... DE “APERTÁ” BOI
Boca do brete, quase um desaforo...
Meu florão de mouro em posição de tango!
Do outro lado, um doradilho oveiro...
E um boi ligeiro, cruzado a poliango.
Não “afroxemo” - nem que a vaca tussa Essa escaramuça é pra quem é de campo
“Pedimo” porta... e nessa condição
Vem junto à benção do meu pago santo
A polvadeira se ergue num manto...
E o pataleio estremece o piso...
Tenho na rédea tudo que preciso
Me bota um liso...pouco mais que um tanto!
Empurra o cavalo... – pra não raboná Não se facilita, de cruzá por diante
Que do meu lado não cospe pra traz
Aperta no más.... que a raça garante!
Eu quero ver, retomar na sombra
Onde o boi vira, nós viremo junto
Já que tratemo assim, do mesmo assunto
Campo e cavalo, guitarra e cordeona.
De lá pra cá, só cambiemo o lado,
De mete o cavalo e escorá o novilho
Herança terrunha, que de pai pra filho
Vai fazendo escola neste chão sagrado.
Crioulaço e pico.... de cruzar por riba
De “trompear” um touro só por gauchada
Carrego confiança no encontro do mouro
E um sonho de ouro nessa paleteada.
Anomar Danúbio Vieira/Joca Martins
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