Antes de mais nada quero agradecer a todos os apoiadores amigos que deram força e para que esse projeto se tornasse realidade. Graças a vocês não desanimei sequer por um instante até conseguir terminar esse trabalho, espero que os assuntos aqui tratados tanto quanto os pensamentos relacionados a eles sejam do interesse de vocês pois acima de tudo tento trazer nessas histórias alguns assuntos que realmente existem no nosso cotidiano e que geram opiniões adversas. Uma boa leitura e mais uma vez obrigado Contos de Shepared Falls Escrito por: Leonardo Paulino da silva A vida é um ciclo onde nascemos vivemos e morremos, as escolhas são suas, faça da sua vida coisas boas, pois um dia todo o mau que você fez pode voltar contra você. 5 O erro 6 Funeral Na pequena igreja de colorado as lagrimas correm pelos rostos pálidos das pessoas. Fora da maltratada igreja a água escorre pelos vidros desenhados junto com trovões sugerindo o lamentar dos céus. É tanta a tristeza que parece que dentro da igreja também chove, onde deveria estar o altar para louvar a Deus se encontra um caixão coberto com uma manta branca, como se fosse um cobertor para proteger o cadáver do frio do submundo. Ninguém esperava que isso fosse acontecer desse jeito, murmuravam as pessoas. Uma senhora de cabelos grisalhos chega até o caixão, pegando na mão do senhor sussurra; - Me desculpe por não estar com você quando mais precisou, mas ele vai pagar pelo que fez com vocêimediatamente beija a testa do homem no caixão. Um rangido a porta da igreja se abre e pela porta aparece uma silhueta masculina. Com os grandes olhos negros arregalados assim como seus cabelos curtos, ele vislumbra a igreja. A madeira surrada dos bancos remetem a algo da época medieval enquanto a chuva lá fora deixa o clima mais frio que o comum para o verão na pacata cidade. Ele sente um frio na espinha quando todos se voltam para ele, perturbador o que passa em sua mente. Mas ele sabia o porquê daqueles olhares vorazes. 7 Phillian era um homem alto e com aspecto forte, apesar da boa aparência sempre foi um homem reservado. Porem sempre guardando um amor secreto proibido. Mas não era nisso que Phillian pensava agora, pelos olhares nunca conseguiria chegar perto para ver o seu pai e fazer a última despedida: - O que você quer aqui, como ousa depois de tudo que você fez ainda colocar o pé nesse funeral. - Mãe você não entende não é nada do que você está pensando – Phillian tinha a voz tremula. - Você tem sorte de ainda não estar na cadeia, maldita justiça falha, eu sei que tudo isso é culpa sua. Seus olhos pareciam faiscar de tanto ódio. Phillian não entendia como aquilo tivera acontecido, mas estava feito não tinha mais volta, um impulso, mais foi tudo por amor, um amor sem perdão, porem acima de tudo um amor. Phillian foi a passos decididos, não queria voltar a traz tinha que se despedir do pai. Mesmo contra a vontade de todos conseguiu chegar ao caixão, mesmo que parecesse que seu tênis pesa-se uma tonelada. Viu por um segundo a face amargurada da mãe, e em seguida lá estava repousando para sempre, já sem vida o corpo do seu pai. Um senhor calvo que teve o seu bigode raspado para a cerimônia, o rosto marcado por muitos anos de trabalho e consumo exagerado de tabaco: - Pai me desculpe não queria que nada tivesse acabado assim, foi tudo culpa minha eu sei. Em fração de segundos uma jovem de cabelos loiros salta da multidão. Sega de ódio ela dá um golpe certeiro. Phillian sente o liquido vermelho descendo da sua mão, por fração de segundos foi o único jeito que encontrou de se defender: - Desgraçado morra, como pode fazer uma coisa dessas, blasfemava uma voz com tom de ódio e dor ao mesmo tempo. 8 A multidão logo agarrou a pobre moça enquanto todos começaram a olhar com uma agressividade implacável para Phillian. Não dava mais para continuar ali, a coragem acabara e não restava nada mais além de correr. Esbarrando pela pequena porta ainda ouviu sua mãe praguejar mais uma vez contra sua vida. Do lado de fora a chuva o molhava como um balde de água gelada, querendo curar só mais uma bebedeira. Não tinha mais volta Phillian agora estava dando partida no carro e saindo a todo vapor. Para onde ir, não existia um lugar onde a notícia não iria acabar chegando e com certeza a qualquer momento com as provas concretas a policiar logo estaria em seu encalço. Sacando a garrafa de uísque, a cada gole sua vida passara mais e mais clara, lembranças. Uma vida perfeita arruinada por um erro, um erro que não tinha mais volta. A chuva castigava o asfalto, o mundo real parecia mais turvo e as lembranças cada vez mais vivas. As lagrimas agora escorriam sem parar – Porque, Porque – Perguntava Phillian a ele mesmo. Agora Phillian chorava e soluçava enquanto gritava desgarradamente. Uma luz corre nos seus olhos, um susto, um clarão – Mais que dro.... – um movimento brusco com o volante, o carro pulando para fora da pista. Por um momento Phillian pensou - Eles adorariam ver isso – com uma batida brusca no chão o carro começa a rodopiar até ficar preso em uma arvore. Os sentidos começam a se apagar pelo jeito a morte veio me tragar também . 9