Resumo MENINGOENCEFALITE POR VIRUS EPSTEIN-BARR – CASO CLÍNICO Humberto Rebelo. Ana Milheiro, Diana Gomes, Paula Fernandes, Paula Castelões Unidade de Cuidados Intensivos Polivalente do CHVNGaia/Espinho Introdução: A meningoencefalite pode surgir, como complicação rara de um quadro mononucleose infecciosa (MNI), ou ser manifestação isolada da infecção pelo EBV (Virus Epstein Barr). Os sintomas de meningoencefalite quando associado a MNI surgem normalmente entre a 2ª ou 3ª semanas (mas podem ocorrer antes ou após). Os autores pretendem apresentar um caso clínico de meningoencefalite associada a EBV. Caso Clínico: E.A.U.R., sexo masculino, 24 anos, antecedentes pessoais irrelevantes. Iniciou quadro de febre, mialgias e cefaleias, sendo medicado pelo médico assistente com AINE. Recorre ao SU, 5 dias após, por manter febre. Alta com diagnóstico de amigdalite pultácea medicado com AINE e amoxicilina+ác. clavulânico. Volta ao SU 5 dias após, mantendo queixas, e apresentando-se agitado e com rigidez da nuca. O TAC cerebral foi normal e a punção lombar apresentava hipoglicorraquia e predomínio mononuclear. Iniciou Aciclovir e foi transferido para UCIP com quadro de desorientação, agitação, nistagmo, paratonia dos membros inferiores, movimentos involuntários da cabeça e membros superiores. Pelo agravamento neurológico associado a insuficiência respiratória, necessitou de suporte ventilatório invasivo. Posterior confirmação de serologia positiva e PCR positiva no LCR para EBV. Realizou ainda RNM e EEG que foram compatíveis com diagnóstico. Associou-se corticoide ao esquema inicial. Desmame ventilatório difícil com traqueostomia ao 22º dia de internamento. O quadro evoluiu inicialmente com tetraparésia, tendo à data de alta da UCIP (42º dia), recuperado a total mobilidade dos membros superiores. Transferido com BiPAP por traqueostomia. Discussão e Conclusão: Quando a meningoencefalite complica um quadro de MNI, é muitas vezes a forma de apresentação e a manifestação major da doença. No entanto, cursa com bom prognóstico, e a recuperação embora lenta é geralmente completa. A terapêutica com aciclovir e corticoterapia não é consensual. Nestes quadros a terapêutica de suporte revela-se fundamental.