MOVIMENTO EM DEFESA DO RIO TINTO Rua Fernão de Magalhães, 228 ▪ 4435-246 Rio Tinto [email protected] ▪ http://moveriotinto.no.sapo.pt ▪ http://moveriotinto.blogspot.com Um Ano de Actividade em Defesa do Rio Tinto O MOVIMENTO EM DEFESA DO RIO TINTO completou um ano de existência na passada quarta-feira, 18 de Abril. As acções, na defesa dos objectivos traçados, mostraram-se válidas e receberam um forte apoio da nossa comunidade. A actividade do Movimento tem-se direccionado para o conhecimento do problema nas diversas dimensões, para o contacto e sensibilização dos riotintenses no sentido da recuperação do rio, em particular da população escolar e ribeirinha. Temos procurado o envolvimento de todos os que querem um rio despoluído e requalificado, incluindo as entidades e instituições que, objectivamente, têm que lidar com este problema invertendo a situação a que o rio chegou. Temos tido a preocupação de manter informada esta Assembleia, quanto às actividades, objectivos e projectos em curso e permitam-nos lembrar algumas das principais acções desenvolvidas: 1) Debate “Em defesa do nosso rio” que também serviu de apresentação pública do MOVIMENTO, em 5 de Junho de 2006 (Dia Mundial do Ambiente), que encheu por completo este salão. 2) Visita ao rio, orientada pelo Eng. Pedro Teiga, com a participação de dezenas de interessados. 3) Acção de Limpeza das margens e leito do rio no lugar da Levada (um dos bonitos troços que poderão vir a enobrecer a cidade de Rio Tinto) com a participação de cerca de 40 voluntários. 4) Comemoração do Dia do Rio Tinto, em 25 de Março, através de uma Caminhada “Veste a Camisola do Rio”, com a participação de centenas de pessoas de todas as idades, que resultou num extraordinário sucesso e foi um momento importante para o processo de despoluição do rio Tinto. Queremos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para ganhar o rio Tinto e temos já calendarizadas as seguintes iniciativas: 1) Com total respeito pela autonomia da escola, continuar a apostar na colaboração e desenvolvimento de dinâmicas escolares e educativas que visem trabalhar o rio e a educação ambiental, num conjunto alargado de disciplinas. 2) Colaborar com técnicos de várias instituições e associações (Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, da Associação dos Professores de Geografia e Associação Portuguesa de Educação Ambiental), na implementação do Projecto Rios na freguesia de Rio Tinto, que prevê a adopção de um troço de rio e a sua monitorização ao longo dos próximos anos. 3) Contribuir para a educação ambiental da população de Rio Tinto, trabalhando no sentido de demonstrar as potencialidades e vantagens de um rio Tinto despoluído. Cooperar para o despertar e fortalecer a consciência ambiental das pessoas, de modo a adoptarem comportamentos ecologicamente correctos. 4) Mobilizar a população a participar nos processos que têm que ser avaliados e validados (técnica e cientificamente) e amplamente discutidos, conferindo-lhes legitimidade acrescida e interiorização implícita. 5) Cooperar nas imensas tarefas de requalificação, propondo acções de limpeza, de sensibilização e de esclarecimento sobre as alternativas para o nosso rio e respectiva zona ribeirinha. 6) Lutar pela intervenção das autoridades competentes para a recuperação e salvaguarda deste recurso e deste espaço público, exigindo a clarificação das regras de construção e de ocupação dos solos em zonas ribeirinhas. 7) Recolher durante o ano, diversas memórias e depoimentos sobre o rio Tinto e as diversas actividades a ele associadas. 8) Realizar em Junho (associado ao Dia Mundial do Ambiente) as JORNADAS DO RIO para ouvir técnicos, cientistas, população e público em geral com vista a abordar e validar as melhores estratégias e para a definição de um verdadeiro plano de socorro. A implementação das recomendações que aqui apresentamos em 21 de Dezembro, e por V. Exas. acolhidas, representam para o rio e para a freguesia um passo corajoso e indispensável, sobre o qual não pode haver equívocos. Ninguém é dono da verdade, muito menos este Movimento; ambicionamos salvar o rio Tinto, preservar património, conquistar espaços verdes fundamentais e acrescentar qualidade de vida à cidade de Rio Tinto. A participação pública e de cada um de nós neste processo, deve decorrer de forma responsável e empenhada. As decisões a tomar perante um problema tão intricado, quanto complexo, exigem um conceito de abertura às soluções de forma abrangente e sem excessivos condicionalismos no acesso à informação. Os cidadãos tem que ser chamados a intervir cada vez mais, não apenas porque começam a exigir o direito a serem ouvidos nos processos, mas também porque, para quem decide, lhes dará mais conforto a tomada de decisões amplamente debatidas e participadas, podendo envolver e responsabilizar os cidadãos. As soluções vindas exclusivamente de cima estão maioritariamente condicionadas a uma visão de manutenção de privilégios, a maior parte das vezes ineficaz e esbanjadora de recursos e sem correspondência com os anseios dos cidadãos. Com a participação de todos podemos contribuir para criar soluções inovadoras e sustentáveis. Temos a consciência de que as autoridades Câmara Municipal de Gondomar, Ministério do Ambiente, Junta de Freguesia de Rio Tinto e outras entidades, apesar de o tentarem, não têm conseguido por si só responder a este desafio. A noticia recente de que a Câmara Municipal de Gondomar vai elaborar o “Plano de Pormenor” para a área do chamado centro cívico de Rio Tinto vai exigir de todos nós clareza e empenhamento, por estarem a ser tomadas decisões que condicionarão o futuro da cidade e a sua valorização. As acções têm de ser pragmáticas, com impacto e com um sentido definido – encontrar soluções diferentes, eficazes, confortáveis e rentáveis, que valorizem e ao mesmo tempo respeitem o homem e o ambiente. Queremos ter, enquanto co-responsáveis pelas recentes abordagens do rio Tinto, um papel activo na procura de soluções para dar vida ao rio, e o rio poder ser uma mais valia para a cidade. Ao completar o primeiro ano de vida, tem sentido lembrar algumas das ideias constantes do Manifesto constitutivo do Movimento, designadamente: 1) Requalificação e valorização do vale do rio Tinto através da intervenção coordenada dos Municípios de Gondomar, de Valongo e do Porto os quais são atravessados por esta linha de água. 2) Despoluição do rio passando pela identificação dos focos de poluição industrial, agrícola e doméstica e tomada de medidas para que estes sejam eliminados da sua bacia hidrográfica. 3) Eliminar, com medidas de apoio social, as centenas de ligações de águas residuais que drenam directamente para o rio. 4) Recuperação do leito, das margens e dos seus afluentes do rio Tinto e desobstrução dos locais em que o rio provoca inundações de forma cíclica. 5) Recuperação do património histórico-cultural, designadamente os moinhos, azenhas e levadas. 6) Promoção, defesa e usufruto pelos cidadãos da zona ribeirinha, com a criação de vias ciclopedonais arborizadas, parques de merendas e de lazer. 7) Preocupação que novos projectos venham a demonstrar, mais uma vez, desprezo pela preservação do meio ambiente. Finalmente, registamos positivamente que venham sendo feitas declarações que vão no sentido de ver com outros olhos a situação dramática do nosso rio. Mas o problema só será resolvido com acções concretas. É necessário que, a Câmara Municipal de Gondomar, apresente um plano de medidas concretas e calendarizadas para recuperação integral do rio e toda da sua bacia. Esta entidade tem de ser o pivot no desenvolvimento de todas as acções que estanquem as agressões ao rio, na promoção de acções coordenadas com os municípios de Valongo e do Porto e nas medidas de âmbito municipal que levem à recuperação do rio na área da nossa cidade. Mas esse plano, tem que obedecer aos interesses e às melhores opções para uma cidade viva e de qualidade. Daí, deixarmos o apelo para que a Assembleia de Freguesia de Rio Tinto no seu conjunto, sinta como seu o desejo de ver o rio recuperado e desenvolva, dentro das suas competências, as acções que ajudem a concretizar os nossos objectivos que são os de todos os riotintenses. A despoluição e requalificação do rio Tinto, vai exigir muito de todos nós. A recompensa a receber, será a de iniciar, de pôr em pratica, um conceito de desenvolvimento sustentável, para que deixemos aos nossos filhos pelo menos as mesmas possibilidades de futuro que nós tivemos. São necessárias novas forças, energias e contributos que permitam aprofundar aspectos ligados às soluções ambientais, encontrar respostas para a recuperação de algum património construído, trabalhar a educação e participação cívica e ambiental das pessoas. O Movimento em Defesa do Rio Tinto Rio Tinto, 2007-04-20