LIMITE DA FONOTERAPIA EM CASO DE ALTERAÇÃO OCLUSAL Autores: Luciana Regina de Oliveira; Irene Queiroz Marchesan; Adriana Rahal Instituição: CEFAC – Clínica Escola Descrição do quadro: paciente com 25.7m, encaminhada por ortodontista após oito meses da retirada do aparelho fixo, para avaliação e conduta fonoaudiológica, com a queixa de recidiva do tratamento ortodôntico (mordida aberta anterior) e projeção da língua entre os dentes ao falar. No exame clínico constatou-se: mordida aberta; mastigação unilateral, preferencialmente à esquerda. Língua apresentando hipotonia funcional interposta na arcada. Projeção de língua ao falar e deglutir. Foram realizadas fotos, filmagem e exame de eletromiografia de superfície antes de iniciar fonoterapia. Na eletromiografia confirmou-se que a musculatura supra-hióidea apresentava hipotonia funcional e os masseteres estavam com força assimétrica e aumentada. Procedimento: foram realizadas doze sessões, com o objetivo de fortalecer a musculatura da língua, adequar sua postura, e conscientização da mastigação bilateral alternada. Na segunda reavaliação clínica com eletromiografia, devido à melhora constatada, inclusive na fala, as sessões se tornaram quinzenais. Após mais sete sessões foi realizada nova eletromiografia onde pudemos comparar e acompanhar as mudanças musculares e funcionais ocorridas. Resultados obtidos: houve fortalecimento da musculatura da língua, ficando mais bem posicionada e não se projetando ao deglutir nem ao falar, apesar da mordida aberta permanecer a mesma, já que estava bastante conscientizada. O ponto de apoio dos fonemas linguo-dentais e sibilantes, foi levado um pouco mais para trás na papila, para evitar possível interferência na oclusão. A paciente deverá retornar em seis meses para nova reavaliação clínica e eletromiografia com o objetivo de observarmos, se mesmo com a mordida aberta anterior, a força muscular, a postura da língua, a deglutição e a fala se mantêm de forma corretas, embora adaptadas. Conclusão: a postura da língua e as funções orofaciais melhoraram, porém estão apenas adaptadas dentro do ambiente oclusal existente. O controle sistemático desta adaptação será essencial para compreendermos quanto é possível mantermos a estabilidade funcional em ambientes estruturais inadequados.