COMMODITIES AGRÍCOLAS [22/09/2015] Tânia Moreira |Economista do Departamento Téc. e Econômico da FAEP. SOJA TEM DIA MELHOR COM EXPORTAÇÕES AMERICANAS Contrato 21/09/2015 22/09/2015 Variação (%) nov/15 8,673 8,743 0,807 jan/16 8,715 8,788 0,832 mar/16 8,748 8,823 0,857 mai/16 8,780 8,850 0,797 jul/16 8,828 8,898 0,793 ago/16 8,321 8,387 0,794 Câmbio 3,9610 3,9820 0,530 Petróleo 44,97 46,72 3,891 Fonte: CBOT. Elaboração: DTE/FAEP - (US$/bushel) A segunda-feira foi positiva para os futuros, sendo apoiados pelo anúncio de exportações de 240 mil toneladas de soja de exportadores privados da safra 2015/16 nos Estados Unidos, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O USDA relatou também inspeções das exportações semanais em 502,84 mil toneladas, ficando acima da semana anterior (372,45 mil toneladas) e acima do esperado pelo mercado. No acumulado do ano as exportações foram de 898,9 mil toneladas, acima das 803,74 mil toneladas do ano passado para a mesma semana. E ainda são esperadas a confirmação da compra chinesa em evento nos Estados Unidos nesta quinta-feira. Outro dado importante, divulgado no final da tarde de ontem, foi a melhora da condição das lavouras americanas de soja classificadas de boas a excelentes, subindo de 61% na semana anterior para 63% na semana atual. O percentual colhido foi estimado em 7%, o que é igual a média das últimas cinco safras para este período. Somando isso ao clima adequado, permanece a expectativa para a colheita de uma safra segundo recorde de produção nos Estados Unidos, o que fez o mercado voltar ao campo negativo nesta terça-feira. A sustentação para os preços no mercado interno seguem no câmbio, que ontem bateu a máxima de treze anos em R$ 3,982, mesmo com intervenção do Banco Central, e hoje passou a operar acima dos R$ 4,00. A aversão ao risco no cenário internacional e a incerteza em relação a crise política e fiscal do país, que busca medidas para alcançar o superavit primário em 2016, sob pena de perder novamente o grau de investimento do país por mais duas outras agências de classificação de risco, não sugerem um abrandamento na tendência de alta. As previsões para a variação do Produto Interno Bruto(PIB), taxa de câmbio e inflação só tem piorado nas estimas do Boletim Focus do Banco Central. Em função disso o perfil de comercialização da safra 2015/16 segue mais acelerado no mercado interno, comparativamente a média das últimas safras. A consultoria Safras e Mercados estima que o percentual de comercialização no Brasil para 2015/16 tenha sido de 30% até o início de setembro. E de 35% no Paraná. A consultoria estima também uma produção de 100,5 milhões de toneladas no Brasil na próxima safra. O preço recebido pelos produtores no Paraná na data de ontem foi cotado a R$ 70,01 por saca, segundo a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (SEAB). Segundo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) as exportações semanais de soja diminuíram a média de embarque diário de 245,8mil toneladas do mês de agosto, para 190,61 mil toneladas até a 3ª semana de setembro, com redução do preço em dólar(US$/ton.) Na data de hoje o futuro de novembro- 15 abria em baixa e até às 11:15 operava em ↓US$ 8,64 perdendo ↓1,03%. O futuro de maio-2016 era cotado a ↓US$ 8,78 por bushel. O câmbio era cotado a ↑R$ 4,0273 com alta de ↑1,23%. MILHO REAGE COM EXPORTAÇÕES AMERICANAS Contrato 21/09/2015 22/09/2015 Variação (%) 1,922 dez/15 3,772 3,845 1,931 mar/16 3,885 3,960 1,894 mai/16 3,960 4,035 1,805 jul/16 4,017 4,090 1,893 ago/16 3,962 4,037 Fonte: CBOT. Elaboração: DTE/FAEP - (US$/bushel) Como na soja, os futuros do milho se fortaleceram ontem com base nos dados das exportações americanas. Foram anunciadas vendas para o México (487,68 mil toneladas) e inspeções acima da semana anterior, mas com dados acumulados para a safra atual abaixo da safra passada, segundo o USDA. O USDA manteve a condição das lavouras americanas classificadas de boas a excelentes em 68%. O percentual colhido foi relatado em 10% em relação aos 15% de média de colheita dos últimos cinco anos. O ritmo de colheita, sob perspectivas climáticas favoráveis, segue pressionando os preços. No mercado interno, o MDIC relatou um embarque médio diário maior para o milho. A média foi de 127,8 mil toneladas até a 3ª semana de setembro, em relação as 108,8 mil toneladas de agosto. O preço em dólar por tonelada registrou redução de 1%. No mercado interno, a Safras e Mercados prevê produção total de 89,2 milhões de toneladas na safra 2015/16 em relação às 85,5 milhões de toneladas da safra passada, com aumento de área estimado em 1,74%.No Paraná, para a primeira safra é estimado uma redução de área de 19% com uma produção de 3,8 milhões de toneladas, segundo a SEAB. O preço médio recebido pelo produtor ontem foi cotado a R$ 23,63 por saca segundo a SEAB. Na data de hoje, o futuro de dezembro-2015 até às 11:15 era cotado a ↓US$ 3,79 perdendo ↓1,30%. O futuro de maio-2016 era cotado a ↓US$ 3,98 por bushel.