UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA - UFPB PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO - PPGA CURSO DE MESTRADO ACADÊMICO EM ADMINISTRAÇÃO – CMA CURSO DE DOUTORADO EM ADMINISTRAÇÃO – CDA Resposta ao recurso interposto pela candidata Ana Aldivonir Delfino Lopes Do objeto: Articulação entre enunciado e alternativas de resposta da questão objetiva do Processo Seletivo do Curso de Doutorado em Administração 2016 (Questão 6). Dos fatos: Candidata questiona a autoria da citação direta indicada no texto base da questão. Da análise e da decisão: A candidata alega que a questão é inconclusiva porque o enunciado da questão é de autoria de Merriam (1988) e não a Godoy (2006). De acordo com as normas da ABNT, existem dois tipos de citação: Direta e indireta. A citação direta ocorre quando a transcrição é feita de forma literal. O texto base da questão apresentou uma transcrição direta do que caracteriza o estudo de caso no capítulo de Godoy (2006, p. 119), que faz parte do livro indicado nas referências do edital do processo seletivo. Portanto, não há nenhum equívoco de autoria porque o texto base apenas contextualiza o enunciado da questão e se trata de uma transcrição literal e direta. Portanto, está de acordo com as normas da ABNT e não fere em nenhum momento contradição ou ambiguidade. O enunciado da questão e as alternativas de resposta não foram objeto de questionamento por parte da candidata e não há fundamento, de acordo com as normas da ABNT, para acatar o argumento adotado pela candidata. Do resultado: recurso INDEFERIDO. Do objeto: Gabarito de questão objetiva do Processo Seletivo do Curso de Doutorado em Administração 2016. Dos fatos: Candidata questiona que a ausência de indicação da referência bibliográfica (fonte) no conjunto do enunciado da questão 9 dificultou o entendimento da mesma e alega, a partir de argumentos, o caráter inconclusivo da questão. Da análise e da decisão: Tomando como referência os argumentos indicados pela candidata, é preciso fazer um esclarecimento sobre o tipo de questão. A questão 9 é do tipo asserção-razão. Esse tipo de questão é também conhecida como análise de relações e constitui-se de duas proposições ligadas pela palavra PORQUE, sendo que a segunda proposição deve ser avaliada se constitui razão ou justificativa da primeira. Compõe o item, ainda, uma chave de resposta padrão, em que são descritas as opções/alternativas de resposta propriamente ditas, e cada uma delas contém uma afirmação sobre a veracidade ou falsidade de cada uma das proposições e também a existência ou não da relação de causalidade entre elas. Portanto, o argumento da candidata de que “o padrão de pensamento baseia-se na recorrência a termos denotação de crença (correta, verdadeira e falsa e suas variações)” não procede porque a estrutura das alternativas de resposta fundamenta-se na estrutura conceitual do tipo de questão. A candidata alega em várias passagens do recurso que a falta de indicação bibliográfica específica suscitou um conjunto de argumentos questionando as duas proposições que integram a questão. Sobre a asserção I, a candidata alega que “nota-se falta de correspondência entre os termos de elaboração da Assertiva I da questão e uma das referências bibliográficas do Edital de Seleção do PPGA. O grau de controvérsia se amplia ao perceber que a citação apresentada acima é apenas um possível parâmetro para resposta no universo de possibilidades fomentado pela ausência de indicação bibliográfica específica na questão para tratamento do tema”. A elaboração da questão foi balizada pela seguinte fonte: BANDEIRA-DE-MELLO. Softwares em Pesquisa Qualitativa. In: GODOI, C. K.; BANDEIRA-DE-MELLO, R.; SILVA, A. B. Pesquisa qualitativa em estudos organizacionais: paradigmas, estratégias e métodos. São Paulo: Saraiva, 2006. A assertiva I tinha a seguinte descrição: “Um doutorando do PPGA-UFPB resolveu utilizar o software Nvivo na pesquisa qualitativa para auxiliá-lo no processo de análise de dados, pois considera que o software traz uma série de benefícios: consistência nos resultados, velocidade, flexibilidade, além de contribuir para a transparência no processo de análise”. Sobre a utilização de um sujeito indefinido “um doutorando do PPGA-UFPB”, não há nenhum problema para a sua utilização na questão porque qualquer pesquisador pode utilizar um software na análise de dados qualitativa. O Nvivo é considerado um CAQDAS, conforme indicação do autor do capítulo utilizado para elaborar a questão e mesmo que o autor discuta em parte do capítulo sobre o Atlas ti não há equivoco em citar o Nvivo. O aspecto chave da questão envolve os benefícios do software. Bandeira-de-Mello (2006, p. 457) indica que "a aplicação de Programas CAQDAS traz uma série de benefícios: consistência nos resultados, velocidade, flexibilidade, além de contribuir para a transparência no processo de análise". Portanto, a assertiva I é verdadeira tomando como referência os argumento dos autor utilizado para compor a questão. Sobre a assertiva II, a candidata questiona o gabarito porque a assertiva abre margem para discussão. A candidata apresenta vários argumentos para balizar o gabarito de resposta indicada no resultado parcial do processo seletivo. Utiliza também outro autor indicado na bibliografia do processo seletivo (Sampieri; Collado; Lúcio, 1998) para balizar um questionamento sobre a palavra “essência” presente na assertiva e indica pontos de contato com a ideia de criação de matrizes presente numa transcrição de Sampieri; Collado; Lúcio (1998). A segunda asserção apresenta a seguinte descrição: "A facilidade de criar códigos e gerenciar uma base de dados mais ampla ajuda o pesquisador a chegar à essência do fenômeno". Bandeira-de-Mello (2006, p. 436) indica que "a facilidade de criar códigos e gerenciar uma base de dados mais ampla também pode induzir o pesquisador a uma análise superficial", Isso justifica a questão ser falsa, até porque não é função de um software de pesquisa qualitativa levar o pesquisador a chegar à essência do fenômeno, mas sim auxiliar no processo de organização dos dados. O papel do pesquisador é analisar os dados, compreender os significados e dependendo do método utilizado descobrir a essência do fenômeno. Portanto, o gabarito indicado no resultado parcial do processo seletivo está correto, pois a “asserção I é uma proposição verdadeira, e a asserção II é uma proposição falsa”, tomando como referência os argumentos propostos por Bandeira-de-Mello (2006), um dos capítulos do livro de Godoi, Bandeira-de-Mello e Silva (2006). Entretanto, a candidata ressalta em seu recurso que a ausência da indicação bibliográfica (fonte) específica dificultou a análise da questão e reforça o seu posicionamento em várias passagens de seu argumento. Em função das especificidades das assertivas da questão 9 estarem associadas a uma das obras indicadas no edital do processo seletivo, considera-se que o argumento da candidata da necessidade de indicação da fonte no enunciado da questão é procedente. Do resultado: recurso DEFERIDO. Do objeto: Articulação entre enunciado e alternativas de resposta de questão objetiva do Processo Seletivo do Curso de Doutorado em Administração 2016. Dos fatos: Candidata questiona a relação entre o enunciado e as alternativas de resposta da questão objetiva de número 17. Da análise e da decisão: A candidata resume seu argumento a um pressuposto sobre qual deveria ser a habilidade dos candidatos a ser medida nesta questão. A candidata assume, assim, a função de julgar o que poderia e o que não poderia ser avaliado pela comissão responsável pelo concurso em termos de conhecimento considerado importante. Neste sentido, a candidata não questiona se a alternativa de resposta considerada correta (“e”) é correta de fato ou não, mas sim, questiona se a alternativa considerada correta poderia ter sido incluída entre as alternativas de resposta, baseando-se em um julgamento seu sobre a forma da questão. A candidata acusa a comissão de concurso de haver – em suas palavras – extrapolado, fugido do texto proposto para análise, quando da apresentação da alternativa “e” entre as alternativas de resposta. Há três respostas à sua colocação: 1) 2) 3) Entre os assuntos centrais a esta prova, encontra-se o de ontologia. A questão em tela está plenamente inserida no conhecimento requerido sobre ontologia quanto a aspectos conceituais primitivos e alguns usos específicos. Questões de múltipla escolha podem ter formatos diversos, e alguns deles envolvem a complementação e o detalhamento de conteúdo. No caso em tela, ocorre detalhamento e complementação no momento em que se afirma que a visão de alguém sobre o mundo/existência (ontologia em seu sentido filosófico mais primitivo – referenciado no enunciado) pode não ser plenamente refletida nas ferramentas que essa pessoa utiliza para representar essa mesma visão de mundo. Um pequeno exercício mental demonstra a correta forma da questão: o enunciado poderia ter sido formado pela união do enunciado atual com a própria alternativa “e”, e as alternativas de resposta poderiam ser afirmações como “O enunciado é correto”, “O enunciado é incorreto”, “A primeira parte do enunciado é correta, mas a segunda não”, e assim por diante. Neste caso, os candidatos seriam avaliados quanto a validarem ou não as mesmas afirmações, porém em um formato ligeiramente diferente. Do resultado: recurso INDEFERIDO. Do objeto: Gabarito de questão objetiva do Processo Seletivo do Curso de Doutorado em Administração 2016. Dos fatos: Candidata questiona a resposta considerada correta à questão objetiva de número 18. Da análise e da decisão: Considera-se correto o gabarito divulgado para a questão objetiva de número 18, conforme segue: O enunciado da questão afirma que, embora se constate, na prática, uma frequente relação entre as posições que os pesquisadores adotam em quatro eixos da filosofia da ciência (sua posição ontológica, sua posição epistemológica, sua posição metodológica e sua posição referente à natureza humana), os pressupostos de cada posição/eixo podem variar consideravelmente. Ou seja, há duas afirmações relativas neste enunciado: (1) nem sempre as posições individuais assumidas nos quatro eixos pertencem aos casos mais usualmente encontrados na prática (a relação entre as posições é frequente/usual, mas não se exclui a possibilidade de haver relações menos típicas), e (2) as posições individuais assumidas em cada eixo pertencem a uma gama de valores possíveis. Por exemplo, embora seja frequente encontrar um pesquisador ontologicamente realista e epistemologicamente positivista, não é suficiente saber que o pesquisador é epistemologicamente positivista para concluir que ele também é ontologicamente realista. Adicionalmente, o grau de perspectiva positivista e realista do pesquisador pode ser diferente do grau de outro pesquisador. Portanto, com base naquele enunciado, não se pode (não é possível) concluir sobre todas as posições metateóricas de alguém (sobre ontologia, epistemologia, metodologia e natureza humana) a partir do conhecimento de algumas de suas posições. Do resultado: recurso INDEFERIDO. João Pessoa, PB, 17 de novembro de 2015. Comissão do Processo Seletivo PPGA/UFPB – 2016