Grupo de trabalho vai seleccionar
as últimas escolas a ser requalificadas
ALEXANDRA INÁCIO,
E HELENA TEIXEIRA DA SILVA
Primeiro-ministro defende que investimento nas obras do Parque Escolar é o melhor para
combater a crise.
As últimas 135 secundárias a receber obras de requalificação vão ser escolhidas por um grupo
de trabalho, presidido pela empresa Parque Escolar e composto por membros das direcções
regionais de Educação. Sócrates insiste ser esse o melhor remédio para a crise.
O investimento global nas cerca de 200 intervenções, já concluídas ou em curso, no programa
Parque Escolar, de modernização de escolas secundárias, "é superior a dois mil milhões de
euros", garantiu ontem ao JN o secretário de Estado da Educação. De acordo com João
Trocado da Mata, as obras nas 75 secundárias, referentes à segunda fase do programa, já se
"encontram em fase de conclusão". Pelo que a terceira fase, durante a qual 100
estabelecimentos receberão intervenção, vai arrancar "entre Maio e Junho" e criar "30 mil
postos de trabalho".
No final do programa, em 2015, 335 das cerca de 500 secundárias existentes no país terão
infra-estruturas requalificadas, com oficinas, laboratórios, salas de arte, bibliotecas, refeitórios
e até anfiteatros para que a escola passe a abranger diversos espaços, lectivos, não lectivos e
sociais. Conclusão: cerca de 135 escolas vão ficar de fora do programa. O grupo de trabalho
"terá por missão elaborar um conjunto de critérios que possam ser usados para identificar as
últimas 135 escolas" a receber intervenção, já que as primeiras 200 "correspondiam às mais
necessitadas", explicou o secretário de Estado.
Remédio anticrise
José Sócrates, que tem defendido os investimentos na requalificação do parque escolar como
um dos melhores antídotos anticrise, voltou ontem a garantir, no Porto, na inauguração (pósobras) da Secundária Carolina Michaelis, que esse é o melhor caminho.
"O investimento que estamos a fazer nas escolas é o melhor investimento que podemos fazer
para combater a crise, para criar emprego, para dar oportunidade às empresas portuguesas e,
ao mesmo tempo, para investirmos no sector que é absolutamente fundamental para o
sucesso económico do país: a área do conhecimento, da educação, da ciência, das
qualificações, da qual depende o futuro", justificou.
O primeiro-ministro, que ontem também visitou Secundária Filipa de Vilhena, cujas obras
ainda não acabaram, elencou as principais vantagens do projecto: colmatar o atraso que,
fisicamente, as escolas denunciavam e afirmar a ambição de futuro que representa o
conhecimento. "Antes, sentíamos que o país tinha progredido e que a escola tinha ficado para
trás, parada no tempo. Se há um sinal claro de um país que quer apostar no futuro, esse sinal é
dado pelo aspecto físico da escola", afirmou.
Além disso, a requalificação dos estabelecimentos de ensino, acrescentou, é o investimento
cujo retorno é mais imediato. "No mesmo momento em que investimos, as famílias sentem a
consequência desse investimento. Hoje, depois de requalificadas as escolas, temos milhares de
jovens e famílias que sentem que têm melhores condições para aprender. E isso significa mais
ânimo, mais vontade, mais determinação, mais ambição". Por isso, concluiu, "a melhor forma
de combater a crise é fazermos deste programa um dos mais ambiciosos", do país, em termos
de investimento.
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