O que fazer quando nada funciona?
Autor: Fernando A. B. Pinheiro
Na informática, diz uma das Leis de "Murphy" que, se algo de errado pode acontecer, vai acontecer, e no
pior momento possível. História real: domingo pela manhã, 07:30h, o operador de som chega na igreja
para montar o som e descobre que nada funciona. Troca cabos, refaz as ligações, e tudo o que consegue
é um monte de "pipocos" na caixa de som. O culto é importantíssimo, inclusive com convidados de fora. E
agora, o que fazer??
Pela ordem, em caso de problemas, faça o seguinte:
a) se o equipamento não liga, provavelmente é problema elétrico. Pode ser:
- tomada de energia, por causa de um disjuntor desligado. Raro de acontecer.
- fusível queimado. Muito comum de acontecer. O que é raríssimo é alguém ter fusíveis sobressalentes.
- tomada ou cabo de energia do equipamento com defeito. Acontece às vezes, costuma romper o fio ou
rente ao equipamento ou rente à tomada.
O que fazer? Desconfiou da tomada da parede? Teste outro equipamento nela. Ou então consiga uma
extensão e "puxe" a eletricidade de uma tomada diferente. Se não funcionar, olhe o fusível. Se estiver
com o fio rompido, é só trocar. Se o fusível parecer bom, então pode ser o conector da tomada do
aparelho ou o cabo de energia, ou mesmo equipamento defeituoso. Mas aí o caso é complicado, demora
para consertar pois tem que abrir o aparelho.
b) se os equipamentos ligam mas não há som nenhum, provavelmente é interligação errada entre eles.
Tente se lembrar... qual a última mudança que aconteceu? Desmontaram tudo para fazer limpeza? Quem
foi que remontou? Retire todos os cabos, tudo mesmo, e começe refazendo as ligações mesaamplificador-caixas. Após feita, teste com um microfone ou um instrumento. Se voltar a funcionar, então
monte o restante do material.
Se existir vários periféricos como equalizadores, compressores, talvez compense fazer uma ligação
apenas do mínimo (mics => mesa => amplificador => caixas). Será mais rápido, ainda que a qualidade
seja sacrificada um pouco. Depois do evento, com calma, monta-se tudo novamente.
c) se os equipamentos ligam e há som, mas com ruídos, estalos, "pipocos", etc, então deve ser algum
cabo ruim.
Começe testando canal por canal da mesa. Abaixe todos, exceto os masters. Se o ruído parar, vá subindo
um de cada vez, até o ruído aparecer. Quando aparecer, é o cabo desse canal que está com problema.
Se com todos os canais abaixados o ruído permanece, verifique os cabos das ligações mesa-periféricosamplificadores-caixas.
Verificado todos os cabos e o ruído permanece, então é equipamento com problema. Desligue todos os
aparelhos. Ligue apenas o amplificador nas caixas e ouça se os ruídos continuam. Vá então ligando os
periféricos (equalizadores, compressores) um a um, até chegar na mesa de som, sempre observando se
o ruído volta.
Abaixe o volume do amplificador para não dar o "tiro" que costuma acontecer quando ligamos um
aparelho com o amplificador já ligado. Após ligado, aumente novamente o volume para ouvir se os ruídos
voltaram. Se sim, acabamos de descobrir o aparelho com problema. Se não, repita a operação.
e) E o backup?
Nas igrejas grandes, ter equipamentos de reserva (backup) é muito, muito importante. Não precisa ter um
outro equipamento exatamente igual aos principais, mas pelo menos uma mesa de som e um
amplificador, e vários cabos extras. Isso é o mínimo para termos um sistema de som funcionando. Mesmo
que esses equipamentos fiquem guardados muito mais que em uso, não devem ser encarados como
custo, mas como garantia de que teremos som!
No Anfiteatro, temos uma VEGA 48 canais de R$ 15.000,00. Então, ter backup é ter outra VEGA? Ter R$
15.000,00 parados, esperando para entrar em uso apenas quando necessário? Se isto for proposto para
qualquer liderança de igrejas, com certeza a resposta será NÃO! E se está certo em responder assim.
Isso não é backup. Backup é um equipamento mínimo que permitirá a substituição no caso de problemas.
O som não funcionará 100%, mas funcionará, e isso é que importa. Basta apenas avisar à igreja que
houve um problema, e que por isso o "som" vai ser mais simples.
Sua igreja usa uma mesa de 24 canais? Tenha uma de 8 para emergências. Usa um amplificador de
1.000 W de potência? Tenha um de 300 W de reserva. Com certeza, o resultado não será o mesmo, mas
é muito melhor ter algum backup do que nenhum. O que não pode acontecer é mandar as pessoas de
volta para casa por que não tem som. Isso nunca!
d) Fizemos todos os testes e continua nada funcionando. Não temos backup. E agora?
Feito todos os passos acima e continuando com problema, então podemos presumir que estamos com
equipamento defeituoso. Nesse caso, para termos um mínimo de som, podemos usar o amplificador, caso
ele ainda funcione.
Ligue o teclado (ou outro instrumento que faça a base musical) diretamente a um dos canais do
amplificador. Sim, isso mesmo: ligue o OUT do teclado diretamente na entrada IN do amplificador. O
mesmo com o microfone principal. Eletricamente falando, um teclado, um instrumento ou mesmo um
microfone podem ser ligados diretamente ao amplificador. Não se tem equalização nem volume (no
teclado tem), mas já será possível ter alguma coisa funcionando no culto. Deveremos ter algum som nas
caixas acústicas, a não ser que o próprio amplificador esteja com defeito.
e) Hora de pedir socorro.
Tenha sempre em mãos os telefones dos operadores de som das igrejas da sua denominação que
situam-se próximas. Conheça-os. Saiba o que eles têm de backup nas suas igrejas. O jeito será pedir
emprestado, e levar o equipamento à assistência técnica assim que possível. Aproveite e fale com as
lideranças sobre a compra de equipamentos de backup. É o momento propício a isso.
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