A1 ID: 36272044 01-07-2011 Tiragem: 51029 Pág: 24 País: Portugal Cores: Preto e Branco Period.: Diária Área: 6,09 x 32,93 cm² Âmbito: Informação Geral Corte: 1 de 1 Museu do Arroz da Comporta foi ontem inaugurado a A fábrica de descasque de arroz da Herdade da Comporta, desactivada desde a década de 90 do século passado, foi transformada num museu ontem inaugurado. Ana Duarte, responsável pelo programa museológico do Museu do Arroz, explicou à agência Lusa que todos os elementos expostos funcionam como um “puzzle, que se vai juntando para fazer a leitura do museu”. Logo à entrada, os visitantes são confrontados com uma mostra sobre a história da herdade, situada no concelho de Grândola, abordando algumas curiosidades como os entraves em tempos colocados à produção do arroz, devido ao receio do paludismo motivado pelas águas paradas. É também feita uma apresentação do processo de descasque do arroz, com toda a maquinaria envolvida, num circuito descrito por Ana Duarte como “uma montanha-russa”. Ao longo dos três pisos pelos quais se estende o espaço museológico, infografias, textos, fotografias e vídeos levam os visitantes a uma viagem pela história da produção do arroz, mas também pela vida quotidiana na herdade. Uma parte importante do acervo do museu são os instrumentos das oficinas associadas à herdade, que, por se encontrar distante dos centros urbanos e com poucos meios de comunicação, tinha de ser auto-suficiente em domínios como a serralharia, O Museu do Arroz está aberto desde 3 de Junho, de terça a domingo, mas a sua inauguração formal realizouse ontem carpintaria, eletricidade, alvenaria ou pintura. De acordo com Jorge Casaleiro, responsável pela área do património da Herdade da Comporta e coordenador do projecto do museu, mais do que um investimento “ligado à actividade turística”, trata-se de um espaço criado a pensar na comunidade local, com o objectivo de “preservar as memórias, tradições e costumes” das pessoas da região. A fábrica de descasque de arroz da herdade foi construída em 1952, tendo funcionado durante cerca de 40 anos. Após o seu encerramento, o edifício albergou, no final dos anos 90, um restaurante ligado ao arroz, ainda hoje em funcionamento. Em 2004, começaram a fazer-se alguns trabalhos de pesquisa, que incluíram entrevistas a antigos trabalhadores da fábrica e habitantes da aldeia da Comporta, já a pensar no museu. Dois anos depois, realizaram-se obras de requalificação do edifício, procedendo-se posteriormente à instalação do museu que ontem foi formalmente inaugurado.