BIOLOGIA Prof. Fred VÍRUS Introdução A palavra vírus é originária do latim e significa toxina ou veneno. O vírus é um organismo biológico com grande capacidade de automultiplicação, utilizando para isso sua estrutura celular. É um agente capaz de causar doenças em animais e vegetais. Estrutura dos vírus Os vírus são extremamente simples e diferem dos demais seres vivos pela inexistência de organização celular, por não possuírem metabolismo próprio e por não serem capazes de se reproduzir sem estar dentro de uma célula hospedeira. São parasitas intracelulares obrigatórios. Em consequência, são responsáveis por várias doenças infecciosas, em alguns raros casos, não produz prejuízos a seus hospedeiros. Os vírus que infectam as flores da tulipa, por exemplo, provocam manchas coloridas em pétalas, que normalmente têm uma só. Nesse caso, os vírus não provocam prejuízos à planta. Os vírus são os menores seres vivos, visíveis apenas ao microscópio-eletrônico. Sua estrutura vem sendo vez mais esclarecida, à medida que É tecnologia em microscopia eletrônica evolui. Eles são tão pequenos que podem penetrar na célula das menores bactérias que se conhecem. Os vírus possuem como material genético o ácido desoxirribonucléico (DNA) ou o ácido ribonucléico (RNA), nunca ocorrendo os dois tipos de ácidos nucléicos juntos em um mesmo vírus. Existem, portanto, vírus de DNA e vírus de RNA. O ácido nucléico apresenta-se sempre envolto por uma cápsula protéica denominada capsídeo. As proteínas que compõem o capsídeo são específicas para cada tipo de vírus. Cada molécula protéica do capsídeo recebe o nome genérico de capsômero. O capsídeo mais o ácido nucléico que ele envolve são denominados nucleocapsídeo. Vida Um vírus sempre precisa de uma célula para poder replicar seu material genético, produzindo cópias da matriz. Portanto, ele possui uma grande capacidade de destruir uma célula, pois utiliza toda a estrutura da mesma para seu processo de reprodução. Podem infectar células eucarióticas (de animais, fungos, vegetais) e procarióticas (de bactérias). Classificação A classificação dos vírus ocorre de acordo com o tipo de ácido nucléico que possuem as características do sistema que os envolvem e os tipos de células que infectam. De acordo com este sistema de classificação, existem aproximadamente, trinta grupos de vírus. Ciclo Reprodutivo - Lítico – parasita a célula, se reproduz e mata a célula parasitada. - Lisogênico - parasita a célula, se reproduz e não mata a célula parasitada. 1 São quatro as fases do ciclo de vida de um vírus: 1. Entrada do vírus na célula: ocorre a absorção e fixação do vírus na superfície celular e logo em seguida a penetração através da membrana celular. 2. Eclipse: um tempo depois da penetração, o vírus fica adormecido e não mostra sinais de sua presença ou atividade. 3. Multiplicação: ocorre a replicação do ácido nucléico e as sínteses das proteínas do capsídeo. Os ácidos nucléicos e as proteínas sintetizadas se desenvolvem com rapidez, produzindo novas partículas de vírus. 4. Liberação: as novas partículas de vírus saem para infectar novas células sadias. Curiosidades: Exemplos de doenças humanas provocadas por vírus: hepatite, sarampo, caxumba, gripe, dengue, poliomielite, febre amarela, varíola, AIDS e catapora. Os antibióticos não servem para combater os vírus. Alguns tipos de remédios servem apenas para tratar os sintomas das infecções virais. As vacinas são utilizadas como método de prevenção, pois estimulam o sistema imunológico das pessoas a produzirem anticorpos contra determinados tipos de vírus. BACTERIÓFOGO – VÍRUS QUE INFECTA BACTÉRIA Reprodução: Doenças virais Influenza (gripe) Agente etiológico Vírus da influenza (tipos A, B e C) Rubéola Vírus da rubéola Rubéola congênita Vírus da rubéola Sarampo Vírus do sarampo Varíola (atualmente erradicada) Vírus da varíola Poliomielite (paralisia infantil) Poliovírus (tipos 1, 2 e 3) Transmissão Prevenção Gotículas eliminadas por tosse, espirro, fala Gotículas eliminadas por tosse, espirro, fala Evitar contato com doentes; vacinação Febre; coriza; obstrução nasal Evitar contato com doentes; vacinação Transmissão transplacentária Gotículas eliminadas por tosse, espirro, fala Contato direto; saliva; tosse; espirro; Secreções da orofaringe; água e alimentos contaminados com fezes Vacinação prégestacional Evitar contato com doentes; vacinação Febre; nódulos linfáticos aumentados; manchas avermelhadas na pele; dor muscular e articular Malformações congênitas Febre; manchas avermelhadas na pele; coriza; tosse Lesões cutâneas; febre; hemorragias 2 Evitar contato com doentes; vacinação Saneamento básico; isolamento dos doentes; vacinação Manifestações tosse; Febre; diarréia; fraqueza muscular; paralisia Raiva Vírus da raiva Hepatite tipo A Vírus da hepatite A Hepatite Tipo B Vírus da hepatite B Dengue Vírus da dengue (tipos 1, 2, 3 e 4) Febre amarela Vírus da febre amarela Caxumba Vírus da caxumba Aids HIV Mordedura de cão ou de outros animais infectados Vacinação de cães; eliminação de cães e gatos vadios; vacinação humana Evitar contato com doentes; saneamento básico; vacinação Vacinação; cuidado com equipamentos, agulhas e seringas; análise de amostras de sangue Cefaléia; mal-estar; dificuldade para deglutir e respirar; convulsões Picada do mosquito do gênero Aedes Combate mosquito ao Febre; dor muscular; hemorragias; cefaléia Picada do mosquito do gênero Aedes Combate ao mosquito; vacinação Gotículas eliminadas por tosse, espirro, fala; contato direto Contato sexual; sangue contaminado e derivados; transmissão transplacentária; agulhas e seringas contaminadas Tipo 1 = contato direto ou indireto. Evitar contato com doentes; vacinação Febre; icterícia; dor muscular; vômito; diarréia; hemorragias; insuficiência renal Aumento da parótida; febre; cefaléia Água ou alimentos contaminados por fezes; contato direto Transfusão de sangue; matérias contaminados com sangue ou saliva (agulhas, seringas, equipamentos odontológicos ou cirúrgicos); contato sexual (sêmen e secreções vaginais) Tipo 2 sexual Herpes Simples = relação Tipo 1 e Tipo 2 3 Icterícia; febre; dor abdominal; urina escura e fezes claras Semelhantes às da hepatite tipo A Análise de amostras de sangue; evitar promiscuidade sexual; uso de preservativos; não compartilhar agulhas e seringas Infecções oportunistas; tosse; diarréia; emagrecimento; febre E é uma doença que traz muitos incômodos e não tem cura. Apenas remédios para diminuir os sintomas. , o vírus multiplica-se produzindo os característicos exantemas (manchas vermelhas inflamatórias) e vesículas (bolhas) dolorosas (causadas talvez mais pela resposta destrutiva necessária do sistema imunitário à invasão). As vesículas contêm líquido muito rico em virions e a sua ruptura junto à mucosa de outro indivíduo é uma forma de transmissão (contudo também existe vírus nas secreções vaginais e do pênis ou na saliva). Elas desaparecem e reaparecem sem deixar quaisquer marcas ou cicatrizes. É possivel que ambos os vírus e A principal forma de transmissão do HPV é por via sexual, sendo a doença sexualmente transmissível HPV Vários tipos virais. SARS causada pelo coronavírus (CoV SARS) tendo diagnóstico a partir de sorologia e PCR. Caxumba Ffebre Hemorrágica Ebola (FHE) via respiratória É em regra muito difícil erradicar por completo a infecção, pelo que na maioria dos casos o tratamento visa reduzir ou eliminar as lesões causadas pelo HPV. Como a infecção subjacente às lesões mantémse, é frequente a ocorrência de recidivas, devendo manter-se o acompanhamento médico. Antivirais e isolamento e detecção de indivíduos contaminados. grave pneumonia atípica, febre Alta, tosse, dispnéia, leucopenia. A caxumba, ou parotide infecciosa, é causada por um vírus chamado Paramyxovirus, transmitido por gotículas de saliva. Vacinação e repouso. Sintomas aparecem sob a forma de febre e aumento de uma ou mais glândulas salivares (o que confere a forma característica da doença: o rosto inchado). Apesar de rara em pacientes após a puberdade, nos homens, a caxumba pode causar inflamação dos testículos (orquite) e entre as mulheres, do ovário (ooforite), sendo assim necessária atenção redobrada. Ele é transmitido normalmente apenas pelo contato direto, e as populações afetadas são infectadas em alto número devido à cultura das aldeias africanas onde ocorre, em que é usual a família lavar o corpo dos mortos manualmente cuidadosamente antes do enterro. Banhos com permanganato de potássio ou soluções iodadas são comumente aconselhados para aliviar a coceira e cicatrizar rapidamente as feridas A incubação pode durar de 5 a 12 dias. O vírus multiplica-se nas células do fígado, baço, pulmão e tecido linfático onde causa danos significativos. A lise (destruição) das células endoteliais dos vasos sanguíneos leva às tromboses e depois hemorragias. O estágio final é devido ao esgotamento dos fatores sanguíneos da coagulação, resultando Causada por um vírus chamado Paramyxovirus. filovírus (o outro membro desta família é o vírus Marburg) ambas as formas coexistam num só indivíduo. Habita as células da pele e das mucosas genitais tais como vulva, vagina, colo de útero, e pênis provocando verrugas genitais que aparecem na vagina, pênis e anus ou uma outra forma, que é microscópica, que aparece no pênis, vagina e colo de útero. 4 Varicela ou Catapora HHV3 (human herpes virus 3) A transmissão é via aérea, em gotas aerossolizadas de espirros ou tosse, ou pelo contato com pele infectada. A varicela é quase exclusivamente uma doença de crianças, enquanto a zóster é uma doença de idosos. A transmissão do vírus de idosos com zóster para crianças que depois desenvolvem varicela é uma importante via de infecção. Entre os cuidados sugeridos ao paciente durante o período de infecção, estão cortar sempre as unhas e deixá-las limpas, evitar o contato com pessoas com baixa capacidade de defesa, usar roupas leves, para evitar calor e aliviar as coceiras, usar luvas na hora de dormir, e evitar ao máximo coçar a varicela, porque marcas podem ficar para sempre no corpo. A varíola não tem cura. A única medida eficaz é a vacinação. Foi erradicada por um programa de vacinação promovido pela OMS na década de 1970. Variola 5 em hemorragias extensas internas, edema generalizado e morte por choque hemorrágico. As fezes são geralmente pretas devido às hemorragias gastrointestinais e poderá haver ou não sangramento do nariz, ânus, boca e olhos. Entra no corpo pela faringe ou pela conjuntiva do olho. Multiplica-se e dissemina-se pelo sangue, até a pele. O período de incubação até o surgimento das pústulas é de cerca de 12 dias. Os sintomas iniciais são febre e erupções maculopapulares (exantemas), seguidas de erupções vesiculoeritematosas muito pruriginosas (ou seja, pústulas que causam comichão). As pústulas apresentam-se com base vermelha e cúpula transparente ("gota de orvalho em pétala de rosa"), com cerca de 3 milímetros de diâmetro. Várias gerações de exantemas surgem durante cerca de 4 dias, com vários estágios em zonas diferentes ao mesmo tempo (ao contrário da varíola). Os exantemas são mais frequentes na região torácica, mas podem aparecer em todo o corpo, incluindo no couro cabeludo e na mucosa oral. Há dois tipos de varíola, a varíola maior (ou apenas varíola) e a varíola menor ou alastrim, com os mesmos sintomas mas muito mais moderados. Os sintomas iniciais são semelhantes aos da gripe, com febre, malestar, mas depois surgem dores musculares , gástricas e vômitos violentos. Após infecção do tracto respiratório, o vírus multiplica-se nas células e espalha-se primeiro para os órgãos linfáticos e depois via sanguínea para a pele, onde surgem as pústulas típicas, primeiro na boca, depois nos membros e de seguida generalizadas. REPRODUÇÃO EXERCÍCIO OBJETIVO DE VÍRUS. 1. (MED. VASSOURAS) Numa placa de Petri com meio de cultura foram semeadas bactérias causadoras de pneumonia. Por um acaso, um esporo de fungo caiu dentro da placa, resultando numa colônia, enquanto as bactérias desenvolveram outras colônias na periferia, conforme o esquema a seguir: No espaço entre a colônia de fungos e a de bactérias, foram evidenciadas substâncias produzidas pelo fungo. a) Podemos perceber que a relação entre as duas populações em questão é do a) predatismo, sendo o fungo predador das bactérias; b) comensalismo, porque a bactéria se alimenta das substâncias produzidas pelo fungo; c) competição, uma vez que ambos competem pelo mesmo nicho ecológico; d) parasitismo, porque o fungo utiliza as bactérias sem matá-las; e) amensalismo, sendo a população bacteriana contida pelas substâncias produzidas pelo fungo. tipo: 2. (UNEBE) Certas infecções hospitalares podem ser de difícil combate por meio de antibióticos comumente utilizados. Este feito deve-se à: a) indução, nas bactérias, de resistência aos antibióticos; b) convivência de portadores de diversos tipos de infecção; c) seleção de linhagens de bactérias resistentes aos antibióticos; d) rejeição de antibióticos pelo organismo humano; e) tendência da bactéria a se habituar aos antibióticos. 3. O herpes é uma doença, de origem viral, que se caracteriza por pequenas vesículas formadas nas mucosas ou na pele. Tais vesículas ocorrem com freqüência nos lábios (herpes simples) e também nos órgãos genitais (herpes genital). No entanto, a moléstia pode manifestar-se em qualquer região do corpo. Em relação a essa doença, assinale a(s) proposição(ões) verdadeira(s): (01) As lesões produzidas cicatrizam em poucos dias, mas deixam seqüelas gravíssimas. (02) O vírus do herpes simples transmite-se por contato direto. (04) A profilaxia dessa doença é bastante simples, com a ingestão de remédios facilmente comercializados. (08) O vírus do herpes simples é encontrado, por exemplo, na saliva de muitas pessoas. (16) O herpes genital deve ser considerado doença venérea, uma vez que sua transmissão se faz, principalmente, pelo contato sexual. (32) O vírus do herpes encontra-se latente nos tecidos, sendo encontrado em porcentagem alta na espécie humana. 6 EXERCÍCIO DISCURSIVO DE VÍRUS. 1. Observe a figura abaixo, que representa o processo infeccioso de um vírus, e responda o que se pede. a) O material genético do vírus é composto por qual ácido nucleico? b) Cite a molécula que compõe o envoltório viral. c) Considerando que o ciclo viral apresentado é semelhante ao do vírus H1N1 (influenza A), cite duas medidas para se evitar o contágio por esse tipo de vírus. d) Uma das formas mais eficientes de prevenção às doenças virais é o aumento da resistência imunológica. Qual é o método de prevenção que permite ao indivíduo ter resistência imunológica a algumas doenças causadas por vírus? 2. Recentemente, no Rio de Janeiro, recrutas da Marinha foram contaminados por vírus influenza tipo B. Esse vírus se replica de modo idêntico ao do vírus influenza tipo A, causador da pandemia de gripe suína no ano de 2009. Cite o tipo de ácido nucleico existente no vírus influenza tipo B e explicite seu mecanismo de replicação. 3. Vírus e bactérias causam doenças nos animais. Eles apresentam formas diferentes de reprodução, que são importantes do ponto de vista do controle das infecções. a) Em relação aos ácidos nucléicos, qual a diferença entre bactérias e vírus? b) Por que os vírus precisam de uma célula hospedeira para se reproduzirem e as bactérias não ? REINO MONERA O que são bactérias As bactérias são seres muito pequenos, procariontes, unicelulares que, em sua maior parte, não podem ser vistos a olho nu. Apesar de seu tamanho, elas se multiplicam em grande velocidade formando colônias, e, muitas delas, conhecidas como germes, são prejudiciais a saúde do homem, pois podem causar inúmeras doenças. Características e informações sobre as bactérias Elas se encontram por toda parte, e há milhares delas no ar, na água, no solo e, inclusive, em nossos corpos. Contudo, nem todas são maléficas, há aquelas que desempenham papéis extremamente úteis para muitas formas de vida, inclusive para os seres humanos. No caso de plantas, como as ervilhas, 7 elas se beneficiam desta forma de vida, que habita em suas raízes dentro de pequenos caroços, em seu crescimento através da substância química que estas bactérias produzem. No solo existem bactérias que podem ser benéficas de várias maneiras, uma delas é ajudar as folhas velhas das plantas a apodrecerem fornecendo alimento às novas plantas. Entretanto, há certas bactérias que são daninhas aos vegetais prejudicando-os a ponto de destruí-los. No caso dos seres humanos, elas podem ser combatidas através do uso de antibióticos, que, quando usados conforme orientação médica, tem efeito eficaz sobre os germes prejudiciais a saúde. Caso contrário, elas aumentarão rapidamente ampliando o número de colônias. Em muitos casos, elas podem ser transferidas de pessoas para pessoas. Podemos citar como principais tipos de bactérias: - Cocos (formato arredondado); - Bacilos (alongadas em forma de bastonetes); - Espirilos (formato espiralado) e - Vibriões (possuem formato de vírgulas). Até 300 anos atrás, ninguém sabia da existência deste tipo de vida, foi um holandês chamado Leeuwenhoek que as observou pela primeira vez. Em 1865, Louis Pasteur, através de seus estudos e observações, descobriu como elas se multiplicam e causam doenças. Contudo, os estudos desta forma de vida só foram mais precisos depois que Roberto Koch, em 1870, descobriu como colori-las e mantê-las vivas em uma espécie de geléia que ele mesmo criou. Desta forma, elas poderiam ser observadas por mais tempo e também de formas diferentes, fato que permitiria um conhecimento mais completo e aprofundado deste tipo de vida. Reprodução Principais doenças causadas por bactérias : Doença Tuberculose Lepra ou Hanseníase Difteria Agente causador Mycobacterium tuberculosis Mycobacterium leprae Corynebacterium difhtheriae Transmissão Secreções respiratórias Gotículas de saliva e ar? Gotículas de saliva e ar Sintomas Dores no peito, lesões pulmonares. Lesões na pele e nas mucosas. Placas na faringe e laringe, dando um tom de voz típico, produzindo dor, febre e fraqueza. 8 Coqueluche Bordetella pertussis Tétano Clostridium tetani Tracoma Chlamydia trachomatis Disenterias Salmonella sp e Escherichia coli Gonorréia Neisseria gonorrheage DST Sífilis Treponema pallidum DST Meningite Meningoccocos Gotículas de saliva e ar Pneumonia Streptoccocos e Pneumoccocos Gotículas de saliva e ar Gotículas de saliva e ar Ferimentos na pele e corte do cordão umbilical Objetos contaminados Ingestão de água e alimentos contaminados Tosse convulsiva seguida ou não de vômitos. Rigidez muscular, principalmente no pescoço, dificuldade de engolir, irritabilidade, dor nas extremidades e convulsões. Inflamação da conjuntiva e da córnea que pode levar à cegueira. Diarréia, vômitos, desidratação e morte. Ardência e dificuldade de urinar, além de um corrimento de cor amarelada ou esverdeada ou, até mesmo com sangue. A doença inicia com uma pequena ferida nos órgãos sexuais de bordas endurecidas (cancro duro), indolor, acompanhada de íngua na virilha, que começa a surgir duas ou três semanas após a relação sexual. Após a ferida desaparece espontaneamente, mas a doença continua no sangue e, meses depois, aparecem manchas em várias partes do corpo. Essas manchas desaparecem e, se não tratada, mais tarde podem ocorrer complicações, como: cegueira, doenças nervosas, problemas cardíacos, etc. Dor de cabeça, sonolência, vômitos, febre, contrações musculares, rigidez na nuca e abaulamento moleira. Dores no peito, lesões pulmonares. EXERCÍCIO OBJETIVO DE BACTÉRIA. 1. Entre as características biológicas citadas a seguir, a única pode ser encontrada nos vírus é um: a) programa genético específico que permite a reprodução de novos seres do mesmo tipo. b) processo metabólico que requer compostos nitrogenados e de carbono, incluindo os produzidos pelos autótrofos. c) maquinaria biológica que pode utilizar a energia armazenada em sua célula ou obtida dos alimentos. d) maquinaria biossintética para a síntese de proteínas. e) membrana celular que estabelece um limite e regula as trocas de matéria e energia. 2. Medicina do futuro recruta vírus "bonzinhos" para vencer câncer e AIDS através de batalhas genéticas.Utilizando vírus inofensivos como vetores de genes, cientistas estão colocando, nas células dos pacientes, o material genético que os médicos desejam. (Folha de São Paulo-dez/92). Tal técnica é possível, pois, na célula hospedeira, o DNA do vírus: a) inativa as diferentes funções vitais. b) comanda a produção de proteínas. c) inibe a respiração celular. d) induz uma mensagem deletéria. e) estimula a duplicação do DNA celular. 3. Impressionados com a notícia do poder arrasador com que o vírus Ebola vem dizimando uma certa população na África, alguns alunos de um colégio sugeriram medidas radicais para combater o vírus desta terrível doença. Considerando-se que este agente infeccioso apresenta características típicas dos demais vírus, assinale a alternativa que contenha a sugestão mais razoável: a) descobrir urgentemente um potente antibiótico que possa destruir a sua membrana nuclear. b) alterar o mecanismo enzimático mitocondrial para impedir o seu processo respiratório. c) injetar nas pessoas contaminadas uma dose maciça de bacteriófagos para fagocitar o vírus. d) cultivar o vírus "ín vitro", semelhante à cultura de bactérias, para tentar descobrir uma vacina. e) impedir, de alguma maneira, a replicação da molécula de ácido nucléico do vírus. 9 EXERCÍCIOS DISCURSIVO DE BACTÉRIA 1. (UFRJ) Há um cuidado que deve ser tomado quando se compra um alimento enlatado. Devemos observar não só a data de fabricação e o prazo de vencimento do produto, mas também o aspecto da lata que não deve se apresentar estufada, pode ter-se desenvolvido, dentre outras bactérias, a produtora do botulismo, uma doença frequentemente fatal. a) Que tipo de respiração essa bactéria mantêm no interior da lata fechada? b) No caso do produto contaminado, o que causou a pressão no interior da lata, estufando a tampa? c) Quem é o causador do botulismo? Qual sua forma de transmissão? 2. (UFMG) Observe o esquema de uma bactéria: a) Cite duas características do esquema que permite classificá-la como uma célula procariota. b) Cite a organela da célula eucariota que executa a mesma função desempenhada por uma estrutura localizada na membrana plasmática bacteriana. Quem é essa estrutura? c) Descreva um dos processos naturais que permitiriam a transferência de materiais genéticos dessa célula para outra preexistente. 3. (UFPR) Em janeiro de 2004, em uma cidade litorânea do Sul do Brasil, foram registrados 100 casos de gastrenterite. Todas as pessoas haviam tomado, na praia, sorvete de fabricação caseira, de uma mesma microindústria. O surto provocou uma estimativa total de 500 casos na região, naquela temporada. Os serviços de saúde que atenderam os pacientes suspeitaram imediatamente do sorvete. Pergunta-se: a) Por que o sorvete foi apontado como causa da gastrenterite? b) De onde podem ter provindo as bactérias? c) Apresente dois tipos de medidas cabíveis em uma situação como esta. REINO FUNGI CARACTERÍSTICAS GERAIS Durante muito tempo, os fungos foram considerados como vegetais e, somente a partir de 1969, passaram a ser classificados em um reino à parte. Os fungos apresentam um conjunto de características próprias que permitem sua diferenciação das plantas: não sintetizam clorofila, não tem celulose na sue parede celular, exceto alguns fungos aquáticos e não armazena amido como substância de reserva. A presença de substâncias quitinosas na parede da maior parte das espécies fúngicas e a sua capacidade de depositar glicogênio os assemelham às células animais. Os fungos são seres vivos eucarióticos, com um só núcleo, como as leveduras, ou multinucleados, como se observa entre os fungos filamentosos ou bolores. Seu citoplasma contém mitocôndrias e retículo endoplasmático rugoso. São heterotróficos e nutrem-se de matéria orgânica morta - fungos saprofíticos, ou viva—fungos parasitários. Suas células possuem vida independente e não se reúnem para formar tecidos verdadeiros. Os componentes principais da parede celular são hexoses e hexoaminas, que formam mananas, ducanas e galactanas. Alguns fungos têm parede rica em quitina (N-acetil glicosamina), outros possuem complexos polissacarídios e proteínas, com predominância de cisteína. Fungos do gênero Cryptococcus, como o Cryptococcus neoformans apresentam cápsula de natureza polissacarídica, que envolve a parede celular. Protoplastos de fungos podem ser obtidos pelo tratamento de seus cultivos, em condições hipertônicas, com enzimas de origem bacteriana ou extraídas do caracol Helix pomatia. Os fungos são ubíquos, encontrando-se no solo, na água, nos vegetais, em animais, no homem e em detritos, em geral. O vento age como importante veiculo de dispersão de seus propágulos e fragmentos de hifa. 10 ESTRUTURA DOS FUNGOS Os fungos podem se desenvolver em meios de cultivo especiais formando colônias de dois tipos: leveduriformes; filamentosas. As colônias leveduriformes são pastosas ou cremosas, formadas por microrganismos unicelulares que cumprem as funções vegetativas e reprodutivas. As colônias filamentosas podem ser algodonosas, aveludadas ou pulverulentas; são constituídas fundamentalmente por elementos multicelulares em forma de tubo—as hifas. As hifas podem ser contínuas ou cenocíticas e tabicadas ou septadas. Possuem hifas septadas os fungos das divisões Ascomycota, Basidiomycota e Deuteromycota e hifas cenocíticas, os das divisões Mastigomycota e Zygomycota. Ao conjunto de hifas, dá-se o nome de micélio. O micélio que se desenvolve no interior do substrato, funcionando também como elemento de sustentação e de absorção de nutrientes, é chamado de micélio vegetativo. O micélio que se projeta na superfície e cresce acima do meio de cultivo é o micélio aéreo. Quando o micélio aéreo se diferencia para sustentar os corpos de frutificação ou propágulos, constitui o micélio reprodutivo. Os propágulos ou órgãos de disseminação dos fungos são classificados, segundo sua origem, em externos e internos, sexuados e assexuados. Embora o micélio vegetativo não tenha especificamente funções de reprodução, alguns fragmentos de hifa podem se desprender do micélio vegetativo e cumprir funções de propagação, uma vez que as células fúngicas são autônomas. Estes elementos são denominados de taloconídios e compreendem os: - blastoconídios, - artroconídios - clamidoconídios. Os blastoconídios, também denominados gêmulas, são comuns nas leveduras e se derivam por brotamento da célula-mãe. Às vezes, os blastoconídios permanecem ligados à célula-mãe, formando cadeias, as pseudo-hifas, cujo conjunto é o pseudomicélio. Os artroconídios são formados por fragmentação das hifas em segmentos retangulares. São encontratos nos fungos do gênero Geotrichum, em Coccidioides immitis e em dermatófitos. 11 Os clamidoconídios têm função de resistência, semelhante a dos esporos bacterianos. São células, geralmente arredondadas, de volume aumentado, com paredes duplas e espessas, nas quis se concentra o citoplasma. Sua localização no micélio pode ser apical ou intercalar. Formam-se em condições ambientais adversas, como escassez de nutrientes, de água e temperaturas não favoráveis ao desenvolvimento fúngico. Entre outras estruturas de resistência devem ser mencionados os esclerócios ou esclerotos, que são corpúsculos duros e parenquimatosos, formados pelo conjunto de hifas e que permanecem em estado de dormência, até o aparecimento de condições adequadas para sua germinação. São encontrados em espécies de fungos das divisões Ascomycota, Basidiomycota e Deuteromycota. REPRODUÇÃO DOS FUNGOS Os fungos se reproduzem em ciclos assexuais, sexuais e parassexuais. Segundo Alexoupolos, a reprodução assexuada abrange quatro modalidades: 1) fragmentação de artroconídios; 2) fissão de células somáticas; 3) brotamento ou gemulação do blastoconídios-mãe; 4) produção de conídios. Os conídios representam o modo mais comum de reprodução assexuada; são produzidos pelas transformações do sistema vegetativo do próprio micélio. As células que dão origem aos conídios são denominadas células conidiogênicas. Os conídios podem ser hialinos ou pigmentados, geralmente escuros - os feoconídios; apreentar formas diferentes — esféricos, fusiformes, cilíndricos, piriformes etc; ter parede lisa ou rugosa; serem formados de uma só célula ou terem septos em um ou dois planos; apresentar-se isolados ou agrupados. As hifas podem produzir ramificações, algumas em plano perpendicular ao micélio, originando os conidióforos, a partir dos quais se formarão os conídios. Normalmente, os conídios se originam no extremo do conidióforo, que pode ser ramificado ou não. Outras vezes, o que não é muito frequente, nascem em qualquer parte do micélio vegetativo, e neste caso são chamados de conídios sésseis, como no Trichophyton rubrum. O conidióforo e a célula conidiogênica podem formar estruturas bem diferenciadas, peculiares, o aparelho de frutificação, também denominado de conidiação que permite a identificação de alguns fungos patogênicos. No aparelho de conidiação tipo aspergilo, os conídios formam cadeias sobre fiálides, estruturas em forma de garrafa, em torno de uma vesícula que é uma dilatação na extremidade do conidióforo. Conídios de Aspergillus agrupados em forma de cabeça, ao redor de uma vesícula. 12 Nos penicílios falta a vesícula na extremidade dos conidióforos que se ramificam dando a aparência de pincel. Como no aspergilo, os conídios formam cadeias que se distribuem sobre as fiálides. Quando um fungo filamentoso forma coníios de tamanhos diferentes, o maior será designado como macroconídio e o menor microconíidio. Alguns fungos formam um corpo de frutificação piriforme denominado picnídio, dentro do qual se desenvolvem os conidióforos, com seus conídios—os picnidioconidios. Essa estrutura é encontrada na Pyrenochaeta romeroi, agente de eumicetoma. Corte transversal de um picnídio mostrando conídios. Os propágulos assexuados internos se originam de esporângios globosos, por um processo de clivagem de seu citoplasma, e são conhecidos como esporoangiosporos ou esporos. Pela ruptura do esporângio, os esporos são liberados. Reprodução assexuada interna. Os esporos sexuados se originam da fusão de estruturas diferenciadas com caráter de sexualidade. O núcleo haplóide de uma célula doadora funde-se com o núcleo haplóide de uma célula receptora, formando um zigoto. Posteriormente, por divisão meiótica, originam-se quatro ou oito núcleos haplóides, alguns dos quais se recombinarão, geneticamente. 13 Reprodução sexuada. Os esporos sexuados internos são chamados ascosporos e se formam no interior de estruturas em forma de saco, denominadas ascos. Os ascos podem ser simples, como em leveduras dos gêneros Saccharomyces e Hansenula, ou se distribuir em lóculos ou cavidades do micélio, dentro de um estroma, o ascostroma ou ainda ester contidos em corpos de frutificação, os ascocarpos. Três tipos de ascocarpos são bem conhecidos: cleistotécio, peritécio e apotécio. O cleistotécio é uma estrutura globosa, fechada, de parede formada por hifas muito unidas, com um número indeterminado de ascos, contendo cada um oito ascosporos. O peritécio é uma estrutura geralmente piriforme, dentro da qual os ascos nascem de uma camada hemenical e se dispõem em paliçada, exemplo, Leptosphaeria senegalensis, Neotestudina rosatii. O apotécio é um ascocarpo aberto, em forma de cálice onde se localizam os ascos. Diferentes tipos de ascos e ascocarpos. Basidiósporos Os fungos que se reproduzem por ascosporos ou basidiosporos são fungos perfeitos. As formas sexuadas são esporádicas e contribuem, através da recombinação genética, para o aperfeiçoamento da espécie. Em geral, estes fungos produzem também estruturas assexuadas, os conídios que asseguram sua disseminação. Muitos fungos, nos quais não foi até agora reconhecida à forma sexuada de reprodução, são incluídos entre os fungos imperfeitos. Quando é descrita a forma perfeita de um fungo, essa recebe uma outra denominação. Por exemplo, o fungo leveduriforme, Cryptococcus neoformans, em sue fase perfeita é denominado Filobasidiella neoformans. 14 A fase sexuada dos fungos é denominada te teleomórfica e a fase assexuada de anamórfica. A maior parte das leveduras se reproduz assexuadamente por brotamento ou gemulação e por fissão binária. No processo de brotamento, a célula-mãe origina um broto, o blastoconídio que cresce, recebe um núcleo após a divisão do núcleoda célula-mãe. Na fissão binária, a célula-mãe se divide em duas células de tamanhos iguais, de forma semelhante a que ocorre com as bactérias. No seu ciclo evolutivo, algumas leveduras como Saccharomyces cerevisiae, podem originar esporos sexuados, ascosporos, depois que duas células experimentam fusão celular e nuclear, seguida de meiose. O fenômeno de parassexualidade foi demonstrado em Aspergillus. Consiste na fusão de hifas e formação de um heterocario que contém núcleos haplóides. Às vezes, estes núcleos se fundem e originam núcleos diplóides, heterozigóticos, cujos cromossomas homólogos sofrem recombinação durante a mitose. Apesar destes recombinantes serem raros, o ciclo parassexual é importante na evolução de alguns fungos. A tabela abaixo apresenta, de forma esquemática, os conceitos mencionados. METABOLISMO Os fungos são microrganismos heterotróficos e, em sue maioria, aeróbios obrigatórios. No entanto, certas leveduras fermentadoras, aeróbias facultativas, se desenvolvem em ambientes com pouco oxigênio ou mesmo na ausência deste elemento. Os fungos podem germinar, ainda que lentamente, em atmosfera de reduzida quantidade de oxigênio. O crescimento vegetativo e a reprodução assexuada ocorrem nessas condições, enquanto a reprodução sexuada se efetua apenas em atmosfera rica em oxigênio. Em condições aeróbicas, a via da hexose monofosfato é a responsável por 30% da glicó1ise. Sob condições anaeróbicas, a via clássica, usada pela maioria das leveduras, é a de Embden-Meyerhof, que resulta na formação de piruvato. Algumas leveduras, como o Saccharomyces cerevisiae fazem o processo de fermentação alcoó1ica de grande importância industrial, na fabricação de bebidas e na panificação. Os fungos produzem enzimas como lípases, invertases, lactases, proteinases, amilases etc., que hidrolisam o substrato tornando-o assimilável através de mecanismos de transporte ativo e passivo. Alguns substratos podem induzir a formação de enzimas degradativas; há fungos que hidrolisam substâncias orgânicas, como quitina, osso, couro, inclusive materiais plásticos. Muitas espécies fúngicas podem se desenvolver em meios mínimos, contendo amônia ou nitritos, como fontes de nitrogênio. As substâncias orgânicas, de preferência, são carboidratos simples como Dglicose e sais minerais como sulfatos e fosfatos. Oligoelementos como ferro, zinco, manganês, cobre, molibdênio e cálcio são exigidos em pequenas quantidades. No entanto, alguns fungos requerem fatores de crescimento, que não conseguem sintetizar, em especial, vitaminas, como tiamina, biotina, riboflavina, ácido pantotênico etc. Os fungos, como todos os seres vivos, necessitam de água para o seu desenvolvimento. Alguns são halofílicos, crescendo em ambiente com elevada concentração de sal. A temperatura de crescimento abrange uma larga faixa, havendo espécies psicrófilas, mesófilas e termófilas. Os fungos de importância médica, em geral, são mesófilos, apresentando temperatura ótima, entre 20° e 30°C. Os fungos podem ter morfologia diferente, segundo as condições nutricionais e a temperatura de seu desenvolvimento. O fenômeno de variação morfológica mais importante em micologia médica é o dimorfismo, que se expressa por um crescimento micelial entre 22° e 28°C e leveduriforme entre 35°C e 37°C. Em geral, essas formas são reversíveis. A fase micelial (M) ou saprofítica é a forma infectante e está presente no solo, nas plantas etc. A fase leveduriforme (L ou Y) ou parasitaria é encontrada nos tecidos. Este fenômeno é conhecido como dimorfismo fúngico e se observe entre fungos de importância médica, como Histoplasma capsulatum, Blastomyces dermatitidis, Paracoccidioides brasiliensis, Sporothrix schenckii. Na Cândida albicans a forma saprofítica infectante é a leveduriforme e a forma parasitária, isolada dos tecidos, é a micelial. Em laboratório, é possível reproduzir o dimorfismo mediante variações de temperatura de incubação, de tensão de O2 e de meios de cultura específicos. Desta forma foi possível classificar como dimórficos, fungos nos quais era conhecida apenas uma das formas, por exemplo, os agentes de cromoblastomicose. 15 O pleomorfismo nos dermatófitos se expressa através da perda das estruturas de reprodução ou conídios, com variações morfológicas da colônia. Essas estruturas podem ser recuperadas nos retro cultivos, após a inoculação em animais de laboratório ou em meios enriquecidos com terra. Ainda que o pH mais favorável ao desenvolvimento dos fungos esteja entre 5, 6 e 7, a maioria dos fungos tolera amplas variações de pH. Os fungos filamentosos podem crescer na faixa entre 1,5 e 11, mas as leveduras não toleram pH alcalino. Muitas vezes, a pigmentação dos fungos está relacionada com o pH do substrato. Os meios com pH entre 5 e 6, com elevadas concentrações de açúcar, alta pressão osmótica, tais como geléias, favorecem o desenvolvimento dos fungos nas porções em contato com o ar. O crescimento dos fungos é mais lento que o das bactérias e sues culturas precisam, em média, de 7 a 15 dias, ou mais de incubação. Com a finalidade de evitar o desenvolvimento bacteriano, que pode inibir ou se sobrepor ao do fungo, é necessário incorporar aos meios de cultura, antibacterianos de largo espectro, como o cloranfenicol. Também pode-se acrescentar ciclo heximida para diminuir o crescimento de fungos saprófitos contaminantes, de cultivos de fungos patogênicos. Muitas espécies fúngicas exigem luz para seu desenvolvimento; outras são por ela inibidos e outras ainda mostram-se indiferentes a este agente. Em geral, a luz solar direta, devido à radiação ultravioleta, é elemento fungicida. Por diferentes processos, os fungos podem elaborar vários metabó1itos, como antibióticos, dos quais a penicilina é o mais conhecido e micotoxinas, como aflatoxinas, que lhes conferem vantagens seletivas. CLASSIFICAÇÃO DOS FUNGOS O Reino Fungi é dividido em seis filos ou divisões dos quais quatro são de importância médica: Zygomycota, Ascomycota, Basidiomycota e Deuteromycota. DIVISÃO ZYGOMYCOTA Inclui fungos de micélio cenocítico, ainda que septos podem separar estruturas como os esporângios. A reprodução pode ser sexuada, pela formação de zigosporos e assexuada com a produção de esporos, os esporangiosporos, no interior dos esporangios. Os fungos de interesse médico se encontram nas ordens Mucorales e Entomophthorales. DIVISÃO ASCOMYCOTA Agrupa fungos de hifas septadas, sendo o septo incompleto, com os típicos corpos de Woronin. A sua principal característica é o asco, estrutura em forma de saco ou bolsa, no interior do qual são produzidos os ascósporos, esporos sexuados, com forma, número e cor variáveis para cada espécie. Algumas espécies produzem ascocarpos e ascostromas no interior dos quais se formam os ascos Conídios, propágulos assexuados são também encontrados. As espécies patogênicas para o homem se classificam em três classes: Hemiascomycetes, Loculoascomycetes e Plectomycetes. DIVISÃO BASIDIOMYCOTA Compreendem fungos de hifas septadas, que se caracterizam pela produção de esporos sexuados, os basidiósporos, típicos de cada espécie. Conídios ou propágulos assexuados podem ser encontrados. A espécie patogênica mais importante se enquadra na classe Teliomycetes. Principais estruturas de Basidiomycota. 16 DIVISÃO DEUTEROMYCOTA Engloba fungos de hifas septadas que se multiplicam apenas por conídios e por isso são conhecidos como Fungos Imperfeitos. Os conídios podem ser exógenos ou estar contidos em estruturas como os picnídios. Entre os Deuteromycota se encontra a maior parte dos fungos de importância médica. EXERCÍCIOS OBJETIVOS DE FUNGOS. 1. Professor Astrogildo combinou com seus alunos visitar uma região onde ocorria extração de minério a céu aberto, com a intenção de mostrar os efeitos ambientais produzidos por aquela atividade. Durante o trajeto, professor Astrogildo ia propondo desafios a partir das situações do dia-a-dia vivenciadas ao longo do passeio. Algumas das questões propostas por professor Astrogildo estão apresentadas a seguir para que você responda. Após algum tempo, professor Astrogildo chamou a turma de volta ao ônibus, pois ainda iriam visitar uma fábrica de cerveja que ficava no caminho. Na fábrica, um funcionário explicou todo o processo de produção da cerveja, ressaltando que, para isso, se utilizava o fungo 'Saccharomyces cerevisiae', um anaeróbio facultativo. Professor Astrogildo apontou dois barris que estavam no galpão da fábrica, reproduzidos no esquema a seguir. a) b) c) d) Considerando que ambos contêm todos os ingredientes para a produção de cerveja, a formação de álcool ocorre no barril II, onde a glicose não é totalmente oxidada. I, onde há um maior consumo de oxigênio. II, onde a pressão do oxigênio é maior. I, onde a glicose será degradada a ácido pirúvico. 17 2. Com relação a associações de bactérias e fungos com raízes de plantas é correto afirmar que: a) As bactérias formadoras de nódulos em raízes leguminosas favorecem a entrada de CO 2 pelas raízes, acelerando o processo fotossintético. b) As bactérias associadas a raízes de leguminosas realizam processos bioquímicos que resultam na produção de açúcares, que são cedidos à planta. c) Certos fungos se associam a raízes de plantas, formando micorrizas; ambos se beneficiam com a associação (mutualismo). d) Os líquens, resultantes da associação do tipo amensalismo entre fungos e bactérias, são capazes de transformar nitrogênio (N2) em amônia (NH3) e enriquecer o solo. e) 'Rhizobium' é uma espécie de bactéria que parasita as raízes das gimnospermas e promove a fixação de nitrogênio do ar, tão importante nas lavouras. 3. Com relação às algas e aos fungos, é INCORRETO afirmar que: a) o fenômeno das marés vermelhas, um sério problema ambiental, é provocado pela proliferação intensa de algas do grupo dos dinoflagelados. b) entre as algas, observa-se reprodução sexuada e assexuada, podendo esta última se dar por divisão binária. c) além de servir de alimento para praticamente todos os organismos marinhos, as algas do fitoplâncton produzem a maior parte do oxigênio da atmosfera terrestre. d) certas espécies de fungos são parasitas, vivendo à custa de plantas e de animais vivos. Outras espécies vivem em associações harmoniosas com outros organismos, trocando benefícios. e) certas espécies de fungos, como as micorrizas e os liquens, são importantes para o reaproveitamento da matéria orgânica dos seres mortos, devido a seus papéis como agentes decompositores. EXERCÍCIOS DISCURSIVODE FUNGOS. 1. a) b) c) Considerando as relações entre os seres vivos, responda: O que são liquens? Que tipo de relação ecológica apresentam as espécies que compõem um líquen? Qual a importância dos liquens na formação de uma comunidade? 2. (UNICAMP) O impressionante exército de argila de Xian, na China, enfrenta finalmente um inimigo. O oponente é um batalhão composto por mais de quarenta tipos de fungos, que ameaça a integridade dos 6000 guerreiros e cavalos moldados em tamanho natural. Os fungos que agora os atacam se alimentam da umidade provocada pela respiração das milhares de pessoas que visitam a atração a cada ano. (Adaptado de "Veja", 27/09/2000) a) Ao contrário do que está escrito no texto, a umidade não é suficiente para alimentar os fungos. Explique como os indivíduos do Reino Fungi se alimentam. b) Os fungos são encontrados em qualquer ambiente. Como se explica essa grande capacidade de disseminação? 3. (UEG) Observe a figura a seguir e faça o que se pede: a) O organismo representado na figura pertence ao reino 'Fungi'. Cite duas características que são fundamentais para a sua inclusão nesse reino. b) Qual é a principal forma de reprodução apresentada pelo "bolor do pão"? 18 4. (FUVEST) O molho de soja mofado vem sendo usado na China, há mais de 2.500 anos, no combate a infecções de pele. Durante a Segunda Guerra Mundial, prisioneiros russos das prisões alemãs, que aceitavam comer pão mofado, sofriam menos infecções de pele que os demais prisioneiros, os quais recusavam esse alimento. a) O que é mofo? b) Por que esses alimentos mofados podem combater as infecções de pele? 19