São Paulo, sexta a segunda-feira, 20 a 23 de novembro de 2015 Página 7 Ciência e Tecnologia Testes em animais: Como as novas tecnologias podem evitar? Carlos Eduardo Matos (*) Há cerca de dois anos uma notícia repercutiu em toda a imprensa nacional e tomou conta das postagens e comentários em diversas redes sociais: a invasão de ativistas dos direitos animais ao Instituto Royal, na cidade de São Roque, em São Paulo grupo resgatou no local animais que eram utilizados como cobaias para testes de medicamentos, incluindo cerca de 200 cachorros da raça Beagle. A ação gerou uma enorme repercussão no Brasil, com mais de 10 mil publicações em redes sociais, e atingiu também outros países, como aponta um estudo da agência Frog, que descobriu que 15% dos posts relacionados ao assunto eram de estrangeiros. Este assunto voltou à tona no início deste ano, quando o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, sancionou a Lei 777/2013, que proíbe o uso de animais no desenvolvimento de cosméticos, perfumes e produtos de higiene pessoal. Mas é possível realizar estes testes sem o uso de (outros) animais? Com base na ampla experiência técnica em projetos com empresas nacionais e multinacionais em atendimento a diversos órgãos reguladores, como gerente e especialista da Intertox na área de Toxicologia In Silico, respondo que apesar de não ser possível extinguir por definitivo o uso de animais, assim como de seres humanos, em todas as etapas e contextos, existem atualmente diversas situações em que é possível substituir testes com animais por métodos alternativos e, ainda, no caso do uso inevitável de animais, adotar estratégias para minimizar o sofrimento ou o número de animais sacrificados. Temos exemplos em que o uso combinado de modelos in silico (uso de softwares e modelos computacionais) e in vitro (com culturas de células) podem evitar o teste in vivo com animais, como no caso da etapa de avaliação do potencial de sensibilização (verificação do potencial “alergênico”). O uso de ferramentas computacionais tem se tornado essencial também por tornar possível a busca de resultados de testes que podem ter sidos realizados do outro lado do mundo, evitando novos testes desnecessários, além de trazer indicações do potencial de toxicidade através de simulações que podem tornar o uso de animais mais racional e direcionado. Atualmente existe um conjunto de metodologias alternativas que podem ser utilizadas para realizar a avaliação de toxicidade de substâncias químicas, que podem ser classificadas segundo o tipo de organismo teste ou plataforma, como os ensaios in vivo, ex vivo, in vitro e in silico e, ainda, segundo o tempo de exposição ou desfechos toxicológicos. Estes testes alternativos fazem parte da filosofia conhecida como “3R philosophy”, que significa Substituição, Refinamento e O News Redução (Replacement, Refinement and Reduction) em relação aos testes com animais e que tem sido um fundamento na elaboração de políticas e regulamentações no sentindo de diminuir a utilização de animais em avaliações deste tipo. Até chegarmos às fronteiras da ciência e discorrer sobre os modelos in silico é importante resgatar um pouco da história dos métodos computacionais. Remetendo à química computacional e aos estudos QSAR (Relação Quantitativa entre Estrutura e Atividade), já na década de 40 o físico-químico americano Hammet fazia os primeiros avanços na área da físico-química orgânica. 73 anos depois, em 2013, os pesquisadores Martin Karplus, Michael Levitt e Arieh Warshel receberam o prêmio Nobel de Química por criarem sistemas que conseguem prever reações químicas. Com o conhecimento acumulado e avanços em informática, estatística, biologia, toxicologia e química computacional, foi possível a criação de interfaces e o surgimento de diversos modelos computacionais úteis para a avaliação do potencial de toxicidade de uma molécula pela sua estrutura química, sem o uso de animais e antes mesmo do processo de síntese (obtenção de sua forma física). Os modelos in silico são importantíssimos neste contexto, em que tanto podem ser feitas triagens para a seleção de ingredientes com menor potencial de toxicidade e busca de dados de testes já realizados pela estrutura química, como também a combinação com outros métodos (ex: in vitro e in silico), que podem evitar testes desnecessários. O termo in silico refere-se a qualquer geração e/ ou análise de dados executada através de computador ou simulação computacional, sem o uso de animais ou outras matrizes biológicas. Apesar da aparência de uma tecnologia nova, além do amplo histórico de aplicação dos modelos computacionais na descoberta de drogas, sua aplicação em toxicologia por diversas agências internacionais e a referência de uso já data de décadas. Segundo a IUPAC (International Union of Pure and Applied Chemistry), a Toxicologia Computacional & In Silico é definida como a abordagem na qual são aplicados modelos computacionais e matemáticos para a predição de efeitos adversos e para o melhor entendimento dos mecanismos através dos quais determinada substância provoca o dano. A abordagem chamada ITS (Integrated Testing Strategies), por exemplo, visa combinar diferentes modelos na construção de evidências, tornando possível a racionalização de testes com animais e o aumento da confiabilidade pelo conjunto de resultados. Existe então uma vantagem competitiva para empresas que se preocupam com sua imagem no mercado em relação a não utilização de animais em testes, já que a tecnologia pode promover o uso racional de animais e ainda minimizar custos com testes desnecessários. (*) É farmacêutico, toxicólogo e mestre em Saúde Pública pela USP (Universidade de São Paulo). @TI www.netjen.com.br [email protected] Cloud Computing: "Só sei que nada sei" Tenho participado de várias conversas com clientes cujo tema em pauta invariavelmente acaba derivando para a computação em nuvem ou, como falamos em TI, o Cloud Computing Ari Belone (*) G eralmente o assunto é direcionado aos profissionais de TI, que são os responsáveis pela renovação constante dos parques tecnológicos e da infraestrutura de suas empresas, o que compromete grande fatia do orçamento de tecnologia. Em eventos se dá o mesmo. Encontros profissionais de todos os níveis – de analistas de suporte a gerentes, passando por CIOs, CEOs e CFOs, entre outros executivos - atrás de um dedo a mais de prosa sobre Cloud. Todos buscam ouvir atentamente aos palestrantes e a troca de experiências é constante nos momentos de networking. Representantes dos mais diferentes perfis de empresas – públicas, privadas, startups, S/As, algumas com poucos anos de vida, outras com mais de cinco décadas – compartilham entre si as mesmas dúvidas e desafios. Estaria tudo bem se entre compartilhar dúvidas e encontrar respostas não existisse um fosso paradoxal. Mas existe: o fosso está lá, gigante e profundo para quem queira ou possa enxergar. As experiências relatadas são as mais diversas possíveis: alguns buscam a computação em nuvem somente para ambientes de produção por causa de sua maior segurança, enquanto o ambiente de desenvolvimento e homologação deve ficar interno por ser menos crítico; outros fazem exatamente o contrário já que a governança corporativa exige que a produção seja interna – afinal de contas, não querem correr o risco de ter seus dados “expostos” a qualquer Algumas empresas vêm fazendo experimentos contratando grandes provedores de Cloud Computing para pequenos projetos com a seguinte argumentação: “é só pra entender como funciona”. Mas já ouvi fortes argumentos de companhias que obrigam seus provedores globais a manter os serviços fora da nossa fronteira tupiniquim. Por que? Ora, explicam, santo de casa não faz milagre e nem temos tanta tecnologia disponível. (Como assim?, me pergunto, mas fico quieto já que por normal lá estou para ouvir). Outras tantas empresas, porém, mostram que têm exigido que os serviços prestados estejam no Brasil. Sim, e com uma razão igualmente objetiva: não querem estar sujeitas a qualquer sanção caso ocorra um desacordo comercial internacional que ponha em risco a segurança e a propriedade das informações. Depois de tanta informação desencontrada, a primeira conclusão a que cheguei foi que ainda estamos totalmente perdidos quanto à decisão de como, quando, onde, porque e para que utilizar serviços de computação em nuvem. Não é isso que se ouve nos discursos oficiais corporativos – neles, há aquela certeza sem sombra de dúvida alguma, mas nem é preciso ser Sherlock Holmes para intuir que essa suposta certeza é feita de incertezas. Mas minha segunda conclusão é condizente com o conteúdo de grande parcela das palestras que assisti e da maior parte das conversas que tive com profissionais: esse formato de serviço é algo irreversível, e muito em breve a maioria das empresas terá parte substancial de seus softwares hospedados fora de casa. Com a computação em nuvem, os desafios não são mais questões relativas à infraestrutura, e passam a ter seus nós no gerenciamento do fornecedor e na entrega de um serviço de qualidade. Se realmente o Cloud Computing veio para ficar, precisamos quebrar alguns - ou talvez vários – paradigmas para aceitá-lo. Caso contrário, encontraremos as mais diversas desculpas para atrasar nossa entrada nesse mundo. E, pior, um atraso somado a uma torcida fervorosa para que nossos concorrentes não tenham ultrapassado essa barreira e já estejam enfrentando outros desafios, e quem sabe se tornando mais competitivos que nós. Pensando hoje nessas coisas percebo que todos temos apenas uma certeza, traduzida por uma frase do grande filósofo grego Sócrates: “Só sei que nada sei”. (*) É Executivo de Negócios da Lecom S/A, formado em Tecnologia em Processamento de Dados pela Unesp Bauru com Bacharelado em Ciências da Computação pela Unesp Bauru e Pós Graduação em Administração de Empresas pela FAAP – SP. Estudo aponta crescimento do mercado brasileiro de TI O mercado brasileiro de serviços de TI cresceu 7,4% entre o segundo semestre de 2014 e o primeiro semestre de 2015, comparado com os 12 meses anteriores. O levantamento foi feito pela IDC Brasil e aponta ainda que o mercado está sentindo os impactos gerados pelo baixo desempenho econômico do País, mas a expectativa é de que continue crescendo nos próximos semestres. Um dos serviços em expansão é o cloud computing – computação em nuvem – que oferece a oportunidade de utilizar diversos arquivos, aplicativos e outros dados por meio da internet, sem a necessidade de instalação em computadores locais ou em um servidor. Além disso, outros benefícios podem ser mencionados com a implantação, entre eles, acesso as aplicações independente do sis- tema operacional ou do equipamento usado; facilidade com a execução de aplicação, como hardware, procedimentos de backup, controle de segurança, manutenção; facilidade para compartilhar informações e controle de gastos. A Delta Decisão - empresa homologada Totvs, oferece serviços de alta qualidade na implantação, desenvolvimento e consultoria de sistemas de gestão empresarial e gerenciamento na área de TI. “Ao fornecedor da aplicação cabe todas as tarefas de desenvolvimento, armazenamento, manutenção, atualização, backup, escalonamento, etc. O usuário não precisa se preocupar com nenhum desses aspectos, apenas em acessar e utilizar”, explica André Augusto, gerente de Marketing da Delta Decisão. Aplicativos que ajudam a organizar as festas de fim de ano Quem usa a Mandaê não precisa perder horas no trânsito ou em uma agência dos Correios. Ela mesma busca, empacota e facilita a entrega de encomendas para dentro e fora do país. É preciso apenas acessar o site (www.mandae.com.br) ou baixar o aplicativo da Mandaê e tirar fotos dos presentes que deseja enviar. No prazo de até uma hora, um funcionário baterá em sua porta para retirá-los e levá-los para o galpão da empresa, onde eles serão embalados e encaminhados para uma transportadora parceira ou uma agência dos Correios com total segurança. O aplicativo da Mandaê está disponível para download gratuito na App Store e no Google Play. Além da Mandaê, conheça mais ferramentas de baixo custo para aproveitar seu Natal sem estresse: MeuCarrinho – MeuCarrinho é um aplicativo que permite montar e editar listas de supermercado, ideal para não deixar faltar nada para a ceia de Natal e evitar despesas desnecessárias. MeuCarrinho ainda possibilita escanear códigos de barras para comparar preços de produtos em diferentes supermercados. Remember the Milk – Remember the Milk é um aplicativo para criação de listas de tarefas, que permite agendar, organizar de acordo com a Microsoft disponibiliza produto exclusivo em seu e-commerce aos consumidores aos aplicativos do pacote Office 365 já atualizados com a versão 2016, 1TB de armazenamento na nuvem e 60 minutos de ligações mensais no Skype. @ Multiplus e Zattini anunciam parceria A Microsoft anuncia o resultado de uma campanha, lançada no final de outubro, que desenvolveu uma oferta exclusiva para atender às expectativas de seu consumidor. A iniciativa #CriandoJuntos teve como protagonistas fãs das redes sociais, blogueiros e membros da comunidade Windows Insider, que participaram de um evento presencial e também durante quinze dias puderam interagir pelo Facebook e Twitter respondendo a perguntas relacionadas a que tipo de serviços ou acessórios escolheriam para deixar um computador ainda mais completo. O resultado ajudou a Microsoft Store Online a trazer para seu portfolio com exclusividade um Notebook (Cloudbook) Acer modelo ES1-431 de 14” com Windows 10, até 5 horas de bateria, conexão USB 3.0, conexão a internet com wireless em alta velocidade e com design diferenciado que estará disponível para venda em quantidade limitada. O computador virá também com um ano de assinatura do Office 365 Personal inclusa, dando acesso ataque cibernético – enquanto o ambiente de desenvolvimento & homologação pode ficar em qualquer lugar, pela sua própria característica de ser local com dados fictícios. A Multiplus, rede de fidelidade líder no segmento, acaba de fechar parceria de coalisão com a Zattini, e-commerce do grupo Netshoes focado em moda e lifestyle. A partir deste mês, quem adquirir pelo site da parceria peças de marcas como Capodarte, Colcci, Lacoste, Ellus e Cavalera poderá acumular pontos Multiplus, além de ampliar suas opções de resgate com itens (www.pontosmultiplus.com.br/store/zattini). @ Vloggers e youtubers podem faturar com o Looke @ O Looke – nova plataforma brasileira de streaming de vídeo que aposta na diversidade e oferta variada de conteúdo – propõe parceria com youtubers e vloggers. Essa gama de atores/apresentadores poderá agora faturar fazendo divulgações do Looke e com a publicação dos seus ordem de importância e estimar o tempo de cada compromisso. O aplicativo ainda envia notificações por e-mail, SMS ou mensagens instantâneas (via Google Talk ou Skype, por exemplo) para não deixar nada para trás até o dia 25 de dezembro. Gifster – Gifster é um aplicativo de lista de presentes, que possibilita compartilhar sugestões de presentes com um grupo de amigos e familiares. No Gifster, você pode informar suas medidas (número de sapato e tamanho de roupa) e suas preferências (marcas, cores, filmes, músicas e livros favoritos) e dar dicas do que gostaria e do que não gostaria de ganhar. vídeos na plataforma. O interesse do Looke são por canais que falem sobre filmes, séries, cinema, games, atualidades, tecnologia, humor, shows musicais, documentários,cotidiano, críticas de livros e filmes, fotografia, vloggers, entre outros e não é necessário ter visualização mínima ([email protected]). Proporciona aumento de produtividade e ganhos em escala Seja em empresas de pequeno, médio ou grande porte, a necessidade de automatizar a operação para aumentar a produtividade é uma constante. E isso independe do segmento de atuação. No objetivo de proporcionar ganhos em escala, reduzindo custos operacionais, tempo gasto em processos e a dependência de setores para com o departamento de tecnologia da informação, a ADTsys, empresa especialista em cloud computing, tem reforçado a aplicação da tecnologia DevOps, que vem revolucionando muitas empresas com processos antes demorados e complicados, com apenas um apertar de botões (www.adtsys.com.br). @