quinta 2 B A GAZETA CUIABÁ, 30 DE JULHO DE 2009 PRONTO-SSOCORRO VG Pacientes reclamam da demora É preciso esperar até 4 horas entre uma consulta e a medicação e a falta de atenção dos médicos também gera muitas queixas no local NADJA VASQUES Outro lado DA REDAÇÃO Pacientes aguardam até 4 horas por atendimento no Pronto-Socorro Municipal de Várzea Grande (PSMVG), entre a consulta médica e a medicação. A situação é a mesma todos os dias, dizem os pacientes, que só podem contar com o atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Ou às vezes pior, como relata a adolescente Yadni Marques, 15, que ontem procurou o pronto-socorro porque estava com dor de garganta. “Mês passado eu passei mal, cheguei aqui de manhã e saí à noitinha”. Edílson Alves Vercoza, 30, diz que chegou ao PS às 14h e às 17h30 ainda estava no local, esperando para receber a medicação. O diagnóstico feito por ele mesmo foi gripe forte, que ele atribui ao frio do último final de semana. “O médico não falou nada, só mandou aplicar dipirona e comprar remédios”. A falta de atenção dos médicos também é motivo de queixa entre os pacientes. Milene de Souza Nunes, 26, foi ontem pela 4ª vez ao PS essa semana. Todas as vezes, segundo ela, o médico receitava dipirona e a mandava para casa, mesmo ela reclamando que não estava bem. Ontem, o diagnóstico, após um exame laboratorial, foi pneumonia. “O médico receita dipirona pra todos e não pede exames”. Quem também não teve um diagnóstico do problema foi Carmelinda Macedo de Brito, 43. Ela desmaiou em casa pela manhã e, quando chegou ao trabalho, foi encaminhada pelos colegas ao PS. Na receita, mostrava que ela deveria tomar diazepan, mas ela não soube contar o que tinha, pois, segundo ela, o médico que a atendeu não disse. De acordo com o diretor administrativo e financeiro do PSMVG, João Santana Botelho, o pronto-socorro está trabalhando no limite de sua capacidade, isso já há algum tempo. Ele informou que ontem foi um dia normal, que não houve problema de falta de médico ou funcionário. “Não tenho leito disponível, a UTI também está lotada”. De acordo com Botelho, as pessoas procuram o PSMVG porque sabem que serão atendidas e medicadas, ainda que o serviço não seja 100% eficiente. “Atendemos entre 13 e 15 mil pessoas por mês”. No período da dengue, os atendimentos chegaram a quase 23 mil/mês. Chico Ferreira Milene f oi o ntem p ela 4 ª v ez a o P S, q uando f oi d iagnosticado q ue e stá c om p neumonia Advogados se reúnem para discutir remoção de juiz NADJA VASQUES DA REDAÇÃO Otmar de Oliveira/Arquivo Pedido foi feito pela OAB, mas não é consenso em Cáceres Advogados que militam em Cáceres (225 km a oeste da Capital) se reúnem amanhã (31) com o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso (OAB/MT), Francisco Faiad, para discutir o pedido de remoção do juiz da 3ª Vara Criminal de Cáceres, Alex Nunes de Figueiredo. Faiad encaminhou o pedido ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ/MT) sem consultar a classe ou o presidente da subseção de Cáceres, Paulo Cunha. A reunião será em Cáceres, a partir das 16h. Faiad encaminhou requerimento ao TJ/MT após o magistrado decretar a prisão das advogadas Kattleen Karitas Oliveira Barbosa Dias e Lucy Rosa Sil- va, durante a Operação Volver. Deflagrada pela Polícia Federal no último dia 10, a operação desmontou uma quadrilha de narcotraficantes que agia em 4 estados. A OAB entrou com pedido de habeas corpus e conseguiu liberdade para as 2. Dias depois, Lucy voltou a ser presa, por intimidar testemunhas. A prisão foi decretada pelo mesmo juiz. Mais uma vez a OAB en- trou com pedido de soltura e conseguiu libertar Lucy. Entendendo a posição do juiz como pessoal, Faiad pediu a remoção dele, mas a decisão não foi bem aceita pelos advogados em Cáceres, que se sentiram desrespeitados. O juiz Alex Nunes de Figueiredo está sob proteção policial desde a Operação Volver, por ameaças contra a vida dele. Marcus Vaillant/Arquivo 550 motoristas ficaram sem a CNH nos 6 primeiros meses deste ano por dirigir embriagados 12 CNHs apreendidas por dia em MT ANA PAULA BORTOLONI DA REDAÇÃO Cerca de 12 Carteiras Nacional de Habilitação (CNHs) foram apreendidas por dia em Mato Grosso, pela Polícia Militar, no primeiro semestre deste ano. De janeiro a junho, foram 2.200 documentos retidos por algum tipo de irregularidade em blitze realizadas em todo o estado. Em Cuiabá, foram 1.240 CNHs apreendidas, o que significa uma média de 6,8 por dia. A ingestão de bebida alcoólica gerou 550 apreendidas nos 6 primeiros meses, em cumprimento à Lei 11.750, a Lei Seca. Dirigir embriagado é apenas uma das muitas irregularidades que podem culminar com a cassação da habilitação dos motoristas. Entre as infrações que geram processos estão dirigir motocicletas sem capacete, fazer manobras perigosas e embriaguez. Somam pontos para a perda da CNH a falta do cinto de segurança, avanço do sinal vermelho, veículos sem registro e dirigir sem a documentação exigida. Desde 2007, o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) instaurou 2.599 processos de cassação. Até agora, porém, deste total, apenas 9,8% gerou a perda da carteira, o que corresponde a 256 documentos. Outros 145 motoristas tiveram a habilitação suspensa, o que significa somente 5,57% do que foi apreendido. Há ainda 327 processos em trâmite no órgão. Uma das explicações para o baixo número de punições concretizadas, conforme o presidente do Detran, Teodoro Moreira Lopes, são os inúmeros recursos interpostos pelos usuários notificados e a demora no andamento processual, cujo trâmite chega a alcançar até 5 anos. Nas ruas e rodovias, admite o presidente, muitos motoristas dirigem com os documentos irregulares, por suspensões ou cassações, uma vez que a retenção das CNHs depende da “boa vontade” do usuário em entregá-la, já que nem Detran nem a PM têm a prerrogativa de buscá-la nas residências. As apreensões são feitas em blitze, caso em abordagem policial seja constatada a irregularidade a partir da checagem no sistema de cadastro do Detran. Quem tem a CNH cassada fica impedido por 1 ano de dirigir e é obrigado a passar novamente pelo curso de direção defensiva para tirar novamente o documento. Já as suspensões têm validade de 3 meses.