COMPORTAMENTO SOCIAL E TRABALHISTA MAPA DE EMPRESA NOVEMBRO/2001 ABN - AMRO BANK / BANCO REAL SIGLAS BANDEPE - Banco do Estado de Pernambuco BC - Banco Central BHU - Banco Holandês Unido CEDEC - Centro de Estudos de Cultura Contemporânea CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CNB - Confederação Nacional dos Bancários da CUT CUT – Central Única dos Trabalhadores DIEESE - Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos DORT - Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho FEBRABAN - Federação Brasileira das Associações de Bancos LER - Lesão por Esforços Repetitivos OIT - Organização Internacional do Trabalho OS - Observatório Social SESE - Secretaria de Estudos Sócio-Econômicos do Sindicato dos Bancários de São Paulo UNITRABALHO - Rede Inter-Universitária de Estudos e Pesquisas sobre o Trabalho SEEB - Sindicatos dos Empregados em Estabelecimentos Bancários PAB’s - Postos de Atendimento Básico 2 INTRODUÇÃO O presente Mapa de Empresa é um documento preliminar do RESULTADO DE OBSERVAÇÃO do ABN AMRO Bank / BANCO REAL realizado pelo Observatório Social, descrevendo e analisando o material levantado em uma primeira etapa de pesquisa. O Mapa de Empresa é um documento que contém o levantamento de dados secundários da empresa e do sindicato, combinado com entrevistas e a realização de oficinas com dirigentes e trabalhadores da empresa pesquisada. Tal documento tem dois objetivos: delinear os problemas que deverão ser aprofundados na análise do comportamento desta Empresa, em sua atuação no Brasil, no cumprimento dos direitos fundamentais no trabalho, tais como estabelecidos pelas Convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e avaliar as condições de desenvolvimento (facilitadores e dificultadores) do processo de pesquisa, sugerindo procedimentos para sua continuidade. A escolha do ABN Amro Bank / BancoReal como objeto de pesquisa do OS se justifica pelos seguintes fatores: - Representa a segunda inserção de pesquisa do Observatório Social no setor financeiro – a primeira foi a Pesquisa Santander. Com isto, continuamos a traçar um perfil do novo setor financeiro nacional, analisando os novos atores (empresas) internacionais que detém maior expressividade no mercado. - O ABN AMRO REAL S.A. é um banco de capital holandês que através de um processo de aquisição conquistou a sétima posição entre os maiores bancos brasileiros, sendo o segundo maior grupo privado estrangeiro atuando neste segmento. O primeiro é o Santander que já foi objeto de pesquisa. É importante analisar como este Banco se inseriu no Brasil e como tem estabelecido as relações de trabalho, tendo como parâmetro os direitos fundamentais do trabalho tais como definidos pela OIT. A pesquisa ABN AMRO REAL S.A. consolida a cooperação entre o Observatório Social, enquanto instituição de pesquisa, a Confederação Nacional dos Bancários e sindicatos do setor financeiro para promoção da globalização dos direitos. 3 1. METODOLOGIA A pesquisa ABN AMRO Bank iniciou-se em agosto de 2001 com término previsto para o mês de fevereiro de 2002. O período escolhido para análise do Banco tem início em 1998, quando foram adquiridos o Banco Real e o Bandepe, e vai até o final de 2001, quando estaremos finalizando a pesquisa de campo. O trabalho estará concentrado na análise do Grupo ABN, destacando o Banco Real e o Bandepe, e sua atuação em algumas das principais praças do país: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Recife. A pesquisa combina procedimentos de pesquisa: documental, baseada em documentação levantada junto a órgãos públicos (imprensa, entidades governamentais, justiça do trabalho etc); quantitativos e, principalmente, qualitativos, visto que a nossa avaliação está alicerçada na leitura que trabalhadores, sindicalistas e representantes da empresa fazem do Banco. Dada a natureza das questões analisadas, a ênfase no método qualitativo é plenamente válido, visto que para a verificação da observância de um direito menos importa o quanto o direito foi violado, mas se ele foi violado, mesmo que uma única vez. Os dados organizados e analisados na elaboração deste Mapa foram coletados nos meses de setembro e outubro deste ano. A caracterização da empresa foi realizada a partir de material de imprensa, pesquisa na internet e dados coletados na Febraban e no Sindicato dos Bancários em São Paulo. O delineamento do comportamento da empresa em relação aos direitos fundamentais do trabalho foi feito a partir de entrevistas com sindicalistas e trabalhadores. As Etapas da Pesquisa Seguindo a metodologia definida pelo Observatório Social, as seguintes etapas de pesquisa foram cumpridas encerrando uma primeira fase que tem como resultado o presente Mapa de Empresa: 1. Contato com as entidades sindicais (Confederação Nacional dos Bancários e Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região) para o estabelecimento de parcerias na realização da pesquisa. Com isto buscou-se não somente fortalecer as fontes de informações, mas também envolver estas entidades com os temas abordados e sua importância no mundo do trabalho. 2. Levantamento de dados secundários. Um amplo material de apoio à pesquisa foi levantado junto ao Sindicato de SP, à imprensa e órgãos governamentais e não governamentais. 3. Participação no Encontro de Atibaia, onde estavam presentes dirigentes sindicais e trabalhadores (gerentes e procuradores) do Banco. 4. Oficina Nacional de Trabalhadores e Sindicalistas. Contando com a presença de dirigentes sindicais e trabalhadores, convidados espontaneamente a participar do evento, com duração de 1 dia, cumpriu três objetivos: a) socializar o conhecimento junto a este público do que é o OS e das temáticas contempladas na pesquisa; b) ter uma leitura preliminar da empresa em relação às temáticas e c) envolver os trabalhadores no processo de pesquisa. 4 5. Elaboração do Mapa de Empresa. No Encontro de Atibaia e na Oficina Sindical foram entrevistados 12 dirigentes sindicais do ABN, 18 trabalhadores do Banco e 3 trabalhadores terceirizados. Do total de entrevistados, 24 eram homens e 09 eram mulheres. Em relação a cor, tivemos por autodenominação: 03 negros, 02 amarelos, 12 pardos, 1 indígena e 14 brancos. Mais de 50% do entrevistados eram funcionários de agência bancária. 5 2. A EMPRESA O ABN AMRO Bank é um banco de origem holandesa, tendo sua sede mundial em Amsterdã, capital da Holanda. Está presente em mais de 70 países e ocupa o décimo terceiro lugar no ranking mundial de bancos por critério de ativos, em setembro último estes ativos totalizavam cerca de US$ 500 bilhões, segundo dados da Revista Bancária Brasileira. No Brasil, o ABN representa hoje a sétima instituição bancária em termos de ativos, e o segundo maior banco privado estrangeiro, só perdendo neste critério para o Banco Santander. Tal importância no mercado nacional é conseqüência de um processo de aquisições no final da década de 90, de onde se destacam a compra do Banco Real e do Banco do Estado de Pernambuco (Bandepe). 2.1 O ABN –AMRO BANK NO MUNDO Ranking por Ativos Totais 2001 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Mizuho Financial Group (Japan)* Citigroup (U.S.) Deutsche Bank (Germany) JP Morgan Chase (U.S.)** Bank of Tokyo-Mitsubishi (Japan) HSBC Holdings (U.K.) HypoVereinsbank (Germany) UBS (Switzerland) BNP Paribas (France) Bank of America Corp (U.S.) Credit Suisse Group (Switzerland) Sumitomo Bank (Japan)*** ABN AMRO (The Netherlands) Crédit Agricole Groupe (France) Industrial and Commercial Bank (China) Norinchukin Bank (Japan) Royal Bank of Scotland (U.K.) Barclays Bank (U.K.) Dresdner Bank (Germany) Commerzbank (Germany) Fonte.: The Banker, Julho 2001. Elaboração:SESE -SEEB 2.2 O ABN –AMRO BANK NA EUROPA Ranking por Ativos Totais 2000 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Deutsche Bank (Germany) BNP Paribas (France)* UBS (Switzerland) HSBC Holdings (United Kingdom) HypoVereinsbank (Germany) ABN AMRO Bank (the Netherlands) Credit Suisse Group (Switzerland) Crédit Agricole Groupe (France) Société Générale (France) Barclays Bank (United Kingdom) Fonte.: The Banker, Julho 2001. Elaboração: SESE/SEEB-SP 6 2.3 O BANCO ABN –AMRO BANK NO BRASIL Ranking por Ativos Totais 2000 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Instituição Banco do Brasil CEF Bradesco Itáu Santander + Banespa Unibanco ABN Amro Safra HSBC Nossa Caixa Ranking por Lucro Líquido Ativos (em R$bi) 144, 4 124,3 61,2 48,9 47,3 35,0 26,9 20,7 16,9 16,3 Fonte: Revista Exame, nº 728, nov. de 2000. Dados referentes a julho de 2000, para Itáu, Unibanco e Santander o 2001 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Instituição Itaú Econômico Bradesco Unibanco Bank Boston** ABN Amro - Real Banespa Citibank Safra Lucro Líquido (R$mihões) 1.456 1.260 1.042 430 421 238 235 183 170 Fonte: Banco Central e ABM Consulting. Extraído de Jornal FS * Relação das instituições com balanço do primeiro semestre di ** Consolidado de todas as operações do banco no país. Histórico do Banco ABN AMRO Bank 1917 O Banco Holandês da América do Sul abre seus primeiros dois escritórios no Brasil: no Rio de Janeiro (RJ) e Santos (SP) 1919 1933 Um terceiro escritório é aberto na cidade de São Paulo. O Banco passa a se chamar, a partir de algumas fusões, Banco Holandês Unido (BHU) especializado em câmbio e empréstimos de médio prazo. 1962 O BHU inaugura uma nova filial em Salvador. 1963 O BHU compra 50% das ações da Companhia Aymoré de Crédito, Investimento e Financiamento. 1967 A Companhia Aymoré torna-se o Banco Aymoré de Investimentos S.A 1970 O BHU compra 100% do Banco Aymoré, mas o mantém como uma subsidiária especializada em financiamentos para compra de automóveis. 1988 O BHU torna-se banco múltiplo com a denominação de Banco Holandês S.A e abre cinco novos escritórios no país. 1993 O Banco Holandês passa a se chamar ABN AMRO Bank, como na matriz, e transfere sua sede da cidade do RJ para SP. 1996 Pelo terceiro ano consecutivo, o ABN apresenta resultados recordes no país em termos de lucro líquido e um dos maiores em sua rede no mundo. 1998 O ABN torna-se acionista majoritário do Banco Real, sendo responsável inclusive pela sua administração. O ABN assume o controle do Banco do Estado de Pernambuco (Bandepe) *Fonte: Publicação ABN AMRO Bank, sem data. Em 1998, pelo controle das ações majoritárias do Banco Real, o ABN AMRO Bank pagou o valor de US$ 2,063 bilhões à vista ao seu proprietário, o banqueiro Aloysio de Andrade 7 Faria. Nesta época, o Banco Real, com ativos da ordem de US$ 13,5 bi, ocupava o oitavo lugar entre as instituições financeiras no país, o quarto entre as instituições privadas. O número de funcionários estava em torno 16.500 funcionários. Banco Real e ABN AMRO no Brasil antes da aquisição Situação em julho/98 Ativos (em US$bi) Patrimônio Líquido (em US$bi) Lucro (em US$ bi) Países onde atua Posição no ranking nacional Agências Banco Real 13,5 788 mi 200 mi 12 4º 1.372 ABN-AMRO Bank 414 26,3 1,9 71 8º 1.900 Fonte: Folha de São Paulo, 09/07/98. Principais Praças O Banco ABN AMRO Real S.A. está presente nos principais estados brasileiros, porém sua concentração está na Região Sudeste, destacadamente no Estado de São Paulo, o centro do setor financeiro nacional: Estado Acre Amapá Piauí Rio Grande do Norte Rondônia Roraima Tocantins Maranhão Sergipe Alagoas Amazonas Mato Grosso Paraíba Ceará Pará Mato Grosso do Sul Espírito Santo Distrito Federal Pernambuco Goiás Bahia Santa Catarina Rio Grande do Sul Paraná Minas Gerais Rio de Janeiro São Paulo Total Número de Agências 01 01 01 01 01 01 01 02 02 03 03 03 04 05 06 07 09 10 11 12 13 16 22 31 122 135 248 671 Fonte: Perfil da Empresa – OS. 8 O Grupo ABN no Brasil O grupo ABN AMRO Bank alcançou em 2001, em valor total de ativos, aproximadamente R$ 28 bi e um lucro líquido em torno de R$ 238 milhões. No começo do ano 2001 tinha um número aproximado de 20.000 funcionários. O Grupo atua em vários segmentos através de um conjunto de empresas que engloba: ABN AMRO Bank, Banco Real, Real Seguros, Aymoré Veículos e Bandepe 17.205 empregados 690 Agências 1577 PAB´s 474 empregados Atende a gestão de 3.ºs grupo Atua apenas com clientes das operações de varejo 1.250 empregados 60 Agências 1.200 empregados 53 Agências 93 PAB´s • Extraído de Apresentação Seminário Nacional dos Dirigentes do Banco ABN – Real. Julho de 2001. Material coletado junto à SESE/SEEB – SP. 9 3. OS DIREITOS O presente tópico foi desenvolvido a partir de tabulação dos questionários semi-fechados aplicados em 33 pessoas ligadas ao Banco ABN (dirigentes sindicais, trabalhadores e terceirizados), de algumas entrevistas abertas e de material coletado. O resultado apresenta uma primeira aproximação da performance da empresa em relação aos direitos pesquisados. Trata-se de um texto exploratório, sem um objetivo conclusivo acerca da empresa. 3.1 LIBERDADE SINDICAL E NEGOCIAÇÃO COLETIVA Em relação à Liberdade Sindical, os problemas que foram apresentados até o momento consistem em: 1. Algumas sindicalistas defendem que o Banco ABN discrimina trabalhadores sindicalizados, isto foi destacado na fala de uma dirigente de Belo Horizonte: “A Chefia do meu setor dizia que funcionários sindicalizados seriam os primeiros a serem demitidos, pois o Banco não queria a presença de funcionário que fosse causar confusão. Quando me tornei diretora do sindicato, meus chefes pediam para outros funcionários me observarem e interrogavam pessoas que eu tinha contato dentro do Banco.” (Dirigente Sindical 7) 2. A maioria dos sindicalistas sustenta que há pressões exercidas por alguns gerentes, chefes ou representantes do Banco para que os trabalhadores não façam contribuições financeiras ao sindicato. “No Call Center de São Paulo recebemos denúncias de bancários que relataram a forma negativa e impeditiva da chefia direta na sindicalização, dizendo para eles não se sindicalizarem ou participarem de atividades do sindicato, pois seriam perseguidos. Isso aconteceu após a readmissão de uma funcionário pelo sindicato” (Dirigente Sindical 10) “No antigo Banco Real não havia este problema, surgiu após a incorporação pelo ABN. O Banco “desaconselha” a sindicalização: ‘para que sindicato?’, diz o Banco”. (Dirigente Sindical 2) “Minha chefia fornecia modelos de não pagamento à taxa assistência para ser entregue ao sindicato. Em 1999, no dia da entrega, o nosso setor – cerca de 100 pessoas – foi em massa entregar a carta”. (Dirigente Sindical 7) 3. Perguntados se conheciam algum caso de punição a funcionário pelo fato de ser sindicalizado ou participar de atividades do sindicato, novamente a maioria dos sindicalistas disse que sim, apontando como exemplos: demissão, transferência do local de trabalho, ameaça de demissão e não promoção. 10 4. Sindicalistas afirmaram que não têm acesso livre aos locais de trabalho no Banco, isto não é válido para as agências, mas principalmente para os centros administrativos. A atividade sindical também sofre constrangimento na matriz do Banco Real, sindicalistas sustentam que o Banco utiliza vários artifícios para coibir suas entradas neste espaço e que buscam inibir a atuação sindical de funcionários, fotografando-os, por exemplo, distribuindo jornais ou panfletos nas catracas de entrada. Um dirigente sindical do Bandepe reafirma esta perspectiva para Recife: “A empresa não permite acesso dos dirigentes sindicais em seus departamentos para distribuição dos nossos boletins informativos.” (Dirigente Sindical 6) No aspecto da Negociação Coletiva, merecem destaques: 1. A maioria dos sindicalistas afirma que as reuniões de negociação com a empresa são pouco produtivas e que os resultados alcançados são ínfimos. Também sustentam que já apresentaram uma série de pautas de reivindicação à empresa (condições de trabalho, bolsa de estudo, assistência médica, segurança no local de trabalho, jornada de trabalho, tratamento dos lesionados, entre outras) que foram em grande parte ignoradas ou, ainda, não cumpridos os acordos estabelecidos. “As reuniões não apresentam resultados, não há respeito, inclusive houve o pedido do Banco para que uma das dirigentes sindicais não participasse das negociações.” (Dirigente Sindical 1) “Tivemos uma pauta elaborada por todos os funcionários do meu setor sobre maus tratos, insalubridade e assédio moral. O Banco ignorou e depois de um ano e pouco fechou o setor.” (Dirigente Sindical 7) Em relação à concessão de bolsas de estudo aos funcionários, o benefício foi cortado pelo ABN-AMRO Bank quando assumiu o Banco Real e ficou três anos suspenso, voltando a ser concedido após muito reivindicação e pressão de sindicalistas e trabalhadores. 2. Sindicalistas afirmam que o sindicato muitas vezes é desconsiderado na definição de políticas ou ação de interesses do trabalhador, é exemplar a não participação/negociação com o sindicato do Plano de Cargos e Salários da empresa. 3. Sindicalistas dizem ter poucas informações disponibilizadas pela empresa sobre as unidades e os trabalhadores, elemento importante para a representação sindical efetiva no processo de negociação coletiva. 4. Para 60% dos sindicalistas, o Banco não cumpre na íntegra a Convenção Coletiva do Trabalho, os principais problemas apontados se referem ao desrespeito à jornada de trabalho e descanso nos finais de semana, e ao pagamento indevido de horas extraordinárias. 5. Quase 90% dos entrevistados afirmou que o Banco não respeita o horário de trabalho e os períodos de descanso dos funcionários Esta seria uma realidade que afeta a todos: funcionários de agências e dos centros administrativos, terceirizados e chefia. 11 “ Pessoas que batem o cartão e continuam trabalhando e outras que vêm nos finais de semana para dar conta e colocar em dia o acumulado da semana.” (Dirigente Sindical 6) “A grande massa de trabalho e cobrança faz muitas vezes com que não seja possível realizar tudo dentro do horário de trabalho.” (Trabalhadora 5) “De uma forma velada, o Banco cobra o cumprimento de metas e fecha os olhos para as horas trabalhadas a mais.” (Trabalhadora 6) Os gerentes de agência entrevistados, mais de 20% de nossa amostra, foram enfáticos neste aspecto “Pessoas em cargo de gerência não registram ponto e com isso são prejudicadas.” (Tabalhador 2) 6. Outro problema apontado se refere a representação dos trabalhadores terceirizados. O processo de terceirização é intenso no setor financeiro, transferindo bancários para empresas terceiras que não reconhecem o sindicato como representantes destes trabalhadores no processo de negociação. 7. A empresa interfere indevidamente nas eleições da Cipa, o sindicato tem pouco conhecimento e participação nesta Comissão. 3.2 TRABALHO INFANTIL E TRABALHO FORÇADO Dado as características do setor financeiro, que dificilmente se emprega pessoas abaixo de 18 anos ou utiliza trabalho forçado, estas duas temáticas não devem ser privilegiadas no processo de pesquisa . No entanto, há um aspecto que pode ser considerado: a ação social do ABN AMRO Bank no combate ao trabalho infantil e na promoção dos direitos da criança. Como destacamos no tópico 2.5 abaixo, sobre responsabilidade social, o Banco desenvolve alguns projetos voltado para crianças e adolescentes. 3.3 DISCRIMINAÇÃO DE GÊNERO E RAÇA Os dados levantados até o momento levam a crer que o Banco ABN AMRO Bank Real infelizmente não difere da realidade observada no mercado de trabalho brasileiro, e especificamente no setor bancário, de não cumprimento do direito de igualdade entre os indivíduos, independente de sexo, raça, cor, idade e outros. As entrevistas apontam: 1. Existência de desigualdade na contratação de pessoal em função de raça, cor e sexo O sexo ou a raça da pessoa interfere na decisão da empresa em contratar funcionários? Total SIM 60% NÃO 20% NÃO SABE 20% 12 “O Banco raramente contrata negros, é visível nas agências a pouca quantidade de negros.” (Dirigente Sindical 9) 2. Possível existência de desigualdade na ascensão profissional (promoção) O sexo ou a raça da pessoa interfere na decisão de promover um funcionário? Total SIM NÃO NÃO SABE 39% 42% 18% “Ouvi de um gerente principal do setor de telemarketing que ele não promove mulheres porque elas engravidam e se ausentam por muito tempo da função.” (Dirigente Sindical 10) 3. Desigualdade funcional, com padrões distintos de remuneração para homens e mulheres, brancos e negros Mulheres e homens ,brancos e negros se distribuem de forma uniforme nas funções e setores da empresa? SIM 15% Total NÃO 70% NÃO SABE 15% “O Teleatendimento, onde estão os menores salários, é composto por 80% de mulheres.” (Dirigente Sindical 10) 4. A existência de desigualdade na ocupação de cargos de chefia parece uma realidade incontestável no quesito gênero, mas com maior destaque para a questão racial O quadro abaixo foi elaborado a partir das designações individuais de todos os entrevistados de seus chefes com respectivos sexos e cor/raça Chefes Diretor Gerente Geral Gerente Principal GerenteOperacional Gerente Regional Supervisores Chefe de Tesouraria Procurador Chefe de Setor Assistente de Chefia Total Percentual Chefes Diretor Gerente Geral Gerente Principal G. Operacional Branco 02 07 15 12 Masc. 02 06 Fem. -01 13 07 01 03 08 05 04 04 42 67,7% Negro ----- Pardo --01 02 03 01 04 --20 32,2% Amarelo Indígena ------01 -13 Gerente Regional Supervisores Chefe de Tesouraria Procurador Chefe de Setor Assistente de Chefia Total Percentual 01 01 01 06 04 04 53 85,5% -01 ----01 1,6% -01 -03 --07 11,3% ------01 1,6% ------00 “Nos cargos de diretoria e funções de poder no Banco, não há presença de negros ou mulheres.” (Dirigente Sindical 1) “Há predomínio da cor branca e as mulheres ocupam cargos baixos ou intermediários” (Dirigente Sindical 4) “Os cargos de chefia são sempre designados para o sexo masculino, principalmente pelo fato da gravidez.” (Trabalhadora 6) A respostas dos terceirizados parecem apontar para uma mesma direção, mas como só três foram entrevistados, mereceria melhor consideração em uma etapa posterior de pesquisa. 5. A inexistência de programas ou políticas que promovam a igualdade. A empresa desenvolve alguma atividade ou programa para promoção da igualdade de oportunidade entre homens, mulheres, negros, brancos, etc? Total SIM 5% NÃO 80% NÃO SABE 15% A falta de uma política preventiva acaba gerando a discriminação, sendo esta muitas vezes reprodução no contexto de trabalho de práticas arraigadas na sociedade. Este parece ser o caso do ABN. Você acha que existe no ABN algum tipo de discriminação? Total SIM 70% NÃO 9% NÃO SABE 21% Quando perguntamos aos entrevistados que responderam positivamente a pergunta acima, de que tipo seria esta discriminação, mais de 70% mencionou raça, quase 50% mencionou gênero e ainda apareceram citados: idade, Ler/Dort, orientação sexual e deficiência física. No que se refere à idade, sindicalistas disseram que o perfil do bancário tem sido cada vez mais jovem e que no ABN predominam os(as) jovens situados(as) numa faixa entre 20 e 35 anos. 6. A gestação parece ser motivo de discriminação para a mulher e o ambiente de trabalho não é adequado a esta condição Você considera que as gestantes têm condições de trabalho adequadas a sua condição especial? Total SIM 15% NÃO 60% NÃO SABE 25% 14 “Presenciei maus tratos e ameaças a uma gestante dentro do Banco em Belo Horizonte, ela não podia sair para ir ao banheiro tanto quanto fosse necessário... Há também discriminação em relação à mulher que sai mais cedo para amamentar.” (Dirigente Sindical 7) “As bancárias gestantes não têm mais a mesma possibilidade de promoção que outras funcionárias do Banco, durante a gestação.” (Dirigente Sindical 1) “No caso da agência do Shopping que eu trabalhava, não havia banheiro dentro e próximo da agência.” (Dirigente Sindical 8) 3.4 MEIO AMBIENTE, SAÚDE E SEGURANÇA OCUPACIONAL Neste tópico os aspectos levantados em relação ao ABN que deverão se objeto de melhor investigação consistem em: 1. O Plano de saúde é bem avaliado pelos entrevistados, mas há reclamação de seu caráter discriminatório, pois favoreceria aqueles que têm maior status dentro do Banco. Em Belo Horizonte não é tão bem avaliado: “falta clínicas, hospitais e médicos”. Dirigente Sindical de Jundiaí também diz que houve perda de excelência no convênio médico da Unimed. 2. A Cipa parece funcionar precariamente no ABN AMRO Bank, sem exercer sua função de zelar pela saúde e segurança dos trabalhadores. A Cipa só é obrigatória para locais de trabalho que tenham acima de 50 funcionários, com isto as agências bancárias, que não chegam sequer próximo deste número de funcionários, estão desobrigadas legalmente desta exigência. No entanto, isto não significa que estes locais não devam estar contemplados com uma política de segurança e saúde ocupacional e mesmo vinculados às Cipas existentes nos centros administrativos e operacionais. No entanto, o que os entrevistados apontam é a inexistência de uma política de saúde e segurança nas agências do ABN e um funcionamento precário das Cipas no locais em que ela é exigida – o que seria resultado da influência indevida que sofrem do Banco, representando pouco os interesses dos trabalhadores. “A Cipa é limitada porque o Banco não respeita sua autonomia e decisões.” (Dirigente Sindical 1) “A Cipa é completamente controlada pelo Banco.” (Dirigente Sindical 7) “Eu nunca presenciei nenhum tipo de atuação da Cipa dentro do Banco.” (Trabalhador 1) “Nunca soube da atuação da Cipa, apenas na hora da votação.” (Trabalhadora 6) 1. Inquiridos sobre os perigos existentes no local de trabalho, a grande maioria apontou a falta de segurança contra assaltos e seqüestros como o principal problema. A Ler/Dort também mereceu destaque. Evidentemente que o problema de assalto não se restringe a um problema interno de segurança, mas deve estar contemplado de forma fundamental nas questões de saúde e segurança ocupacional. 15 Entrevistados apontam falhas do Banco neste aspecto: o abastecimento do autoatendimento, por exemplo, é feito sem nenhuma segurança, dizem alguns sindicalistas. O Banco também não informa e treina seus funcionários para aumentar a segurança e minimizar traumas futuros. 2. Aparecem citados como os principais problemas de saúde ocupacional, respectivamente: Ler, problemas emocionais/psicológicos e estresse. São ainda citados: depressão, gastrite, problemas coronários. Excesso de trabalho, pressão por parte da chefia, medo de assaltos e seqüestros são apontados como os principais fatores causadores destes problemas. Perguntados sobre o que o Banco fazia para evitar os problemas apontados, 73% respondeu muito pouco ou nada. 3. A falta de ergonometrização e equipamentos para prevenir doenças também é mencionada “Não há escadas para deficientes, não há protetor de telas nos micros, as cadeiras dão dor nas costas, os terminais causam dor no pescoço e não há apoio adequado para as mãos.” (Dirigente Sindical 5) 4. Falta informação e treinamento O ABN informa e treina seus funcionários para evitar acidentes e como agir caso eles ocorram? Total SIM 27% NÃO 64% NÃO SABE 9% Outras respostas do questionário são congruentes com esta: 70% afirma não saber como proceder em caso de incêndio no seu setor e 73% diz saber de algum acidente de trabalho ou problema de saúde ocorrido no Banco. 3.5 PRINCÍPIOS DE RESPONSABILIDADE SOCIAL O Balanço Social é um documento da Febraban que destaca os investimentos sociais feitos pelos bancos em cultura, saúde, educação e meio ambiente. Segundo este documento, foram as seguintes as áreas sociais de atuação do Banco ABN AMRO REAL S.A. no ano 2000 1) Educação e Saúde Foram investidos R$ 12,6 milhões em atividades comunitárias. 8Projeto de implantação do memorial do Rio Grande do Sul (R$ 3,5 milhões) 8Talentos da Maturidade – desenvolveu diversas atividades em todo país. 8Restauro do monumento Cristo Redentor (RJ) – R$ 1,7 milhão 8Revitalização do Centro do Recife (PE) – R$ 1,2 milhão 8Donativos assistenciais a hospitais, escolas e entidades assistenciais – R$1,5 milhão 8Apoio ao Programa Universidade Solidária – R$ 360 mil 8Instituto Escola Brasil criada em setembro de 88 com participação dos funcionários 8Banco na Escola – aliança com outras instituições financeiras internacionais para acompanhar o uso dos recursos públicos destinados a educação. Fonte: Balanço Social dos Bancos – 2000. Febraban (Federação Brasileira das Associações de Bancos). Elaboração: Observatório Social. 16 2) Cultura 8Exposição itinerante “O Brasil e os Holandeses” – R$ 3,8 milhões. 8Restauro do espaço Cultural Bandepe e 8Patrocínio de atividades do Teatro Municipal. Fonte: Balanço Social dos Bancos – 2000. Febraban (Federação Brasileira das Associações de Bancos). Elaboração: Observatório Social. 3) Esporte – Investimentos em patrocínios esportivos - R$15,5 milhões 8GP Brasil de Fórmula 1 8GP Rio de Motovelocidade e o Rally dos Sertões 8Comitê Olímpico Brasileiro – R$ 2 milhões. Fonte: Balanço Social dos Bancos – 2000. Febraban (Federação Brasileira das Associações de Bancos). Elaboração: Observatório Social. Nas entrevistas, alguns destes programas foram mencionados. Sindicalistas criticam o fato de alguns funcionários serem designados para execução de trabalho voluntário fora do horário de trabalho. 17 4. A CONTINUIDADE – AVALIAÇÃO E RECOMENDAÇÕES A continuidade da pesquisa está assegurada através da parceria estabelecida entre o Observatório Social e a Confederação Nacional dos Bancários. A continuidade significará a execução das seguintes etapas de pesquisa que deverão estar concluídas até o final de fevereiro de 2002: 1. Contato com a Empresa: buscando explicar o que é o OS e ter a cooperação da empresa na pesquisa. 2. Entrevistas fechadas e abertas com trabalhadores (as) e sindicalistas. Através de roteiro já elaborado e aplicado nas oficinas, estaremos ampliando o número de entrevistas (semi) fechadas, principalmente com trabalhadores, e executando entrevistas abertas com sindicalistas e alguns trabalhadores (as) que melhor possam explanar sobre as problemáticas delineadas acima. Clivagens de local de trabalho, função, sexo e raça/cor orientarão a escolha dos entrevistados. 3. Oficina Sindical II: apresentação e discussão dos resultados preliminares da pesquisa com dirigentes sindicais do Grupo ABN de todo o Brasil. 4. Não é o caso de realizar oficina temática (gênero e raça). Deveríamos caminhar por aí nesses temas. 5. A etapa final consistirá no tratamento e sistematização das informações levantadas e redação dos resultados da pesquisa, que são apresentados para divulgação em dois documentos: o Relatório Geral de Observação (RGO) e o Relatório Executivo de Observação (REO), sendo este último um documento síntese do primeiro. O trabalho estará focado principalmente na cidade de São Paulo, onde está concentrado o Banco e localizada a sua matriz no Brasil. Mas estaremos incorporando, dentro do possível, a outras principais praças de atuação do Banco, como já ocorrido na Oficina Sindical. Há um consenso de que minimamente deverão estar incorporadas na pesquisa as cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Recife, esta última por ser a sede do Bandepe. Estendemos que a melhor estratégia de pesquisa para contemplar estas praças, dentro dos custos e tempo previstos, seria concentrar os esforços de pesquisa em São Paulo, fazer uma oficina sindical no Rio de Janeiro e através dos contatos já estabelecidos em BH e RE obter material destes locais e fazer entrevistas via fax/telefone e/ou e-mail. Na Oficina Sindical II, já com os resultados parciais da pesquisa, podemos ampliar mais a leitura de outras praças de atuação do ABN. 18 5. OS DIREITOS PESQUISADOS Os direitos que o Observatório Social pesquisa estão assegurados em normas, códigos de conduta e principalmente nas Convenções da OIT. Apresentamos aqui as principais Convenções observadas: LIBERDADE SINDICAL - A Convenção nº 87 – Liberdade sindical e proteção do direito de sindicalização, de 1948, garante o direito livremente exercido pelos trabalhadores e pelos empregadores, sem distinção alguma, de se organizarem para promover e defender seus interesses respectivos. O Brasil não ratificou essa Convenção e o direito sindical nacional mantém o enquadramento por categoria profissional, limitação a um único sindicato por categoria, abrangência municipal da representação e contribuição financeira obrigatória aos sindicatos (o chamado imposto sindical). - A Convenção nº 135 – Representantes dos trabalhadores, de 1971, foi ratificada pelo Brasil em 1990 e garante a proteção dos representantes de trabalhadores nas empresas e trata das facilidades que devem dispor. NEGOCIAÇÃO COLETIVA - A Convenção nº 98 – Direito de sindicalização e de negociação coletiva, de 1949, foi ratificada pelo Brasil em 1952. Ela protege a atividade sindical de discriminação em relação ao emprego e promove a negociação coletiva voluntária entre empregadores ou organizações de empregadores e organizações de trabalhadores. - A Convenção nº 151 – Relações de trabalho na administração pública, de 1978, protege o direito de sindicalização e negociação dos servidores públicos. Não foi ratificada pelo Brasil. TRABALHO FORÇADO - A Convenção nº 29 - Trabalho Forçado ou Obrigatório, de 1930, foi ratificada pelo Brasil em 1957 e propõe abolir a utilização do trabalho forçado ou obrigatório, em todas as suas formas. - A Convenção nº 105 - Abolição do Trabalho Forçado, de 1957, foi ratificada pelo Brasil em 1965 e reafirma que certas formas de trabalho forçado ou obrigatório se constituem numa violação dos direitos humanos e devem ser abolidos. Determina que todo país-membro não deve fazer uso do trabalho forçado como medida de coerção ou de educação política, como método de mobilização e de utilização da mão-de-obra, como meio de disciplinar, punir por participação em greves ou como medida de discriminação racial, social, nacional ou religiosa. TRABALHO INFANTIL - A Convenção no 138 - Idade Mínima para a Admissão de Emprego, de 1973, foi ratificada pelo Brasil em 2000, e estabelece a abolição do trabalho infantil e a fixação da 19 idade mínima de admissão ao emprego ou ao trabalho, em um nível que não seja inferior à idade em que cessa o ensino obrigatório. No final de 1998, quando o Congresso Nacional Brasileiro aprovou a Emenda Constitucional no 20, a idade mínima para o trabalho foi fixada em 16 anos. - A Convenção no 182 – Proibição e ações imediatas para a eliminação das piores formas de trabalho infantil, de 1999, ratificada pelo Brasil em 2000, determina que todo país-membro adote medidas imediatas e eficazes para assegurar a proibição e eliminação das piores formas de trabalho de crianças até 18 anos. As piores formas abrangem a escravidão, prostituição, produção de pornografia, utilização de crianças para atividades ilícitas e trabalhos que prejudiquem a saúde e a segurança. DISCRIMINAÇÃO DE GÊNERO E DE RAÇA - A Convenção nº 100 – Igualdade de remuneração, de 1951, foi ratificada pelo Brasil em 1957. Dispõe sobre a remuneração igual para homens e mulheres por um trabalho de igual valor, determinando que os países-membros promovam ou garantam meios compatíveis e métodos que assegurem tal igualdade. - A Convenção nº 111 – Discriminação, de 1958, foi ratificada pelo Brasil em 1965 e promove a igualdade de oportunidade e de tratamento em matéria de emprego e ocupação. MEIO AMBIENTE, SAÚDE E SEGURANÇA Várias Convenções da OIT e outros documentos internacionais tratam dos aspectos ambientais, da saúde e da segurança no trabalho. As principais Convenções da OIT são: - A Convenção nº 148 – Meio ambiente de trabalho, de 1977, foi ratificada pelo Brasil em 1982. Busca a eliminação, na medida do possível, de todo risco devido à contaminação do ar, ao ruído e às vibrações nos lugares de trabalho - A Convenção nº 155 – Segurança e saúde dos trabalhadores, de 1981, foi ratificada pelo Brasil em 1992. Pretende garantir a segurança e a saúde ocupacional dos trabalhadores e um ambiente de trabalho sem riscos de acidentes e de danos à saúde. Um aspecto importante desta Convenção é a preocupação com a melhoria do nível e da qualidade da informação sobre saúde e segurança ocupacional e o ambiente de trabalho. - A Convenção nº 161 – Serviços de Saúde no Trabalho, de 1985, foi ratificada pelo Brasil em 1990. Aponta a necessidade de serviços essencialmente preventivos com objetivo de estabelecer e manter um meio ambiente de trabalho saudável e seguro e que favoreça a saúde física e mental dos trabalhadores. - A Convenção nº 170 – Produtos químicos, de 1990, ratificada pelo Brasil em 1996, busca prevenir as enfermidades e acidentes causados pelos produtos químicos no trabalho ou reduzir a sua incidência. - A Convenção nº 174 – Prevenção de acidentes industriais maiores, de 1993, trata da prevenção dos acidentes industriais maiores e limitação das conseqüências. 20 OBSERVATÓRIO SOCIAL CONSELHO DIRETOR CUT - SRI - Kjeld A. Jakobsen (Presidente) CUT - CNMT - Maria Ednalva B. de Lima CUT - OIT - José Olívio M. de Oliveira CUT - SNO - Rafael Freire Neto CUT - SPS - Pascoal Carneiro Dieese - Mara Luzia Felter Desep - Lúcia Regina dos S. Reis Unitrabalho - Sidney Lianza Cedec - Tullo Vigevani Membros da Coordenação Geral COORDENAÇÃO GERAL Arthur Borges Filho - Coordenador Administrativo-Financeiro Clemente Ganz Lúcio - Coordenador Técnico Nacional Clóvis Scherer - Coordenador do Satélite Sul José Olívio Miranda de Oliveira - Representante no Conselho de Administração da OIT; Kjeld A. Jakobsen - Secretário de Relações Internacionais da CUT Brasil - Presidente do Conselho Diretor Maria José Coelho - Coordenadora de Comunicação Odilon Luís Faccio - Coordenador de Desenvolvimento Institucional Pieter Sijbrandij - Coordenador de Projetos Rogério Valle - Coordenador do Satélite RJ Ronaldo Baltar - Coordenador do Satélite SP EQUIPE RESPONSÁVEL PELA PESQUISA Márcia Miranda Soares – Coordenadora – Cedec/Observatório Social Mércia Consolação da Silva – Pesquisadora Cedec/Observatório Social Tânia dos Santos Hernandes– Pesquisadora Cedec/Observatório Social Cíntia Carneiro – Assistente de Pesquisa – Cedec/Observatório Social São Paulo, novembro de 2001. 21 Material utilizado I - Publicações DIEESE – Linha Bancários. Os Rostos dos Bancários : mapa de gênero e raça no setor bancário brasileiro, 2001. FEBRABAN. Balanço Social dos Bancos, São Paulo, 2000. GAZETA MERCANTIL. Balanço Anual, São Paulo, julho de 2000. SESE/SEEB. Balanços Publicados, São Paulo, 2000/2001. SESE/SEEB – SP. Seminário Nacional dos Dirigentes do Banco ABN-REAL. Julho de 2001. Coordenador Edevaldo Fernandes da Silva. II. Revistas REVISTA AMANHÃ: ECONOMIA E NEGÓCIOS. Ano XIV, nº 163, Fev. 20 REVISTA AMÉRICAECONOMIA. 30 de Nov.de 2000. REVISTA BANCÁRIA BRASILEIRA. em fevereiro de 2001. REVISTA CARTACAPITAL. Ano VII, nº 145. 25 de Abril de 2001. REVISTA EXAME. Edição 728, Ano 34 (2000), nº 24 REVISTA EXAME. Ano 35, número 2 – 24 de janeiro de 2001, edição 732- pag 36. REVISTA SEADE. Mulher e Trabalho: a busca pela equidade social. São Paulo, nº 3, março de 2001. III. Jornais (1997 –2000): O ESTADO DE SÃO PAULO FOLHA BANCÁRIA JORNAL REALIDADES FOLHA DE SÃO PAULO GAZETA MERCANTIL. IV. Sites http://www.bancoreal.com.br http://www.estado.com.br http://www.ilo.org/public/english/85multi http://www.oecd.gov http://www.unglobalcompact.org/gc/unweb.nsf/webprintview/thenine.html http://www.icftu.org/english/tncscode98.html 22