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São Paulo, 20 de junho de 2010-06-20
Domingo pela manhã
Este relatório, feito por Maria Helena A. Hessel Pipponzi corresponde à parte intermediária
da discussão realizada em plenária com o grupo todo.
8) Leda Hermann
Traz uma proposta à Comissão de Ensino, de que a estrutura curricular faça parte do regulamento
do Instituto. Desta forma, qualquer modificação deve então passar pelo corpo societário e ser levada
a uma AGE.
Cita uma reunião regulamentar realizada no semestre passado entre docentes e a Comissão de
Ensino (momento em que esta apresentou a idéia de duplicação de alguns cursos obrigatórios) e diz
que foi a partir dela que aconteceu a criação de um grupo de várias tendências teóricas, onde esta
proposta foi sugerida por Deodato.
João responde que esta proposta assim como várias outras serão analisadas depois do Congresso.
Plínio: Os autores poderão eles mesmos encaminhar suas propostas diretamente.
9) Rita Andrea
Como membro filiado, diz que lhe causa um estranhamento verificar que os didatas não se
conhecem, que os docentes não se reúnem; assim como nas reuniões da Associação de Candidatos,
o quorum de freqüência é baixo. Pergunta que sociedade é esta e o que motiva as pessoas a estarem
presentes.
Declara que gráficos e psicanálise não combinam (se referindo à exposição de Cibele). Sugere que o
item “outros” no gráfico se modificaria se fosse considerado o critério da formação continuada.
Quanto à sua formação diz preferir que não seja numa sequência estabelecida e declara: “Eu quero
sim que a minha formação seja uma “salada de frutas” e que eu possa circular entre os autores que
eu desejar. Não quero que ninguém imponha a forma como eu estou fazendo a minha formação.”
Cibele Brandão
Pede para responder a Rita e a tranqüiliza dizendo que também não gosta de gráficos, mas que
precisou deles para conhecer os números existentes e o que ocorre.
Considera estranho que como secretária de currículo nunca tenha sido citada ou procurada, pelo
grupo de reflexão.
10) Alan Victor Meyer
Compara o sistema inglês, baseado na jurisprudência, com o nosso brasileiro, baseado numa
Constituição e onde para se mudar algo, deve ser votado em Assembléia. Considera que a nossa
Sociedade funciona como o modelo brasileiro: “temos uma constituição”. Para mudar algo nos
estatutos ou nos regulamentos, deve existir uma votação de acordo com a tradição e passar pela
AGE.
Diz que a SBPSP mudou muito desde a época em que os didatas decidiam tudo, e mudou por causa
das atualizações. “Qualquer atitude que tenta desvalorizar o sentido da atualização, é uma atitude
inaceitável do meu ponto de vista”.
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Refere-se à dificuldade que se observa no grupo de se levar a fundo discussões, e à importância de
haver “uma boa briga intelectual” através da qual a “boa agressividade” possa surgir. Considera que
as pessoas vêm para discutir, mas saem cada uma permanecendo em sua posição, sem mudança.
Sugere criar uma interface com as questões filosóficas contemporâneas que possam ser pensadas na
relação com as questões psicanalíticas; filósofos atuais podendo iluminar conceitos para serem
discutidos mais a fundo: Subjetividade, Intimidade, Objeto. Diz ser fundamental que discussões se
deem para que assim, esta sociedade fique mais interessante e mais animada.
11) Deodato Azambuja
Propõe falar algo em continuidade à proposta da Leda, apoiando-a.
Coloca que a discussão sobre currículo, tratada pelo Grupo de Reflexão, foi no sentido de apoiar o
modelo do currículo atual que teve seus parâmetros introduzidos pela Sonia Azambuja, e é um
sucesso em sua formulação e enfatiza o quanto este foi largamente discutido em congresso.
Apóia a idéia de que seja submetida à Assembléia qualquer mudança, lembrando o quanto este
modelo representa uma história de luta e construção.
12) Myrna Favilli
Lembra-se de que está nesta Sociedade desde 1981. Comenta alguns momentos em que participou
de mudanças importantes ao longo desses anos.
Acredita que os regulamentos devem acompanhar a modernização e a atualização da comunidade
na qual estão inseridos.
Parabeniza a diretoria por propiciar este momento de reflexão.
Diferencia Instituição de Diretoria: A diretoria é transitória e composta por pessoas que por dois
anos ocupam um cargo dado por votações. A Instituição é o que temos aqui presente, com todos os
ramos do saber, membros efetivos, supervisores, e outros; a Instituição está presente em todo o
currículo do candidato que entra e sai, observado por várias pessoas do Instituto. Os institutos de
psicanálise foram criados para que o candidato possa estar diante de diversos modos de pensar.
Propõe que haja uma votação para as idéias “em reboliço” que apareceram neste momento de
turbulência que considera de tanta importância como outros que já houve antes e que trouxeram
mudanças. Pergunta: por que ter medo desta mudança agora? E propõe: se não der certo, daqui a 10
anos muda-se novamente.
Faz um apelo pessoal pela História desta Sociedade, a qual acompanha e na qual viveu tantos
momentos de luta e integração, para que nela se desenvolva um ambiente de “democracia mental”.
Esclarece que o significado de estarmos juntos é o de construir uma Sociedade respeitosa e com
pensamentos, cuidando para que estes não sejam destruídos. E que este é um processo íntimo.
Chama a atenção para que exista respeito às idéias e à psicanálise e para como estas merecem
delicadeza e sensibilidade.
Agradece a todos e deseja que todos saiam deste Congresso com esperança e progresso.
13)Antonio Carlos Eva
Defende a idéia de que os congressos sejam mistos em sua forma, sendo uma parte em pequenos
grupos cujo objetivo é criar um espaço insaturado facilitando o aparecimento de novas idéias.
Avalia o que está acontecendo no momento__ com a reunião do grupo em plenária __como um
momento onde inúmeros autores comentam muitas idéias e o espaço fica saturado.
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Conta ter participado de dois momentos criativos dentro da Comissão de ensino: quando se criou o
currículo atual, e quando se definiu a formação continuada.
Avalia de forma positiva a mudança da obrigatoriedade, para a atual, com a liberdade de escolha.
Acredita que o trabalho do Homero deva ser lido por todos os professores, porque traz uma idéia
fundamental: de que o professor precisa fazer perguntas ao invés de dar respostas.
Considera que o nosso currículo, sendo infinitamente aberto, possibilita ao professor ir progredindo
continuamente em sua forma de trabalho e defende então a forma atual do currículo e da escolha
dos professores.
14) Bernardo Tanis
Parabeniza as pessoas que organizaram o encontro, da Comissão de Ensino bem como da Diretoria
do Instituto e considera uma questão fundamental a dedicação delas em seu dia a dia ao trabalho
coletivo institucional.
Avalia o valor desta Instituição a partir da qualidade e seriedade dos trabalhos apresentados para
reflexão neste encontro e da participação das pessoas mesmo com suas diferenças e contradições.
Aponta o cuidado que devemos ter com Ela (Instituição), porque temos um patrimônio construído
ao longo de muitos anos.
Concorda com outros que se manifestaram: os seminários eletivos são fundamentais para construir
um espaço para a diversidade e o “fazer pensar”.
Sugere que a criatividade da psicanálise brasileira deve ser valorizada, e que seu trabalho na revista
visa abrir um espaço para que as pessoas possam escrever e ousar criar seus próprios textos e não só
reproduzir o já conhecido.
15) Márcio Giovannetti
Cumprimenta a todos pela produtividade destes dias.
Diz que são 180 inscritos, mas muitos estão ausentes. E é um número pequeno frente à importância
do que está acontecendo aqui. Que apesar da produção de textos e da sua distribuição pela internet,
isto não garante a leitura e a participação. E que os embates de idéias que se pode ter em encontros
como este, são essenciais inclusive para que se possa desidealizar a psicanálise e ela se tornar mais
científica e um pensamento crítico se desenvolva.
Sugere que esta conversa possa continuar e se expandir.
16) Cecília Orsini
Esclarece como o Grupo de Reflexão- Currículo se criou, (e não foi criado). Iniciou-se a partir de
conversas, depois atraindo o interesse de outras pessoas que pediram para serem incluídas na mala
direta. Que corresponde a um tipo de participação de um fórum de reflexão e que os colegas que
quiserem dele participar, poderão fazê-lo entrando no link. É um grupo aberto a todos. Agradece a
diretoria pela sensibilidade diante disso, possibilitando o diálogo com o grupo e a abertura para o
novo.
Fez uma metáfora em relação ao Congresso: “que desde que estou na Sociedade, conseguimos
finalmente furar um abscesso, e que furar um abscesso dói.” Saiu ontem doída, mas feliz. Diz que
temos agora que “drenar e tratar”.
Relata que muito lhe impressionou em toda a sua formação, que todas as discussões terminavam em
concordância, e considera que isto é resto da ditadura militar. E que não temos o exercício da
diferença e do embate de idéias.
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Sugere que o grupo possa suportar as tensões, como fez Mahler, que por suportá-las, criou a sua
obra (musical).
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São Paulo, 20 de junho de 2010-06-20