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Banheiros públicos: use-os com segurança
Estratégias para evitar a transmissão de doenças
Provavelmente, toda mulher gostaria de poder carregar um
banheiro na bolsa para não ter que utilizar banheiros públicos.
Pilhas de papel higiênico acumulado e assentos sujos e úmidos
fazem com que muitas tenham que usar toda a flexibilidade do
corpo para evitar a transmissão de doenças. E será que isto
realmente adianta?
Renata Aranha, ginecologista do Hospital Universitário Pedro
Ernesto dá a resposta. Segundo ela, a transmissão de doenças
por contágio em sanitários é rara. Ocorre, principalmente,
quando uma pessoa contaminada entra em contato direto com
outra. “No entanto, existem dois fatores que contribuem para
qualquer contaminação, inclusive em banheiros públicos. O
primeiro é a perda da integridade da pele devido ao
aparecimento de feridas e úlceras, que funcionam como porta de entrada para microorganismos. Outro é a
diminuição da capacidade de defesa do indivíduo (baixa imunidade), que aumenta as chances de adquirir
doenças”, alerta.
Sendo assim, o risco é remoto, mas existe. E as doenças que podem ser adquiridas desta forma são o HPV
(Papiloma Vírus Humano) e o herpes genital. “Ambos podem contaminar também quando se compartilham objetos
pessoais (como toalhas), mas bactérias e vírus sobrevivem por pouco tempo fora da secreção do hospedeiro e
deixam de estar viáveis para contaminar depois de um período prolongado”, esclarece a médica, e afirma: “sífilis
e gonorréia não são transmitidas dessa forma”.
Afinal de contas, é necessário fazer malabarismos com o corpo para evitar contato direto com o sanitário? A
resposta é afirmativa, segundo Renata Aranha. “O ideal é não encostar no local que apresenta secreções e
fluidos. Desta forma, não há chance de transmissão”, diz. De acordo com a ginecologista, o primeiro passo para
utilizar estes sanitários com segurança, sem adquirir doenças, é avaliar a limpeza do local e a integridade da
própria pele. “Se a mulher apresentar uma ferida é bom que o contato direto com essas superfícies seja
realmente evitado, pois o risco aumenta. Ela pode tentar ficar agachada sem tocar no sanitário”, recomenda.
A médica ainda lembra que há uma proteção pouco comercializada no Brasil, que permite que as mulheres não se
exponham ao contato com o vaso. “Trata-se de um cone, que simula um pênis e se acopla na vulva da mulher. A
urina pode correr por esse tubo de papel duro até cair no vaso sanitário. Assim as mulheres não ficam em
posição desconfortável e nem sujam o banheiro”, conta. Outra alternativa possível é forrar o assento com papel
e protetores.
Renata Aranha ainda ressalta que o perigo de contaminação não vem só pelo sanitário. É necessário ter cuidado
com as maçanetas das portas ou torneiras. “Elas podem estar contaminadas por agentes que causam
gastrenterite. Portanto, é fundamental lavar bem as mãos (especialmente das crianças, que podem levá-las à
boca) e usar toalha de papel descartável. Todos esses cuidados são formas importantes de higiene, mas não
devemos esquecer que a maior forma de transmissão dessas doenças por contato é a relação sexual”, destaca.
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