UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO ESPECIALIZAÇÃO lato-sensu PRODUÇÃO E REPRODUÇÃO EM BOVINOS Ultra-sonografia na Aspiração Folicular de Bovinos Felipe Campos Coimbra de Miranda Rio de Janeiro, agosto de 2008 UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO ESPECIALIZAÇÃO lato-sensu PRODUÇÃO E REPRODUÇÃO EM BOVINOS ULTRA-SONOGRAFIA NA ASPIRAÇÃO FOLICULAR DE BOVINOS Felipe Campos Coimbra de Miranda Rio de Janeiro, agosto de 2008 ii Felipe Campos Coimbra de Miranda Aluno do Curso de Especialização lato-sensu de Produção e Reprodução de Bovinos ULTRA-SONOGRAFIA NA ASPIRAÇÃO FOLICULAR DE BOVINOS Trabalho monográfico de conclusão do curso de Especialização lato-sensu Produção e Reprodução de Bovinos (TCC), apresentado a UCB como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Produção e Reprodução de Bovinos, sob a orientação do Prof. Dr. Athos de Assumpção Pastore. Rio de Janeiro, agosto de 2008 iii ULTRA-SONOGRAFIA NA ASPIRAÇÃO FOLICULAR DE BOVINOS Elaborado por Felipe Campos Coimbra de Miranda Aluno do Curso de Especialização lato-sensu Produção e Reprodução de Bovinos Foi analisado e aprovado com grau: ................................... Rio de Janeiro, ____ de _______________ de ______. ________________________________ Membro _________________________________ Membro _________________________________ Prof. Dr. Athos de Assumpção Pastore Presidente Rio de Janeiro, agosto de 2008. iv RESUMO A aspiração folicular transvaginal com auxílio do ultra-som (OPU) é uma técnica da reprodução assistida que associada à produção “in vitro” de embriões (PIV) tem proporcionado comercialmente a maior quantidade de crias/vaca/ano. O futuro dessa biotécnica é promissor e o conhecimento e aplicabilidade dos aspectos relacionados à aspiração folicular são fundamentais para o sucesso do processo, ou seja, obtenção de grande quantidade de bezerros oriundos de uma única vaca. Procurou-se descrever vários pontos pertinentes a OPU como conceito, histórico, comparações entre outras técnicas, quadro atual, utilização, pré-requisitos para a realização da aspiração folicular com ultra-som, aplicação da técnica, morfologia dos oócitos coletados, vantagens e desvantagens, seqüelas e futuras pesquisas. Palavras-chave: Aspiração folicular; produção “in vitro” de embriões; ultra-som; vaca. v ABSTRACT The follicular aspiration transvaginal with aid of the ultrasound (OPU) is one technique of the attended reproduction that associated to the production “in vitro” of embryos (PIV) has proportionate commercially the biggest amount of creates/cow/year. The future of this human engineering is promising and the knowledge and applicability of the aspects related to the follicular aspiration are basic for the success of the process, that is, attainment of great amount of deriving year-old calves of an only cow. The OPU was looked to describe some pertinent aspects as concept, description, comparisons among others techniques, current picture, job of the OPU, prerequisite for the accomplishment of the follicular aspiration with ultrasound, application of the technique, morphology of the collected oócitos, advantages and disadvantages, sequels and future research. Key words: Ovum pick-up; embryo production “in vitro”; ultra-sound; cow; vi SUMÁRIO 1 – Introdução 1 2 – Desenvolvimento 4 2.1 - Conceito da OPU 2.2 - Histórico da OPU 2.3 - Comparações 2.3.1 - Natural x TE x OPU 2.3.2 - Tipos de Aspiração 2.4 - Quadro atual da OPU 2.5 - Utilização da OPU 2.6 - Pré-requisitos para a realização da OPU 2.6.1 - Seleção do folículo 2.6.2 - Fatores biológicos que influenciam a OPU 2.6.2.1 - Freqüência e momento da OPU 2.6.2.2 - Fisiologia e condição corporal da doadora para OPU 2.6.2.3 - Tempo e transporte dos oócitos coletados pela OPU 2.6.2.4 - Raça, idade e individualidade da doadora submetida a OPU 2.6.2.5 - Estimulação ou não estimulação antes da OPU 2.6.3 - Fatores técnicos que influenciam a OPU 2.6.3.1 - Materiais utilizados na OPU 2.7 - Procedimentos básicos da OPU 2.8 - Classificação morfológica dos oócitos coletados pela OPU 2.9 - Vantagens e Desvantagens associadas a OPU 2.9.1 - Vantagens 2.9.2 - Desvantagens 2.10 - Seqüelas associadas a OPU 2.11 - Preços do serviço de OPU 2.12 - Futuras pesquisas para ampliar e maximizar o emprego da OPU 4 5 7 7 8 11 12 13 13 14 14 16 17 18 19 22 22 25 27 29 29 30 30 32 33 3 – Conclusão 35 4- Referências bibliográficas 36 vii 1 - Introdução A produção “in vitro” de embriões (PIVE) é constituída das etapas de colheita, maturação (MIV) e fecundação de oócitos (FIV), além do cultivo ou cocultivo (CIV) de zigotos e estruturas embrionárias. A PIVE é uma biotécnica empregada, alternativamente, para acelerar a produção de animais geneticamente superiores e impedir, pela aspiração “in vivo” de folículos guiada por ultra-sonografia, o descarte precoce de fêmeas geneticamente privilegiadas que possuem alterações adquiridas (GONÇALVES et. al., 2001). A aspiração folicular transvaginal guiada por ultra-sonografia, conhecida como OPU (“ovum pick-up”), é a primeira etapa do processo de produção “in vitro” de embriões. Por esse motivo deve-se ter bastante eficácia no emprego dessa técnica, cuja realização correta resultará em um processo de PIVE com maior sucesso, proporcionando, como produto final dessa biotecnologia, várias crias para o produtor. A OPU é entendida como uma técnica ou biotecnologia que permite coletar oócitos, por diversas vezes, através da aspiração folicular guiada por ultra-som. (MENDES, 2005). Pieterse e Kapeen (1988) descreveram a técnica de OPU pela primeira vez. A partir, então, do final da década de 80 e início da década de 90 é que a OPU começou a ser reconhecida e, conseqüentemente, empregada no meio científico e comercial (BOLS et. al., 2005). Nos últimos anos a técnica de aspiração folicular com auxílio do ultra-som tem se desenvolvido e, por isso, viii vem ganhando bastante aceitação, principalmente na América do Sul e Ásia (VIANA e BOLS, 2005). A OPU quando comparada à transferência de embriões (TE) e à forma natural de concepção, é a que mais produtos ou crias proporciona. Por meio natural à vaca só pode conceber uma cria por ano (Manual Merck de Veterinária, 2001). Na técnica de TE pode-se obter anualmente uma quantidade de 25 crias por vaca (BOLS et. al., 2005). Getz et. al. (2000) citam que na biotécnica OPU/PIVE pode-se obter, em um período de 6 meses, aproximadamente 50 embriões. Dode et. al. (2002) relataram que é possível, através da OPU/PIVE, obter 36 crias/vaca/ano. Diversas são as formas conhecidas de se coletar oócitos, porém a de maior sucesso e menos invasiva é a OPU (BOLS et. al., 2005). Becker et. al. (1996) compararam as formas de aspiração e concluíram que tal técnica foi a que proporcionou melhores oócitos. Atualmente, tem-se obtido com a técnica de aspiração folicular por via transvaginal guiada por ultra-som uma média de dez a quinze oócitos por sessão de OPU, resultando em oito oócitos fertilizados, dois a três chegando à etapa de transferência para a receptora e uma cria sendo concebida (CENATTE EMBRIÕES, 2006). A OPU pode ser empregada em várias classes de doadoras bovinas, desde fêmeas que apresentam patologias adquiridas até vacas de alto potencial genético (CENATTE EMBRIÕES, 2006). É importante, para realização da OPU em doadoras bovinas, entender alguns aspectos que envolvem essa técnica como qual o melhor folículo a ser ix puncionado, quais instrumentos e materiais são necessários para o emprego da técnica, qual a freqüência e momento de aspiração, qual a fisiologia e condição corporal da doadora, qual o tempo de transporte dos oócitos coletados até o laboratório, aspectos ligados à raça, idade e individualidade da fêmea doadora, estimulação ou não estimulação, classificação morfológica dos ovócitos, vantagens e desvantagens da técnica, seqüelas causadas pelo procedimento, além dos aspectos financeiros no que se refere aos valores cobrados por sessão de OPU. Todos esses aspectos ligados vão culminar na realização da técnica propriamente dita. Para empregá-la é importante conhecer todos os passos, desde a contenção adequada do animal, passando pela introdução da sonda, até a colheita dos ovócitos. A técnica de OPU é recente. Muitos aspectos necessitam de uma maior compreensão e muito precisa ser aprimorado. Várias pesquisas têm sido desenvolvidas com a intenção de se alcançar melhores resultados no emprego da OPU. Algumas novidades dessa biotecnologia, que estão sendo projetadas para um futuro próximo, estarão descritas no decorrer deste trabalho. A realização dessa Monografia tem como objetivo descrever os diversos aspectos da OPU e, principalmente, elucidar a importância que essa biotecnologia da reprodução tem no incremento da formação de plantéis com animais melhorados geneticamente e, consequentemente, proporcionar ao produtor e consumidor produtos de alta qualidade e quantidade. Foi utilizada, como metodologia, uma revisão bibliográfica abrangente, onde renomados autores e reconhecidos cientistas foram pesquisados, x permitindo conclusões e deduções mais conscientes e emergindo, ao final, uma visão mais esclarecedora do tema. xi 2 – Desenvolvimento A utilização da sigla OPU é abrangente, sendo empregada para todos os tipos de técnicas que utilizam da aspiração ou punção folicular para colheita ou coleta de oócitos. Entretanto, esse termo, no meio acadêmico e na literatura, se tornou, especificamente, sinônimo da aspiração folicular transvaginal guiada por ultra-sonografia, sendo utilizado atualmente com esse único fim. 2.1 - Conceito da OPU A aspiração folicular transvaginal com auxílio do ultra-som é a primeira etapa de uma biotecnologia da reprodução conhecida como PIVE ou produção “in vitro” de embriões. A PIVE envolve a aspiração folicular ou colheita de oócitos, a maturação, a fecundação e o cultivo “in vitro” ou co-cultivo de zigotos e estruturas embrionárias. Sendo a punção folicular o primeiro passo de um processo tão complexo e cuidadoso para a produção de embriões, deve-se realizá-la da maneira mais eficaz possível, para que todo o desencadeamento do processo tenha sucesso. xii Para a Cenatte Embriões (2006), uma das maiores empresas brasileira na área de reprodução animal, a OPU consiste numa biotecnologia que permite a aspiração “in vivo” dos folículos ovarianos guiada por ultra-sonografia e auxiliada por uma bomba de vácuo. Os oócitos coletados (gameta feminino) através dos folículos ovarianos são processados em laboratório e analisados, avaliados e selecionados (oócitos de grau I, II, III) pela observação através de uma lupa esteroscópica. Essa técnica possibilita o aproveitamento dos oócitos advindos do crescimento de ondas foliculares constantes nos ovários das doadoras que seriam naturalmente descartados, pois somente um ovócito é ovulado durante o ciclo estral na espécie bovina. Segundo a Brasgen (2006), outra reconhecida empresa de reprodução animal, a punção folicular transvaginal consiste na aspiração de folículos ovarianos visíveis ao ultra-som. De acordo com Mendes (2005) a punção folicular guiada por ultra-som consiste num método que permite coletar, repetidamente, os ovócitos por aspiração dos folículos, visualizados na tela de um ultra-som, podendo, dessa forma, aperfeiçoar a produção de embriões a partir do cultivo “in vitro” para vacas vivas de elevado valor genético. A técnica é descrita como tendo o objetivo de aspirar ovócitos dos folículos ovarianos de doadoras “in vivo” onde, posteriormente, esses ovócitos são fecundados. Bols et. al. (2005) disseram que a aspiração folicular transvaginal foi adaptada para ser utilizada em doadoras vivas submetidas a recuperação repetida de ovócitos provenientes de novilhas e vacas de alto valor genético, para a reprodução de uma grande quantidade de bezerros com características xiii de produção conhecida e para o encurtamento do intervalo entre gerações em programas reprodutivos em bovinos. 2.2 - Histórico da OPU Segundo Viana et. al. (2001), a técnica de aspiração folicular guiada por ultra-som foi originalmente desenvolvida para a recuperação de ovócitos destinados a fertilização “in vitro” em mulheres com problemas reprodutivos, sendo posteriormente adaptada para o emprego em bovinos. Callesen et. al. (1987) foram pioneiros na utilização da ultra-sonografia para coletar oócitos em vacas vivas, usando a abordagem transcutânea. A aspiração folicular com o intuito de colheita de oócitos bovino, por via transvaginal, guiada pela ultra-sonografia, foi descrita pela primeira vez no ano de 1988. A técnica de recuperação de oócitos, até então desenvolvida para a reprodução humana, foi adaptada para o uso em vacas. (Pieterse & Kappen, 1988). De acordo com Seneda et. al. (2002), a técnica de aspiração folicular utilizando ultra-sonografia foi relatada pela primeira vez em 1987 por Callesen e Christensen. Essa técnica foi descrita em 1987 onde se relata que os ovários foram tracionados dorso-lateralmente na cavidade abdominal, viabilizando sua visualização com um transdutor de 3.5 MHz posicionado sobre a pele, na região da fossa paralombar, local onde foi introduzida a agulha para puncionar os folículos. Apesar desse procedimento ter tido eficácia, a recuperação de oócitos bovinos com uso da ultra-sonografia só ganhou grande impulso um ano xiv mais tarde, com novas modificações que proporcionaram ao procedimento maior facilidade e rapidez na sua aplicação. A técnica de OPU que era utilizada em humanos foi adaptada para a utilização em bovinos por Pieterse em 1988, e desde então a técnica de aspiração folicular via transvaginal com o auxílio da ultra-sonografia tem sido empregada na colheita de oócitos com grandes perspectivas. A utilização da punção folicular, associada à produção “in vitro” de embriões, foi inicialmente empregada na produção de descendentes de animais de alto valor genético, mas que apresentavam problemas adquiridos em relação à fertilidade ou que não mostravam respostas aos tratamentos superovulatórios convencionais (VIANA et. al., 2003). Segundo Bols et. al. (2005), a punção folicular para recuperação de oócitos já tem sido utilizada há muitas décadas, por intermédio da laparotomia e laparoscopia. Entretanto, só a partir do final dos anos 80 e início dos anos 90 é que a técnica de OPU ganhou aceitação, pois se tornou menos invasiva e mais eficiente com o auxílio do ultra-som. De acordo com Hafez e Hafez (2004), desde o início dos anos 90, a captação de oócitos pela punção de folículos ovarianos de doadora viva por laparoscopia ou ultra-sonografia vem ganhando aceitação. A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia foi a responsável, em 1996, pelo nascimento, no Brasil, das primeiras crias por aspiração folicular associada à fertilização “in vitro” e, em 2000, foi obtido um filhote a partir de ovócito procedente de punção folicular de uma bezerra com três meses de idade (DODE et. al., 2002). xv De acordo com Viana e Bols (2005), a baixa eficiência dos sistemas inicialmente empregados limitou, nas décadas de 80 e 90, a expansão do uso comercial da aspiração folicular, que se concentrou em animais de alto valor genético, mas com problemas de fertilidade adquiridos ou histórico de insucesso na superovulação. Nos últimos anos o cenário vem mudando, com o uso intensivo de fêmeas em reprodução e um conseqüente acréscimo na produção “in vitro” de embriões bovinos em todo o mundo, principalmente na América do Sul e Ásia. 2.3 - Comparações 2.3.1 - Natural x TE x OPU De acordo com o Manual Merck de Veterinária (2001), o período normal de gestação bovina varia entre 281 a 289 dias, ou seja, cerca de nove meses, o que possibilita a vaca conceber apenas uma cria por ano. A aspiração folicular apresenta um potencial de produção de embriões e de gestações com resultados melhores do que os obtidos com outras técnicas, podendo ser empregada em animais com condições reprodutivas normais ou até pré-púberes. Ball et. al. (2006) verificaram, em suas pesquisas, que uma vaca de 8 anos de idade, produziu 176 embriões durante 158 coletas semanais. xvi Dode et. al. (2002) afirmaram que a aspiração de ovócitos imaturos por aspiração folicular, associada à maturação e fecundação “in vitro” e ao cultivo “in vitro” dos embriões, possibilita que sejam produzidas, em média, 36 crias/ano de uma única doadora. De acordo com Pieterse et. al. (1998), o objetivo final da aspiração folicular transvaginal era a produção de mais embriões e mais gestações por vaca doadora, do que através da superovulação e programas de transferência de embriões. Segundo Bols et. al. (2005), na técnica de transferência de embriões a vaca pode ser lavada 3 a 4 vezes durante o ano, com uma média de 5 embriões por lavado. Já na aspiração folicular transvaginal guiada por ultrasonografia a vaca pode ser submetida a duas sessões semanais, obtendo-se dois embriões por doadora por semana, sendo 4 a 5 vezes maior que os valores encontrados na TE. Viana et. al. (2001) afirmam que a técnica de OPU apresenta grande potencial quando comparada aos métodos convencionais de reprodução assistida, pois possibilita a recuperação de gametas diretamente do ovário, independentemente da época do ciclo estral e sem necessidade de superovulação. Além disso, possibilita a obtenção de produtos de animais com infertilidade adquirida por distúrbios na porção tubular do trato genital. Para Seneda et. al. (2002), a TE apresenta algumas restrições como o grande número de doadoras que apresentaram cistos ovarianos, endometrites e lesões iatrogênicas. Além disso, o número de estruturas recuperadas nem sempre justifica a utilização dessa técnica. Outros fatores da TE que podem xvii comprometer a doadora são a constante interrupção do ciclo estral e as terapias gonadotróficas. Mais uma restrição que também pode inviabilizar a TE é a impossibilidade de realizar essa técnica em algumas situações de infertilidade extra-ovariana, como, por exemplo, as obstruções uterinas. 2.3.2 - Tipos de Aspiração (post-mortem, laparotomia, colpotomia, laparoscopia, transcutânea e transvaginal) Para Gonçalves et. al. (2001), os ovócitos da espécie bovina podem ser obtidos in vitro pela punção folicular ou pela dissecação folicular, em ovário provenientes de abatedouros (post-mortem) ou “in vivo”, por laparotomia ou laparoscopia via flanco e, ainda, por laparoscopia ou ultra-sonografia via transvaginal. A punção de folículos imaturos dos ovários de doadoras vivas, claramente trouxe novas perspectivas aos programas de reprodução assistida, visto que uma quantidade maior de gametas se tornou disponível para o processo de PIVE durante um extenso período de tempo, diferentemente das doadoras submetidas à aspiração após o abate (BOLS et. al., 2005). Ainda segundo Bols et. al. (2005), existem certas diferenças básicas entre a recuperação de ovócitos “in vivo” e post-mortem. Uma dessas diferenças é a manipulação ovariana que, em doadoras vivas, é realizada através da manipulação transretal, para que seja possível visualizar o folículo por meio de imagem laparoscópica ou ultra-sonográfica. Já em animais provenientes de abatedouros a manipulação ovariana é feita de forma direta, onde um folículo xviii específico pode ser puncionado por meio de visualização direta. Outra diferença está na pressão do vácuo, que é diferente “in vivo” e post-mortem, onde a pressão deve ser ajustada para cada aspiração especificadamente. De acordo com Malard et. al. (2001), ovócitos de bezerras podem ser obtidos a partir de coletas “in vitro” em ovários provenientes de abatedouro, “in vivo” por ovariectomia, por aspiração de folículos observados por cirurgia ou pelo método de visualização utilizando ultra-sonografia. Antigamente os ovócitos para PIVE eram obtidos, principalmente, pela aspiração de folículos de ovários encontrados em matadouros. Os oócitos podem ser coletados pela dissecação, fatiamento ou aspiração. A técnica de dissecação permite o isolamento de folículos individuais; o fatiamento de tecidos ovarianos fornece o maior número de oócitos, e a aspiração é a técnica mais eficiente em termos de tempo para obter oócitos (HAFEZ e HAFEZ, 2004). De acordo com Gonçalves et. al. (2001), a colheita “in vitro” de oócitos provenientes de abatedouros é, geralmente, realizada pela punção folicular com agulha acoplada a uma seringa ou bomba de vácuo e, “in vivo”, por intermédio de uma agulha acoplada a uma bomba de vácuo, guiada por ultrasonografia transvaginal De acordo com Mendes (2005), a colheita de oócitos após abate da fêmea doadora deve ser realizada até 3 horas entre o abate e a aspiração, visto que após esse período a viabilidade do oócito é alterada, principalmente pela variação de temperatura. Após o ovário ser retirado da doadora abatida, esse ovário deve ser colocado em solução salina 0,9% de NaCl a uma temperatura xix de 33°C a 36°C. A estrutura ovariana deve ser encaminhada ao laboratório, onde ocorre a lavagem desses ovários com solução salina e, posteriormente, devem ser colocados em banho-maria. A punção folicular é, então, realizada utilizando-se uma agulha acoplada a uma seringa que perfura todo o parênquima ovariano. Posteriormente à punção folicular, o tubo de ensaio que contém o líquido folicular aspirado deve permanecer na posição vertical por 15 minutos, para que seja, depois de passado esse período de tempo, retirado o sobrenadante como o auxílio de um pipetador. O sedimento é colocado em uma placa de petri de 100 x 15 mm e o tubo é banhado, no mínimo, por duas vezes com dois ml do meio de bancada, para não deixar nenhuma estrutura para trás. Em seguida, faz-se o rastreamento e isolamento dos complexos cumulus-ovócito. Os primeiros trabalhos realizados com a técnica de PIVE envolveram a aspiração de oócitos dos ovários removidos de bovinos abatidos. Entretanto, a aspiração de folículos post-mortem acarreta risco de doenças inerentes e, além disso, tais animais quase sempre não possuem genética apurada. Obviamente, é possível o abate uma única vez, o que torna a aspiração folicular viável apenas em casos especiais, como para estudos científicos ou em situações irremediáveis (BALL et. al., 2006). A colpotomia é uma técnica que consiste na manipulação dos ovários através de uma incisão intravaginal, pressionando-os contra a parede abdominal, por onde uma agulha para a punção folicular é introduzida. Essa técnica tem riscos de causar peritonite e evisceração através da incisão xx vaginal, por isso sua utilização não teve prosseguimento (SENEDA et. al., 2002). De acordo com Bols et. al. (2005), diferentes métodos tem sido empregados na coleta de ovócitos repetida em doadoras vivas, como, por exemplo, a punção de folículos pela endoscopia, que tem proporcionado altas taxa de recuperação, embora com a desvantagem de ser relativamente invasiva. Seneda et. al. (2002) citaram a laparoscopia transvaginal ou paralombar, no intuito de coletar oócitos, como sendo um processo menos cruento que a laparotomia, permitindo a recuperação de oócitos em novilhas e, até mesmo em bezerras de apenas 3 meses de vida. Entretanto, essa técnica é trabalhosa, além de ocasionar fibroses e aderências ovarianas após sua utilização. Segundo Viana et. al. (2003), a técnica de aspiração folicular guiada por ultra-sonografia surgiu devido à necessidade de um método de colheita de oócitos menos traumático que os já existentes, como a laparotomia e a laparoscopia. Bols et. al. (2005) caracterizaram a aspiração folicular transvaginal com auxílio do ultra-som como sendo uma técnica pouco invasiva e de alta repetibilidade. Becker et. al. (1996) compararam a recuperação de ovócitos via transvaginal guiada por ultra-sonografia e a técnica utilizando a endoscopia. A conclusão foi que o uso de equipamentos ultra-sonográficos resultou em uma melhor qualidade do complexo cumulus-oócitos, possivelmente por causa das maiores injúrias que a técnica de endoscopia causou. xxi 2.4 – Quadro atual da OPU Os parâmetros atuais da aspiração folicular/fertilização in “vitro” são: média de 10-15 oócitos viáveis por aspiração, resultando em 30-35% de embriões produzidos, finalizando com 30-40% de vacas prenhes. Em outras palavras, pode-se coletar, em média, por doadora, 10-15 oócitos, com 8 desses oócitos sendo fertilizados em laboratório e 2-3 atingindo estágio de transferência para as receptoras, resultando em uma prenhez por semana (CENATTE EMBRIÕES, 2006). Merton et. al. (2003) relatam que a produção de embriões “in vitro”, após a recuperação oocitária transvaginal, tem atingido um estágio de rotina de 5 a 8 embriões por sessão. Para Gonçalves et. al. (2001), na multiplicação de doadoras de alto valor zootécnico, a técnica da OPU pode atingir uma produção de cerca de 25 crias de uma única fêmea, no período de um ano, o que ultrapassa, de forma significativa os índices da transferência de embriões. A técnica de aspiração folicular permite a recuperação de 60 % dos folículos puncionados, obtendo-se, de cada doadora, a média de 14 ovócitos, 2 embriões e 1 gestação por semana. Após a colheita de ovócitos, cerca de 30% submetidos ao processo de maturação “in vitro”, alcançam o estádio de blastocisto, havendo oscilações xxii desses resultados, com uma variabilidade entre 5% e 60% (GONÇALVES et. al., 2001). Hafez e Hafez (2004) afirmam que a OPU fornece de 4 a 8 oócitos por coleta e pode, futuramente, ser uma alternativa para superovulação. De acordo com Viana (2006), nos últimos 5 anos o cenário de PIVE sofreu uma grande mudança no Brasil. Laboratórios comerciais começaram a ter sucesso real e se multiplicaram, e a quantidade de embriões produzidos “in vitro” saltou de números inexpressivos em 1998, para mais de 100.000 no ano de 2005. O Brasil tornou-se o país com o maior volume de transferências de embriões PIVE no mundo e, consequentemente, referência mundial na técnica. Ainda segundo Viana (2006), dois fatores contribuíram para esse quadro atual: o primeiro está relacionado a conjuntura de mercado altamente favorável, na qual se associaram os altos preços alcançados pelos chamados “animais de elite” das raças de corte, ou seja, um mercado de genética aquecido, com uma demanda reprimida por animais de genética superior, principalmente tourinhos, devido à larga utilização da monta natural nas grandes fazendas de gado de corte. Outro fator foi o sistema de produção no qual as limitações da técnica utilizada como alto preço, riscos potenciais à doadora, maior potencial de nascimentos de crias do sexo masculino e dificuldade de criopreservação foram compensadas pelo fator escala e por algumas características fisiológicas do rebanho zebu. No continente europeu, no ano de 2000, 10% (número igual a 15.395) do número total de embriões usado para transferências, foram produzidos “in vitro” xxiii a partir de oócitos recolhidos pela aspiração folicular transvaginal (LOPES e CALLESEN, 2001). 2.5 - Utilização da OPU De acordo com a Cenatte Embriões (2006), a aspiração folicular guiada por ultra-sonografia permite várias aplicações das quais podem se citadas: uso em doadoras vazias com ou sem problemas reprodutivos; uso em doadoras que não respondem a superovulação; uso em vacas refratárias a superovulação que respondem bem a essa técnica; uso em doadoras prenhes que podem ser aspiradas até 3-4 meses de gestação (isso se os ovários estiverem acessíveis, visto que ocorre um deslocamento para a cavidade abdominal dessas estruturas dificultando a sua localização, existindo, nesses casos, o risco de aborto); uso em doadoras pós-parto com 20-30 dias de paridas; pode ser usada em novilhas de até cinco meses apesar desses animais apresentarem baixa produção de ovócitos e menor produção embrionária; uso em doadoras que serão sacrificadas por aparecimento de doença ou por acidentes. Segundo a Brasgen (2006), a aspiração folicular transvaginal pode ser aplicada em fêmeas pré-púberes, gestantes até 90 dias e doadoras vazias. Pode-se, ainda, utilizar essa técnica em doadoras que estão prestes a morrer. Os ovários devem ser retirados e colocados em solução salina a 35°C. É conveniente, nesse caso, realizar a superovulação previamente ao abate do animal para aumentar a quantidade de oócitos recuperados. Os ovários xxiv extraídos na doadora abatida devem chegar ao laboratório no máximo 8 horas após ter sido retirado. De acordo com Carter et. al. (2002), pode-se realizar a OPU em curto espaço de tempo após a parição da doadora. Segundo esse autor o período pós–parto mínimo necessário para realizar a aspiração é de 40 dias. Para Hafez e Hafez (2004), a OPU transvaginal guiada por ultrasonografia pode ser empregada em doadoras vivas com intervalo semanais. 2.6 - Pré-requisitos para realização da OPU 2.6.1 – Seleção do folículo Bols et. al. (2005) salientaram que a relação entre o diâmetro folicular e a qualidade do ovócito dentro do complexo cummulus-oócito (CCO), parece ter grande importância na seleção dos folículos. Arlotto et. al. (1995) constataram a presença de ovócitos em folículos de variados tamanhos. Fair et. al. (1995) obtiveram uma baixa correlação positiva entre o diâmetro do oócito e o tamanho do folículo. Lonergan et. al. (1994) encontraram CCO´s de primeira qualidade (com muitas camadas de células do cummulus) e com elevado número de blastocistos, a partir de oócitos advindos de folículos maiores de 6 mm de diâmetro. Isso foi confirmado por Pavlok et. al. (1992) e Blondin and Sirard (1995), os quais documentaram um baixo desenvolvimento em oócitos originados de folículos com diâmetro menores do que 2-3 mm. xxv Segundo Bols et. al. (2005), quando se realiza o procedimento de aspiração folicular guiada por ultra-sonografia em programa comercial de produção de embriões, é comum todos os folículos serem puncionados com o intuito de maximizar o rendimento de oócitos obtidos. Hafez e Hafez (2004) classificam os folículos da seguinte forma: saudáveis não-atrésicos (uniformemente brilhante, translúcido, vascularização extensiva, camada granulosa normal, ausência de partículas flutuando no fluido folicular, teca interna de rosa a vermelho), ligeiramente atrésicos (ligeira perda de translucidez, ligeiramente acinzentado), intermediário (teca interna branca, poucas partículas flutuando na cavidade folicular), atrésico (cinza escuro pobremente vascularizado, vasos sanguíneos vazios ou irregularmente preenchidos com sangue coagulado, membrana granulosa destacada, partículas livres na cavidade antral). Castilho e Garcia (2005) relatam que o oócito para ser fertilizado “in vivo” deve ser doado pelo folículo saudável, durante uma fase específica do ciclo estral. Ao passo que os ovócitos colhidos para a produção “in vitro” são obtidos de folículos em diferentes etapas do desenvolvimento e em fases distintas do ciclo estral, consequentemente, expostos às diferentes concentrações de estradiol, progesterona, LH e FSH. Estes fatores podem influenciar na competência do oócito para se desenvolver em embrião “in vitro”. Ainda são escassos os estudos afirmando o momento exato para se realizar a OPU, com o intuito de obter os melhores oócitos. 2.6.2 - Fatores Biológicos que influenciam a OPU xxvi 2.6.2.1 - Freqüência e momento da OPU Para a Cenatte Embriões (2006), as aspirações foliculares podem ser empregadas semanalmente, mas preconiza-se que sejam realizadas de 15 em 15 dias, devido ao processo inflamatório dos ovários, oriundo da punção. Os riscos de lesões são menores quando se proporciona um período de recuperação adequado para os ovários. Segundo Boni et. al. (1997), a técnica de aspiração por ultra-sonografia pode ser utilizada em intervalos tão curtos como dois a três dias. De acordo com Ball et. al. (2006), realizar duas aspirações por semana pode ser melhor do que uma vez apenas, visto que é mais provável apropriarse antecipadamente de um folículo dominante, evitando-se, assim, com sua colheita, que tal folículo impeça o desenvolvimento dos demais. Goodhand et. al. (1999) encontraram, em seu estudos, que punções duas vezes por semana, e não apenas uma vez, dobraram o número de embriões transferíveis produzidos. A Brasgen (2006) afirma que podem ser realizadas sessões a cada 7 ou 15 dias sem que ocorra lesões aparentes a sobrevida da doadora. Pieterse et.al. (1991) puncionaram folículos durante diferentes estágios do ciclo estral, por um período de 3 meses. Vos et. al. (1994) recuperaram cinco vezes mais complexos cummulus-oócitos, 22 horas após o pico de LH comparado a recuperação bem próxima ao aumento de LH. xxvii Hendriksen et. al. (2004) constataram, em seu estudos, que a proporção de oócitos de boa qualidade foi superior para vacas aspiradas no dia 5 do ciclo estral, quando comparada com as vacas aspiradas no dia 8, enquanto que o folículo dominante teve sua competência reduzida durante o desenvolvimento dos ovócitos de folículos subordinados, até mesmo em estágios relativamente tardios de dominância. Van der Schans et. al. (1991) puncionaram uma grande quantidade de folículos e recuperaram mais complexos cummulus-oócitos em vacas estimuladas, quando os ovários foram puncionados duas vezes, e não uma vez por semana. A freqüência não afetou nem o número de folículos aspirados e nem o número de complexos cummulus-ovócitos coletados por sessão, concluindo-se que as aspirações de folículos parecem induzir e sincronizar as ondas foliculares (GARCIA e SALAHEDDINE, 1998). Os pesquisadores, em sua maioria, concordam que o sistema de coleta de ovócitos realizado duas vezes por semana tem um efeito positivo no número de folículos disponíveis por punção e no número de blastocistos em cultivo (GIBBONS et. al, 1994; e, SIMON et. al., 1993). Para Bergfelt et. al. (1994), pode-se assumir que o folículo dominante é retirado durante cada sessão onde a doadora é submetida a 2 aspirações por semana, estimulando, dessa forma, uma onda de pequenos folículos para o crescimento. Outros trabalhos tem documentado ótimos resultados com um intervalo de 7 dias entre sessões de aspiração folicular (IMAI et. al., 2000). xxviii Para Gonçalves et. al. (2001), a punção folicular pode ser feita em 2 sessões semanais, por alguns meses, sem prejudicar o futuro desempenho reprodutivo da doadora. Segundo Seneda et. al. (2002), a dinâmica folicular tem sido analisada na tentativa de se estabelecer relações que permitam melhor aproveitamento dos oócitos. Encontrou-se um número maior de embriões após o cultivo de oócitos recuperados entre os dias 14 e 16 do ciclo estral. Entretanto, outros estudos demonstraram que a produção “in vitro” de embriões não era afetada pela presença ou ausência do folículo dominante. Ainda de acordo com Seneda et. al. (2002), a literatura é escassa quanto à influência do diâmetro do folículo sobre a qualidade e competência do oócito para o desenvolvimento, quando o oócito é obtido pela aspiração folicular guiada por ultra-som. O que se pode constatar, atualmente, é que melhores índices de desenvolvimento de embriões são oriundos de folículos maiores do que 6 mm, quando comparados com oócitos de folículos menores. Entretanto, vários artigos afirmam que há menor recuperação de oócitos quando há o predomínio de grandes folículos no momento da aspiração, ao passo que ocorre maior taxa de recuperação quando os folículos aspirados apresentamse pequenos (2 a 6 mm). A relação inversa entre maior diâmetro folicular e a taxa de recuperação de ovócitos por sessão, tem sido justificada de diversas formas, como alterações morfológicas no complexo cummulus-oophorus, viscosidade do fluido folicular e quantidade de material a ser aspirado e pressão intrafolicular, xxix apesar de que, quanto maior o diâmetro mais fácil à aspiração (SENEDA et. al., 2002). Goto et. al. (1995), estudaram a freqüência da OPU e concluíram que a aspiração folicular duas vezes por semana, sem tratamento com FSH, pode ser utilizada na prática de aspiração de oócitos bovino Isto porque uma maior quantidade de transferências de embriões pode ser gerada com duas aspirações por semana, se comparado a uma aspiração apenas.. Para Carter et. al. (2002), a técnica de aspiração folicular utilizando-se o ultra-som, pode ser realizada de 4 a 6 vezes por mês, ou até mais. Segundo Getz et. al. (2000), coletando-se oócitos pela técnica de OPU por um período de 6 meses, pode-se obter até 50 embriões. 2.6.2.2 - Fisiologia e condição corporal da doadora para OPU De acordo com Hafez e Hafez (2004), o ovário mamífero contém milhares de oócitos. Entretanto, os ruminantes domésticos liberam apenas um ou dois oócitos, por ciclo estral. A aspiração folicular tem como foco principal a sua utilização em programas reprodutivos de gado envolvendo novilhas sadias com ótimas características. Contudo, pode-se obter ovócitos de fêmeas prenhes até os três meses de gestação, mesmo após tratamento com FSH, embora isso não aumente sempre a quantidade de oócitos recuperados (BUNGARTZ et. al., 1995). xxx Dominguez (1995) encontrou uma quantidade inferior de folículos grandes e médios em vacas prenhes, quando comparadas às vacas cíclicas. Argov et. al. (2004) constataram um aumento na quantidade de oócitos obtidos com menor número de aspirações por sessão, em doadoras no início da lactação. Segundo Ruiz et. al. (1996), a subnutrição teve uma influência negativa na competência do desenvolvimento de ovócitos “in vivo”, ilustrada pela diminuição do número de blastocistos em vacas com escore de condição corporal diminuída e um aumento da proporção de oócitos de boa qualidade, com o aumento do escore de condição corporal. Leroy et. al. (2004) afirmaram que alterações metabólicas encontradas no soro de vacas de leite de alta produção, logo após o pós-parto, são refletidas no fluido folicular do folículo dominante, provavelmente afetando a competência do desenvolvimento do oócito. Ainda de acordo com Leroy et. al. (2005), vacas de alta produção leiteira, quando estão no balanço energético negativo ou apresentam vulnerabilidade a alterações metabólicas, tem na coleta de oócitos pela OPU seus oócitos afetados, levando-os a falha na competência do desenvolvimento. 2.6.2.3 - Tempo de transporte dos oócitos coletados pela OPU O período de tempo entre a aspiração e o transporte para o laboratório interfere no processo de PIVE. É aconselhável que o período limite seja de 8 xxxi horas entre a colheita dos oócitos e a colocação desses oócitos na estufa. Após esse período os índices de fertilidade cairão (BRASGEN, 2006). No sistema de produção “in vitro” de embriões, o período compreendido entre a recuperação dos oócitos e seu processamento no laboratório, assim como as condições de armazenamento durante o transporte, afetam a sua capacidade de desenvolvimento (SCHWARTZ et. al., 1998). Segundo Pinto et. al. (2002), a manutenção de oócitos bovinos pode ser feita com sucesso em líquido folicular eqüino ou bovino por 6 horas, a 30°C, antes da sua maturação por 18 horas, para a produção “in vitro” de embriões. 2.6.2.4 - Raça, idade e individualidade da doadora submetida a OPU Um dos fatores que interferem na produção de embriões e prenhez na PIVE é a individualidade da própria doadora. Existem doadoras que possuem uma grande quantidade de folículos em desenvolvimento nos ovários, enquanto existem outras que possuem pouca ou nenhuma atividade ovariana (CENATTE EMBRIÕES, 2006). Bols et. al. (2005) relataram que raças européias mostraram um número de folículos maior quando comparadas às raças zebuínas, enquanto que não se detectou diferenças na proporção de oócitos normais. De Armas et. al. (1994) relataram que as raças Holandesas geraram uma maior quantidade de complexos cummulus-oócitos por ovário, embora apresentassem menores taxas de clivagem, sendo que os animais mestiços (Zebu x Holandês) originaram as mais altas proporções de blastocistos. xxxii A utilização da aspiração folicular em doadoras jovens é limitada por causa das pequenas dimensões da pélvis. Novilhas podem ser submetidas à punção folicular, a partir da idade de 6 a 8 meses, dependendo das dimensões dos transdutores e sonda intravaginais utilizadas (BOLS et. al., 2005). Um dos maiores problemas de doadoras pré-puberes é a diminuição da capacidade de desenvolvimento dos oócitos “in vitro” (TANEJA et. al., 2000). De acordo com Hafez e Hafez (2004), os ovócitos podem ser coletados “in vivo” de bezerras, por meio de laparoscopia ou laparotomia por aspiração folicular. Todavia, a aspiração folicular transvaginal com orientação ultrasonográfica não foi eficaz em bezerras com menos de 6 meses, pelo motivo do pequeno tamanho da vagina e da dificuldade de manipulação retal. Ainda segundo Hafez e Hafez (2004), pode-se esperar que embriões de PIVE obtidos pela coleta de ovócitos de bezerras de 10 a 12 semanas, resultem em 8 a 10 gestações. Portanto, doadoras jovens não apenas oferecem uma fonte alternativa de embriões, como reduzem o intervalo entre gerações. Malard et. al. (2001) concluíram em seus estudos que o índice de recuperação de ovócitos em bezerras Nelore entre 2 e 3 meses foi satisfatório (média de 25 ovócitos por bezerra), possuindo, assim, elevado potencial como doadoras. Contudo, a qualidade se mostrou ruim, sendo necessários novos estudos com o intuito de se obter melhores resultados. Os folículos surgem no ovário do feto bovino entre 220 e 240 dias de gestação. Ao nascer, a bezerra possui de 75.000 a 300.000 ovócitos. Apesar de nenhum folículo ser visível macroscopicamente ao nascimento, aos 5 dias xxxiii de vida já existem folículos de 5 mm. Devido a senescência, no decorrer da vida dos animais, os ovários de bezerras contêm muito mais folículos visíveis na superfície do que os de vacas (SNEL-OLIVEIRA et. al., 2003). Também de acordo Snel-Oliveira et. al. (2003), citando Erickson (1966), constataram que os folículos alcançam um quantidade máxima aos 4 a 6 meses de idade, decrescem até os 7 a 8 meses (puberdade) e permanecem constante desta idade até 10 a 14 anos. Segundo Majerus et. al. (1999), oócitos podem ser coletados por repetidas sessões de OPU em bezerras com 7 a 12 meses de idade, sem afetar o crescimento ou interferir na puberdade dessa classe de animais. 2.6.2.5 – Estimulação ou não estimulação antes da OPU De acordo com Ball et. al. (2006), coletas programadas para coincidir com a ocorrência natural do desenvolvimento das ondas foliculares, podem proporcionar um número aumentado de oócitos sem a necessidade de tratamentos hormonais de superovulação. Todavia, a estimulação ovariana com FSH três dias antes da aspiração pode ser benéfica. Goodhand et. al. (1999) reportaram que a produção de embriões transferíveis de aspirações semanais foi dobrada quando utilizado o tratamento com o FSH e foi semelhante à produção das coletas duas vezes no mesmo período sem o tratamento com o FSH. xxxiv Segundo Roth et. al. (2001), tanto o pré-tratamento com somatotropina bovina (BST) melhorou a morfologia dos oócitos, quanto o pré-tratamento com FSH melhorou a morfologia e a taxa de clivagem. Para a Brasgen (2006), drogas para a superovulação não se fazem necessárias para a recuperação de oócitos, caso a doadora esteja ciclando normalmente, mas podem ser usadas para aumentar a eficiência. Em condições normais à doadora irá apresentar de duas a três ondas de crescimento folicular por ciclo. A média obtida para cada aspiração folicular transvaginal, em ambos os ovários, é de 20 oócitos viáveis. A recuperação de oócitos, durante a vida da fêmea doadora, possibilita modificações endocrinológicas na atividade ovariana da vaca, previamente a recuperação de oócitos, influenciando na quantidade e qualidade dos complexos cumulus-oócitos recuperados (BOLS et. al., 2005). Pieterse et. al. (1991) afirmaram que a aspiração folicular repetida é possível em doadoras não estimuladas, ou em todas as situações onde folículos maiores de 2 mm estiverem presentes. Baixa atividade folicular precisa ser estimulada em algumas doadoras, usando-se, predominantemente, combinações de FSH-LH ou gonadotrofinas do soro de éguas prenhes (PMSG, eCG). O uso de hormônios é uma prática difundida em programas de transferência de embriões. Sua utilização em programas de aspiração folicular necessita modificações nas doses e no momento do tratamento. O objetivo final da estimulação hormonal antes da punção folicular é gerar um maior número de folículos e não de ovulações (BOLS et. al., 2005). xxxv Pieterse et. al. (1988) encontraram taxas mais elevadas de recuperação em doadoras tratadas com PMSG, sendo seus ovários maiores e com uma maior quantidade de folículos, quando comparados a animais não estimulados. Looney et. al. (1994) relataram um aumento na quantidade de folículos puncionados e oócitos recuperados após o tratamento com FSH. Stubbing e Walton (1995) não encontraram diferenças no número médio de folículos disponíveis para punção realizada a cada semana, entre vacas não estimuladas, vacas aspiradas duas vezes por semana e vacas estimuladas com FSH, sendo aspiradas uma única vez. Mudanças súbitas em dosagem de FSH influenciaram os tamanhos, mas não o número de folículos, as quais foram meramente influenciadas pelas doadoras e pelas sessões de aspiração folicular (DE ROOVER et. al., 2005). Os tratamentos com FSH podem induzir uma assincronia entre a maturação do oócito e seu ambiente folicular ou entre maturação nuclear e citoplasmática, resultando em redução das taxas de desenvolvimento (BOUSQUET et. al., 1995). Bols et. al. (2005) realizaram experimentos com BST e constataram que ocorreu um aumento no número total de folículos no grupo tratado com tal hormônio, não ocorrendo aumento no número de oócitos recuperados. Murakami et. al. (2003) constataram um efeito positivo das combinações de FSH e BST no número de folículos puncionados e na recuperação de oócitos viáveis. xxxvi Para Bols et. al. (2005), é muito provável que a estimulação hormonal e a freqüência da aspiração transvaginal estejam relacionadas, determinando a produtividade final de embriões. Goodhand et.al. (1999) concluíram que o tratamento de doadoras com FSH aspiradas uma vez por semana, produziu um número similar de embriões transferíveis por doadora por semana, como encontrado em aspirações realizadas duas vezes por semana, sem tratamento com FSH. Para Viana et. al. (2003), uma alternativa para contornar os efeitos negativos do estabelecimento de um folículo dominante sobre a recuperação de ovócitos por aspiração folicular é o tratamento com FSH exógeno. O FSH eleva o número e o diâmetro médio dos folículos disponíveis para punção e retarda a seleção do folículo dominante e a atresia dos subordinados. Os efeitos da pré-estimulação ovariana pela administração de FSH sobre os resultados de aspiração folicular, entretanto, sofrem variância, resultando ou não em aumento da quantidade de oócitos recuperados ou embriões produzidos por doadora por semana. Viana et. al. (2003) concluíram em seus estudos que a pré-estimulação ovariana com FSH mostrou ser uma alternativa para melhorar a qualidade morfológica, mas não a quantidade de complexo cummulus-ovócito recuperados por punção folicular. Seneda et. al. (2002) citam que, na literatura, pode-se encontrar trabalhos preconizando o melhor dia de punção folicular como sendo quatro, cinco e mesmo seis dias após o início da utilização do FSH. xxxvii 2.6.3 - Fatores Técnicos que influenciam a OPU A taxa de sucesso da aspiração folicular é medida parcialmente pela taxa de recuperação (RR= número de oócitos a cada 100 folículos aspirados), a qual é, entre outros fatores, influenciada pela visualização dos oócitos, pelo diâmetro da agulha, pelo nível de vácuo da aspiração e pela experiência do técnico operador. A taxa de recuperação tem variado entre 7% e 69,6% (BOLS et. al., 2005). Ainda segundo Bols et. al. (2005), o sucesso de qualquer técnica de reprodução assistida é medido pelo número de bezerros produzidos. 2.6.3.1 - Materiais utilizados na OPU Mendes (2005) descreve que, para a realização da técnica de punção folicular utilizando ultra-som, o técnico deve possuir uma agulha (18 G e 58 cm) acoplada a uma bomba de vácuo, guiada por ultra-sonografia transvaginal. Ball et. al. (2006) consideram como equipamentos necessários para a OPU, um ultra-som cujo transdutor possua uma cânula de aspiração. A Brasgen (2006) trabalha com um transdutor vaginal associado a uma agulha descartável acoplada a um sistema de vácuo entre 90 e 120 mmHg. O material aspirado é colocado em um tubo com PBS (solução salina tamponada) e anti-coagulante. Os ovócitos são selecionados e capturados com micropipeta e colocados em criotubos. xxxviii Atualmente diversos avanços têm sido realizados na tecnologia de ultrasom, aumentando a resolução de imagem e a qualidade da visualização dos ovários. Além disso, outros transdutores de ultra-som foram testados recentemente para o uso na aspiração transvaginal. Um transdutor linear (Esaote/Pie Medical, Maastricht, Netherlands) acoplado a uma probe transretal padrão utilizada rotineiramente, pode ser adequada para a aspiração transvaginal, principalmente, quando for utilizada por técnicos experientes (BOLS et. al., 2005). Para Bols et. al. (2005), a visualização de folículos é melhor realizada utilizando-se a probe de múltipla angulação mecânica (Esaote/Pie Medical, Maastricht, the Netherlands). Uma agulha bem afiada é fundamental para a realização adequada da aspiração (SCOTT et. al., 1994). Segundo Simon et. al. (1993), uma desvantagem das agulhas longas e não descartáveis é que elas se tornam rombas rapidamente e necessitam ser afiadas regularmente, embora não adquiram mais sua condição inicial. Bols et. al. (2005) adaptaram o sistema de aspiração ao uso de agulhas de injeção hipodérmicas, mais baratas, e utilizando a combinação de uma probe setorial de angulação múltipla a uma área de “scanning” unilateral, acoplado ao novo sistema guiado por agulhas descartáveis. Tal sistema resultou em 80-90% de complexo cummulus-oócitos recuperados, envoltos pelo revestimento do cummulus compacto, após a aspiração. Por sua vez, 1020% encontraram-se microscopicamente afetados pelo procedimento da punção folicular, sendo as células do cummulus parcialmente ou totalmente xxxix removidas, prejudicando, desta maneira, o potencial de desenvolvimento do oócito “in vitro” (ZHANG et. al., 2005). A pressão precisa da punção folicular, na ponta da agulha, é influenciada pela construção do aparato, do comprimento e diâmetro do sistema de tubos, bem como do diâmetro da agulha. A aspiração de vácuo é medida em ml ou mmHg, sendo preferível a de ml (BOLS et. al., 2005). Bols et. al. (2005), ainda, demonstraram que altas taxas de recuperação foram encontradas com agulhas mais largas (18 G), independente da pressão de vácuo utilizada, enquanto outros estudos demonstraram a recuperação de um maior número de ovócitos utilizando-se um vácuo de aspiração mais forte. A percentagem de recuperação do complexo cummulus-ovócito intactos diminuiu progressivamente, assim que o vácuo de aspiração aumentou, sendo associado a um aumento consistente no número de oócitos desnudos obtidos. De acordo com Gonçalves et. al. (2001), a técnica de punção folicular utiliza uma sonda ultra-sonográfica, via vaginal, de maneira a obter imagem do ovário e dos folículos. Os ovócitos são aspirados pela punção dos folículos com agulha de lúmen simples acoplado ao tubo ou filtro de colheita por um tubo de teflon ou silicone. O sistema de aspiração pode ser utilizado com agulha longa de lúmen duplo, sendo que a lavagem do folículo aspirado é realizada empregando-se a bomba de vácuo. Viana et. al. (2003) utilizaram, para realização da OPU, um aparelho de ultra-som equipado com transdutor setorial intra-vaginal de 7,5 MHz e dispositivo guia para a punção folicular. Os folículos foram puncionados com agulha de 19 G e pressão de vácuo de 80 mmHg, correspondendo a um fluxo xl de cerca de 14 ml de água/minuto. O líquido folicular aspirado é destinado a tubos plásticos de 50 ml de DPBS acrescido de soro fetal bovino e heparina, sendo os oócitos, posteriormente, separados em filtro de coleta de embriões com malha de 80 μ. Segundo Antoniolli (2002), utiliza-se, basicamente, como materiais para a realização da OPU, três componentes: aparelho de ultra-sonografia com transdutor setorial de 7,5 MHz, bomba de vácuo e sistema condutor da agulha. Seneda et. al. (2002) relatam que agulhas com diâmetros maiores que 19 G relacionavam-se a maiores taxas de recuperação, embora com maior percentual de oócitos desnudos, enquanto agulhas de menor diâmetro apresentavam índices reduzidos de recuperação de oócitos. Intimamente relacionado com a agulha utilizada está à pressão de vácuo. Estudos demonstraram que baixas pressões, como 50 mmHg, foram pouco eficientes para a aspiração, enquanto que pressões maiores com 120 mmHg danificavam o revestimento do cummulus-oophorus. A pressão de vácuo final é influenciada por fatores como comprimento e diâmetro de conexões, altura do equipamento de vácuo e diâmetro da agulha. Para se obter valores mais reais da pressão de vácuo, recomenda-se que seja utilizada o mensuramento do vácuo em volume de água por minuto. Mesmo assim, existem variações consideráveis de 4,4 a 40 ml de água/minuto (SENEDA et.al., 2002). A freqüência do transdutor constitui-se em variável importante no processo de recuperação dos oócitos. Há citações de autores que utilizaram freqüências de 3.5 MHz, 5.0 MHz, 6.5 MHz e 7.5 MHz. A maioria desses xli autores cita a utilização de transdutores convexos ou setoriais para a OPU, com poucos relatos de transdutores lineares (SENEDA et. al., 2002). 2.7 - Procedimentos básicos para realização da OPU Segundo Goddard (1995), são necessários dois operadores para realização da técnica da OPU. Um para checar o visor do ultra-som e manipular o transdutor e outro para manipular a inserção da agulha e aspirar. Para Mendes (2005), a doadora deve ser inicialmente, colocada no brete. Em seguida, é feita anestesia epidural (associação de 4 ml de lidocaína e 1 ml de acepromazina). Depois de aplicada a anestesia epidural, lava-se a vulva da doadora com água corrente e seca-se com papel toalha. O passo seguinte é a introdução da sonda do ultra-som na vagina da vaca. Com uma das mãos introduzida no reto faz-se a localização do ovário e posiciona-se esse ovário o mais perto possível da sonda, que se encontra no assoalho vaginal. Através de um pedal aciona-se a bomba de vácuo e, logo em seguida, a punção folicular é iniciada. Os ovócitos e líquidos foliculares coletados são destinados a um tubo de 50 ml, para posterior análise. O tubo onde são depositadas as estruturas encontradas contém heparina, para evitar a coagulação (causada pela presença do sangue) do material aspirado. Ainda segundo Mendes (2005), após realizada a aspiração e coletados os ovócitos, o tubo onde eles se encontram são levados para um laboratório montado na própria fazenda ou para um laboratório especializado. É importante o isolamento do tubo de raios solares. No laboratório o conteúdo é despejado xlii em um filtro e são realizados lavados repetidas vezes, com solução salina (PBS). Utiliza-se uma placa de petri para despejar o liquido que é, posteriormente, rastreado com o auxílio de uma lupa, à procura de ovócitos. Os ovócitos encontrados são transferidos para uma placa de petri menor, contendo meio de lavagem (LAV). Em seguida, coloca-se esses ovócitos em pequenos tubos eppendorf, contendo meio de transporte (MIVT). Os tubos de eppendorf são colocados em uma garrafa térmica para serem transportados para o laboratório e dar prosseguimento as etapas da PIVE. Ball et.al. (2006) relataram que o procedimento para punção folicular “in vivo” auxiliada pela ultra-sonografia, envolve, inicialmente, a anestesia epidural da doadora. Em seguida, o transdutor é introduzido na vagina e o ovário que irá ser aspirado é movido através do reto para a posição imediatamente anterior ao fórnix vaginal. Feito isso, os folículos podem ser visualizados e a cânula pode ser usada para passar uma agulha (ecogênica) através da parede vaginal dentro do ovário. Os folículos escolhidos são posicionados e aspirados por intermédio de um vácuo acionado pelos pés. O nível de vácuo utilizado representa um equilíbrio entre a necessidade de recuperar o oócito e a manutenção da integridade de suas células do cumulus que o rodeiam. Para a Brasgen (2006), o procedimento de aspiração folicular guiada por ultra-som é realizado utilizando-se um transdutor vaginal contendo uma agulha descartável, acoplada a um sistema de vácuo entre 90 e 120 mmHg. Os líquidos foliculares e os ovócitos aspirados são colocados em um tubo com PBS adicionado a um anti-coagulante. A manipulação e o posicionamento dos ovários são realizados, por um técnico, pela palpação retal, estando a doadora xliii devidamente contida em um brete, asseada na região perineal e sob anestesia epidural. Depois de coletados os oócitos ocorre o selecionamento e a captura desses oócitos. Com o auxílio de uma micropipeta coloca-se os ovócitos em criotubos, contendo meio próprio para transporte, e encaminha-se esses criotubos com os ovócitos para o laboratório. Lopes e Callesen (2001) relatam a técnica da seguinte forma: o operador introduz a sonda, coberta por uma camisa sanitária e gel, lenta e cuidadosamente, na vagina da doadora, inserindo essa sonda o mais profundamente possível. Cada ovário é manipulado transretalmente e direcionado para a cabeça da sonda. Sendo assim, os ovários e folículos são claramente visíveis no monitor do ecógrafo. O sistema de guia da agulha (previamente mergulhado em meio de aspiração) é introduzido, por um assistente, na armação da sonda. Logo em seguida, a sonda é posicionada de forma a que a linha de punção, visível no monitor do ecógrafo, atravesse o folículo a ser aspirado. A agulha é, então, inserida no folículo, através da parede vaginal e rodada lentamente. O conteúdo folicular é puncionado e recolhido em um receptáculo. Para puncionar o folículo seguinte, a agulha é ligeiramente retraída e a sonda redirecionada, sendo o novo folículo atravessado pela linha de punção. Quando a aspiração está completa, o sistema de guia da agulha é removido da armação da sonda e mergulhado novamente no meio de aspiração. Finalmente, procede-se a remoção do sangue do fluido aspirado, usando para tal finalidade um filtro de embriões. O fluido, filtrado, é transportado para o laboratório, onde é transferido para uma xliv placa de Petri. A pesquisa dos oócitos é efetuada em seguida com o auxílio de um estereomicroscópio. Ainda segundo Lopes e Callesen (2001), o procedimento de aspiração dos folículos pode ser realizado o número de vezes necessário para o recolhimento dos oócitos de todos os folículos visíveis, em ambos os ovários. Entretanto, o tempo total de uma sessão de OPU, em uma novilha ou vaca, não deve ultrapassar os 10-15 minutos. De acordo com Hafez e Hafez (2004), no procedimento de OPU deve-se inserir o transdutor na vagina da doadora e o ovário deve ser fixado por palpação retal. Quando a imagem ultra-sonográfica do folículo está posicionada com a linha de punção do monitor, a cânula de aspiração é introduzida através da parede vaginal, em direção à cavidade do folículo ovariano, para aspirar o conteúdo folicular. Antoniolli (2002) relata a técnica da seguinte maneira: realiza-se a sedação da doadora e a analgesia (via epidural), limpa-se e desinfecta-se a área perineal, realiza-se a introdução do transdutor conectado ao sistema condutor da agulha. O ovário é posicionado (pela palpação retal) na extremidade do transdutor e os folículos são visualizados na tela do aparelho. Um segundo operador realiza a introdução da agulha, que pode ser acompanhada pelo visor do ultra-som, bem como a aspiração do conteúdo folicular. A agulha é ligada a bomba de sucção, que aspira o fluído folicular e o oócito e os depositam em um recipiente contendo PBS modificado, acrescido de 1 % de soro fetal bovino e aproximadamente 0,1 % de heparina. xlv Posteriormente, os ovócitos são identificados e transferidos para placas de maturação, fecundados e cultivados. 2.8 - Classificação morfológica dos ovócitos coletados pela OPU Segundo Seidel et. al. (1989), os bovinos nascem com cerca de 100.000 oócitos no ovário. Para Snel-Oliveira et. al. (2003), os ovócitos podem ser considerados como o tipo celular mais raro existente no organismo, pois além de seu estoque não ser renovável, em condições normais, menos de 0,1 % dos folículos chegam a ovular. Em se tratando de morfologia, os ovócitos de maior potencial de viabilidade são aqueles que apresentam o plasma homogêneo com granulações finas, de coloração marrom e completamente envolvido por várias camadas de células do cumulus dispostas de forma compacta (GONÇALVES, et. al., 2001). Continuando Gonçalves et. al (2001), existem várias classificações morfológicas para seleção dos oócitos bovinos, na tentativa de se identificar os mais viáveis. A mais utilizada, porém, é a classificação de ovócitos que vai de 1 a 4. Qualidade 1: Apresenta cumulus compacto e presente, contendo mais de três camadas de células. O plasma apresenta granulações finas e homogêneas, preenchendo o interior da zona pelúcida e de coloração marrom. xlvi Qualidade 2: Cumulus compacto parcialmente presente ao redor do ovócito ou rodeando completamente o ovócito, com menos de três camadas celulares. O plasma apresenta granulações distribuídas heterogeneamente, podendo essas granulações estarem mais concentradas no centro e mais claras na periferia ou condensada em só local, aparentando um mancha escura. O plasma preenche o espaço interno da zona pelúcida. Qualidade 3: O plasma apresenta-se contraído, com espaço entre a membrana celular e a zona pelúcida, preenchendo de forma irregular o espaço perivitelino, degenerado, vacuolizado ou fragmentado. O cumulus está presente com duas camadas ou menos. Qualidade 4: Ovócito desnudo, com ausência de cumulus ou presença de cumulus expandido. A disponibilidade de oócitos de “boa” qualidade é um dos pré-requisitos mais importantes para o sucesso (BOLS et. al., 2005). Segundo Konishi et. al. (1996), não se deve subestimar a importância da integridade das células do cummulus para a maturação oocitária e para o desenvolvimento “in vitro”. Oócitos desnudos apresentam uma taxa de fertilização significativamente inferior quando comparados aos CCO´s com um cummulus denso, gerando altas taxas de clivagem (SHIOYA et. al., 1998). Oócitos bovinos imaturos são divididos em diferentes categorias de qualidade, tendo como base a avaliação da compactação das células do cummulus e a transparência do citoplasma observada através da microscopia de luz (HAZELEGER et. al., 1995). xlvii Oócitos de boa qualidade apresentam um ooplasma homogêneo e são circundados por uma multicamada compacta de revestimento do cummulus. Quanto menos compacta as células do cummulus, maior a irregularidade do citoplasma e pior a qualidade (BOLS et. al., 2005). Blondin e Sirard (1995) mostraram que, oócitos com sinais de expansão inicial das camadas exteriores das células do cummulus e com ooplasma levemente granulado, desenvolveram-se de forma mais significativa, além do estágio de 16 células, quando comparados a outros oócitos. Hafez e Hafez (2004) classificam os complexos cumulus-ovócito da seguinte forma: A – mais de 5 camadas de células do cumulus; B – entre 3-5 camadas de células do cumulus; C – entre 1-3 camadas de células do cumulus; D – oócitos desnudos; E – oócitos com cumulus expandindo ou atrésicos. 2.9 – Vantagens e desvantagens associadas a OPU 2.9.1 - Vantagens Ball et. al. (2006) afirmam que uma vantagem adicional da aspiração folicular guiada por ultra-sonografia, é que ela pode ser utilizada durante o primeiro trimestre da gestação e também nos animais pré-púberes, incluindo fetos. Os resultados encontrados nos animais pré-puberes são piores e mais variáveis do que nos animais adultos, mas existe potencial para melhora substancial no ganho genético através da redução acentuada do intervalo entre as gerações. xlviii Bols et. al. (2005) atribuem como vantagem da aspiração folicular a sua alta repetibilidade. Ainda para esses autores, constituem vantagens da aspiração folicular a possibilidade de estimulação ovariana antes da aspiração, bem como as variações de combinações nos acasalamentos “in vitro” com oócitos provenientes de uma mesma sessão de aspiração folicular transvaginal por doadora, abreviando o processo de seleção. Para Viana e Bols (2005) também são vantagens da OPU o fato de ser pouco invasiva, não depender de pré-estimulação hormonal, poder ser utilizada em qualquer fase do ciclo estral, em animais pré-puberes ou em gestação inicial. Além disso, foi contornado o principal obstáculo ao uso comercial da fertilização “in vitro”, que era a recuperação de complexos cummulus-ovócitos em doadoras vivas, sendo considerada a melhor alternativa aos programas clássicos de produção de embriões por superovulação 2.9.2 - Desvantagens Consideram-se como desvantagens dessa técnica a possibilidade de ocorrência de nascimentos de bezerros com o peso acima do normal (síndrome do bezerro grande). Além disso, podem ocorrer maiores índices de absorção, natimortos e abortos (CENATTE EMBRIÕES, 2006). De acordo com Gonçalves et. al. (2001), a punção folicular apresenta desvantagens como a exigência de uma equipe de trabalho altamente especializada, equipamentos de elevado custo e com o tempo necessário para o desenvolvimento da técnica, limitando sua ampla difusão para trabalhos no xlix campo. Além disso, ainda são obtidos baixos índices de produção “in vitro” de embriões, baixa qualidade e congelabilidade dessas estruturas decorrentes da PIVE, anormalidades fetais associadas à distocia, tempo restrito de transporte dos ovócitos (cerca de 10-12 horas). 2.10 - Seqüelas associadas a OPU A ultra-sonografia permite a colheita de oócitos pela utilização de um sistema de biópsia por agulha, visto como pouco traumático e que pode se empregado repetidas vezes em um mesmo animal (VIANA et. al., 2003). Viana et. al. (2003), ainda, observaram, em seus estudos, uma baixa incidência de irritações na mucosa do fundo de saco vaginal posteriormente as punções. Além disso, não observaram processos clínicos inflamatórios ou infecciosos em outras regiões da vagina ou no restante da porção tubular do trato genital. A baixa incidência de alterações na mucosa provavelmente está relacionada à sua alta taxa de renovação celular, possibilitando maior facilidade de regeneração após traumas. Em contrapartida ao observado no fundo de saco, a incidência de alterações de ovário foi significativa, constatando-se alterações na consistência ou mobilidade dos ovários. Continuando, Viana et. al. (2003) relacionaram as alterações de mobilidade e consistência ovariana com o número de sessões de punção folicular a que o animal é submetido. Avaliaram o par de ovários de vários animais e constataram que o grau médio de alterações foi menor nos animais expostos a menos de 20 sessões de punção. l A avaliação macroscópica de ovários puncionados mostrou a presença de coágulos nos folículos aspirados e variados graus de espessamento do epitélio ovariano. Os ovários que foram aspirados por um número maior de vezes tiveram um maior espessamento do epitélio ovariano, dificultando a visualização externa dos folículos em crescimento. Foram observadas, também, aderências entre o ovário e as fimbrias da tuba uterina, com provável comprometimento da fertilidade (VIANA et. al, 2003). Histologicamente, diferentes alterações morfológicas dos ovários são observadas, como pontos de perfurações na túnica albugínea, áreas hemorrágicas, infiltrados de células inflamatórias, fibrose no estroma ovariano, cicatrizes no trajeto da agulha, folículos com hemorragia interna e diversos graus de desorganização das camadas da parede folicular. Além disso, podemse encontrar áreas de tecido luteal ou de células luteais dispersas no estroma ovariano (VIANA et. al., 2003). Estudos feitos por Becker et. al. (1996) indicaram que o maior problema do emprego da aspiração guiada por ultra-som era lesar o estroma ovariano, principalmente em relação aos folículos de menores diâmetros. Outro distúrbio salientado por esses autores, é a possibilidade da formação de aderências entre o ovário e a tuba uterina e/ou ligamentos, como conseqüência da passagem da agulha inúmeras vezes por diversas sessões. Bols et. al. (2005) relataram ter encontrado em exames post-mortem, em fêmeas submetidas a aspiração folicular, alterações como engrossamento da túnica albugínea do ovário e endurecimento do ovário. li O número de sessões de aspirações não pode ser apontado como o único fator causador de lesões no aparelho reprodutivo da fêmea. Outro aspecto relacionado a lesões está ligado ao tipo de agulha utilizada. São encontrados diversos tipos de agulha com diferentes calibres 17, 18, 19 e 20, além das descartáveis ou não. Agulhas de menor calibre apresentam uma área menor de corte, sendo potencialmente menos danosas ao tecido, enquanto agulhas descartáveis, por possuírem bisel mais afiado, exercem uma pressão menor sobre as estruturas aspiradas (BOLS et. al., 1997). Para a Cenatte Embriões (2006), as lesões ovarianas, lesões de pedículo e hemorragia interna podem ocorrer após a aspiração folicular, mas a possibilidade de ocorrer alguma interferência na fertilidade é reduzida. Pieterse et. al. (1991) não encontraram aderências após a punção folicular, sugerindo que a técnica não afetaria a fertilidade futura da doadora. Para Bols et. al. (1998), a aspiração folicular guiada por ultra-som, quando utilizada repetidas vezes, parece induzir certo grau de aciclicidade, além de acarretar sinais de cio ocasionais e desenvolver estruturas semelhantes ao corpo lúteo, a partir do folículo puncionado. A aspiração folicular auxiliada pelo ultra-som não causou efeitos negativos exacerbados na arquitetura ovariana e nem na funcionalidade ovariana futura (PETYIM et. al., 2001). McEvoy et. al. (2002) concluíram que a função do ovário não foi comprometida após 13 a 16 aspirações e que, depois de 16 a 20 coletas, não ocorreu infecção ou inflamação no local da injeção anestésica epidural associada com a punção folicular. lii De acordo com Viana et. al. (2003), as lesões induzidas pelo procedimento de aspiração folicular guiada por ultra-sonografia, não interferem diretamente no processo de punção folicular. Entretanto, folículos que apresentam diâmetros inferiores a 2-3 milímetros podem ser perfurados pela agulha durante o processo de aspiração, sem que o operador perceba. Isto pode levar a perda de inúmeros folículos, por sessão. 2.11 - Preços do serviço de OPU Atualmente, empresas de consultoria reprodutiva que realizam a OPU têm cobrado, pela sessão de aspiração folicular por vaca, em média R$ 300,00. Os valores foram obtidos de 5 empresas reconhecidas no Estado de Minas Gerais. 2.12 - Futuras pesquisas para ampliar e maximizar o emprego da OPU O método de aspiração folicular transvaginal guiada por ultra-som já está bem estabelecido (GALLI et. al., 2001). Para Singh et. al. (2003), melhorias devem ser realizadas em relação a visualização do folículo, o que resultaria numa maior quantidade de oócitos recuperados. Estudos em relação a aspirações rotineiras de folículos pequenos devem ser realizadas com o intuito de verificar a eficácia na taxa de recuperação de ovócitos (SENEDA et. al., 2001). liii Segundo Bols et. al. (2005), as pesquisas devem ser direcionadas ao melhoramento do equipamento de ultra-som. Equipamentos como os desenvolvidos pela empresa Nutricell (Campinas, Brasil), que adaptou um transdutor (probe) convexo de 7.5 MHz com um ângulo de 150° a um sistema guiado por agulha descartável. Pesquisas tem sido desenvolvidas em relação à aplicação de substâncias intraovarianas utilizando o equipamento de aspiração folicular, com o objetivo de modular e estudar a atividade ovariana. Substâncias como fator de crescimento I são aplicadas com a intenção de superar deficiências de desenvolvimento em oócitos de vacas pré-puberes e FSH tem sido aplicado diretamente no ovário com o objetivo de estimulação ovariana e desenvolvimento de folículos. Além disso, técnica de biopsia tem sido empregada com a finalidade de se definir o número de folículos primordiais em ovários e estudar os efeitos hormonais sobre o ovário (BOLS et. al., 2005). Atualmente os equipamentos de ultra-som utilizados na OPU determinam que apenas folículos em fase antral e apresentando diâmetros superiores a dois ou três milímetros, podem ser identificados e, consequentemente, puncionados. Estes folículos representam apenas uma pequena fração do total de folículos presentes nos ovários. Maximizar o número e a qualidade de folículos em fase antral e, consequentemente, disponíveis para punção, é uma das principais estratégias para melhorar a recuperação de complexos cumulusoócitos destinados a FIV, por isso, deve ser fonte de pesquisa e aprimoramento para a técnica da OPU no futuro (VIANA e BOLS, 2005). liv De acordo com Seneda et. al. (2002), deve-se procurar avançar em relação às técnicas utilizadas na OPU com o intuito de viabilizar a utilização de animais bastante jovens, para diminuir o intervalo entre gerações, acelerar o incremento genético e o estudo da competência de oócitos para o desenvolvimento. Além disso, devem ser feitos estudos de protocolos de estímulo gonadotrófico e melhorias na viabilidade dos embriões produzidos “in vitro”. lv 3 - Conclusão A biotecnologia conhecida como aspiração folicular transvaginal orientada pela ultra-sonografia é, entre as técnicas de reprodução assistida, a que tem proporcionado maior quantidade de crias/vaca/ano. É importante salientar que a OPU não é um processo isolado, mas, sim, a primeira etapa da PIVE e deve ser encarada como fundamental para a obtenção de vários produtos ou crias no final do processo. São muitos os aspectos que envolvem a OPU e, indubitavelmente, todos devem ser de compreensão do técnico que irá realizá-la. Qual o melhor folículo a ser puncionado, quais instrumentos e materiais são necessários para o emprego da técnica, qual a freqüência e momento de aspiração, qual a fisiologia e condição corporal da doadora, qual o tempo de transporte dos oócitos coletados até o laboratório, aspectos ligados à raça, idade e lvi individualidade da fêmea doadora, estimulação ou não estimulação, classificação morfológica dos ovócitos, vantagens e desvantagens da técnica, seqüelas causadas pelo procedimento, valores cobrados pela sessão de aspiração e a técnica de OPU, propriamente dita, são conhecimentos que o técnico deverá ter previamente ao emprego da aspiração folicular transvaginal utilizando o ultra-som. A OPU existe há menos de 20 anos. Portanto, ainda consiste numa biotécnica jovem, que precisa ser aperfeiçoada para que se possa usufruir melhor do seu uso, obtendo maior quantidade de crias/vaca/ano. Por isso, é de grande importância que mais pesquisas sejam realizadas. A utilização da OPU já ultrapassou a barreira do uso científico e, atualmente, já é utilizada comercialmente em escala considerável. 4 – Referências Bibliográficas ANTONIOLLI, Cláudia Briani. Desenvolvimento folicular, ondas foliculares e manipulação. Seminário de Endocrinologia da Reprodução do Programa de Pós-graduação em Ciências Veterinárias da UFRGS. 2002. lvii ARGOV, N.; ARAV, A.; SKLAN, D. Number of oocytes obtained from cows by OPU in early, but not late lactation increased with plasma insulin and estradiol concentradions and expression of mRNA of the FSH receptor in granulose cells. Theriogenology, v. 61, n. 5, p. 947-962, 2004. ARLOTTO, T.; SCHWARTZ, J. L.; FIRST, N. L.; LEIBFRIED, R. M. L. Aspects of follicle and oocyte stage that affect in vitro maturation and development of bovine oocytes. Theriogenology, v. 43, p. 943-956, 1995. BALL, P. J. H.; PETERS, A. R. Reprodução em bovinos. 3. ed. São Paulo: Roca, 2006. p. 195-198. BECKER, J. 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