III Fórum de Informática Aplicada a Pessoas Portadoras de Necessidades Especiais
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CBComp 2004
Aplicação de um Programa Computacional
Educativo para alunos com Necessidades Especiais
que apresentem dificuldades na aprendizagem da
Leitura e da Escrita
Silva, R. M. F, Medeiros, F. R. E.
Resumo - O presente estudo
verificou a eficácia de
procedimentos baseados no paradigma de equivalência
apresentados através do computador. Para tanto, utilizou-se
um software de pesquisa (Mestre). Assim, investigou-se o
surgimento de outras discriminações condicionais que não são
diretamente ensinadas a quatro alunos necessidades especiais paralisados cerebrais (PC) que apresentam dificuldade de
aprendizagem na leitura e na escrita. Os mesmos pertencem a
APAE/Itajaí. Assim, avaliou-se o impacto do ensino
computadorizado a partir de tarefas de escolha de acordo com
o modelo (Matching to sample). O presente trabalho tem como
objetivo geral verificar a eficácia de procedimentos baseados
no paradigma de equivalência apresentados através do
computador com alunos com necessidades especiais. Observouse que o Programa Mestre possibilita uma interação
aluno/computador, bastante amigável, de forma, a facilitar o
processo ensino-aprendizagem. Ressalta-se que em muitos
casos a paralisia cerebral gera alguns problemas de
coordenação motora fina. Desta forma, o aluno fica
impossibilitado de escrever com o próprio punho, necessitando
alguma ajuda externa para executar atividades de escrita.
Assim, o computador possibilitou, também, o desenvolvimento
do comportamento de escrever, destes alunos., já que os
movimentos no teclado são menos elaborados do que os
movimentos necessários para escrever com lápis ou caneta.
Palavras chaves – Informática Educativa, Educação Especial,
Equivalência de Estímulos.
Abstract - This study verified the effectiveness of procedures
based on Equivalence Paradigm present itself through the
computer. In this way it was used a research software called
Master. Therefore, it was examined the appearance of other
conditional discriminations that has not been taught to four
children with special needs - with brain paralysis that present
learning difficulties on reading and writing. The same children
belong to APAE/ Itajaí. So, it was evaluated the impact of
computerized teaching from choice tasks according to the
model (Matching to Sample). The present work has as general
goal to verify the effectiveness of procedures based on
Equivalence Paradigm presented through computer with
students with special needs. It was noticed that the Master
software makes possible the interaction among student and
computer, in a very friendly way to facilitate the teachinglearning process. It is important to emphasize that brain
paralysis produces some fine motor coordination problems in
lot of cases. In this way, as the student is unable to write, he/she
needs any kind of help.
R. M. F. Silva, trabalha no NAPNE/PADEF na UNIVALI – Universidade
do Vale do Itajaí (e-mail: [email protected])
F. R. E. Medeiros cursa Relações Públicas na UNIVALI – Universidade do
Vale do Itajaí, e é bolsista do artigo 170
Therefore, the computer also made the writing behavior
development possible for this students, as the movements on
the keyboard are less elaborated than the movements needed to
write with a pencil or pen.
Keywords - Educative Computer Science, Special Education,
Stimulus Equivalency
I. INTRODUÇÃO
A
informática Educativa é uma das propostas
inseridas na Escola hoje, e esta se bem
conduzida irá beneficiar, tanto o educador, como
o educando, minimizando, assim o tão temido fracasso
escolar (Weiss e Cruz, 1999). Segundo Duso (1999) o
computador pode ser utilizado como instrumento na luta
contra o abandono e mesmo a exclusão escolar.
Goyos (2000), Dube & MacIlvane (1989) citam a
precisão e a eficiência como vantagem na utilização do
computador, principalmente em pesquisas que beneficiam o
processo ensino-aprendizagem. Goyos (2000) retoma estes
dois aspectos explicando que tanto no material apresentado,
quanto nas respostas do aprendiz, obtém-se a qualidade da
precisão. Já, as sucessivas apresentações de exercícios e
tarefas permitem a eficiência do ensino computadorizado.
Outros pontos são citados por Goyos (2000) como
benéficos: os registros são feitos automaticamente, desta
forma o educador tem mais tempo para atender os alunos; a
independência por parte dos alunos; os resultados podem ser
impressos imediatamente após a conclusão das tarefas;
facilitando a análise e interpretação dos resultados.
Ressalta-se, assim, que a proposta desta pesquisa foi
ensinar comportamentos de leitura e escrita, através de um
software educacional (Goyos e Almeida, 1996) e desta
forma, ilustrar o potencial de aplicação de computadores
para o benefício do processo ensino-aprendizagem.
II. EQUIVALÊNCIA DE ESTÍMULOS
A equivalência permite o surgimento de um
"comportamento novo", que consiste na emissão de uma
resposta específica que não tinha sido ensinada
anteriormente. Desta forma, o ensino a partir de tarefas
escolha de acordo com o modelo (Matching to sample)
permite a emergência de novas discriminações condicionais
não diretamente ensinadas, também chamadas de
generalizações.
A nova resposta é produzida por combinações de
operantes mínimos, de forma que, para produzir uma
resposta nova (leitura de uma palavra desconhecida), a
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criança terá que possuir, em seu repertório, o conhecimento
das unidades mínimas (sílabas e letras). Segundo Aiello
(1995, p. 28) "Skinner (1957) propõe que a aquisição do
controle verbal por certas unidades de estímulo pode ocorrer
simultaneamente com a aquisição do controle por unidades
menores do que aquelas". De Rose (1992, conforme citado
por Aiello,1995, p. 29) ressalta que "pouca atenção
experimental tem sido dada à noção de unidade mínima".
Para Barros (1996), o termo equivalência se refere ao
estabelecimento de relações semânticas entre símbolos e
eventos. A equivalência está no estabelecimento de uma
espécie de relação semântica entre os símbolos (palavras ou
não) e os eventos ou coisas aos quais esses símbolos se
referem.
De Rose (1993) ressalta a importância dos estudos sobre
equivalência de estímulos para ensino de novas relações
condicionadas. Hübner (1990), realizou uma tentativa de
estender o uso do paradigma de equivalência (Sidmam,
1986) ao ensino da leitura.
Hübner e Matos (1993) em um primeiro estudo
ensinaram três palavras dissílabas e se propuseram verificar
se os sujeitos seriam capazes de parear outras três novas
palavras com as figuras correspondentes. Neste novo
conjunto, uma das sílabas era nova para o sujeito, embora as
suas letras não o fossem. Com este estudo, as autoras
replicam os resultados dos estudos de Sidman e Cresson
(1973), demonstrando a transferência para novas formas
verbais.
Skinner (1957) afirma que o sistema alfabético
possibilita o desenvolvimento de um repertório de unidades
mínimas. Assim, a criança tendo aprendido este repertório
pode recombiná-lo na leitura de novas palavras. A
importância de unidades textuais mínimas na aquisição de
leitura generalizada foi demonstrada, também, nos estudos
de Souza e de Rose (1992). Seus resultados mostram que a
unidades textuais mínimas podem ser estabelecidas quando
unidades maiores (palavras) são reforçadas.
Também, De Rose (1993) partindo dos estudos de
Sidman concebe também os repertórios de leitura e escrita
como uma rede de relações. Em outro estudo, Aiello (1995)
confirma a noção de rede envolvida em leitura e escrita,
demonstrando que o treino de resposta construída leva à
aquisição desta rede por crianças com historia de fracasso
escolar.
De Rose, Souza, Rossito e de Rose (1992), trabalhando
com crianças que apresentavam dificuldades de
aprendizagem de leitura, demonstraram que "... à medida
que o repertório de relações de equivalência se expandia
para um numero maior de palavras, os sujeitos mostravamse capazes de ler palavras não diretamente ensinadas relações C`D" (conforme citado por de Rose, 1993, p.300)
No estudo de 1989, de Rose e Cols. utilizaram paradigma de
equivalência, ampliando a rede de relações de maneira a
incluir a generalização.
Dixon (1977), utilizando um procedimento de exclusão,
ensinou o desempenho (AC). Melchiori, Souza e De Rose
(1992), replicam parcialmente o estudo e De Rose e cols.
(1989) e demonstraram que os resultados foram
satisfatórios, pois os sujeitos aprenderam, ao final do
programa, o comportamento de leitura generalizada.
Sidman (1971) foi o pioneiro nos estudos sobre
equivalência de estímulos. Seu primeiro estudo foi realizado
com um jovem deficiente mental severo, de 17 anos. Ele não
era capaz de responder a tarefas que envolviam palavras
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escritas, mesmo já sabendo nomear objetos comuns (relação
DB1) escolher figuras em respostas a nomes orais dados
pelo experimentador (relação AB2). Desta forma, o
experimento consistiu no ensino de vinte classes, cada uma
envolvendo uma palavra ditada (A), juntamente com a
figura (B) e a palavra impressa (C) correspondente, através
de um procedimento de escolha de acordo com o modelo.
Após o ensino, e sendo o sujeito capaz de realizar, com
êxito, as tarefas auditivas visuais, foram introduzidas
sessões de testes. Os resultados demonstraram que novas
relações BC, CB e CD3 emergiram, confirmando assim que
o sujeito formou classes de estímulos envolvendo cada
palavra impressa (C), justamente com as respectivas figuras
(B) e as palavras ditadas (A), além da composição (D) das
mesmas.
III. METODOLOGIA
A. População
Quatro alunos com necessidades especiais (P.C) que
apresentem dificuldade de aprendizagem na leitura e na
escrita.
O pré-requisito para a formação do grupo de alunos foi a
ausência e/ou dificuldade de aprendizagem na leitura e na
escrita.
Os
mesmo
foram
selecionados,
pela
Experimentadora (E), através de um teste de leitura
composto por 20 palavras. Os participantes que obtiveram
um desempenho de no máximo (20%) na leitura
participaram do programa.
B. Procedimento
O procedimento principal foi o de ensino (exclusão),
usando para expandir gradualmente, ao longo de uma
seqüência de passos o repertório de pareamentos entre
estímulos modelos (palavra ditada pelo computador) e
estímulos escolha (palavras impressas na tela do
computador). A base do procedimento de exclusão consiste
na presença, em cada tentativa de pareamento, de dois
estímulos modelo conhecido pelo sujeito, que foram
apresentados
juntamente
com
outro
estímulo
(desconhecido). Assim, neste programa o procedimento de
exclusão permitiu a aprendizagem sem erro de pareamento
de palavras ditadas com palavras impressas. O programa
também envolveu a inserção de sondas para verificar a
aquisição de leitura de palavras novas não diretamente
ensinadas (referidas como palavra de generalização).
O estudo de Silva & Medeiros (2000) ressalta que,
possivelmente, uma das causas dos baixos índices de leitura
foi às dificuldades da língua, presentes nas palavras. Como:
dígrafos, acentos circunflexo, acento agudo e as questões
fonéticas (som nasal/oral). Desta forma, as palavras de
ensino e de generalização serão formadas por sílabas
simples do tipo vogal-consoante. Todas as palavras de
ensino do programa serão substantivos concretos que fazem
parte do vocabulário da criança. As palavras de
generalização serão palavras formadas, a partir da
recombinação silábica das palavras de ensino. O objetivo foi
verificar se os participantes conseguem ficar sob controle
das sílabas ensinadas nas palavras de ensino.
O programa foi dividido em uma seqüência de passos.
Os dois primeiros passos fora, destinados à aquisição de
uma linha de base inicial (ensino das três primeiras
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palavras), que foi posteriormente expandida com o emprego
do procedimento de exclusão. O programa prosseguiu
alternando passos de ensino (numerados seqüencialmente)
com passos de equivalência nos quais foi verificada a
formação de classes de equivalência entre palavras faladas,
palavras impressas e figura. Testes adicionais foram
inseridos no final do programa.
As tentativas corretas foram sempre reforçadas nos
passos onde ocorrendo o procedimento de ensino de novas
relações (palavras de ensino), através de expressões tipo
“muito bem”, “correto”, ótimo (e outras expressões que
exprimam incentivo).
IV. RESULTADOS
Sujeito1 (12 anos)
O Suj.1 freqüenta a APAE/Itajaí desde pequeno, sua 1º
avaliação (conforme visto no prontuário 11/90) mostrou
dados de quando ele nasceu, como tamanho, peso,
dificuldades que a mãe teve quando estava com ele no
ventre. Tem um tio materno com Síndrome de Down. Teve
momentos complicados na fase de separação dos pais no ano
de 1998, desencadeou comportamento agressivo com
relação a outros, mas teve evolução na área perceptiva e
cognitiva, mostra quem tem um nível social econômico
baixo.
Segundo a ultima avaliação feita pela APAE, o Suj. 1:
imita gestos e ações por solicitação, discrimina cores,
percebe e possuí conceitos de igualdades quanto a tamanhos,
formas geométricas, texturas e sons. Responde corretamente
os sons, texturas e temperaturas. Quando está bem disposto
olha para a atividade e se concentra pelo tempo necessário,
possui memória seqüencial a continuidade das atividades e a
rotina da área de trabalho, possui noção de tempo e espaço
dentro da escola. Á área motora ampla é bem definida. O
Suj.1 conhece todas as letras do alfabeto, conhece formas e
cores, só que só faz o que ele tem vontade, e tem uma fala
complicada., é bem inteligente, e apresenta facilidade nas
tarefas de copia. Conhece a diferença entre as letras
maiúsculas e minúsculas, se soletrar ele escreve o que for
solicitado, mas não consegue juntar as silabas, por isso não
lê, tem uma fala bem complicada, de difícil compreensão,
adora desenvolver tarefas no computador Já tem uma noção
onde estão localizadas as letras no teclado. È capaz de
soletrar uma frase letra por letra, mas não consegue fazer a
junção das mesmas (leitura). Não gosta de ser mandado, por
isso, a tarefa tem que parecer um desafio ou até mesmo uma
brincadeira
O Suj. 1 mostrou cerca de 100% de acertos no que se
refere às palavras de treino, manteve ótimos resultados, mas
com que se refere as palavras de generalização somente
consegue mostrar um bom desempenho a partir das três
últimas sessões da fase 3 (conforme gráfico acima), onde
uma nova situação foi colocada, placas indicadoras das
respectivas figuras usadas mostravam as novas palavras que
eram utilizadas com as silabas trabalhadas.
As dificuldades que o Suj 1, demonstrou nas palavras de
treino, foram o esquecimento das consoantes ou das vogais,
em algumas palavras, como por exemplo: no esquecimento
da consoante na palavra gato, ele escrevia gao, ou quando
esquecia a vogal, escrevia gt.
Nas palavras de generalização não demonstrou um bom
desempenho. Após algumas tentativas foi colocada uma
nova situação, começamos a usar placas com a figura das
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palavras de generalização, visto a mesma não possuir uma
figura nesta parte do exercício, 1º perguntava-se que figura
era, como o Suj. 1 não estava conseguindo memorizar tais
palavras, foi ensinado (mostrando a figura/placa) e depois
aplicado a questão (o que está escrito?). Após alguns dias foi
observada a melhora do desempenho do Suj. 1.
Sujeito 2 (13 anos)
O Suj. 2 freqüentou a APAE/Santos desde pequena.
Está na APAE/ Itajaí desde 1998. Seus pais são muito
carinhosos com ela, mas lhe impõem limites, já as irmãs a
mimam bastante. A gravidez do Suj. 2, foi delicada, visto
com dilatação precoce aos seis meses. Assim, a mesma
nasceu com oito meses. Somente no quinto dia perceberam
que a criança não sugava, não queria mamar, não chorava,
apenas dormia. O fato foi comunicado ao medico
imediatamente, mas a criança só foi examinada pelo medico
após 12 horas. Ao consulta-la o médico constatou, na
criança, perda dos reflexos e mobilidade. Efetuaram a
transfusão de sangue emergencial. O Suj 2 permaneceu
internado por um mês. Até o diagnóstico da paralisia
cerebral, teve muitas crises convulsivas, o neurologista
afirmou que a paralisia cerebral foi uma conseqüência da
transfusão de sangue não ter sido feita imediatamente após o
nascimento.
Hoje é uma criança que participa de tudo, lê textos e
tudo que é de seu interesse, discrimina cores, tamanhos,
formas, reconhece todas as partes do corpo, é tem uma boa
concentração. A fala foi um pouco afetada, mas é
compreensível. O Suj. 2 é muito comunicativo e sociável.
O grau de alfabetização do Suj. 2 equivale ao da 2º ou 3º
série, mas S2 não freqüenta a escola regular. È super
inteligente, assimila bem os conteúdos e tem boa
compreensão. Mas, apresenta problemas na coordenação
motora, desta forma, na aula de computação tem
dificuldades em mexer com o mouse. É uma criança
surpreendente, tem boa percepção da realidade, pois conta o
que acontece em sua casa e fala muito do que gosta.
O Sujeito 2 manteve seu desempenho durante os dois
testes, (palavras de treino e generalização) em 100% para as
tarefas solicitadas. Demonstrou um ótimo desempenho em
todo o período de aplicação do programa. Os únicos
problemas analisados foram na escrita (digitação), visto a
mesma ter problema motor, era freqüente o erro de apertar
em outra tecla no computador. Como é uma criança
dinâmica queria fazer rapidamente os exercício e isso a
deixava mais nervosa, com isso os erros eram mais fáceis de
acontecer. Começou-se então a incentiva-la a trabalhar mais
devagar, assim sua coordenação foi sendo trabalhada e os
resultados foram melhores.
Sujeito 3 (07 anos)
O Suj. 3 freqüentou a APAE/Itajaí por um ano, passou
um tempo longe e retornou . Tem paralisia cerebral parcial,
conforme prontuário. O parto foi normal, mas a criança
nasceu prematura de sete meses, ficando trinta dias
internada. O desenvolvimento da linguagem oral foi tardio,
pois começou a falar somente aos cinco anos. A guarda da
criança está com os avós paternos há três anos. Neste ano,
faltou bastante durante o desenvolvimento do trabalho,
possivelmente em função de problemas de saúde.
O Suj. 3 não está alfabetizado, mas conhece bem cores,
desenhos e figuras. Adora animais. Não conhece o alfabeto,
mas adora mexer no teclado do computador, tem uma certa
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coordenação motora ao teclar, mas não a tem com o mouse.
Na maioria das vezes é rebelde, não faz e não se concentra
naquilo o que é pedido para ele fazer.
O Sujeito 3 mostrou 50% de acertos para teste 1
(palavras de treino) e 50% de acertos no final do trabalho
com palavras de generalização, porém não passou da Frase
1. Demonstrou um grande desempenho, mas pouquíssima
concentração, não conseguia se concentrar no exercício, e
dificilmente fixava olhar, por isso, não desempenhou muitos
bem os exercício. Na maior parte das vezes adivinhava a
resposta do que podia ser a palavra. Quase sempre respondia
o que lhe era colocado olhando para o lado, nas palavras de
Generalização também encontrou dificuldade, e a mesma
situação que foi colocada para o sujeito 1, foi desenvolvida
com o sujeito 3, começamos a usar placas com a figura das
palavras de generalização, visto a mesma não possuir uma
figura nesta parte do exercício, 1º se perguntava que figura
era, como o Sujeito 1 não estava conseguindo memorizar
tais palavras, foi ensinado (mostrando a figura/placa) e
depois aplicado a questão (o que está escrito?). Observou-se
que a partir de então seu desempenho melhorou.
Sujeito 4 (12 anos)
O Sujeito 4 tem a entrada na Apae/Itajai em 06/00,
sofreu traumatismo craniano encefálico e miosite ossificante
em quadril direito, devido uma queda da laje, onde caiu de 3
metros, aos 9 anos de idade. Antes era uma criança
completamente normal, a queda ocorreu em 09/99, passou
um tempo fora do estado, onde fez tratamento em Brasília,
O Suj. 4 comunica-se através do olhar e gestos, pois não tem
a linguagem oral, oferecendo respostas positivas e negativas,
gosta de estar em movimento e no meio dos amigos,
interage bem com seus colegas e sabe se defender apontando
o perigo. Reconhece letras e números, consegue relacionar
número e quantidade com materiais concretos.
O Suj. 4 demonstrou um desempenho mediano no teste
1 (palavras de treino) e não conseguiu desempenhar as
tarefas Teste 2 (palavras de generalização). Assim não
conseguiu passar da fase 2. Observa-se que dificilmente
estava disposto a fazer os exercícios, parava muito e
conseqüentemente levava mais tempo para desenvolver as
tarefas, e algumas vezes não queria termina-las.
V. CONCLUSÕES
Observa-se que a pesquisa pode identificar e analisar o
grau de dificuldade de crianças portadoras de necessidades
especiais e rever conceitos aplicados na alfabetização das
mesmas. A APAE/Itajaí possui uma ótima direção e
coordenação, onde o trabalho pode ser realizado com o
máximo de empenho e colaboração.
A. Dificuldades encontradas
A APAE/Itajai é um ótimo exemplo de boa infraestrutura, mas infelizmente não foi disponível uma sala
especial, para a aplicação das tarefas era utilizada a sala de
computação, aonde vinham sendo realizadas as aulas
diariamente. Esta sala era utilizada também para as aulas de
informática, não sendo disponibilizado um horário para que
se pudesse trabalhar individualmente com os alunos da
pesquisa. Com isso a dispersão por parte dos sujeitos
analisados era grande.
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No decorrer da pesquisa houve a falta de uma
funcionária, durante 2 semanas, neste período a pesquisa
ficou suspensa. Este fato atrapalhou um pouco, visto não
termos autorização de utilização da sala de computação sem
a mesma estar presente.
B. Considerações Gerais
Pode-se observar o grau de progresso que os alunos
tiveram no final deste trabalho, descrito abaixo:
O Suj. 1, não conseguia juntar as silabas, as conhecia
mas não fazia a junção das mesmas. No final do trabalho
percebemos a diferença, ele não só juntava as silabas e
palavras ensinadas como identificava as palavras quando
estava em hora de aula, segundo relatou sua professora. A
dificuldade de manuseio com o mouse também era grande e
foi superada, visto antes, o mesmo se recusar a mexer com o
tal equipamento. No final desta pesquisa o referido sujeito
não apresentava mais problemas no manuseio do mouse.
O Suj 2, poucas dificuldades demonstrava, a única
dificuldade era motora. No começo como queria mostrar
que sabia, tentava fazer rápido. Este comportamento o
deixava agitado e com isso não tinha controle de seus
movimentos. No final da pesquisa não só tinha melhor
controle de sua motricidade ampla, como também
demonstrou maior agilidade na digitação.
Pode-se analisar o desenvolvimento na aprendizagem do
Suj. 3, mesmo este não tendo passando da 1º fase. Observase que no dia que o teste foi realizado com a sala vazia, o
Suj. 3, apresentou um nível elevado de respostas corretas.
Outro ponto que pode prejudicar o trabalho foi o número
elevado de faltas deste participante, visto que teve alguns
problemas de saúde.
O Suj. 4 apresenta uma ótima compreensão das tarefas,
mas por algumas vezes se recusou a faze-las. No final de tal
pesquisa analisou-se que o uso repetitivo das tarefas pudesse
deixa-lo sem motivação. Mesmo com o grau de dificuldade
de alguns sujeitos, devido ao comprometimento motor dos
mesmos, houve um grande percentual de progresso nas
atividades realizadas e desenvolvidas com os mesmo, sendo
assim demonstrando que tal pesquisa teve seu objetivo
alcançado.
Sendo assim ressalta-se a importância de projetos como
este, para avaliação e revisão de métodos de aprendizagem
na leitura e escrita de crianças com necessidades especiais.
VI. REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO
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Rosária Maria Fernandes da Silva,
Graduada
em
Psicologia
pela
UNIVALI e em Letras pela UFSC,
Especialização
em
Psicologia
Educacional pela UNIVALI, Mestre
em Psicologia, UFSC. Atua como
professora da UNIVALI no Núcleo de
Apoio Psicopedagógico a Pessoas com
Necessidades
Especiais
(NAPNE/PADEF) e no curso de Pedagogia. Realiza
pesquisas sobre adaptação de materiais pedagógicos para
inclusão de pessoas com necessidades especiais.
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