I Congresso de Pesquisa e Pós-Graduação do Câmpus Rio Verde do IFGoiano. 06 e 07 de novembro de 2012. PRODUÇÃO DA CULTIVAR DE SOJA NA 7337 RR COM A UTILIZAÇÃO DE PLANTIO EM LINHAS CRUZADAS SILVEIRA, Flávio de Oliveira (Estudante IC)1; PERIN, Adriano (Orientador)1; JUNIOR, Hilton Rosa da Silva (Colaborador)2, FURQUIM, Leonnardo Cruvinel (Colaborador)1, SANTINI, José Mateus Kondo Santini (Colaborador)1 , SALIB, Gabriel Couto (Colaborador)1 1 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano – Câmpus Rio Verde - GO. [email protected]; 2Universidade Federal de Goiás – Câmpus Jataí – GO. RESUMO: O objetivo do trabalho foi avaliar a cultivar de soja NA 7337 RR de ciclo precoce, em plantio em linhas cruzadas comparando com o plantio em linhas convencional, buscando detectar aumento da eficiência na produção de soja. O experimento foi instalado no IF Goiano Câmpus Rio Verde, a campo, sendo utilizado DIC com 4 tratamentos (tratamento 1, semeadura da soja em linhas convencional; e tratamentos 2, 3 e 4, semeadura da soja em linhas cruzadas em 3 diferentes populações; com 4 (quatro) repetições). Procedeu-se análise estatística através do Teste-F e posterior teste Duncan, tendo sido comparada entre as parcelas as variáveis: produtividade de grãos, peso de mil grãos (PMG) e número de vagens por planta (NVP). Quanto ao peso PMG e NVP, não se constatou variação significativa entre os tratamentos. A produtividade embora tenha se diferenciado, teve os resultados melhores estatisticamente iguais tanto no plantio em linhas cruzadas quanto plantio em linhas convencional. Palavras-chave adicionais: Arranjo. Fitotecnia. Sistema de Plantio. INTRODUÇÃO A soja na safra 2011/12, de acordo com estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB, 2012), ocupou 25.042,2 mil hectares em todo território nacional. Em Goiás, segundo a própria Conab, a área colhida chegou a 2.644,7 mil hectares. Com esta elevada área cultivada, a produção goiana é a quarta maior do país, chegando nesta safra a 10,6% da produção nacional. Trabalhos com população de plantas não têm mostrado efeito no rendimento de grãos, utilizando populações que variaram de 8 até 63 plantas m-2 (RUBIN, 1997; PIRES et al.,1998). Marques (1981), testando três populações de plantas (25, 35 e 45 plantas m-2), três espaçamentos entre linhas e quatro níveis de irrigação, obteve efeito significativo do fator população sobre o rendimento de grãos por área e número de legumes por planta, justificando tal resultado pela variação ocorrida no rendimento por planta e número final de plantas nas populações empregadas. Herbert & Litchfield (1982), trabalhando com a variação na população de plantas e espaçamentos entre linhas, obtiveram aumento de 27 % no rendimento com o aumento da população de plantas de 21 para 68 plantas m-2. A redução do espaçamento entre linhas tem se constituído numa prática vantajosa, em que, na maioria dos experimentos, houve incremento do rendimento. Diversos trabalhos, utilizando espaçamentos entre linhas de 17 cm até 100 cm, têm verificado acréscimos de até 40% no rendimento (HERBERT & LITCHFIELD, 1982; ETHREDGE et al., 1989; BOARD et al., 1990; PIRES et al., 1998; VENTIMIGLIA et al., 1999) com a redução do espaçamento. Ressalta-se que o plantio em linhas cruzadas teve sua exposição maior devido à sua utilização pelo produtor vencedor do 1º Desafio de Produtividade Máxima do Conselho Estratégico Soja Brasil (Cesb), o produtor conseguiu atingir uma impressionante marca, produziu 108,4 sacas de soja por hectare, contra uma média nacional de 48,6 sacas. Sendo assim o experimento teve como objetivo a comparação de arranjo de plantio em 1 I Congresso de Pesquisa e Pós-Graduação do Câmpus Rio Verde do IFGoiano. 06 e 07 de novembro de 2012. linhas convencional e o arranjo em linhas cruzadas. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi instalado na área experimental do IF Goiano Câmpus Rio Verde, onde há a predominância de Latossolo Vermelho com textura média. O experimento foi em DIC, devido a homogeneidade da área, com 4 tratamentos, sendo o tratamento 1, plantio com arranjo em linhas convencional, com população de 300.000 plantas ha-1 e tratamento 2, 3 e 4 com arranjo em linhas cruzadas em 3 diferentes populações, respectivamente: 280.000 plantas ha-1, 300.000 plantas ha-1 e 360.000 plantas ha-1, tendo cada tratamento 4 repetições. Em cada parcela foram semeadas 6 (seis) linhas, espaçadas em 0,44 m, e ainda, mais 6 linhas em sentido perpendicular nos 3 tratamentos com arranjo de plantio em linhas cruzadas. A área foi gradeada e nivelada no início de novembro. O plantio da cultivar de soja NA 7337 RR, ocorreu no dia 29 de novembro de 2011, todas as sementes tiveram tratamento com fungicida e inseticida, a fim de evitar ataque de micro-organismos e insetos pragas do solo, também foi realizado a inoculação de estirpes do gênero Bradyrhizobium buscando suprir a necessidade de nitrogênio da cultura através da fixação biológica de nitrogênio. Foram feitos todos os tratos culturais necessários à condução da cultura, além de seis aplicações de inseticida, quatro aplicações de fungicida e quatro aplicações de herbicida. A fertilidade do solo foi corrigida com a aplicação antecipada de 50 kg ha-1 de fósforo, tendo como fonte o superfosfato simples, e 80 kg ha-1 de potássio, tendo como fonte o cloreto de potássio. As doses de P e K foram embasadas na recomendação dada por Sousa & Lobato (2004) junto à experiência de trabalhos anteriores na área experimental. Foi quantificada a produtividade da soja, através da colheita de uma área útil no centro da parcela, equivalente a 8,8 m2. Também foram quantificados o número de vagens por planta (NVP), a partir da contagem em cinco plantas arrancadas de cada parcela, e o peso de mil grãos (PMG), obtido a partir da aferição da massa de 100 grãos em 4 repetições de cada parcela, multiplicada por 10. Os dados de todas as avaliações foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste Duncan, utilizando o programa Assistat Versão 7.6 Beta (2012) do Prof. Dr. Francisco de Assis do Departamento de Engenharia Agrícola do Centro de Tecnologia e Recursos Naturais da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). RESULTADO E DISCUSSÃO Não houve diferença estatística para NVP e PMG. Já quanto à produtividade de grãos, houve diferença no teste Duncan (p<0,05). Conforme pode ser visto na Tabela 1, quanto à produtividade de grãos, o tratamento 4 se diferiu, sendo superior aos tratamentos 2 e 3, porém não se diferiu do tratamento1, que por sua vez situou-se medianamente tendo produtividade igual a todos os demais tratamentos. Tabela 1. Produtividade de grãos de soja da cultivar NA 7337 RR, sob diferentes arranjos espaciais e variações populacionais. Tratamento Produtividade (kg ha-1) 1 – Plantio em linha convencional com 300 mil plantas ha-1 3381 ab 2 – Plantio em linhas cruzadas com 280 mil plantas ha-1 3078 b 3 – Plantio em linhas curzadas com 300 plantas ha-1 3225 b 4 – Plantio em linhas cruzadas com 360 mil plantas ha-1 3836 a CV % 9,9 *Médias seguidas de letras iguais não diferem entre si pelo teste Duncan (p < 0,05) Nesse experimento, o arranjo espacial das plantas por meio do plantio cruzado associado ao aumento da população (tratamento 4), resultou em boa produtividade de grãos (Tabela 1). Porém este não se diferenciou do tratamento 1, com plantio em linhas convencional, deixando como fator de incremento na produtividade apenas o aumento 2 I Congresso de Pesquisa e Pós-Graduação do Câmpus Rio Verde do IFGoiano. 06 e 07 de novembro de 2012. populacional, resultado que vai de encontro aos relatos de Herbert & Litchfield (1982) que evidenciou acréscimo de 27% em seu trabalho com variação populacional e espaçamento entre linhas. Relatos também lançam como desafio relacionado ao plantio em linhas cruzadas, a esperada e considerável elevação nos custos de plantio. Mais trabalhos relacionados ao tema podem vir a equacionar e calcar a viabilidade técnica e econômica do plantio cruzado. Um fator a se considerar no desvio da hipótese da pesquisa pode ter relação com a ocorrência de falha no estande em algumas parcelas, falha esta, ligada a ausência de método de semeadura que se adeque melhor ao plantio em linhas cruzadas, pois no momento da semeadura das linhas suplementares dos tratamentos cruzados, ocorre pisoteio nas linhas anteriormente semeadas, causando interferência na regulagem da compactação adequada para a germinação das sementes nestas linhas. CONCLUSÃO Nas condições do experimento, o arranjo de plantio não influenciou a produção de vagens por planta e o peso de mil grãos. O plantio em linhas cruzadas não aumentou a produção de grãos por área em relação ao plantio em linhas convencional. O aumento populacional incumbiu em maior produtividade de grãos. AGRADECIMENTOS Ao CNPq pela concessão de bolsa ao 1º, 3º, 4º, 5º e 6º autores. ETHREDGE, W.J.; ASHLEY, D.A.; WOODRUFF, J. M. Row spacing and plant population effects on yield components of soybean. Agronomy Journal, Madison, v.81, n.6, p.947- 951, 1989. HERBERT, S.J.; LITCHFIELD, G.V. Partitioning soybean seed yield components. Crop Science, Madison, v.22, n.5, p.1074-1079, 1982. MARQUES, J. B. B. Efeito do espaçamento entre fileiras, população de plantas e irrigação sobre o rendimento da planta, rendimento e qualidade da semente da soja (Glycine max (L.) Merril). 93f. Dissertação (Mestrado em Fitotecnia). Faculdade de Agronomia, Universidade do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. 1981. SOUZA, D. M. G.; LOBATO, E. Cerrado: correção do solo e adubação. 2 ed. Brasília: Embrapa Cerrados, p. 309, 2004. PIRES, J.L.; COSTA, J.A.; THOMAS, A. L. Rendimento de grãos de soja influenciado pelo arranjo de plantas e níveis de adubação. Pesquisa Agropecuária Gaúcha, Porto Alegre, v.4, n.2, p.183-188, 1998. RUBIN, S. de A.L. Comportamento da cultivar FEPAGRORS 10 em seis densidades de semeadura ano planalto médio riograndense. In: REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO SUL, 25, 1997, Passo Fundo, RS. Anais... Passo Fundo : EMBRAPA, p.187, 1997. VENTIMIGLIA, L.A. et al. BMX Potência RRl de rendimento da soja em razão da disponibilidade de fósforo no solo e dos espaçamentos. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.34, n.2, p.195-199,1999. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BOARD, J.E.; HARVILLE, B.G.; SAXTON, A.M. Narrowrow seed-yield enhancement indeterminate soybean. Agronomy Journal, Madison, v.82, n.1, p.64-68, 1990. CONAB – COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO. Levantamento de safras. Disponível em: http://www.conab.gov.br/OlalaCMS/uploads/arqu ivos/12_09_06_09_18_33_boletim_graos__setembro_2012.pdf> acesso em 01/10/2012. 3