UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA
INSTITUTO DA SAÚDE E PRODUÇÃO ANIMAL
Disciplina: Toxicologia Veterinária
Intoxicação por animais
venenosos e peçonhentos
Profa. Ana Sílvia S. Ribeiro
ISARH/UFRA
• Mais comum em cães
• Glândulas secretoras de
bufotoxinas
Intoxicação
por
bufotoxina
• Bufotoxinas –
substâncias com ações
sobre a função cardíaca
▫ Compostos ativos:
epinefrina, norepinefrina,
dopamina, serotonina,
bufogeninas, bufotoxinas e
bufotenina
• Sinais
o
o
o
o
o
o
o
o
o
Irritação local
Sialorréia
Naúseas
Vômito
Excitação (tremor da cabeça)
Agitação
Incoordenação motora
Dispnéia
Arritmias cardíacas (cianose, fraqueza e colapso)
SINAIS
Leve
Irritação da mucosa oral e diarréia
Moderado
irritação da mucosa oral e sialorréia, êmese, depressão,
fraqueza, ataxia, sinais neurológicos, anormalidades do
ritmo cardíaco, evacuação e micção espontâneas
Grave
diarréia, dor abdominal, midríase não-responsiva,
convulsões, edema pulmonar e cianose.
Alterações eletrocardiográficas observadas : arritmias, que
podem evoluir para taquicardia ventricular multiforme e,
se o cão não for tratado, para fibrilação ventricular e morte.
Tratamento de emergência
• Assegurar vias aéreas
• Oxigênio suplementar
• Acesso venoso
• Controlar convulsões - Diazepan
• Tratar hipertemia e coma, se presente
• Outros tratamentos:
▫ monitore o ECG (propranolol – 1,5 a 5 mg/kg EV)
▫ Uso de atropina (0,02 A 0,04 mg/kg EV) – freq. Cardíaca inferior
a 50 batimentos/min
TOXICOLOGIA DOS ACIDENTES POR
ANIMAIS PEÇONHENTOS
ESCORPIONISMO
Espécies de importância
médica na região Amazônica
Gênero
Tityus
Brotheas
Espécies
Tityus metuendus
Brotheas amazonicus
Tityus cambridgei
Bom estado corporal, mucosas ocular e oral congestas e
presença de grande quantidade de saliva na boca;
Pulmões: avermelhados e com edema;
Rins : vermelho-escuros;
Estômago: repleto de ração digerida
Na microscopia: hemorragia, congestão e edema
pulmonar, e congestão no baço, nos rins e nos linfonodos
Tityus cambridgei
MECANISMO DE AÇÃO DO VENENO
Características:
- Não possui ação hemolítica;
- Não possui ação proteolítica;
- Não possui ação fosfolipásica;
- Não possui ação colinesterásica;
Age sobre canais de sódio das
membranas excitáveis.
Age sobre canais de Na das
membranas excitáveis
1.Liberação de catecolaminas e acetilcolina pelas
terminações nervosas pós-ganglionares do Sistema
nervoso simpático e parassimpático e supra-renal.
EFEITOS DA AÇÃO DO VENENO
ÓRGÃO EFETOR
ESTÍMULO
SIMPÁTICO
ESTÍMULO
PARASSIMPÁTICO
Olho
Midríase
Miose
Glândulas
Sudorese
Aumento da secreção
lacrimal, nasal, salivar e
bronquica
Pulmão
Relaxamento da
musculatura brônquica
Broncoconstricção e
aumento da produção de
muco
Sistema digestivo
Sistema circulatório
Aumento da motilidade, da
secreção gástrica e
pancreática e diminuição
do tônus dos esfíncteres.
Aumento da freqüência
cardíaca e respiratória,
vasoconstrição perifárica
e arritmia.
Diminuição da FC, parada
vagal e vasodilatação
SINAIS E SINTOMAS LOCAIS
- Dor local ou irradiada;
- Edema;
- Hiperemia;
- Sudorese;
- Piloereção local;
SINAIS E SINTOMAS
SISTÊMICOS
1.Manifestações gastrointestinais;
2.Manifestações respiratórias;
3.Manifestações cardiovasculares;
4.Manifestações Neurológicas.
TRATAMENTO SINTOMÁTICO
1.Combate a dor local com anestésicos
locais;
1.Hidratação;
2.Outros
• Os sapos pertencem a ordem Anura, família
Bufonidae, gênero Bufo, com as seguintes espécies:
Bufo marinus, B. typhonius, B. crucifer, B. ictericus, B.
granulosos, B. ocellatus, B. rufus e B. paracnemis.
Entretanto, nem todas estas espécies apresentam
secreções com caráter tóxico capaz de levar o
cão envenenado à morte.
• Possuem na superfície da sua pele glândulas
(Fig06, Fig07 e Fig08) que produzem veneno de
alta toxidez. Dentre estas, encontram-se glândulas
bilaterais, de posição pós-orbital, visíveis a olho nu
e de formato de diamante, conhecidas como
paratóides (Fig04).
• Cuidado na contenção
• O veneno é absorvido a partir das mucosas, ou devido
a feridas pré-existentes na pele. A ingestão de sapos
mortos, desidratados ou secos, podem levar o animal a
intoxicação.
• Ação cardiotóxicacompostos básicos do tipo
Adrenalina, Noradrenalina, e ainda Bufotenina,
Diidrobufotenina, Bufotionina que possuem efeitos
alucinógenos atuando diretamente no sistema nervoso
central. Possuem também derivados esteróides como
Colesterol, Ergosterol e Gama-sistosterol, sem ação
tóxica conhecida. Os Bufodienólides e Bufotoxinas, que
também fazem parte do veneno, possuem ação
semelhante aos digitálicos
Leve
Irritação da mucosa oral e sialorréia de coloração
avermelhada.
Moderado
Irritação da mucosa oral, sialorréia de coloração
avermelhada, vômitos, seguidos de depressão, fraqueza,
ataxia e andar em círculos.
Anormalidades do ritmo cardíaco, evacuação e micção
também podem ser observadas.
Grave
Irritação da mucosa oral, sialorréia de coloração
avermelhada, vômitos, diarréia, sinais de dor abdominal,
depressão, fraqueza e decúbito esternal. As pupilas não
responsivas à luz, podendo o animal apresentar
convulsões, anormalidades do ritmo cardíaco, sinais de
edema pulmonar, cianose, e ocorrência de óbito.
Tratamento
• Não existe antídoto específico para o tratamento
de animais intoxicados com o veneno do sapo. A
primeira medida a ser tomada é a remoção do
veneno da boca do animal, ou do local onde
houve contato, por meio de lavagem com água
corrente em grande quantidade, devendo-se ter o
cuidado de manter o animal com a cabeça
abaixada de modo a não provocar o afogamento
ou forçar o animal a ingerir a água.
• Nos casos moderados e graves, o tratamento
medicamentoso deve ser feito com drogas antiarrítmicas, e sempre que possível com
monitoramento constante por meio de
eletrocardiógrafo.
• Dos anti-arrítmicos, o Verapamil na dose de
8mg/Kg de peso, via I.V., em condições de
intoxicação experimental foi eficaz evitando o
óbito em 100% dos casos, sendo, entretanto,
necessárias várias repetições.
• O Propranolol, na dose de 0,5 mg/Kg, via I.V., também
pode ser utilizado, entretanto, possui menor eficácia em
prevenir o óbito podendo causar bradicardia fatal. Da
mesma forma necessita de repetições, se necessário.
• Outras drogas como Atropina, Amiodarona e Lidocaína,
segundo a literatura, são utilizadas nesse tipo de
envenamento, porém nem sempre com resultados
satisfatórios.
• Os casos moderados e graves necessitam de
internação e monitoramento contínuo com a utilização
de eletrocardiógrafo, além da medicação de suporte
como reposição hidroeletrolítica.
ESPÉCIES DE SERPENTES PEÇONHENTAS
ENCONTRADOS NO BRASIL
1- Bothrops – jararaca
2- Lachesis – surucucu
3- Crotalus – cascavel
4- Micrurus – coral verdadeira
Fig. 4: Surucucu (Lachesis muta
Fig.2: Cascavel (Crotalus durissus)
Fig 1: Corais Verdadeiras: 1) Micrurus coralinus; 2) M. frontalis; 3) M.
albicinctus
Identificação das serpentes
peçonhentas
• Em linhas gerais, temos:
• cabeça triangular (desproporcional ao corpo)
• fosseta loreal (menos no gênero Micrurus)
• pupila vertical (menos no gênero Micrurus)
• corpo camuflado (com desenhos)
• AGLIFAS - (a= ausência +
glyphé= sulco)- dente
maciço,
sem
canal
central ou sulco, e não
possui presas. Típico de
serpentes não venenosas.
• São chamados animais
AGLIFODONTES.
• Ex- jaracuçu do brejo,
jibóias, caninanas, sucuris,
etc
Opistóglifa
Tipo de dentição característica de determinadas espécies de serpentes, cujos
dentes inoculadores de veneno se encontram parte posterior do maxilar superior,
apresentando, assim, perigo altamente reduzido para o homem. Dentição
característica de alguns membros da família Colubridae
PROTEROGLIFAS- (protero= dianteiro)
Tipo de dentição característica das serpentes da família Elapidae.
Apresentam dois dentes inoculadores de veneno na parte anterior do maxilar
superior, de carácter marcadamente forte, não retráteis.
T
ipo de dentição característica de determinadas espécies de serpentes, cujos dentes inoculadores de veneno s
P
T
roteróglifa
ipo de dentição característica das serpentes da família Elapidae. Apresentam dois dentes inoculadores de ven
S
olenóglifa
D
entição característica das serpentes da família Viperidae. Os membros desta família possuem dois dentes ret