V CONGRESSO BRASILEIRO DE ALGODÃO SALA ESPECIALIZADA: PLANTAS DANINHAS Observação: Esta folha não deverá ser incluída nos anais, é apenas a referencia do arquivo para sala especializada acima especificada, bem como a palestra indicada. HERBICIDAS NA CULTURA DO ALGODÃO NO BRASIL Luiz Lonardoni Foloni. Engenheiro Agrônomo – FEAGRI/UNICAMP HERBICIDAS NA CULTURA DO ALGODÃO NO BRASIL Luiz Lonardoni Foloni. Engenheiro Agrônomo, Ms. Dr Prof. Colaborador do Curso de Pós Graduação em Engenharia Agrícola – FEAGRI/UNICAMP – Cidade Universitária Zeferino Vaz – Caixa Postal 13083-970 – Campinas/SP. 1 - INTRODUÇÃO A cultura do algodão pode ser dividida em duas fases marcantes, antes e depois do aparecimento do bicudo. Na fase anterior, a cultura era caracterizada por grande número de pequenos produtores com utilização de baixa tecnologia e poucos grandes grupos com alta tecnologia. Após a disseminação do bicudo, com o aumento do custo de produção, houve ema queda drástica da área plantada, deixando assim o Brasil de exportar, passando à grande importador. A nova fase mudou a geografia de produção do algodão do centro-sul, para o centro-oeste e Bahia, com características de grandes propriedades e utilização de tecnologia de ponta. A figura 1 mostra as regiões produtoras de algodão. Figura 1: Principais regiões produtoras de algodão no país. Os produtores nacionais, agora utilizando alta tecnologia e regionalizando a produção em condições edafo-climáticas favoráveis,propiciaram o aumento da produtividade, bem como da qualidade da fibra natural produzida. Pouco mais de uma década de expansão da cotonicultura na região dos cerrados, as grandes lavouras conduzidas de maneira empresarial, com o emprego de tecnologia de ponta, lançam mão da rastreabilidade para fazer um algodão (pluma) de primeiríssima qualidade. Na constante busca da superação, a matéria-prima obtida – uma fibra natural – é o resultado dos cotonicultores de muita fibra. Dentre as prioridades dos cotonicultores brasileiros, para seu crescimento no mercado mundial estão desde a melhora do manejo do algodão do plantio até o beneficiamento, de forma agregar valor à fibra obtida. Assim, o uso de produtos fitossanitários para a sua correta condução, além de boas sementes, plantio bem feito e adubação de solo e foliares, são fundamentais para atingir tais objetivos. Dentro deste contexto, os herbicidas são parte fundamental para a cultura sair no limpo e propiciar a colheita no limpo. 2 – OS HERBICIDAS NA CULTURA DO ALGODÃO A cultura do algodão diferencia-se das demais, onde normalmente são utilizados herbicidas para atuarem no chamado período crítico de competição (de maneira geral entre 15 a 60 dias após o plantio), pois as plantas invasoras que aparecem após esta época não mais interferem na sua produção. No caso específico do algodão, torna-se importante não só a matocompetição, mas as condições para a colheita mecanizada, e mais importante ainda, a qualidade da fibra. Assim têm-se aplicações de herbicidas de manejo (pré-plantio) quando se trata da implantação da cultura no Sistema Plantio Direto (SPD), herbicidas de pré e pósemergência (para o período crítico de competição) e em jato dirigido para manutenção da cultura no limpo, além da aplicação de pré-colheita, para facilitar e preservar a qualidade da fibra. Os dados disponíveis – safra 2003/04 (SINDAG, 2004) – permite construir uma figura com a distribuição do uso de herbicidas por região no Brasil, conforme mostrado na figura 2. MS 5% SP 5% MG PR 4% 1% BA 14% MT 57% GO 14% Figura 2: Distribuição do uso percentual de herbicidas por região no Brasil. 3. HERBICIDAS DE MANEJO Estima-se a área plantada no sistema plantio direto em 30% da área total, sendo que em algumas regiões este percentual pode chegar a 50%. Os herbicidas utilizados no manejo estão apresentados na figura 3. Algodão 2004 40 35 (% ) Área 30 25 20 15 10 5 0 1 Glifosatos 2,4-D Gramocil Aurora Reglone Outros Figura 3: Herbicidas utilizados no manejo (pré-plantio) para implantação da cultura do algodão em sistema de plantio direto. 4 – HERBICIDAS DE PRÉ-PLANTIO OU DE PRÉ-EMERGÊNCIA Os herbicidas utilizados em pré-plantio e em pré-emergência da cultura e das plantas daninhas – isolados ou associados – estão representados na figura 4. (%) Área Algodão 2004 40 35 30 25 20 15 10 5 0 1 Diuron Dual Gold Gamit Flumyzin 500 Premerlin 600 Outros Trifluralina Figura 4: Herbicidas de PPI e pré-emergência utilizados na cultura do algodão. 5 – HERBICIDAS DE PÓS-EMERGÊNCIA Os herbicidas utilizados em pós-emergência (da cultura e das plantas daninhas) em complemento aos herbicidas de pré estão divididos em pós para folhas estreitas e pós para folhas largas, ambos plotados na figura 5. Algodão 2004 35 (%) Área 30 25 20 15 10 5 0 1 Fusilade 250 EW Verdict R Select 240 CE Poast Aramo 200 C Tardga 50 CE Gallant 240 BR Algodão 2004 60 (%) Área 50 40 30 20 10 0 1 Staple 280 CS Envoke (A) Flumyzin (B) Figura 5: Herbicidas utilizados em pós-emergência na cultura do algodão – (A) Pós-folhas estreitas, (B) Pós-folhas largas. 6 – HERBICIDAS EM JATO DIRIGIDO Os herbicidas de pré e pós-emergência são utilizados para manter a cultura no limpo no período crítico de competição. Antes do fechamento da cultura (entre os 45-60 dias após o plantio) é efetuada uma nova aplicação, agora em jato dirigido ao solo, nas entrelinhas da cultura, objetivando manter até cultura livre das plantas daninhas até a colheita. Os principais herbicidas utilizados nesta operação estão representados na figura 6. Algodão 2004 40 35 (%) Área 30 25 20 15 10 5 0 1 Diuron MSMA Flumioxazin Dual Gold Finale Outros Figura 6: Herbicidas utilizados em jato dirigido na cultura do algodão 2004. 7 – HERBICIDAS OU DESFOLHANTES EM PRÉ-COLHEITA Produtos desfolhantes e herbicidas são utilizados na fase final do ciclo da cultura do algodão com o escopo de provocar a desfolha ou a dessecação do algodoeiro para facilitar a colheita. Os principais produtos utilizados nesta fase na cultura do algodão estão representados na figura 7. Algodão 2004 60 (%) Área 50 40 30 20 10 0 1 Dropp Ultra Finish Aurora 400 CE Figura 7: Produtos utilizados em pré-colheita na cultura do algodão. 8 – DOSE / CUSTO A dose de um produto é muito específica para cada área onde será utilizado em função da flora predominante e estádio das plantas daninhas. No entanto, apenas para efeito comparativo, procurou-se avaliar a dose média utilizada, bem como o custo médio, na safra 2004. Os dados médios obtidos tanto para os produtos como para os valores de custo por ha tratado em reais, estão sumarizados na figura 8. Produtos Dose (l ou kg / ha) Custo (R$ / ha) Aurora 400 CE Cention SC Diuron Diuron 500 SC Dual Gold Envoke Finale Flumyzin 500 Gamit Gramocil Karmex MSMA 720 SC Polaris Premerlin 600 CE Reglone Roundup Original Roundup Transorb Roundup W.G. Staple 280 CS Sumisoya Trifluralina Nortox Trop Verdict R Volcane Zapp QI 2004 0,050 1,690 1,630 1,660 0,860 0,006 1,410 0,040 1,630 1,160 1,070 2,020 2,950 2,280 0,830 2,460 2,630 1,590 0,160 0,040 2,110 2,950 0,380 2,200 2,380 2004 35,31 27,36 29,32 28,09 38,60 113,89 63,24 24,81 148,56 34,84 26,64 24,20 36,25 47,46 25,01 33,21 49,90 39,84 143,07 27,04 25,24 33,16 49,02 36,38 36,95