. “Eles só percebem o
que sai do bolso”, aponta.
Assim, esses motoristas deixam de levar em conta que, ao trafegar por rodovias
em boas condições, eles obtêm vantagens
como redução no tempo de viagem, economia de combustível, menor gasto com a
conservação do veículo e diminuição dos
índices de acidentes. “Se a pessoa colocar
tudo isso na ponta do lápis, ela vai chegar à
conclusão de que é melhor rodar por estradas boas e pedagiadas do que por estradas
ruins sem pedágio”, afirma Lima Júnior.
A Bosch na sua vida
Arquivo Bosch
Meio-termo
Mas não seria possível encontrar um meiotermo para essa situação? O professor da
Unicamp, que é especializado em Economia
dos Transportes, afirma que sim. Segundo
ele, países como o Chile possuem sistemas viários compostos por duas estradas que correm
quase que paralelamente. Uma é pedagiada
e a outra, não. Enquanto a primeira oferece
uma série de benefícios ao usuário, a segunda,
mesmo não sendo tão boa, proporciona uma
razoável condição de tráfego. “Esse modelo
é o mais justo. O motorista que quer evitar
congestionamentos e que pretende chegar
em casa com maior rapidez e segurança, normalmente escolhe a rodovia com pedágio.
Quem não quer ou não pode pagar pela tarifa,
tem como alternativa a outra estrada”, explica o especialista.
Na rodovia Castello Branco, o trecho
entre o condomínio de luxo Alphaville, em
Barueri (SP), e a capital paulista apresenta
características que se aproximam do modelo
chileno, observa o docente da Unicamp. Essa
ligação é feita por duas pistas, uma principal
(com pedágio) e uma marginal (sem pedágio). Naquela em que há cobrança de tarifa,
o trânsito é menos intenso, a qualidade do
pavimento é superior e a sinalização merece
um cuidado adicional, para ficar em apenas
três exemplos.
Até que essa experiência seja ampliada
e chegue a outros pontos do país, o motorista brasileiro só terá uma opção: continuar se queixando, seja na hora de pagar
o pedágio, seja no momento em que passar
por um dos incontáveis buracos da malha
rodoviária nacional.
Oficina para caminhões
Os caminhões e ônibus que trafegam pelas
rodovias brasileiras enfrentam, freqüentemente, pistas com desníveis ou mal sinalizadas, buracos, curvas perigosas e obstáculos
dos mais diversos tipos. Nessas condições,
é fundamental submeter o veículo a revisões
periódicas, para que ele esteja sempre em
ordem. A Bosch possui uma rede de oficinas autorizadas altamente capacitadas para
atender a frota brasileira — a Rede Bosch
Truck Service. Com 400 unidades espalhadas por todos os Estados brasileiros, esse
grupo de oficinas é especializado na manutenção de sistemas elétricos e injeções
diesel. Os mecânicos da rede são treinados
em cursos ministrados pela própria Bosch,
o que garante que as oficinas tenham profissionais gabaritados para trabalhar com
a manutenção de todos os sistemas de injeção diesel, sejam os modelos mecânicos
ou eletrônicos. A mão-de-obra qualificada
é complementada por modernos equipamentos de diagnóstico, que tornam mais
confiáveis, mais rápidos e mais eficientes a
verificação e o reparo dos problemas.
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casa e conforto
David Fairfield/Getty Images
Teclados estão,
aos poucos, dando
lugar a sistemas
touch screen,
e a tendência é que
eles, no futuro,
sejam substituídos
por comandos de voz
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| Por Nathalia Barboza
Ryan McVay/Getty Images
Casa do futuro,
tecnologias do presente
Residências da próxima década devem incorporar no
dia-a-dia técnicas já disponíveis hoje, como comando por viva-voz
e equipamentos multifunção
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16 | VidaBosch |
casa e conforto
O “Quarto
da Guria”,na
Casa Cor RS:
as portas do
guarda-roupas
atendem pelo
comando de voz
O
homem sempre se divertiu imaginando a sua vida no futuro. Nos anos 1950
e 60, por exemplo, sonhava com robôs domésticos, carros voadores, teletransporte e
fins de semana em estações espaciais. Hoje,
ainda não vivemos como a família do desenho animado Os Jetsons, mas as engenhocas
automáticas e cibernéticas disponíveis já
permitem construir fantásticas casas inteligentes e nos dão pistas sobre o que está por
vir nas próximas décadas.
Em uma casa moderna, necessidades tão
comezinhas como acender ou apagar as luzes em horários determinados, alimentar o
cão, verificar em que cômodo as crianças estão já podem ser resolvidas à distância, por
um computador central, pelo celular ou por
um palmtop. Nesse sentido, a palavra-chave
é conectividade.
Em projetos de automação, hoje, são usados os painéis portáteis de cristal líquido
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(touch screen), que custam entre US$ 3 mil e
US$ 5 mil. Mas, aponta o consultor em tecnologia Cleber Giorgetti, eles nem sempre são
intuitivos — o usuário precisa decorar todas
as opções para chegar ao caminho correto,
passando, muitas vezes, por menus e submenus. Há, ainda, os pocket PCs (custam cerca de R$ 1.300) e os controles remotos, cada
vez mais utilizados.
Mesmo aí, porém, ainda há muito o que
evoluir. “Qual a diferença entre apertar botões num painel colorido de cristal líquido
ou num simples interruptor, se você precisa
se deslocar até ele?”, questiona Giorgetti. Segundo ele, se a conectividade, hoje, ainda é
em boa parte dependente de teclados, no futuro será mais usado o comando de voz, mais
intuitivo e amigável.
“Imagine-se falando o que você quer e a
coisa acontecendo, sem você levantar da poltrona e sem precisar digitar nada”, sugere. O
microfone poderia estar embutido num painel na parede, num controle remoto ou no celular, que vai reconhecer sua voz e não exigirá
mais a digitação de códigos numéricos.
A evolução pode ser como a que aconteceu no mercado de automóveis, avalia a arquiteta Virgínia Rodrigues, diretora da empresa de automação Marbie Systems. “Em
dez anos, as residências terão o mesmo nível
de facilidades que um carro. Não faz muito
tempo, as pessoas viam a trava elétrica e o
vidro elétrico como luxos”, compara.
A arquiteta gaúcha Valéria Pires Fredo
percebeu que qualquer solução deveria basear-se no que pensa e em como vive o usuário
final. Quando estava elaborando um projeto
de quarto de garota, reuniu-se com alunos do
Colégio Farroupilha, em Porto Alegre (RS).
Pediu aos estudantes que descrevessem o
quarto de seus sonhos. O resultado foram
inusitadas utilidades automatizadas. Uma
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casa e conforto | VidaBosch | 17
Fotos Divulgação
delas virou realidade no “Quarto da Guria” —
ambiente que fez parte da edição deste ano
da Casa Cor RS: as portas do guarda-roupas
atendem ao comando de voz do dono. O recurso foi embutido num pocket PC, um “sonho” para os “guris e gurias” que participaram da pesquisa.
Outro tipo de tecnologia que tende a se
integrar aos objetos domésticos é a wireless
(sem fio), que oferece flexibilidade e mobilidade, e deve aparecer com mais força em
quatro ou cinco anos. O presidente da Asso-
A tecnologia sem fio (wareless),
por garantir flexibilidade e
mobilidade tende a se integrar
cada vez mais aos objetos
domésticos e deve aparecer com
mais força nos próximos
quatro ou cinco anos
casa e conforto.indd Sec1:17
Convergência
O processo parece não ter volta. Segundo o
Nomads, os arquitetos mais visionários imaginam que a casa do futuro fará a própria interface do morador com o mundo, com possibilidade de uso de equipamentos híbridos,
que mesclem as funções de celular, palmtop,
comandos de voz e até leitura de retina.
A convergência de várias funções em um
único aparelho já é fato consumado. Os microcomputadores já podem exercer o papel
de aparelho de som, TV, gravador e tocador
de CD e DVD. A arquiteta Virgínia Rodrigues
cita uma máquina de lavar que se interliga à
rede de dados, faz uma auto-análise e envia
um relatório de manutenção para a assistência técnica. Há, ainda, geladeiras que controlam o estoque de alimentos e se conectam
à internet e protótipos de microondas que
A Bosch na sua vida
Arquivo Bosch
ciação Brasileira de Automação Residencial
(Aureside), José Roberto Muratori, atesta
que, tecnicamente, os problemas de segurança e confiabilidade do sem-fio por radiofreqüência já estão resolvidos. “Os centros
de pesquisa já resolveram as questões de
clonagem, interferências eletromagnéticas
e alto consumo de energia. Agora, é uma
questão de mercado”, avalia.
Para ele, em breve, também será possível levar a fibra ótica para dentro de casa.
As possibilidades são inúmeras (um único
feixe de fibra ótica abastece de dados, voz e
imagens um edifício de vinte andares), o problema hoje é o preço alto dos conversores da
fibra para o cobre. Para a arquiteta Virgínia
Rodrigues, a tendência é que a quantidade
de cabos diminua na razão inversa do uso do
sem-fio e da fibra ótica.
Uma pesquisa do Núcleo de Estudos sobre Habitação e Modos de Vida (Nomads),
ligado à Universidade de São Paulo (USP),
constatou em 2002 que tanto a comunicação interpessoal como o acesso a fontes de
informação estão cada vez mais mediados
por dispositivos eletroeletrônicos de transmissão à distância, ampliando as soluções
de interatividade. Mesmo assim, um outro
estudo do núcleo atestou que, mesmo em
casas providas de sistemas automatizados,
ainda “não há uma significativa mudança espacial ou comportamental com a introdução
desses equipamentos”.
Show na cozinha
Aliar o que há de mais moderno em refrigeração e recursos multimídias. A partir dessa
proposta, a Bosch desenvolveu o Cool Media TV, uma geladeira conjugada com uma
televisão de cristal líquido de 15 polegadas.
Assim, o usuário pode, sem ter de sair da cozinha, conferir seus programas de TV favoritos e, tendo um aparelho de DVD instalado,
assistir a filmes, shows ou mesmo ouvir um
CD de música. O sistema inclui som com
dois alto-falantes acoplados no refrigerador.
Além do show de imagens na porta da geladeira, o novo equipamento da Bosch conta
com um sistema de refrigeração capaz de,
mesmo com falta de energia elétrica, manter os alimentos congelados por mais de
um dia. O compartimento interno do refrigerador destaca-se pela versatilidade: as prateleiras podem ser dispostas de diversas
formas, de acordo com as necessidades de
cada usuário. Essa geladeira, por enquanto,
ainda não está disponível no Brasil.
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casa e conforto
Robert Daly/Getty Images
Fibra ótica deve,
em breve, ser
levada para
dentro de casa:
um único feixe
é capaz de
abastecer de
dados, voz e
imagens um
edifício de vinte
andares
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casa e conforto | VidaBosch | 19
recebem e-mails com o “modo de fazer” de
um prato.
Isso não quer dizer, no entanto, que essas
parafernálias todas já podem ser adquiridas
nas melhores lojas do ramo. “O que está disponível é uma coisa, o que está na casa das
pessoas é outra”, afirma o consultor Giorgetti. O principal problema está no bolso do
usuário. “Costuma-se dizer que custa, em
média, R$ 100 mil para equipar um imóvel
com recursos mínimos de automação. Mas
esse valor pode aumentar, dependendo da
complexidade do projeto e do nível dos
equipamentos escolhidos”, calcula.
Para que a automação residencial atinja mais pessoas, avalia, é preciso “descer
a pirâmide socioeconômica e alcançar a
classe média, por meio da massificação da
produção dos equipamentos, e melhorar a
interface homem-máquina, o que tornará a
tecnologia mais atraente”. Giorgetti ainda
espera ver a indústria de automação amadurecer a ponto de criar “mais soluções voltadas para a interconectividade, disponíveis
nas prateleiras do supermercado, e menos
produtos customizados”.
Um dos problemas nesse sentido é que
nem sempre os produtos de ponta de diferentes marcas conversam entre si. “Para
montar um sistema mais complexo, é preciso um profissional que trabalhe especificamente com a marca escolhida, pois muitas
tecnologias não interagem entre si. Tudo o
que for adquirido, dos cabos aos botões, terá
de ser compatível com aquela escolha”, diz
Giorgetti. “Em cinco anos, poderemos ter
esse problema resolvido no Brasil, pois o
mercado começa a fazer pressão para isso,
assim como aconteceu com o celular, o DVD
e, mais para trás, com o videocassete. ”
Apesar desses obstáculos, a automação
residencial está em franco desenvolvimento
no país, com taxa de crescimento entre 30%
e 40% ao ano, segundo a Associação Brasileira de Automação Residencial. Cerca de 30%
casa e conforto.indd Sec1:19
dos lançamentos imobiliários vêm com um
nível mínimo de automação e pelo menos
10% dos novos condomínios residenciais
de alto padrão possuem soluções avançadas para serviços e utilidades. A evolução
do mercado não se tem restringido apenas
às grandes metrópoles, ela também atinge
cidades como Londrina (PR), Goiânia (GO),
Campo Grande (MS), Maceió (AL) e Vitória
(ES). Com esse horizonte, Muratori, o presidente da associação, prevê que o setor não
enfrentará crise nos próximos anos.
A Bosch na sua vida
Economia
Mas, como garantir a economia de energia
com tantos equipamentos conectados? O
consultor Cleber Giorgetti diz que, na ponta
do lápis, a redução no valor da fatura da concessionária não paga o alto investimento em
equipamentos “em menos de 20 anos”.
“Mas é possível optar por pequenas soluções, como sensores de presença, que podem desligar a luz e o ar-condicionado de um
ambiente que tenha ficado alguns minutos
vazio. De um modo simplista, esses sensores
nem precisam ser conectados a uma central
de automação; bastam um relé e o próprio
sensor que, juntos e instalados, não custam
mais do que R$ 50”, diz Giorgetti.
Além disso, as casas inteligentes incluem
outros parâmetros, como a conscientização
ambiental, o que leva o usuário a soluções
como um controlador da irrigação de um
imenso jardim (o regador elétrico funciona
apenas durante o tempo necessário para molhar as plantas, sem desperdício) e sistemas de
reúso de água e captação da água da chuva.
Praticante da arquitetura sistêmica, que
adota recursos arquitetônicos para suprir
as diretrizes bioclimáticas (temperatura e
umidade) do local da construção, o arquiteto
brasiliense Mário Hermes Stanziona Viggiano tem seu foco na questão ambiental. Para
ele, a automação residencial é uma forma
de auxiliar na redução da dependência dos
insumos indispensáveis da casa (energia e
água). Em seu projeto Casa Autônoma, ele
instalou, por exemplo, um controlador automatizado de cargas que gerencia o sistema
de geração de energia solar e cabeamento
estruturado, responsável pela integração de
sistemas distintos (segurança, informática,
telefone).
Arquivo Bosch
Gasta-se, em média,
R$ 100 mil para equipar um
imóvel com recursos
mínimos de automação, segundo
o consultor em tecnologia
Cleber Giorgetti
Vigia eletrônico
Alarmes residenciais com sensores infravermelhos já existem há bastante tempo. Mas
só recentemente esses dispositivos têm
evoluído em precisão. A Bosch lançou no
mercado brasileiro um sistema eficiente
e de custo acessível: a linha de Sensores
Infravermelhos ISN. A principal característica do produto é captar com elevada
precisão movimentos suspeitos dentro e
fora da casa. O sensor detecta a diferença
entre movimentos humanos e distúrbios
ambientais, evitando, assim, disparos desnecessários do alarme. Outro recurso
importante é o Pet Friendly, que também
impede disparo acidental do alarme devido
ao movimento de pequenos animais (cães,
gatos e roedores). Os novos sensores podem ser adaptados a qualquer residência
e também são indicados para uso em áreas
comerciais, como lojas e consultórios.
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saudável e gostoso
Rachel Guedes
20 | VidaBosch |
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Tentação gelada
Desde a China antiga, há mil anos, o sorvete
está entre as sobremesas mais apreciadas; consumido
com moderação, pode fazer bem à saúde
Leigh Beisch/Getty Images
| Por Carina Martins
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22 | VidaBosch |
saudável e gostoso
Rachel Guedes
N
os bons e velhos tempos em que o
estilo de vida das pessoas queimava
eventuais excessos calóricos, tomar um
sorvete na sobremesa ou em um passeio no
meio da tarde era tido como hábito charmoso, gostoso e nutritivo. Predominava a idéia
do gelado como uma sobremesa simples,
mas especial, e com uma inegável complementação nutricional à refeição. E não podia mesmo ser diferente: com um passado
milenar e aristocrático, e contendo uma vasta gama de nutrientes, o sorvete é naturalmente prazer e refeição.
Há mais de mil anos, já era a sobremesa
predileta da nobreza da China, que se deliciava com uma pasta feita de leite e arroz
e colocada na neve para solidificar. Foram
construídas até rudimentares câmaras frigoríficas para tentar preservar a iguaria
além dos meses de inverno. Da aristocracia
chinesa, ele foi apresentado à nobreza européia na Idade Média, seguindo o mesmo
caminho do macarrão — levado por um encantado Marco Pólo e aperfeiçoado por
seus compatriotas. No século 16, um italiano
inventou o cremoso sorvete à base de leite,
e, no século seguinte, outro conterrâneo
criou uma máquina de fazer o doce, essencial para evitar a formação dos cristais de
gelo que atrapalham a textura.
Além das
proteínas do
leite, o sorvete
traz também
os nutrientes
ligados a cada
um de seus
inúmeros
sabores
Pacote completo
Hoje, com a vida sedentária aliada ao culto
ao corpo, a delícia é vista por muitos como
uma tentação pecaminosa — irresistível,
mas um perigo para as curvas. No entanto,
a verdade é que, com moderação, a sobremesa pode ser uma escolha saborosa e
inteligente. Isso graças à sua composição
rica. “Se for pensar só na presença dos nutrientes, é um alimento completo” diz a nutricionista Fabíola Marinho, de João Pessoa,
na Paraíba.
Os bons sorvetes de massa, por exemplo, são feitos à base de muito leite. Por
isso, contêm minerais (como cálcio) e pro-
saudavel2.indd Sec1:22
teína, importante para o aporte de minerais e vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K) e
hidrossolúveis (todas as demais). Ou seja:
não basta ingerir vitaminas, é preciso água
e gordura para absorvê-las — e o sorvete
vem com o pacote completo. Além disso, ele
traz, ainda, as eventuais vitaminas ligadas
aos ingredientes do sabor escolhido (os de
fruta, por exemplo, têm vitamina C).
Para refrescar um ou outro dia quente
de verão, o sorvete não deve pesar na consciência de ninguém — é caloria com conteúdo, que pode até substituir um lanche.
“Na Itália, muitas vezes eles substituem um
copo de leite por um de sorvete”, diz o chef
Ronald Menezes, do restaurante Yolanda,
em Recife. Além do mais, pode-se recorrer
às opções light e aos sorbets de fruta.
1/13/06 1:23:29 PM
saudável e gostoso | VidaBosch | 23
Mas existe também quem pode fazer mais
do que perdoar calorias, quem realmente
aproveite e precise da energia extra. É o
caso do público infantil, para quem o sorvete é uma excelente pedida. “Para crianças, é um alimento interessante, à frente
de outros doces”, explica Fabíola. “Além de
ser divertido e colorido, leva leite e é uma
caloria distribuída. É uma opção saudável e
gostosa”. E não e só isso: “O sorvete também
é meio curinga: pode ser usado como um
veículo para levar outras opções à criança,
servido com frutas, por exemplo”.
O chef Ronald Menezes, que também
prepara as delícias da sorveteria Della Santa, em Recife, conta que seu sorvete de mel
de engenho não apenas é o mais popular
da casa, mas também muito procurado por
convalescentes e pessoas em tratamento
médico, em busca da energia extra, ferro e
vitaminas, em forma de um tônico delicioso
e de fácil deglutição.
O bom e o mau sorvete
É bom ficar de olho, no entanto, porque tanto o benefício extra dos nutrientes como o
básico do sabor só estão presentes nos sorvetes de qualidade. Isso porque, para baratear os custos, muitos sorveteiros trocam os
ingredientes naturais por artificiais. “Eles
aumentam a gordura, que é barata, e cortam
o leite, cortam a aromatização. Em vez de
usar a graviola, por exemplo, usam o tal ‘sabor graviola’”, afirma Ronald. “O resultado é
uma falta de riqueza no produto final”.
O chef do restaurante Yolanda explica
que existem três grandes defeitos para um
sorvete: falta de gosto —“aqueles sorvetes
que têm gosto de água” —, textura irregular
e quebradiça e falta de criatividade nos sabores. Todos, segundo ele, causados pelo
fato de o sorveteiro ser ruim ou cortar os
custos, comprometendo a qualidade. Por
isso, ele aposta em bases importadas da
Itália e sabores locais e inusitados, como o
procuradíssimo sorvete de cachaça.
Não adianta querer vencer a tentação
— afinal, uma sobremesa que encanta há mais
de mil anos certamente tem um poder de sedução a que é difícil resistir. E nem vale a pena
tentar. Porque basta escolher um dia especial
e um sorvete de primeira para transformar o
que parecia pecado em paraíso.
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A Bosch na sua vida
Arquivo Bosch
Para gelar rápido
Uma regra básica na hora de fazer compras é deixar o sorvete para
ser colocado só quando se está quase na fila do caixa. Caso contrário,
a popular sobremesa pode chegar derretida à geladeira do consumidor. Para contornar esse problema, a linha Intelligent Frost Free de
geladeiras Bosch oferece o dispositivo Fast Freezing, que resfria
rapidamente os compartimentos do refrigerador e do congelador. O
recurso é indicado não só no caso dos sorvetes, mas também no de
outros alimentos que podem estragar se ficarem muito tempo fora
da geladeira, como carnes, peixes e verduras. Ele é bastante útil,
também, para gelar bebidas e cervejas com rapidez. E ainda evita o
consumo desnecessário de energia: o sistema desliga automaticamente, assim que a temperatura ideal é atingida.
Arquivo Bosch
Para conservar
Para preservar a qualidade dos alimentos, é importante mantê-los
sempre congelados corretamente. Armazenar comida de forma
indevida pode acarretar alterações químicas que mudam o cheiro, o sabor ou até põem em risco a saúde do consumidor. Nesse
sentido, aumentar a eficiência no congelamento de alimentos é
fundamental — e por isso a Bosch incorporou, na linha Intelligent
Frost Free de geladeiras, o sistema de ultraconservação. Ele é
composto de dois sensores eletrônicos que controlam de maneira
rápida e independente a temperatura de cada compartimento da
geladeira. Dessa forma, mesmo com uma variação da temperatura
externa, o sistema consegue manter o interior da geladeira sempre
em temperatura constante.
1/13/06 1:24:48 PM
24 | VidaBosch |
saudável e gostoso
Fotos Thomas Baccaro
Tente fazer em casa
Receita do chef Ronald Menezes, de Recife,
mostra que sorvete caseiro também pode ser delicioso
R
onald Menezes está desde 2001 à frente
do restaurante Yolanda, em Recife. O
jovem chef formou-se na Bélgica, trabalhou
com o célebre Paul Bocuse, em Paris, e especializou-se em dar um toque regional à culinária clássica francesa. Em 2002, recebeu
o prêmio de Melhor Entrada e Sobremesa
do Nordeste, oferecido pela Associação Brasileira de Restaurantes e Empresas de Entretenimento (Abrasel).
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Ronald explica que a principal dificuldade de fazer sorvete em casa é a falta
das máquinas que impedem a formação
dos cristais de gelo. “Nunca vai ficar igual
ao que a gente encontra em restaurantes
ou sorveterias por causa dos amidos e do
balanceamento, que é um processo industrial, mesmo nos sorvetes artesanais”, diz.
Aos leitores da VidaBosch, porém, Ronald
sugere um receita simples, que pode fazer
sucesso mesmo produzida em casa. Como
sorvete combina muito bem com outras
sobremesas, o chef pernambucano ensina
também a fazer uma torta de noz que fica
irresistível quando misturada a sorvete de
pistache.
Restaurante Yolanda
rua Francisco da Cunha, 881 | Boa Viagem | Recife
Fone: (81) 3325-5395
1/13/06 1:25:49 PM
saudável e gostoso | VidaBosch | 25
Torta de nozes
com sorvete de pistache
Massa
• 1 colher de sopa de fermento em pó
• 6 colheres de sopa de manteiga sem sal,
à temperatura ambiente
• 1 xícara de açúcar
• 3/4 de xícara de farinha de trigo
• 1 pitada de sal
• 1 ovo grande
Recheio
• 80 gramas de nozes
• 1/4 de xícara de açúcar
• 2 colheres de sopa de leite
• 2 colheres de sopa de manteiga sem sal
Modo de preparo
Prepare a massa: Numa vasilha, misture a farinha, o sal e o fermento. Misture a manteiga
e bata na batedeira até que a massa fique
fofinha. Misture o ovo batido e bata bem até
que fique incorporado. Transfira para uma
superfície e trabalhe um pouco com a massa.
Abra-a sobre uma forma de 25 centímetros
de diâmetro de fundo removível. Aperte
bem. Leve ao forno médio por 20 minutos ou
até que esteja cozida. Reserve. Numa panela,
misture o açúcar e a manteiga. Cozinhe
em fogo baixo, mexendo sempre, até que
comece a dourar (uns 3 minutos). Coloque
o leite lentamente e misture até que fique
cremoso. Retire do fogo e misture as nozes.
Coloque o recheio na torta e alise com uma
colher. Leve de volta para o forno por mais 10
minutos.
Retire e sirva com sorvete de pistache.
Sorvete caseiro de doce de caju
Ingredientes
• 1 lata de leite condensado
• 2 latas (medida) de leite
• 4 gemas
• 50 gramas de açúcar
• 100 gramas de doce de caju cortado
em pedacinhos
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Modo de fazer
Ferva o leite de vaca e o leite condensado.
Junte o açúcar à gema e bata até ficar esbranquiçado. Misture ao leite e deixe ferver.
Acrescente os pedacinhos de doce e espere
mais uma vez que a mistura ferva. Retire do
fogo e coloque no congelador por uma hora.
No lugar do doce de caju, pode ser usado
o sabor de sua preferência. Basta ajustar o
açúcar.
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26 | VidaBosch |
tendências
Vencedores
das últimas
três edições do
Prêmio Design
do Museu da
Casa Brasileira
(em sentido
horário):
luminária Bossa,
prendedor de
roupas multiuso,
superfície
pneumática,
poltrona
Pelicano,
azulejos da
Coleção Malarmé
e cabideiro Giro
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tendências | VidaBosch | 27
Fotos Divulgação/Museu da Casa Brasileira
| Por Lia Hama
A diferença
que faz diferença
Antes associado a produtos sofisticados
e voltados a um público restrito,
o design está presente nas mais diversas
áreas – de computadores a válvulas de descarga
A
té pouco tempo atrás, o termo design estava associado a objetos caros e
sofisticados, que ficavam restritos a um pequeno e endinheirado público consumidor. Felizmente, o conceito mudou. Hoje, a preocupação em criar
um produto que, além de funcional, seja esteticamente atraente está presente
nas mais diversas áreas e voltada para os mais diferentes públicos. Pode ser
a fachada de um museu, um automóvel, um utensílio doméstico ou simplesmente a embalagem de um produto. Para tudo o que nos rodeia há profissionais pesquisando e criando coisas que sirvam não apenas para satisfazer
necessidades básicas, mas também para trazer beleza ao cotidiano. “O design
tem a função de diferenciar os produtos num mundo em que eles estão cada
vez mais iguais”, afirma Adélia Borges, diretora do Museu da Casa Brasileira
e professora de História do Design na Fundação Armando Álvares Penteado
(Faap), em São Paulo.
Prova de que o design é a alma do negócio? Um dos casos mais famosos é o
da americana Apple. A empresa de computadores estava à beira da falência
em meados dos anos 90, quando decidiu investir intensamente na fabricação
de produtos que fossem esteticamente irresistíveis. Foi a partir dessa premissa que nasceram os iMac, computadores com design inovador que utilizam
plástico translúcido e colorido no lugar da caixa bege que era padrão nos
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28 | VidaBosch |
tendências
Com os computadores e
softwares modernos,
hoje é mais fácil
fabricar objetos sofisticados
em larga escala
PCs. Um dos mais recentes lançamentos da
Apple é o iPod, tocador portátil de música
digital que se tornou uma verdadeira febre
mundial. Um de seus grandes trunfos é o visual limpo, prático e moderno, responsável
por alçar o MP3 player à condição de ícone
do consumo mundial. Outro exemplo? A
chamada garrafinha Contour da Coca-Cola.
Com seu design ergonômico (cabe perfeitamente na mão) e sedutor (cheio de curvas),
desbancou os concorrentes e se tornou marca registrada do refrigerante. Pode ser reconhecida até mesmo no escuro. “O design
é a alma das criações humanas”, resume o
presidente-executivo da Apple, Steve Jobs.
Graças às novas tecnologias, hoje é mais
fácil fabricar objetos sofisticados em larga
escala. A velha prancheta do designer cedeu lugar a computadores e softwares que
dão tridimensionalidade e precisão aos
projetos. “Eu diria que há poucos anos projetávamos de forma ‘analógica’. Hoje, projetamos de forma ‘digital’. O mundo virtual
nos permite conceber os produtos já em
três dimensões. Dos nossos computadores saem os desenhos e as bases de dados
para fabricação de protótipos em máquinas
e equipamentos. Essa mesma base de dados é traduzida para a fabricação dos moldes. Assim, encurtamos muito o prazo de
desenvolvimento de projetos e ganhamos
precisão e controle absoluto da forma”, diz
o designer Guto Índio da Costa, premiado
em Hannover, na Alemanha, no IF Design
Award 2004, espécie de Oscar do desenho
industrial mundial.
A reviravolta das Havaianas
Unir um design interessante a uma poderosa
estratégia de marketing foi a fórmula encontrada pela São Paulo Alpargatas para trans-
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formar as prosaicas sandálias Havaianas
em objeto do desejo mundial. Fabricadas
há mais de 40 anos no Brasil, as sandálias
hoje são exportadas para 75 países e podem ser vistas sob os pés de celebridades
como a atriz Nicole Kidman, a modelo
Naomi Campbell e a princesa Stéphanie de
Mônaco. “As Havaianas são um verdadeiro
case do design brasileiro. Elas evocam uma
informalidade que está em voga no mundo
Lili Martins/Folha Imagem
todo”, afirma Adélia Borges. Elas são a “essência da simplicidade sexy” e ostentam
um design “maravilhosamente clean”, concorda Gity Monsef, diretora de criação do
Zandra Rhodes Museum, respeitado museu
de moda de Londres.
Um dos segredos do sucesso das Havaianas é a borracha sintética usada em sua
fabricação. De fato, por causa de sua matéria-prima, as sandálias “não deformam,
não soltam as tiras e não têm cheiro”, como
diz um antigo slogan da marca. Mas nada
disso impediu que as vendas do produto
despencassem de 88 milhões de pares, em
1988, para 65 milhões, em 1994. Foi nesse
momento que a empresa decidiu dar uma
guinada e investir no reposicionamento da
marca. O objetivo era fugir do estigma de
produto para as classes populares. Investiu-se em design, com a criação de novas
cores e modelos — mais caros do que os
que existiam antes. Em 1994, havia apenas
um modelo em quatro cores. Hoje, são 40,
que podem ser encontrados em dezenas
de cores diferentes. “Além disso, foi criada uma mídia com pessoas famosas para
mostrar que a sandália, além de utilitária,
também é fashion. É brasileira e global.
Calça de presidentes a trabalhadores. Ou
seja, é absolutamente democrática e faz jus
ao slogan ‘Todo Mundo Usa’”, diz o gerente
de desenvolvimento da Havaianas, Edimar
Ferreira de Andrade.
Presença no exterior
As Havaianas são um caso raro de produto
de design “Made in Brazil” que faz sucesso
no exterior. Apesar de a participação das
criações brasileiras no mercado externo
ainda ser tímida, ela vem crescendo. “O design brasileiro era praticamente desconhecido dez anos atrás. Isso mudou com os irmãos Campana”, diz Adélia Borges, diretora
do Museu da Casa Brasileira, que promove
um prêmio anual de design. A charmosa
cadeira vermelha foi a peça que projetou
Humberto e Fernando Campana no cenário
mundial e marcou o início da fabricação
em larga escala dos móveis da dupla. Feita
de um emaranhado de cordas, ela passou a
ser fabricada pela Edra, da Itália, e faz parte
do acervo do Museu de Arte Moderna de
Nova York (MoMA). Mais recentemente, 20
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tendências | VidaBosch | 29
Fotos Divulgação
Os irmãos
Humberto
e Fernando
Campana
(página ao lado)
foram os
pontas-delança do design
brasileiro no
exterior, com
obras como a
cadeira Corallo
(página ao lado)
e a célebre
cadeira de
cordas (ao lado),
que faz parte do
acervo do Museu
de Arte Moderna
de Nova York
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30 | VidaBosch |
tendências
Fotos Divulgação/Museu da Casa Brasileira
Design premiado: detalhe do cabideiro Huevos Revueltos (ao alto, à esquerda), o móvel da Linha Bandeirola (ao alto à direita), o pequeno
carro 828/2 (acima) e o ventilador Spirit (página ao lado)
A Bosch na sua vida
Arquivo Bosch
Fogão sem fogo
Uma maneira de dar um toque elegante e moderno a uma cozinha é usar,
em substituição ou como complemento aos fogões convencionais, os
ceramic cooktops. Ao invés de bocas com chamas alimentadas por gás, o
sistema utiliza potentes resistências elétricas que aquecem uma mesa vitrocerâmica, uma espécie de vidro resistente a altas temperaturas. Com
design diferenciado, os fogões ceramic cooktops da Bosch dispensam
botões ou seletores: o controle de temperatura e outras regulagens são
feitos com um simples toque no painel (tecnologia touch control). Ao
todo, o ceramic cooktop da Bosch oferece 17 níveis de aquecimento,
o que possibilita preparar receitas com maior precisão. Como não há
produção de fogo, apenas de calor, o aparelho conta com luzes de advertência que avisam quando a mesa de cerâmica está quente, mesmo
depois de o fogão ter sido desligado.
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tendências | VidaBosch | 31
Simples e surpreendente
Outros designers que têm despontado no
Brasil são a dupla Luciana Martins e Gerson
de Oliveira, da Ovo Design. Na 19ª edição do
Prêmio Design do Museu da Casa Brasileira,
realizada em outubro último, ela foi vencedora na categoria Utensílios, com o projeto
Huevos Revueltos. Trata-se de um conjunto
de bolas de bilhar que, retiradas de seu contexto, ganham uma nova função: instaladas
na parede, elas servem como cabideiro. “É
um projeto absolutamente simples, mas
surpreendente”, afirma Adélia Borges. É da
Ovo Design também o conjunto de caixas
modulares de acrílico Box in the Box. Contidas umas dentro das outras, elas formam
diferentes jogos de cores, dependendo da
forma como são encaixadas. Parte das criações da dupla pode ser vista na Galeria Melissa, espaço que reúne arquitetura, moda e
design na rua Oscar Freire, em São Paulo.
Entre os premiados estão também a Lixeira para Coleta Seletiva, de Adriano Carvalho,
e a válvula Duo Flux, de Régis de Carvalho
Romera e Laércio Oliveira de Figueiredo.
Esta última dispõe de duas opções de descarga, uma mais forte e outra mais fraca, o
que permite economizar água. Assim como
a lixeira de coleta seletiva, o produto representa uma tendência importante do design
atual: preocupação com o meio ambiente. É
o caso da Estante para Diana B., de Álvaro
Wolmer, que recebeu o primeiro lugar na
categoria Mobiliário e traz um selo verde
comprovando que a madeira utilizada vem
de reflorestamento.
Presença do design brasileiro
no exterior cresceu, mas produtos
nacionais ainda têm
pequena participação no
mercado internacional
Espaço para crescer
Apesar da nova safra de bons profissionais,
ainda há um longo caminho para que o design daqui seja reconhecido lá fora, avalia
Guto Índio da Costa, que também levou o
prêmio de Equipamentos Eletro-Eletrônicos
do Museu da Casa Brasileira, com o balcão
Check-Out Station, da Itautec.
“A importância do design brasileiro ainda é mínima. São raríssimos os produtos
‘Made in Brazil’ com penetração internacional e os cases de design nacional produzidos
fora do Brasil. Nossa indústria precisa ganhar o mundo. Ainda somos muito focados
no mercado nacional. Quando visitamos
feiras fora do Brasil, são raríssimas as indústrias brasileiras que encontramos expondo
produtos”, afirma o premiado designer, que,
no entanto, já começou a trilhar o caminho
de exportar tendências.
Divulgação
produtos brasileiros foram premiados
no IF Design Award 2004, na Alemanha,
entre eles, o ventilador Spirit, de duas
pás, com lâmpada embutida, da Plajet, desenhado pelo escritório carioca Índio da
Costa Design.
Arquivo Bosch
Ferramenta compacta e versátil
As ferramentas a bateria podem ser um bom exemplo de como o design eficiente consegue conciliar beleza com funcionalidade. A parafusadeira a bateria GSR 10,8V, da Bosch, é um desses casos: incorpora o visual mais moderno que tem marcado esse tipo de produto, tem
um formato compacto e um desenho anatômico – o que é fundamental
para a segurança. O desenho da empunhadeira (a parte da máquina
em que o usuário segura a ferramenta) foi desenvolvido para dar maior
aderência à mão do operador. Outra solução interessante é a lanterna
embutida, recurso ideal para tarefas em áreas com pouca iluminação.
Para facilitar os parafusamentos, o equipamento é alimentado por uma
bateria com tecnologia idêntica à empregada nos telefones celulares
(íons de lítio), dispensando fios elétricos e garantindo potência (a parafusadeira tem dez níveis de ajuste de torque).
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32 | VidaBosch |
grandes obras
A construção
das hidrelétricas
de Capim Branco I
e II, na região
de Uberaba,
deve consumir
250 mil metros
cúbicos de
concreto e 12,3
mil toneladas
de aço.
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grandes obras | VidaBosch | 33
Divulgação
Um túnel
no meio do rio
| Por Alan Infante
Usina no Triângulo Mineiro
constrói atalho subterrâneo
de um quilômetro no rio
Araguari para aumentar
geração de energia
U
m túnel de mais de um quilômetro de
comprimento, 14 metros de altura e 12
de largura é a principal inovação de uma
obra em Minas Gerais. Um atalho subterrâneo para encurtar o caminho para carros,
motos e caminhões na rodovia Fernão Dias?
Não. Uma extensão de uma linha de metrô
em Belo Horizonte? Longe disso: trata-se do
desvio que altera o curso normal do rio Araguari e que serve para aumentar a potência
de uma usina hidrelétrica que está sendo
construída no Triângulo Mineiro, região que
antigamente era conhecida como Sertão da
Farinha Podre.
O inusitado artifício, utilizado pelos engenheiros no projeto da usina de Capim Branco I, permitiu que a hidrelétrica ganhasse
um desnível de 14 metros entre a barragem
e as turbinas, sem que para isso fosse preciso ampliar a área inundada. A importância
disto está no aumento da potência do complexo, já que “energia hidráulica é a combinação de altura e vazão de água. É a queda
multiplicada pela quantidade de metros cúbicos de água que passam por segundo”, explica o engenheiro Luiz Fernando Rezende,
gerente de implantação do Consórcio Capim
Branco Energia (CCBE), grupo responsável
pelo empreendimento.
Na prática, as palavras do engenheiro
podem ser traduzidas da seguinte maneira: não adianta um chuveiro no alto de um
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arranha-céu, nem um rio Amazonas com
uma queda de 30 centímetros. É preciso
aliar uma grande quantidade de água e um
desnível considerável, como uma cachoeira.
Mas como construir um paredão — da altura
de um prédio de 19 andares (55 metros), no
caso de Capim Branco I — no meio do rio? Depois de ouvir a pergunta, Rezende ri, como
se já esperasse o questionamento. “Essa é a
maior curiosidade dos leigos”, gaba-se.
Como todo bom mineiro, antes de responder Rezende retrocede um pouco na
história, mesmo porque Capim Branco não
é o nome de uma, mas sim de duas usinas.
Como assim? Simples: para reduzir o impacto ambiental que seria provocado pela
formação de uma única represa em uma
área de 133 quilômetros quadrados, como
previa um projeto de 1965, os engenheiros
da obra em execução optaram, em 1987,
por construir duas barragens, o que permitiu que o complexo tivesse quase o mesmo
potencial energético, mas com um espaço
alagado significativamente menor, de 64
quilômetros quadrados (18,6 quilômetros
quadrados na Capim Branco I e 45,1 quilômetros quadrados na Capim Branco II). A
mudança resultou numa perda de geração
de 14% (a potência será de 450 megawatts),
mas com uma redução de 53% da área inundada, de acordo com Rezende.
Túnel
Projeto pronto, mãos à obra: o primeiro
passo para levantar a barragem é, obviamente, deixar seco o trecho onde ela será
construída. Para tanto, paralelamente ao leito, é escavado um túnel capaz de comportar
toda água do rio — no caso de Capim Branco
I e II, esses dutos foram de 220 metros e 400
metros de comprimento, respectivamente.
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34 | VidaBosch |
grandes obras
O cronograma da obra prevê que
até março de 2007 o complexo
esteja em pleno funcionamento
Mar de números
Alguns números da construção do complexo Capim Branco dão idéia da dimensão
do empreendimento. As obras devem consumir 250 mil metros cúbicos de concreto,
o suficiente para pavimentar com uma camada de cinco centímetros uma estrada de
oito metros de largura e 900 quilômetros de
extensão — praticamente a mesma distância
entre Campinas (SP) e Brasília (DF) ou entre Fortaleza (CE) e Paulo Afonso (BA). Só
nas duas barragens, o que exclui as demais
dependências da usina, serão gastas 73 mil
toneladas de cimento, ou o equivalente ao
carregamento de 2.450 carretas de grande
porte. As 12,3 mil toneladas de aço que
serão empregadas na estrutura das hidrelétricas equivalem ao material empregado na
fabricação de 20.500 Volkswagen Gol.
Mas erguer um complexo do tamanho de
Capim Branco também requer energia humana. No pico de obras, em outubro de
2005, quase 4 mil pessoas trabalhavam no
projeto, entre engenheiros e operários. No
canteiro, eram servidas diariamente 3.130
refeições, 2.452 cafés da manhã completos e 910 lanches da tarde. Os números da
dispensa também são impressionantes. Por
mês, as panelas da cozinha de Capim Branco preparavam 11,5 toneladas de arroz, 4,75
toneladas de feijão, 29 toneladas de carne,
3,5 toneladas de verdura e 16,5 toneladas
de legumes. Além disso, eram consumidos
145 mil pães por mês, 21,25 toneladas de
frutas, 11.250 litros de leite, 625 quilos de
café e 1.500 litros de óleo.
Grandes_obras.indd Sec1:34
O túnel no
complexo
hidrelétrico de
Capim Branco
tem 14 metros
de altura e 12
de largura.
Com ele, será
possível elevar a
capacidade de
geração de energia
Com o caminho subterrâneo pronto, são
abertos os canais entre o rio e a entrada e
saída desse desvio. Nessa fase, a água passa
tanto pelo leito do rio como pelo túnel. A
partir daí, começa o bloqueio do leito, com
a montagem das ensecadeiras — barragens
de pedra, brita e argila.
Rio bloqueado
Para isolar a construção da usina, é preciso
bloquear o rio um pouco à frente do canal de
entrada para o túnel e antes do canal de saída. Em Capim Branco I, as duas ensecadeiras
foram construídas simultaneamente. A partir
da margem direita do Araguari, os caminhões
despejaram no rio pedras, brita e, por fim,
argila, para impermeabilizar. Concluídas as
contenções, resta um lago entre os dois bloqueios. Nessa fase é feito o resgate dos peixes
e, depois, a retirada da água represada.
Com o leito do rio seco, remove-se o
material natural (chamado aluvião) e impermeabiliza-se o fundo. Começa, então, a
construção da barragem da usina, que é bem
mais alta e mais larga que as ensecadeiras,
uma vez que sua função não é desviar, mas
sim represar a água. Para se ter uma idéia,
enquanto o Araguari, no trecho da Capim
Branco I, tem 50 metros de distância de uma
margem a outra, a contenção de concreto
tem 610 metros de largura. Em Capim Branco II, foram utilizados 300 mil metros cúbicos de aterro nos dois bloqueios, enquanto
na barragem devem ser gastos 3,4 milhões
de metros cúbicos do mesmo material.
Terminadas as obras, o túnel que desvia a
água do rio é bloqueado e a represa começa
a ser formada. Em poucos dias, o Araguari
dá conta de encher os 241 milhões e 872 milhões de metros cúbicos de água que ficam
1/13/06 3:37:21 PM
grandes obras | VidaBosch | 35
Fotos Divulgação
A Bosch na sua vida
Arquivo Bosch
Rapidez
Nem só de grandes estruturas é feita uma
hidrelétrica. Materiais menores também são
fundamentais para o funcionamento de qualquer usina. Para a instalação de antenas e
cabos de transmissão em Capim Branco, os
construtores utilizam o Martelete GBH 2-24
DSE da Bosch. Leve e potente – pesa apenas
dois quilos e tem um motor de 680 watts —,
a ferramenta é capaz de romper concreto armado, metal e madeira. Seu diferencial é
a praticidade, pois permite que pequenos
serviços sejam realizados de forma rápida,
segura e com conforto ao operador.
Arquivo Bosch
retidos nas barragens de Capim Branco I e
II, respectivamente. Com a água no nível
adequado, começam os testes para verificar o funcionamento das comportas e dos
equipamentos da casa de força, onde ficam
as turbinas e os geradores da usina. Pelo
cronograma, até março de 2007 o complexo
estará em pleno funcionamento, de acordo
com Rezende. “Em janeiro já começamos a
geração em Capim Branco I”, destaca.
Investimento de R$ 817 milhões
O complexo energético de Capim Branco
está localizado entre as cidades mineiras
de Araguari, Uberlândia e Indianópolis, numa região que deixou para trás o nome pelo
qual era conhecida antigamente — Sertão
da Farinha Podre — para se tornar símbolo
de prosperidade no Estado. Consagrado
pólo industrial e logístico, o Triângulo Mi-
Grandes_obras.indd Sec1:35
neiro já desponta também como centro de
produção biotecnológica. Dentre os crescentes investimentos que recebe, estão os
R$ 817 milhões que o CCBE calcula que injetará na construção das usinas de Capim
Branco I e II.
Com capacidade de geração de 450 megawatts, o suficiente para atender quase 10
cidades como Araguari (102 mil habitantes, segundo o Censo 2000), quatro como
Uberaba (252 mil) e duas como Uberlândia
(501 mil), o complexo é uma promessa de
bons resultados para os acionistas da CCBE
— Companhia Vale do Rio Doce (48,42%);
Cemig Capim Branco Energia (21,05%); Comercial Agrícola Paineiras, do grupo Suzano (17,89%) e Votorantin Zinco, do grupo
Votorantin (12,63%) — que lucrarão com a
venda de energia ou reduzirão seus gastos
com consumo.
Precisão
Fazer a nivelação de vigas e colunas no leito
de um rio não é tarefa fácil. O terreno acidentado dificulta o cálculo de alturas e distâncias,
o que pode produzir resultados imprecisos.
Um equipamento desenvolvido pioneiramente pela Bosch acaba com esse problema. O
Nível a Laser BL 130 I é capaz de medir
com precisão a distância — de até 130 metros
— entre dois pontos, pois elimina automaticamente o diferencial produzido pelo declive.
Por exemplo, se o aparelho estiver a uma altura de 30 metros em uma coluna e seu raio
for projetado num ponto a 30,5 metros de
outra, o acréscimo de metros produzido pela
inclinação é descontado pelo Nível.
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36 | VidaBosch |
Brasil Cresce.indd Sec1:36
Brasil cresce
1/13/06 3:53:10 PM
| Por Maria Finetto
Fotos Rachel Guedes
As guloseimas brasileiras, que há muito seduzem os consumidores daqui, fazem sucesso também lá fora: em 2005, as vendas externas cresceram 5%
Balas do Brasil
adoçam o mundo inteiro
Com exportações em alta, guloseimas brasileiras chegam a mercados tão diversos
quanto Estados Unidos, África do Sul e Iraque, num total de 144 países
A
s guloseimas brasileiras, que há muito tempo seduzem os consumidores
daqui — a ponto de alguns produtos marcarem época, como as balas Juquinha e Soft,
os chicletes PingPong e Trident, o pirulito Zorro e os dropes Kids Hortelã e Halls
— estão fazendo sucesso também lá fora.
Terceiro maior produtor mundial de balas,
confeitos e gomas de mascar, com 509 mil
toneladas por ano (atrás apenas dos Estados Unidos e da Alemanha), o Brasil adoça o
paladar de consumidores em vários pontos
do planeta — exatos 144 países, de todos os
continentes.
Dos vizinhos argentinos, paraguaios e
uruguaios aos mexicanos, canadenses, poloneses, angolanos, senegaleses e até os iraquianos, a lista de importadores aumenta
a cada ano. Entre os mais novos estão os da
África do Sul, porta de entrada para o mercado africano. “As balas e derivados são distribuídos de forma atípica — em caminhões
Brasil Cresce.indd Sec1:37
— para Angola e Moçambique, por exemplo”,
conta Dalva Antunes, gerente de projetos
da Agência de Promoção das Exportações
do Brasil (Apex-Brasil). Para impulsionar as
vendas externas no setor, a entidade desenvolve desde 1998 uma parceria com a Associação Brasileira da Indústria de Chocolate,
Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab, que reúne 135 membros, dos quais 30 são
fabricantes de balas e confeitos).
“Em 1998, o mercado crescia menos. O
setor tinha e tem competência em produção
de candies (balas, dropes, pastilhas, balas de
goma, chicletes, caramelos, confeitos e pirulitos), matéria-prima abundante (cana-deaçúcar e milho) e só nos faltava uma cultura
exportadora. Nossos produtos não chegavam, na época, nem a 70 países. Foi quando
os mais inteligentes decidiram investir de
uma forma mais agressiva no mercado externo”, lembra o presidente da Abicab, Getúlio
Ursulino Netto.
A estratégia deu certo. As exportações
brasileiras do setor, que em 1998 cresciam
8%, em 2004 saltaram 25%, segundo a associação dos fabricantes. Dados da própria
entidade mostram que, no primeiro semestre de 2005, só no segmento de balas e confeitos o volume exportado somou 74,7 mil
toneladas, equivalente a US$ 82 milhões.
Para o setor como um todo, a estimativa é
de que a expansão em 2005 tenha sido de
11%, mesmo com o dólar em baixa ao longo
de boa parte do ano.
Avanço gradual
A conquista dos mercados foi feita pouco
a pouco, através de feiras internacionais e
“expondo nossos produtos lá fora”, conta
Ursulino Netto. O esforço de divulgação das
guloseimas brasileiras faz parte da parceria
com a Apex-Brasil, que envolve recursos da
ordem de R$ 5,8 milhões de julho de 2005 a
julho de 2006.
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38 | VidaBosch |
Brasil cresce
Entre os mercados-alvos da parceria
estão Angola, Congo, Senegal, Rússia, Cazaquistão, Bielorússia, Ucrânia, Estônia,
Arábia Saudita e Emirados Árabes. O critério para escolha dos mercados “é o número
de bocas potenciais para o consumo dos
produtos”, brinca o presidente da Abicab.
Não por acaso, os Estados Unidos, país que
inventou os chicletes, são os maiores devoradores dos doces brasileiros.
A disputa por mercados tão diversos
foi acompanhada pelo aumento de ganhos
de escala e pela sofisticação e diversificação dos produtos. A indústria introduziu
chicletes light, balas refrescantes e vitami-
O Brasil é o terceiro maior produtor mundial
de balas, confeitos e gomas de mascar
– só perde para Estados Unidos e Alemanha
nadas, embalagens com atrativos (recados
amorosos, figuras para colecionar etc.) e
sabores diferentes, entre outros recursos
para agradar aos olhos e aos paladares de
crianças de todas as idades.
De Rio Claro para a China
A trajetória da indústria brasileira do setor
pode ser resumida na história de dona Irene
Teixeira, que, na década de 40, fabricava balas em sua própria casa, em Rio Claro (SP),
e vendia-as na estação ferroviária para os
passageiros da Companhia Paulista de Estradas de Ferro. As vendas prosperaram e
ela abriu uma pequena empresa, contratou
funcionários, ampliou a linha para pirulitos,
chicletes de bola, dropes etc. O empreendimento cresceu e virou a Riclan (dona de
marcas como Buzzy, Pop Mania, Energy Mix
e TNT), de onde saem, hoje, 200 toneladas
de guloseimas por dia — ela é a maior produtora de balas geladas no Brasil e a segunda
maior fabricante de dropes.
Ao se aventurar no mercado externo, o
primeiro destino foram os Estados Unidos.
Depois vieram Inglaterra, Bélgica, China,
Austrália, México e Argentina. Atualmente,
as balas, dropes, chicletes de bola, piru-
litos e gomas da Riclan são distribuídos
para todo o território brasileiro e para 82
países. “O Oriente Médio foi a mais recente
conquista da empresa”, diz a gerente de
produtos, Claudia Arbex. As exportações
da Riclan cresceram, aproximadamente, 5%
de 2004 para 2005.
As unidades brasileiras de multinacionais do setor também têm exibido resultados importantes. Fruto da fusão, desde
2001, entre a italiana Perfetti e a holandesa
Van Melle, a Perfetti Van Melle está otimista quanto ao mercado externo. “A Perfetti
mundial exporta para mais de 130 países. A
unidade brasileira exporta para mais de 30
e, inclusive, abastece outras empresas do
grupo espalhadas pelo mundo”, destaca a
gerente de grupo de produtos, Euzilene de
Moraes. A empresa exporta, por exemplo,
60% de sua produção de pastilhas (Mentos).
Entre os mercados que a filial brasileira
conquistou recentemente está o México.
Os produtos enviados para lá saem das
duas unidades da Van Melle no Brasil — em
Vinhedo e Jundiaí, ambas no interior de
São Paulo. A empresa tem registrado, ano
a ano, aumento de 15% a 20% no volume de
vendas, segundo Euzilene.
A Bosch na sua vida
Arquivo Bosch
Para todos os tipos de balas
Desde a dosagem dos ingredientes até a embalagem final, a Bosch tem
máquinas para todo o processo de produção da indústria de balas e
confeitos. “É a única empresa no mundo que cobre 100% da fabricação
desse tipo de doces”, afirma Thomas Koblinsky Jr, sócio da Komatek,
empresa responsável pelas vendas das máquinas para embalagens
de balas. Não por acaso, muitos dos produtos que utilizam a tecnologia Bosch — de eficiência comprovada em diversos testes feitos no
centro de pesquisa e desenvolvimento da empresa, na Alemanha — são
líderes de mercado.
Na área de embalagens de balas, a Bosch tem diversas máquinas com
funções diferentes. As balas duras, depois de produzidas, são lançadas de forma aleatória em um recipiente e, em seguida, alinhadas uma
a uma, de maneira que a distância entre elas seja sempre a mesma. A
partir daí, há três possibilidades de embalagens feitas, por três máquinas diferentes.
A BVH 1800 é a mais rápida — como o nome indica, embala 1.800
produtos por minuto. Ela faz embalagens unitárias de dupla torção.
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Fotos Rachel Guedes
O mercado
brasileiro de
guloseimas é
muito sensível
ao poder
aquisitivo:
vendas
aumentam
quando sobram
moedas no
bolso do
consumidor
Brasil cresce | VidaBosch | 39
O bom resultado das guloseimas brasileiras no exterior compensa o desempenho
modesto do mercado nacional. O setor é
muito sensível ao poder de compra da população, explica Ursulino Netto, da Abicab.
Balas, pirulitos, chicletes e outros doces são
baratos, mas dependem da disponibilidade
de renda. “São produtos acessíveis para todas as faixas de consumo, mas sujeitos às oscilações da economia. Se sobrar moedas no
bolso, o consumidor compra balas”, afirma.
Em 2005, segundo ele, o mercado interno ficou estabilizado o suficiente para cobrir parte dos custos fixos. O faturamento
no segmento de balas, confeitos e gomas
de mascar, estima o presidente da Abicab,
cresceu 5% e ultrapassou R$ 2,5 bilhões,
mas as exportações tiveram papel fundamental nesse resultado.
A fabricante Perfetti Van Melle avalia que o mercado interno é maduro, sem
grandes oscilações. Euzilene de Moraes,
gerente de produtos, diz que há planos de
ampliar a produção em 2006 para atender
as boas perspectivas de vendas.
Mais informações:
www.abicab.org.br • www.apexbrasil.com.br
Arquivo Bosch
Esse tipo de embalagem também é feito pela BVH 1000, que é mais
lenta, porém mais flexível, pois prepara também embalagens de torção única. Há, ainda, uma terceira máquina para as balas duras, que
monta embalagens do tipo sachê, a MiniWrap2000. Nela, as balas entram por um tubo horizontal com papel-filme; em seguida, dispositivos
chamados mordentes cortam e selam os pacotes.
As balas moles, mastigáveis, passam por um processo um pouco diferente. Um cordão de massa de bala é cortado por uma faca automática
nos tamanhos exatos. A partir daí, o processo segue como nas balas
duras, com as máquinas formando pacotes de dupla torção. Para esse
tipo de processo, a máquina ideal é a BVW 1200.
Depois de embrulhadas individualmente, as balas precisam ser reunidas em um mesmo pacote, que agrupa uma determinada quantidade
de unidades. Para isso, elas são pesadas em balanças de alta precisão
e colocadas em um tubo de filme, nesse caso vertical, que é cortado
e selado. As máquinas que cuidam desse trabalho são a SVB2510,
de produção intermitente, e a SVE2510, mais rápida, que trabalha de
forma contínua.
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40 | VidaBosch |
atitude cidadã
Pacto Global,
parceria entre
a ONU e
empresas,
abrange
compromissos
ligados a direitos
humanos, direitos
do trabalho,
proteção ao
meio ambiente
e combate à
corrupção
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Ormuzd Alves/Folha Imagem
Forças
de paz
As empresas, maior fonte
de riquezas no mundo,
e a ONU, instituição com
maior experiência em
ações humanitárias,
juntam-se em iniciativa
para estimular a
responsabilidade social
| Por Marília Juste
A
s empresas são, já há algum tempo,
o maior produtor de riquezas no
mundo. O faturamento de algumas companhias supera o Produto Interno Bruto (PIB,
soma dos bens e serviços produzidos em
determinado período) de vários países. A
receita mundial de grandes multinacionais
alcança, por exemplo, US$ 30 bilhões, cifra
superior ao PIB de 111 países, como Uruguai, Paraguai, Equador, Bulgária, Angola
e Bolívia.
Pacto Global
Esse grupo com grande capacidade de mobilizar recursos juntou-se, em prol da responsabilidade social, à instituição mundial
com mais experiência em ações humanitárias: a Organização das Nações Unidas
(ONU), cujos braços abrangem áreas tão
distintas como educação (Unesco), infância (Unicef), trabalho (OIT), saúde (OMS),
segurança (UNODC), refugiados (ACNUR)
e desenvolvimento humano (Pnud), entre
muitas outras. A idéia de aglutinar esforços
dos dois lados partiu do secretário-geral
da ONU, Kofi Annan, que, em 1999, propôs
uma união em torno dos direitos humanos,
direitos do trabalho, proteção ao meio ambiente e combate à corrupção. É o Pacto
Global, que hoje conta com a adesão de
mais de 2 mil empresas, instituições, associações e entidades.
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42 | VidaBosch |
atitude cidadã
No Brasil, mais de 110 companhias e
entidades já aderiram ao Pacto Global
Dave Hogan/Getty Images
“A intenção do pacto é tornar as empresas parte integrante do trabalho das Nações
Unidas”, afirma Marielza Oliveira, coordenadora da Unidade de Parcerias Estratégicas do Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (Pnud), que coordena as
atividades do Pacto Global no Brasil.
Dez princípios
Foram estipulados dez princípios para as
empresas que aceitassem o desafio de Annan: o respeito e a proteção aos direitos
humanos; o combate a violações desses direitos; o apoio à liberdade de associação no
trabalho; a abolição do trabalho forçado;
o fim do trabalho infantil; a eliminação da
discriminação; o apoio a uma abordagem
preventiva aos desafios ambientais; a promoção da responsabilidade ambiental; o
incentivo a tecnologias que não agridem
o meio ambiente; e o combate à corrupção
em todas as suas formas, inclusive a extorsão e a propina.
Quase um ano e meio após o desafio público do secretário-geral da ONU, em 26
de julho de 2000 o Pacto Global entrou em
operação. Nessa ocasião, diversos países
— inclusive o Brasil, representado pelo Instituto Ethos — apresentaram na sede das
Nações Unidas em Nova York uma relação
de empresas interessadas em se engajar na
iniciativa. Hoje, mais de cinco anos depois,
o Pacto Global é parte do dia-a-dia de empresas em mais de 80 nações. Em mais de
50 já existe um Comitê Nacional do Pacto
Global — entre elas, o Brasil.
O Comitê brasileiro foi criado em dezembro de 2003 e reúne não apenas o setor
privado, mas também entidades da sociedade civil, universidades, agências da ONU
instaladas no país e associações empresariais. Nesse mesmo mês, o Brasil foi a sede do
terceiro fórum internacional do Pacto Global. Organizado pelo escritório mundial da
iniciativa, o encontro ocorreu na pequena
cidade de Nova Lima, em Minas Gerais. Esse
engajamento brasileiro traduziu-se em uma
participação expressiva no projeto das Nações Unidas: mais de 110 empresas do país,
muitas líderes em seus setores, já formalizaram sua adesão ao Pacto Global.
Os efeitos desse pacto entre empresas
e ONU são, obviamente, positivos para o
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Idealizado pelo
secretário-geral
da ONU, Kofi
Annan, o Pacto
Global entrou
em vigor em
julho de 2000;
hoje já conta
com mais de 2
mil empresas e
entidades
mundo. E, para as empresas, os benefícios
também são grandes. “Toda empresa hoje,
ou pelo menos a grande maioria, tem uma
preocupação social”, observa Marielza. “O
Pacto Global garante a elas que o trabalho
que estão realizando está baseado em valores universalmente aceitos. É uma garantia das Nações Unidas de que esses objetivos
são concretos. E que precisam ser aprofundados”, completa.
Troca de experiências
O Pacto oferece, ainda, um espaço de dimensões até então inéditas para discussão e troca
de experiências corporativas. “Às vezes, uma
empresa quer trabalhar por uma causa, mas
não sabe exatamente o que fazer. Às vezes,
ela sabe o que fazer, mas encontra obstáculos
que à primeira vista parecem intranspon-
íveis. O Pacto Global cria um fórum de contato
entre essas companhias para elas discutirem
entre si e aprenderem com as experiências
umas das outras”, diz Marielza.
Além disso, o Pacto Global traz uma base
de informações importante para empresas
que atuam em países diferentes. Muitos
conceitos utilizados em atividades sociais
variam de nação para nação. Uma empresa
pode querer abolir o trabalho infantil, por
exemplo, e ter de lidar com legislações discrepantes, que estipulam idades diferentes
para o fim da infância. “As Nações Unidas
oferecem, através do Pacto Global, informações para facilitar o trabalho social das
multinacionais. Ao lidar com várias leis diferentes, elas têm o respaldo da ONU para
nivelar suas metas por cima”, afirma a coordenadora do Pnud.
1/13/06 3:48:12 PM
atitude cidadã | VidaBosch | 43
Para aderir ao desafio apresentado por
Kofi Annan é simples. A empresa precisa
apenas enviar uma carta de seu principal
executivo ao secretário-geral da ONU (veja
quadro nesta página). Nela, é preciso expressar apoio à iniciativa e a seus princípios
e declarar alguns compromissos. O primeiro
é advogar o Pacto Global publicamente. Isso
se faz, primeiramente, informando funcionários, acionistas, consumidores e fornecedores. Depois, integrando os dez princípios nos
programas de desenvolvimento corporativo
e treinamento e na declaração de missão da
empresa. Por fim, incluindo o compromisso
em seus relatórios anuais e outros documentos públicos, e também emitindo comunicados à imprensa sobre o assunto. O segundo
compromisso a ser assumido é o de publicar
anualmente o progresso na implementação
dos dez princípios na empresa.
Com um projeto tão grande, com tantas
empresas em tantos países, como a ONU
pretende fiscalizar se os signatários estão
cumprindo seu compromisso? Simples: ela
não pretende. “O Pacto Global não é uma
ferramenta fiscalizadora. O objetivo é educacional”, afirma Marielza Oliveira. “Oferecemos um espaço de troca de informações
e experiências, um fórum de aprendizado. As empresas entram voluntariamente
e seguem os princípios voluntariamente”,
completa.
Mais informações: www.pactoglobal.org.br
Como participar
Empresas brasileiras que pretendem aderir
ao Pacto Global devem encaminhar uma carta
ao secretário-geral das Nações Unidas, Kofi
Annan. Para isso, é preciso mandar a carta,
um formulário de adesão e um envelope vazio
e aberto com o endereço de Annan:
Kofi Annan
Secretary-Gerneral United Nations
New York, NY 10017, USA
Tudo isso deve estar dentro de um outro envelope, selado e endereçado a:
Marielza Oliveira
Ponto Focal do Pacto Global no Brasil
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD)
SCN Quadra 2 – Bloco A, Ed. Corporate Financial Center – 7º andar, Brasília, DF 70712-901
ATITUDE.indd Sec1:43
A Bosch na sua vida
Arquivo Bosch
Empresas do futuro
Em outubro de 2004, a Bosch uniu-se às então mais de 1.700 empresas em todo o mundo engajadas no Pacto Global (atualmente, o número passa dos 2 mil). Segundo a presidência da empresa, na Alemanha, a adesão à iniciativa formaliza um compromisso social já existente desde
a fundação da Bosch. Em abril de 2004, o Grupo Bosch já havia publicado seus princípios de
responsabilidade social, como o compromisso com os diretos humanos, com a igualdade de
oportunidades para todos os seus colaboradores e com o apoio e a integração de pessoas portadoras de necessidades especiais. “A adesão da Bosch torna público para o mundo o trabalho
que já realizamos”, afirma o gerente de Relações Corporativas da Robert Bosch América Latina, Carlos Abdalla.
Um dos trabalhos que demonstram o compromisso da empresa nessa área está ligado
a uma iniciativa brasileira, o Programa Fit For Global Approach (FFGA). A empresa
desenvolve seus fornecedores potenciais, visando elevar os padrões de qualidade e fidelidade de entrega, além de prepará-los para ser exportadores. “Nosso trabalho é capacitar
essas empresas, na maioria nacionais, para participar de um jogo mais amplo”, explica o
diretor de desenvolvimento de fornecedores da Bosch, Cid Fontana Lopez.
As ações do FFGA fazem parte de um projeto maior da Bosch, o programa de Lean Manufacturing (Manufatura Enxuta). Seu foco, explica Lopez, é eliminar perdas na produção.
Os fornecedores selecionados, em geral, têm um grande potencial para exportação, mas
restringido por desperdícios no processo produtivo e administrativo. A Bosch procura ajudar essas companhias a eliminar esse problema.
As empresas escolhidas recebem um treinamento de 350 horas, ao longo de dois anos,
dado por uma equipe da Bosch. São sete os módulos do programa: ferramentas de manufatura enxuta; ferramentas preventivas de qualidade; gestão do valor de manufatura
enxuta; logística integrada; ergonomia, tempos e métodos de padronização do trabalho;
suporte tecnológico; e gestão de pessoas e negócios.
No final dos dois anos, a central de compras da Bosch, na Alemanha, avalia o trabalho
realizado pelos fornecedores que passaram pelo programa. Se o resultado for positivo,
eles têm a porta aberta para participar de cotações internacionais para a Bosch e, se
qualificados, para passar a fornecer produtos.
Em outubro de 2005, 17 empresas fornecedoras passavam pelo programa FFGA, totalizando 5.950 horas de treinamento, 408 treinamentos ministrados e mais de mil pessoas
capacitadas pela Bosch. Os quatro primeiros fornecedores já haviam sido avaliados e
aprovados. A Samot, da área de componentes de usinagem, já exporta seus produtos
para a Bosch de outros países. A meta é atender, até 2008, 40 fornecedores.
1/13/06 3:49:18 PM
44 | VidaBosch |
aquilo deu nisso
Rachel Guedes
Criado em 1926
para movimentar
limpadores de
pára-brisa, o
motor CEP é
bastante versátil:
permite alterar
rotação, tensão,
torque e consumo
– o que o torna
propício a
aplicações
diferentes
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1/13/06 3:42:25 PM
aquilo deu nisso | VidaBosch | 45
1cm
12cm
O motor de mil e uma utilidades
Limpador de pára-brisa, cadeira de dentista, esteira de
academia e painéis de publicidade têm algo em comum:
um dispositivo com 12 centímetros de comprimento
| Por Marília Juste
U
ma peça de apenas 12 centímetros de
comprimento ajuda você em momentos tão diferentes como ao dirigir em dias
de chuva, ao exercitar-se na esteira de uma
academia e ao sentar-se em uma cadeira
de dentista para acabar com aquela desagradável dor de dente. Trata-se de um motorzinho com grande número de utilidades: o
motorredutor CEP.
O dispositivo, desenvolvido pela Bosch
em 1926, foi criado originalmente para movimentar os limpadores de pára-brisa dianteiros em automóveis. Percebendo o sucesso do equipamento na área automotiva,
os engenheiros da empresa passaram a pesquisar outras aplicações para o pequeno
motor. Facilitou a tarefa o fato de o motorredutor ser bastante versátil e permitir diversas opções de rotação, tensão, torque e
consumo; além disso, cada combinação de
diferentes regulagens pode dar origem a
uma aplicação diferente.
Uma dessas modificações foi feita pelos
engenheiros brasileiros da Bosch. Com uma
alteração no eixo e mais potência, o CEP foi
adaptado, em 1999, para cadeiras de dentistas e camas hospitalares. “O sistema com o
motorredutor CEP fica embaixo da cadeira
ou da cama. Sua função é deitar e levantar o
objeto quantas vezes forem necessárias”, explica Clecio Sanches, chefe de vendas da área
de Negócios Industriais da Bosch.
aquilodeunisso.indd Sec1:45
Na cadeira de dentista, o motor chega a
ter uma potência de 86 watts — bem maior
que a exigida para acionar os limpadores
de pára-brisa (35 watts). Para essa aplicação, ele também atinge mais torque (força)
que qualquer outro motor CEP: 4,8 kg/f (desempenho semelhante ao de um motor de
portão eletrônico). Os outros motorredutores atingem no máximo 3 kg/f.
Essas alterações mostraram-se certeiras e foram acompanhadas de crescimento
nos pedidos de motores CEP para a área
odontométrica. Mas os vôos do motorzinho
nesse setor devem ir ainda mais longe. Em
2005, ele recebeu a Certificação Européia
(CE), que constata que o produto está em
conformidade com as regras do Mercado
Comum Europeu. Esse selo, exigido para
produtos das áreas de telecomunicação,
farmacêutica, construção, eletroeletrônica,
brinquedos e aparelhos médicos, abre as
portas para os 28 países que compõem o Espaço Econômico Europeu (os 25 da União
Européia, além de três membros da Associação Européia de Livre Comércio: Noruega, Islândia e Liechtenstein).
Aos poucos, esse pequeno notável começa a disputar espaço em outros setores.
Nas academias de ginástica, por exemplo,
é o motor tipo CEP que movimenta as esteiras. Na publicidade, é o motorzinho que
gira os grandes painéis rotatórios, aqueles
outdoors que exibem várias propagandas
alternadamente.
O dispositivo também é usado em linhas
de produção nas indústrias — máquinas
gráficas, equipamentos que produzem velas, embalagens ou qualquer outro tipo de
máquina que precise fazer um movimento
de cima para baixo e de baixo para cima
podem utilizar o motorredutor CEP. Nas indústrias de laticínios e fazendas, é o pequeno motor que agita os tanques de leite para
não formar nata.
Parte da versatilidade desse dispositivo
vem de um plástico (polioximetileno) usado
no eixo do motor. Esse material garante que o
motor possa trabalhar sem ruídos e suportar
vários ciclos de funcionamento. Além disso,
se necessário ele pode ser programado para
parar automaticamente (como no caso dos
limpadores de pára-brisa de carros, que,
quando desligados, param com a ponta do
eixo sempre na mesma posição).
Na Bosch do Brasil, as diferentes versões do motor tipo CEP são fabricadas em
uma mesma unidade (em Campinas, no
interior de São Paulo) e em apenas uma linha de montagem. Isso barateia o custo da
produção do equipamento. A maior parte
dos motores produzidos hoje ainda vai para
a área automotiva (87%). O setor médicohospitalar vem em seguida, com demandas
que não param de crescer.
1/13/06 3:43:02 PM
46 | VidaBosch |
áudio
Rachel Guedes
No Brasil,
100 emissoras
de rádio usam
o sistema RDS
para transmitir
mensagens
escritas
a udio.indd Sec1:46
1/13/06 4:36:37 PM
áudio | VidaBosch | 47
Festa
no visor do seu rádio
Displays dos aparelhos de som para automóveis
podem fazer muito mais que apenas mostrar a faixa
do CD ou a freqüência da estação
| Por Guilherme Prezia
E
ngana-se quem acha que o mostrador de um auto-rádio não pode fazer
nada além de exibir a freqüência da estação, a faixa do CD e uma ou outra faixa de
luz colorida. A evolução dos displays possibilitou um grande ganho de funcionalidade nos aparelhos: os visores dos rádios
mais sofisticados são capazes de exibir
desde informações básicas – como o nome
da rádio e da música que está tocando – até
animações coloridas e gráficos com o controle das freqüências sonoras.
Para ter uma idéia mais precisa da evolução dos displays, basta lembrar dos autorádios comercializados até a década de 80.
Naquela época, a maioria dos aparelhos
ainda não tinha visor de cristal líquido.
Para sintonizar uma estação, por exemplo,
era preciso girar com cuidado um botão no
painel do aparelho, movendo, por meio de
uma cordinha, um ponteiro que deslizava
sobre um mostrador com as indicações das
freqüências em AM e FM.
Nesse padrão, imaginava-se que a sofisticação de um auto-rádio era proporcional à
quantidade de botões e luzinhas. Até 20 anos
atrás, em meados da década de 80, o lema do
“quanto mais botões melhor” reinava entre
os aparelhos eletrônicos. Prova disso são os
filmes de ficção produzidos na época, como
De Volta para o Futuro (1985) e Blade Runner
(1982): em ambos, os carros futuristas eram
apinhados de botões e luzes que ficavam piscando incessantemente no painel.
O futuro idealizado para aparelhos ele-
a udio.indd Sec1:47
trônicos na década de 80, no entanto, acabou não se concretizando. Ainda bem. E isso
devido à popularização dos visores de cristal líquido, presente na maioria dos aparelhos eletrônicos produzidos atualmente – de
simples calculadoras portáteis a celulares,
passando pelos modernos laptops.
“Os aparelhos portáteis não existiriam
hoje sem a invenção dos mostradores de
cristal líquido”, afirma a física Alaíde Pelegrini Mammana, do Centro de Pesquisa Renato
Archer (CenPra), instituição que desenvolve
em Campinas (SP) pesquisas na área de displays. Segundo Alaíde, os visores de cristal
líquido, conhecidos no meio técnico pela sigla LCD (Liquid Crystal Display), consomem
pouca energia. “Isso viabilizou aparelhos
com displays de cristal líquido, pois eles não
precisavam de muitas pilhas ou bateria para
funcionar”, explica.
Cristal líquido
Atualmente, os mais modernos aparelhos
de auto-rádio utilizam um painel de cristal
líquido de alta resolução, semelhante ao dos
aparelhos de celulares com visor colorido.
Esse recurso possibilita que o visor do aparelho substitua os botões mecânicos por
botões virtuais. Assim como acontece nos
computadores, em que quase tudo pode ser
operado por meio do clique do mouse, os
novos auto-rádios são comandados basicamente por meio de um seletor, que permite
ao usuário escolher as opções e regulagens
que aparecem no display do auto-rádio.
A Bosch na sua vida
Arquivo Bosch
Um rádio, 4.096 cores
O auto-rádio Bremen, da Blaupunkt (marca
da Bosch) é um dos aparelhos que reproduzem mensagens escritas no visor (RDS).
Ele engloba o que há de mais moderno e sofisticado no mercado de auto-rádios. Seu display é capaz de exibir animações enquanto a
música é reproduzida e oferece 4.096 opções
de cores para iluminação. O próprio usuário
pode escolher a cor predileta, a partir da
combinação de azul, verde e vermelho. Mas
os recursos do Bremen vão além: ele toca
qualquer tipo de CD, inclusive com arquivos
em MP3, e conta com a exclusiva tecnologia
Dinamic Noise Covering (DNC). Através de
um microfone instalado no teto da cabine, o
sistema recebe informações sobre como está
sendo reproduzido o som nos alto-falantes.
Com isso, analisa quais são as freqüências
com reprodução mais deficiente e compensa
esse problema automaticamente, na equalização. O aparelho tem seis saídas de áudio:
um canal central, uma saída de subwoofer,
dois canais estéreos para os falantes instalados na parte da frente do carro e outros dois
para os da parte de trás.
1/13/06 3:51:18 PM
48 | VidaBosch |
Fotos Rachel Guedes
áudio
Tecnologia RDS
permite que emissoras enviem
mensagens para o auto-rádio
Ao movimentar o seletor, pode-se acessar, por exemplo, um menu com opções para
regulagens de equalização do som. Com esse
recurso, o usuário consegue definir com precisão o tom da música, alterando a incidência
de sons graves (como de um contra-baixo),
médios (voz humana) e agudos (prato da bateria, chocalho). Até poucos anos atrás, essa
regulagem podia ser feita somente com a
instalação de um equalizador, aparelho com
tamanho semelhante ao de um auto-rádio e
que, portanto, ajudava a roubar espaço valioso no console central.
A evolução dos displays possibilitou também a popularização de um recurso bastante
útil para quem gosta de ouvir rádio: o sistema
RDS. Através de um sinal, paralelo à transmissão do áudio, a emissora de rádio envia mensagens para o aparelho do usuário:
qualquer tipo de mensagem escrita (anúncios, indicadores econômicos, cotações do
câmbio), mas o mais comumente usado é o
nome da estação e o nome da música que está
em reprodução naquele momento. Pode parecer apenas um luxo tecnológico, mas quem
nunca ficou em dúvida sobre o nome da rádio
sintonizada e o nome de uma determinada
música exibida na programação?
Em evolução
No Brasil, o sistema RDS ainda está restrito
às rádios das principais cidades, num total
de cerca de 100 emissoras. Em São Paulo, por
exemplo, há 15 estações que transmitem informações em RDS. Segundo o engenheiro
eletrônico Rubens Pedroso, que participou da
implantação do sistema no Brasil, o RDS já está
consolidando-se na Europa. “90% das emissoras européias utilizam o sistema”, observa.
Mesmo registrando grande avanço tecnológico nos últimos anos, os displays ainda
têm muito o que evoluir no segmento de auto-rádios. Nos próximos anos, os aparelhos
deverão ganhar painéis de cristal líquido
com uma resolução ainda maior, capazes de
reproduzir animações, filmes e imagens com
resolução semelhante à de um monitor de
computador. E isso não é filme de ficção.
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Com telas de cristal líquido, os displays ganharam mais cor e mais recursos
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rodovia castello