Dirijo-me esta noite aos 23 milhões de brasileiros que vivem em São Paulo para trazer-lhes uma palavra de tranqüilida de nesse instante em que atravessamos uma crise no setor da Saúde, provocada pela paralisação parcial do Hospital das Clinicas e do Hospital do Servidor Público do Estado . Tranqüilidade porque tomamos uma série de medidas de emergência, convocamos a Defesa Civil e através de uma rede de 64 outros hospitais a população da Grande São Paulo continua atendida . De apreensão porque sabemos que a con tinuar essa semi-paralisação vai ser essa população da Grande São Paulo que irá sofrer mais do que já está sofrendo . Pretendo, pois, expor a todo o povo da minha terra as razões da crise declarando que o Governo do Estado está defronte de um impasse ; de um impasse causado não por uma intransigência sua, mas por reivindicações que médicos e funcionários desses dois Hospitais apresentaram e que são impossíveis de serem atendidas,con forme pretendo expor com toda a franqueza e lealdade à populaçao de . São Paulo . Em 12 de junho recebemos a reivindicação dos médicos do Hospital do Servidor, que foi seguida pelos médicos do Hospital das Clinicas, pedindo um reajuste de salários de 240% em re lação ao que percebiam em 1977 . Cinco dias após, recebemos a mesma reivindicação de todos os funcionários desses dois Hospitais, pedindo um reajuste de emergência mínimo de 100% a partir do que pas saram a ganhar este ano, ou seja, de 190% em relação ao que ganhavam em 1977 . Quero deixar claro que não é possível pela lei e tão pouco pela justiça atender apenas a esses 13 .500 funcionáriose médicos desses dois Hospitais sem atender os 400 mil funcionários que compõem a Administração Direta do Estado de São Paulo . Esses pe didos de reajustes necessariamente têm que ser encarados dentro da totalidade do funcionalismo público do Estado de São Paulo . Repito é de lei e seria de justiça . Esses pedidos de reajuste necessariamente têm que ser encarados - dentro da totalidade do funcionalismo público do Es tado de São Paulo . Repito, é de lei,e seria de, justiça . Entreta t vamos examinar com realismo e objetividade os números do Orçamento do Estado, aprovado pela Assembléia Legislativa e publicado em Diã rio Oficial . 0 Orçamento de São Paulo, para este ano, tem uma receita global estimada em 108 .6 bilhões de cruzeiros . Retiran do a parte que cabe aos Municípios, no valor de Cr$ 16 .3 bilhões Cr$ 10 bilhões são Entretanto, vamos examinar com realismo e objetivi dade os números do Orçamento do Estado, aprovado pela Assembléia Le i ° gislativa e publicado em Diário Oficial . 0 Orçamento de São Paglo para este ano tem uma receita global estimada em Cr$ 108 .6 bilhões . Retirando a parte que cabe aos Municípios, no valor de Cr$ 16 .3 bi 1hões, temos um total liqüido do Estado de Cr$ 92 .3 bilhões . Nesses Cr$ 92 .3 bilhões, Cr$ 10 bilhões são operações de credito, mais Cr$ 10 bilhões são transferências vinculadas especificamente,o que nos dá uma receita prõpria de Cr$ 72 .3 bilhões . Após a aprovação pela Assembléia Legislativa da Lei Complementar n9 180, o chamado "Projetão", a despesa de pessoal em 1978 está estimada no valor global de Cr$ 48 .2 bilhões . Ela sofreu um acráscimo,em relação a 1977, de 60% . Ela representa a despe sa de pessoal sobre a receita própria do Estado a percentagem de 67% . Mais ainda, se eu atendesse as reivindicações dos médicos que pedem 240%, se eu atendesse as reivindicações dos funcionários que pedem, em relação aos seus novos salários de 1978, 100%, tendo que estender aos 400 mil funcionários,