Aula 01 Administração Pública 1. Organização do Estado e da Administração Pública AFRFB 2009 2. Modelos teóricos de Administração Pública: patrimonialista, burocrático e gerencial. Prof: Rafael Encinas e‐mail: [email protected] 6. Governabilidade, governança e accountability. 1 Estado Dalmo Dallari afirma que a palavra “Estado” apareceu pela primeira vez em “O Príncipe”, de Maquiavel, escrito em 1513. Logo na primeira frase do livro: “Todos os estados, todos os domínios que imperaram e imperam sobre os homens, foram e são ou repúblicas ou principados”. Já Bobbio coloca que tal palavra se impôs através da difusão e do prestígio de “O Príncipe”, mas isso não quer dizer que ela foi introduzida por Maquiavel. • Definições de Estado: Hegel: “realidade da idéia moral”, a “substância ética consciente de si mesma”, a “manifestação visível da divindade”. Kant: “reunião de uma multidão de homens vivendo sob as leis do Direito”. 2 (ESAF/EPPGG/2005) O Termo “Estado” foi criado por Maquiavel. ERRADA (ESAF/EPPGG/2005) O que se inicia com o uso que dá Maquiavel ao termo Estado é a reflexão sobre as formações políticas surgidas da decomposição da sociedade medieval. CERTA Max Weber: “comunidade humana que, dentro de um determinado território, reivindica para si, de maneira bem sucedida, o monopólio da violência física legítima”; Marx: “o poder organizado de uma classe para opressão de outra”. Duguit: “Grupo humano fixado em determinado território, onde os mais fortes impõem aos mais fracos sua vontade". (ESAF/MPOG/2002) Por Estado entende-se um grupo de pessoas que vivem num território definido, organizado de tal modo que apenas algumas delas são designadas para controlar uma série mais ou menos restrita de atividades do grupo, com base em valores reais ou socialmente reconhecidos e, se necessário, na força. CERTA (ESAF/MPOG/2002) Um Estado é caracterizado por quatro elementos: povo, território, governo e independência. CERTA • Para Dalmo Dallari, os elementos constitutivos do Estado são: • a soberania, • o povo, • o território • a finalidade • Esta questão foi tirada do Dicionário de Ciências Sociais, da FGV, segundo o qual: Por Estado entende-se um agrupamento de pessoas que vivem num território definido, organizado de tal modo que apenas algumas delas são designadas para controlar, direta ou indiretamente, uma série mais ou menos restrita de atividades desse mesmo grupo, com base em valores reais ou socialmente reconhecidos e, se necessário, na força. • Programa Nacional de elaborado pela ESAF: Educação Fiscal, Pode-se conceituar Estado como uma instituição que tem por objetivo organizar a vontade do povo politicamente constituído, dentro de um território definido, tendo como uma de suas características o exercício do poder coercitivo sobre os membros da sociedade. É, portanto, a organização político-jurídica de uma coletividade, objetivando o bem comum. Características do Estado Moderno (ESAF/APO-MPOG/2008) São características essenciais do Estado moderno todas as que se seguem, exceto: a)um ordenamento jurídico impositivo. •Segundo Weber: –A ordem legal, a burocracia, a jurisdição compulsória sobre um território e a monopolização do uso legítimo da força são as características essenciais do Estado moderno. b)a cidadania: relação de direitos e deveres. c)o monopólio do uso legítimo da violência. d)um quadro administrativo ou uma burocracia. e)a jurisdição compulsória sobre um território. Resposta: B 11 Segundo Bobbio: • É fácil de entender, nesse processo, o papel desenvolvido pelas chamadas premissas necessárias para o nascimento da nova forma de organização do poder. A unidade de comando, a territorialidade do mesmo, o seu exercício através de um corpo qualificado de auxiliares “técnicos” são exigências de segurança e eficiência para os extratos de população que de uma parte não conseguem desenvolver suas relações sociais e econômicas no esquema das antigas estruturas organizacionais. Características necessárias: – Unidade de comando, – Territorialidade – Corpo técnico (ESAF/MPOG/2005) Com base no pensamento de Max Weber, o Estado moderno depende completamente da organização burocrática para continuar a existir. CERTA 13 Dominação é a probabilidade de encontrar obediência a uma ordem de determinado conteúdo, entre determinadas pessoas indicáveis. Formas de Dominação Segundo Weber: Poder significa toda probabilidade de impor a própria vontade numa relação social, mesmo contra resistências, seja qual for o fundamento desta probabilidade. Disciplina é a probabilidade de encontrar obediência pronta, automática e esquemática a uma ordem, entre uma pluralidade indicável de pessoas, em virtude de atividades treinadas. 15 (ESAF/MPOG/2002) A dominação tradicional baseia-se no poder que emana do conhecimento e reconhecimento de atos heróicos, extinguindo-se com o indivíduo. ERRADA Weber define carisma como: Uma qualidade pessoal considerada extracotidiana e em virtude da qual se atribuem a uma pessoa poderes ou qualidades sobrenaturais, sobre-humanos ou, pelo menos, extracotidianos específicos ou então se a toma como enviada por Deus, como exemplar e, portanto, como líder. 17 18 Formas de Dominação Tradicional: (ESAF/MPOG-EPPGG/2003) Nas sociedades modernas, onde a base da legitimidade é a lei, a administração dispensa a dominação, no sentido de um poder de comando que precisa estar nas mãos de um indivíduo ou de um grupo de indivíduos. ERRADA Gerontocracia: governo em que o poder cabe aos mais velhos, como os conselhos de anciãos; Patriarcalismo: casos em que o poder é determinado pelo pertencimento a uma determinada família, normalmente sendo a dominação exercida por um indivíduo chefe da comunidade doméstica, determinado segundo regras de sucessão; 20 • Sultanismo: forma de dominação no qual está calcada no “arbítrio livre” do governante, munido de um aparato administrativo próprio para fazer valer suas ordens, é um regime de governo autoritário onde o governante está presente em todas as instâncias de poder. • Feudalismo: forma de dominação baseada em um contrato de status, em termos de vassalosuserano, regidos pelo sentimento de fidelidade pessoal entre ambos – idéia de “honra”; • Patrimonialismo: dominação exercida com base em um direito pessoal, embora decorrente de laços tradicionais, obedecendo-se ao chefe por uma sujeição instável e íntima derivada do direito consuetudinário – “porque assim sempre ocorreu”. Segundo Bresser Pereira: A característica que definia o governo nas sociedades pré-capitalistas e pré-democráticas era a privatização do Estado, ou a interpermeabilidade dos patrimônios público e privado. ‘Patrimonialismo’ significa a incapacidade ou a relutância de o príncipe distinguir entre o patrimônio público e seus bens privados. A administração do Estado pré-capitalista era uma administração patrimonialista. Patrimonialismo (CESPE/MCT/2004) A principal característica do estado patrimonial é a apropriação privada da coisa CERTA pública. Segundo Bresser Pereira: A característica que definia o governo nas sociedades pré-capitalistas e pré-democráticas era a privatização do Estado, ou a interpermeabilidade dos patrimônios público e privado. ‘Patrimonialismo’ significa a incapacidade ou a relutância de o príncipe distinguir entre o patrimônio público e seus bens privados. A administração do Estado pré-capitalista era uma administração patrimonialista. 22 (CESPE/TCE-PE/2004) A burocracia patrimonialista era o modelo clássico de administração presente nas monarquias européias do século XIX. CERTA (CESPE/TCU/2007) O patrimonialismo normal inibe a economia racional não apenas por sua política financeira, mas também por peculiaridades de sua administração, entre as quais se pode citar a ausência típica de um quadro de funcionários com qualificação profissional formal. CERTA 24 Segundo Rubens Campante: O Estado não assume o papel de fiador e mantenedor de uma ordem jurídica impessoal e universal que possibilite aos agentes econômicos a calculabilidade (termo caro a Weber, amplamente usado por Faoro) de suas ações e o livre desenvolvimento de suas potencialidades; ao contrário, intervém, planeja e dirige o mais que pode a economia, tendo em vista os interesses particulares do grupo que o controla, o estamento Modelo Racional‐Legal Segundo Bresser Pereira: A administração pública burocrática foi adotada para substituir a administração patrimonialista, que definiu as monarquias absolutas, na qual o patrimônio público e o privado eram confundidos. Nesse tipo de administração o Estado era entendido como propriedade do rei. O nepotismo e o empreguismo, senão a corrupção, eram a norma. Esse tipo de administração revelar-se-á incompatível com o capitalismo industrial e as democracias parlamentares, que surgem no século XIX. 26 É essencial para o capitalismo a clara separação entre o Estado e o mercado; a democracia só pode existir quando a sociedade civil, formada por cidadãos, distingue-se do Estado ao mesmo tempo em que o controla. (CESPE/STM/2004) Burocracia é um sistema social racional, ou um sistema social em que a divisão do trabalho é racionalmente realizada tendo em vista os fins visados. CERTA Segundo Bresser Pereira: Se adotarmos uma definição curta e perfeitamente enquadrada dentro dos moldes da filosofia aristotélica, diremos que uma organização ou burocracia é um sistema social racional, ou um sistema social em que a divisão do trabalho é racionalmente realizada tendo em vista os fins visados. 28 É o sistema social em que a divisão do trabalho é sistemática e coerentemente realizada, tendo em vista os fins visados; é o sistema social em que há procura deliberada de economizar os meios para se atingir os objetivos. São três as características básicas que traduzem o seu caráter racional: são sistemas sociais (1) formais, (2) impessoais, (3) dirigidos por administradores profissionais, que tendem a controlá-los cada vez mais completamente. 1) Formalidade = normas racionais – escritas e exaustivas 2) Impessoalidade = administração sine ira ac studio, sem ódio ou paixão. 30 Segundo Weber: A burocracia é mais plenamente desenvolvida quando mais se desumaniza, quanto mais completamente alcança as características específicas que são consideradas como virtudes: a eliminação do amor, do ódio e de todos os elementos pessoais, emocionais e irracionais, que escapam ao cálculo. 3) Administradores Profissionais = especialista, única atividade, não possui os meios de administração e produção. 4) Controle do Sistema pelos Administradores = O surgimento do estado burocrático implicaria a renúncia de responsabilidade pela liderança política e na usurpação das funções políticas por parte dos administradores. (ESAF/MPOG/2003) O século XIX marca o surgimento de uma administração pública burocrática em substituição às formas patrimonialistas de administrar o Estado. O chamado “patrimonialismo” significa a incapacidade ou relutância do governante em distinguir entre o patrimônio público e seus bens privados. Assinale a opção que indica corretamente as características da administração pública burocrática. a) Serviço público profissional, flexibilidade organizacional e nepotismo. b) Serviço público profissional e um sistema administrativo fruto de um arranjo político, formal e racional. 33 c) Serviço público profissional e um sistema administrativo impessoal, formal e racional. d) Serviço público fruto de um arranjo entre as forças políticas e um sistema administrativo seletivo de acordo com os diversos grupos de sustentação da base de governo. e) Serviço público orientado para o consumidor, ênfase nos resultados em detrimento dos métodos e flexibilidade organizacional. (CESPE/MCT/2004) Conforme a definição seminal weberiana, a burocracia é, sobretudo, uma forma de dominação na qual os burocratas tendem a usurpar o poder político. Insulamento Burocrático - Segundo Edson Nunes, CERTA Segundo Weber, considerado o inexorável processo de complexificação e burocratização da sociedade moderna e dadas as características de cada um dos agentes do jogo político e os seus recursos de poder, o efetivo dilema a ser enfrentado pelas democracias seria: como impedir que a burocracia venha a usurpar o poder e como assegurar que permaneça sendo apenas um elo de ligação entre dominadores e dominados? 35 Resposta: C O insulamento burocrático significa a redução do escopo da arena em que os interesses e demandas populares podem desempenhar um papel. Esta redução da arena é efetivada pela retirada de organizações cruciais do conjunto da burocracia tradicional e do espaço político governado pelo Congresso e pelos partidos políticos, resguardando estas organizações contra tradicionais demandas burocráticas ou redistributivas. Características da burocracia: 1. Formalização 2. Divisão do Trabalho 3. Princípio da Hierarquia 4. Impessoalidade 5. Competência técnica 6. Separação entre Propriedade e Administração 7. Profissionalização do Funcionário (CESPE/MEC/2003) A burocracia apresenta uma divisão horizontal do trabalho, em que as diferentes atividades são distribuídas de acordo com os objetivos a serem atingidos. CERTA 37 (ESAF/PSS/2008) De acordo com o modelo sistematizado por Max Weber, a burocracia moderna funciona de forma específica. Todas as opções abaixo descrevem corretamente características centrais da sua atuação, exceto: a) rege o princípio de áreas de jurisdição fixas e oficiais, ordenadas de acordo com regulamentos. b) os princípios da hierarquia dos postos e dos níveis de autoridades significam um sistema firmemente ordenado de mando e subordinação, no qual há uma supervisão dos postos inferiores pelos superiores. c) a administração de um cargo moderno se baseia em documentos escritos, preservados em sua forma original ou em esboço. d) em geral, a atividade oficial é segregada como algo distinto da esfera da vida privada: os dinheiros e o equipamento público estão divorciados da propriedade privada da autoridade. e) o desempenho do cargo segue regras específicas e exaustivas, cujo conhecimento é parte de um aprendizado técnico especial a que se submetem os funcionários. Resposta: E 39 Weber afirma que “o funcionamento do funcionalismo moderno manifesta-se da seguinte forma”: 1)Rege o princípio das competências oficiais fixas, ordenadas, de forma geral, mediante regras: leis ou regulamentos administrativos. a)Existe uma distribuição fixa das atividades regularmente necessárias para realizar os fins do complexo burocraticamente dominado, com deveres oficiais; 41 c) Os poderes de mando, necessários para cumprir estes deveres, estão também fixamente distribuídos, e os meios coativos (físicos, sacros ou outros) que eventualmente podem empregar estão também fixamente delimitados por regras; d)Para o cumprimento regular e contínuo dos deveres assim distribuídos e o exercício dos direitos correspondentes criam-se providências planejadas, contratando pessoas com qualificação regulamentada de forma geral. 2)Rege o princípio da hierarquia de cargos e da seqüência de instâncias, isto é, um sistema fixamente regulamentado de mando e subordinação das autoridades, com fiscalização das inferiores pelas superiores. Quando o tipo está plenamente desenvolvido, essa hierarquia de cargos está monocraticamente organizada, em uma seqüência de instâncias hierárquica. 3)A administração moderna baseia-se em documentos (atas), cujo original ou rascunho se guarda, e em um quadro de funcionários subalternos e escrivães de todas as espécies. A moderna organização administrativa separa, por princípio, o escritório da moradia privada, distinguindo em geral a atividade oficial, da esfera da vida privada, e os recursos monetários e outros meios oficiais da propriedade privada do funcionário. 43 5)Quando o cargo está plenamente desenvolvido, a atividade oficial requer o emprego da plena força de trabalho do funcionário, independentemente da circunstância de que o tempo obrigatório no escritório pode estar fixamente delimitado. 4)A atividade oficial, pelo menos toda atividade oficial especializada – e esta é o especificamente moderno – pressupõe, em regra, uma intensa instrução na matéria. Também isso se aplica, cada vez mais, aos dirigentes e empregados modernos das empresas da economia privada, do mesmo modo que aos funcionários estatais. 6)A administração dos funcionários realiza-se de acordo com regras gerais, mais ou menos fixas e mais ou menos abrangentes, que podem ser aprendidas. O conhecimento destas regras constitui, por isso, uma arte especial, que é posse dos funcionários. 46 (ESAF/MPOG/2008) O modelo de gestão pública burocrático, com base nos postulados weberianos, é constituído de funcionários individuais, cujas características não incluem: a) liberdade pessoal e obediência estrita às obrigações objetivas do seu cargo, estando submetidos a um sistema homogêneo de disciplina e controle do serviço. b) exercício do cargo como profissão única ou principal, com perspectiva de carreira: progressão por tempo de serviço ou mérito, ou ambas. 47 c) competências funcionais fixas em contrato e segundo qualificações profissionais verificadas em provas e certificadas por diplomas. d) apropriação dos poderes de mando inerentes ao cargo (exercício da autoridade), mas não dos meios materiais de administração, nem do próprio cargo. e) nomeação, numa hierarquia rigorosa dos cargos, sendo remunerados com salários fixos em dinheiro. Resposta: D O tipo mais puro de dominação legal é aquele que se exerce por meio de um quadro administrativo burocrático. O conjunto do quadro administrativo se compõe, no tipo mais puro, de funcionários individuais (monocracia, em oposição à “colegialidade”), os quais: •são pessoalmente livres; obedecem somente às obrigações objetivas de seu cargo; •são nomeados (e não eleitos) numa hierarquia rigorosa dos cargos; •têm competências funcionais fixas; •em virtude de um contrato, portanto, sobre a base de livre seleção segundo •a qualificação profissional – no caso mais racional: qualificação verificada mediante prova e certificada por diploma; •são remunerados com salários fixos em dinheiro, na maioria dos casos com direito a aposentadoria; •exercem seu cargo como profissão única ou principal; •têm a perspectiva de uma carreira: “progressão” por tempo de serviço ou eficiência •trabalham em separação absoluta dos meios administrativos e sem apropriação do cargo; •estão submetidos a um sistema rigoroso e homogêneo de disciplina e controle do serviço. 49 Disfunções da Burocracia – Internalização das regras e exagero apego aos regulamentos – Excesso de formalismo e de papelório – Resistência a mudanças – Categorização como base do processo decisorial – Despersonalização do relacionamento – Superconformidade às rotinas e procedimentos – Dificuldade no atendimento a clientes e conflitos com o público 51 b) Numa burocracia os cargos são estabelecidos segundo o princípio da hierarquia, onde a distribuição de autoridade serve para reduzir ao mínimo o atrito. c) Na burocracia a divisão de trabalho leva cada participante a ter funções específicas e uma esfera de competência e responsabilidade. d) A burocracia tem normas e regulamentos que se transformam de meios em objetivos, tornando o funcionário um conhecedor de procedimentos. e) A burocracia se caracteriza pela impessoalidade, pois o poder de cada pessoa, como a obediência do subordinado ao seu superior, deriva do cargo que ocupa. Resposta: D (ESAF/EPPGG-MPOG/2003) Weber, na década de 20, na Alemanha, publicou estudos sobre as organizações formais identificando-lhes características comuns que passaram a constituir o “tipo ideal de burocracia”. Com o passar do tempo, evidenciou-se que as características desejáveis ao funcionamento racional das organizações e ao alcance de sua eficiência se transformavam em disfunções. Assinale a opção que descreve corretamente uma das disfunções da burocracia. a) A burocracia tem normas e regulamentos escritos que regem seu funcionamento, definindo direitos e deveres dos ocupantes de cargos. 52 Crise da Burocracia Humberto Falcão Martins relaciona a crise da burocracia a dois aspectos: − no conteúdo: não assegurava regras impessoais − na forma: ineficiente, cara, auto-referida. Segundo Bresser Pereira Há, porém, uma razão mais ampla para o interesse que a reforma do Estado, e particularmente da administração pública, tem despertado: a importância sempre crescente que se tem dado à proteção do patrimônio público ou da coisa pública (res publica) contra as ameaças de sua “privatização” ou, em outras palavras, contra atividades de rent-seeking. 54 (CESPE/MDS/2006) Verifica-se o fenômeno do rent seeking quando determinados grupos da sociedade, por meio do controle do aparelho do Estado, viabilizam a apropriação de rendas e vantagens excepcionais para si ou para seus protegidos. CERTA Segundo Divanildo Triches: Rent Seeking é usualmente definido como atividade política de um indivíduo ou grupo que adota recursos escassos para perseguir direitos de monopólio concedidos pelo governo, ou ainda é atividade que tenta se apropriar da riqueza existente, ao invés de criá-la. Os instrumentos e a ação política do governo para qual a renda é criada são subornos direcionados à venda ou concessão de subsídios, impostos privilegiados, manutenção de preços e tarifas, estabelecimentos de cotas de importação, concessão de licenças, pagamentos de elevados salários ou pagamentos de adicionais 55 (ESAF/MPOG/2002) O Estado do Bem-Estar Social foi prejudicado e marcado pelo modelo de administração pública burocrática. CERTA Abrucio - o tipo de Estado que começava a se esfacelar em meio à crise dos anos 70 tinha três dimensões, todas interligadas. − Econômica – keynesianismo − Social – Estado de Bem-Estar − Administrativa – Burocracia Estado de Bem-Estar – nasce na década de 1940, na Inglaterra. Para Norberto Bobbio: Na realidade, o que distingue o Estado assistencial de outros tipos de Estado não é tanto a intervenção direta das estruturas públicas na melhoria do nível de vida da população quanto o fato de que tal ação é reivindicada pelos cidadãos como um direito. 27/02/09 Segundo Norberto Bobbio: O Estado de Bem-Estar (Welfare state), ou Estado assistencial, pode ser definido, à primeira análise, como Estado que garante tipos mínimos de renda, alimentação saúde, habitação, educação, assegurados a todo o cidadão, não como caridade, mas como direito político. Princípio fundamental: Independentemente de sua renda, todos os cidadãos, como tais, têm direito de ser protegidos – com pagamento em dinheiro ou com serviços – contra situações de dependência de longa duração (velhice, invalidez) ou de curta (doença, desemprego, maternidade). 59 Bobbio duas causas do crescimento do Estado de Bem-Estar: Para não permitir que as classes trabalhadoras se direcionassem para as ideologias socialistas, a burguesia teria feito concessões com o objetivo de melhorar as condições da sociedade e manter a legitimidade de sua hegemonia. O surgimento do Estado de bem-estar deve-se à tomada de consciência da classe capitalista quando esta percebe que a produção em massa, engendrada pelas técnicas de produção fordista, requer o consumo massivo. 60 E no Brasil? Fábio Guedes afirma que: (ESAF/STN/2005) Desde a década de 30, o Estado Brasileiro vem adotando uma estratégia de BemEstar Social, caracterizada pela universalização dos direitos sociais e pela intervenção na economia como planejador, promotor do desenvolvimento e produtor direto, segundo o modelo de substituição de importações. A definição de welfare state pode ser compreendida como um conjunto de serviços e benefícios sociais de alcance universal promovidos pelo Estado com a finalidade de garantir uma certa "harmonia" entre o avanço das forças de mercado e uma relativa estabilidade social. ERRADA 62 Não se constituiu um sistema de seguridade social próximo do modelo que ficou conhecido como Welfare State. Intervenção na economia - substituição importações - desenvolvimento atrasado de - Década de 1930: direitos trabalhistas - 1945 - 1964: desenvolvimentismo - Ditadura: “é preciso o bolo crescer para depois dividir" Crise do Estado de Bem-Estar Social Quatro fatores contribuíram para detonar a crise do Estado: − Crise econômica mundial – crises do petróleo na década de 1970. − Crise fiscal – revolta dos taxpayers. − Ingovernabilidade – sobrecarga de tarefas, legitimidade − Globalização – enfraquecimento dos Estados - CF/88: tentativa de implantação de um Estado de Bem-Estar 64 Administração Gerencial Segundo Bresser Pereira: A administração pública gerencial emergiu, na segunda metade deste século, como resposta à crise do Estado; como modo de enfrentar a crise fiscal; como estratégia para reduzir custos e tornar mais eficiente a administração dos imensos serviços que cabem ao Estado; e como um instrumento para proteger o patrimônio público contra os interesses do rent-seeking ou da corrupção aberta. Mais especificamente, desde os anos 60 ou, pelo menos, desde o início da década dos 70, crescia uma insatisfação, amplamente disseminada, em relação à administração pública burocrática. 65 (CESPE/TCU/2008) Para a administração pública gerencial, ao contrário do que ocorre na administração pública burocrática, a flexibilização de procedimentos e a alteração da forma de controle implicam redução da importância e, em alguns casos, o próprio abandono de princípios tradicionais, tais como a admissão segundo critérios de mérito, a existência de organização em carreira e sistemas estruturados de remuneração. ERRADA 66 Segundo o Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado: A administração pública gerencial constitui um avanço e até um certo ponto um rompimento com a administração pública burocrática. Isto não significa, entretanto, que negue todos os seus princípios. Pelo contrário, a administração pública gerencial está apoiada na anterior, da qual conserva, embora flexibilizando, alguns dos seus princípios fundamentais, como a admissão segundo rígidos critérios de mérito, a existência de um sistema estruturado e universal de remuneração, as carreiras, a avaliação constante de desempenho, o treinamento sistemático. A diferença fundamental está na forma de controle, que deixa de basear-se nos processos para concentrar-se nos resultados, e não na rigorosa profissionalização da administração pública, que continua um princípio fundamental. New Public Management - Nova Administração Pública Conjunto de argumentos e filosofias administrativas aceitas em determinados contextos e propostas como novo paradigma de gestão pública a partir da emergência dos temas crise e reforma do Estado, nos anos 80. Managerialism Consumerism Public Service Orientation Economia / eficiência produtividade Efetividade / qualidade Accountability / eqüidade Contribuintes Clientes / consumidores Cidadãos A reforma gerencial foi adotada inicialmente na Grã-Bretanha, com Margareth Tatcher, e nos Estados Unidos, com Ronald Reagan. 69 Dimensões do Desempenho Ministério do Planejamento – Definições do − Eficiência: uso otimizado, com economia e qualidade, dos bens e recursos empregados na implementação das ações. − Eficácia: capacidade de alcance das metas previstas; − Efetividade: correspondência entre os resultados da implantação de um programa e o alcance dos seus objetivos, tendo como referência os impactos na sociedade; 71 OBJETIVOS INSUMOS RECURSOS AÇÃO PRODUTO IMPACTOS RESULTADOS (CESPE/MDS/2006) A administração pública gerencial incorporou, a exemplo do setor privado, os conceitos de eficiência, eficácia e efetividade na avaliação de seu desempenho. A eficiência caracteriza-se pelo uso racional dos recursos disponíveis; a eficácia, pelos resultados obtidos pela ação governamental e a efetividade, pelo alcance dos objetivos e metas previamente estipulados. (CESPE/HCGV/2004) A avaliação da eficiência está relacionada com o alcance social das metas propostas por uma política ou programa, referindose, portanto, à adequação dos meios utilizados para atingir as metas. ERRADA (CESPE/HCGV/2004) A avaliação da eficácia visa aferir os custos e recursos empregados em uma política ou programa e os resultados alcançados. ERRADA ERRADA 73 (ESAF/EPPGG-MPOG/2003) Os instrumentos gerenciais contemporâneos são baseados na avaliação de desempenho e resultados e na flexibilidade organizacional. A seguir são apresentados alguns conceitos básicos deste novo tipo de gestão. Assinale a opção que identifica todas as relações corretas entre as colunas: 1 – Eficácia A – Utilização dos recursos. 2 – Objetivos B – Alcance de resultados. 3 – Flexibilização C– Delegação de autoridade. 4 – Eficiência D – Escala de prioridades. Resposta: E 5 – Descentralização E – Abordagem sistêmica. a) (1=>B), (4=>E), (2=>A), (3=>D), (5=>C) b) (1=>B), (4=>A), (2=>E), (3=>D), (5=>C) c) (1=>D), (4=>E), (2=>B), (3=>A), (5=>C) d) (1=>D), (4=>B), (2=>D), (3=>C), (5=>A) e) (1=>B), (4=>A), (2=>D), (3=>E), (5=>C) Resposta: E 75 (ESAF/EPPGG-MPOG/2009) Ao avaliar um programa de governo, é necessário lançar mão de critérios cuja observação confirmará, ou não, a obtenção de resultados. Assim, quando se deseja verificar se um programa qualquer produziu efeitos (positivos ou negativos) no ambiente externo em que interveio, em termos econômicos, técnicos, socioculturais, institucionais ou ambientais, deve-se usar o seguinte critério: a) eficiência. b) eficácia. c) sustentabilidade. d) efetividade. e) satisfação do beneficiário. Resposta: D 77 Segundo Frederico Lustosa: “Embora se associe normalmente a avaliação de desempenho à mensuração de eficiência na gestão de programas públicos, este não é, evidentemente, o único e, eventualmente, nem o mais importante critério a ser utilizado na avaliação. A lista dos critérios que podem ser utilizados é longa e a escolha de um, ou vários deles, depende dos aspectos que se deseja privilegiar na avaliação. Segundo o manual da Unicef, os mais comuns são: – impacto (ou efetividade) — indica se o projeto tem efeitos (positivos) no ambiente externo em que interveio, em termos técnicos, econômicos, socioculturais, institucionais e ambientais.” 78 Managerialism ou Gerencialismo Puro O governo Thatcher propunha: Segundo Caio Marini: O primeiro modelo é o gerencialismo puro, que corresponde à primeira etapa da experiência no Reino Unido e também nos Estados Unidos, onde a perspectiva central é o foco na economia e na eficiência; é o “fazer mais com menos”, o que significa olhar o cidadão como contribuinte, que não quer desperdício, ao contrário, quer ver o recurso arrecadado ser aplicado eficientemente. a clara definição das responsabilidades de cada funcionário das agências governamentais; a clara definição dos objetivos governamentais, analisados em sua substância, e não como processo administrativo; maior consciência acerca do valor dos recursos públicos (value Money), procurando maximizar a relação financeira entre os recursos iniciais e os gastos realizados, incorporando o valor da eficiência. 79 Consumerism Segundo Caio Marini: O outro, nesta linha evolutiva, recebeu a denominação de consumerismo a partir do foco na flexibilidade de gestão, na qualidade dos serviços e na prioridade às demandas do consumidor: é o “fazer melhor”. Note-se que, enquanto a primeira perspectiva quer recuperar a eficiência perdida, a segunda quer incrementar a qualidade dos serviços, olhando o cidadão como cliente. Pode ser traduzido como “satisfação do consumidor”. Introduziu a perspectiva da qualidade. Paradigma do Cliente na Administração Pública Public Service Orientation Segundo Caio Marini: O terceiro, o Public Service Oriented (PSO), está baseado na noção de eqüidade, de resgate do conceito de esfera pública e de ampliação do dever social de prestação de contas (accountability). Essa nova visão, ainda que não completamente delimitada do ponto de vista conceitual, introduz duas importantes inovações: uma no campo da descentralização, valorizando-a como meio de implementação de políticas públicas; 81 outra a partir da mudança do conceito de cidadão, que evolui de uma referência individual de mero consumidor de serviços, no segundo modelo, para uma conotação mais coletiva, incluindo seus deveres e direitos. Desse modo, mais do que “fazer mais com menos” e “fazer melhor”, o fundamental é “fazer o que deve ser feito”. Isto implica um processo de concertação nacional que aproxima e compromete todos os segmentos (Estado, sociedade, setor privado, etc.) na construção do projeto nacional. 82 (ESAF/EPPGG-MPOG/2003) Os instrumentos gerenciais contemporâneos são baseados na avaliação de desempenho e resultados e na flexibilidade organizacional. A seguir são apresentados alguns conceitos básicos deste novo tipo de gestão. Assinale a opção que identifica todas as relações corretas entre as colunas: 1 – Eficácia 2 – Objetivos 3 – Flexibilização 4 – Eficiência 5 – Descentralização A – Utilização dos recursos. B – Alcance de resultados. C– Delegação de autoridade. D – Escala de prioridades. E – Abordagem sistêmica. Accountability e Eqüidade 84 a) (1=>B), (4=>E), (2=>A), (3=>D), (5=>C) b) (1=>B), (4=>A), (2=>E), (3=>D), (5=>C) c) (1=>D), (4=>E), (2=>B), (3=>A), (5=>C) d) (1=>D), (4=>B), (2=>D), (3=>C), (5=>A) e) (1=>B), (4=>A), (2=>D), (3=>E), (5=>C) Resposta: E Accountability Não há tradução de accountability para o português. Alguns autores afirmam que isto se deve à pouca qualidade de nossa democracia em comparação com as anglo-saxãs. Corresponde a: − Obrigação de prestar contas; − Ser responsável pelos seus atos, principalmente resultados; − Sensibilidade das autoridades públicas em relação ao que os cidadãos pensam (responsividade) 86 Já Andréas Schedler identifica no conceito de accountability dimensões e distintos significados e ênfases: - a capacidade de resposta dos governos (answerability), ou seja, a obrigação dos oficiais públicos informarem e explicarem seus atos - a capacidade (enforcement) das agências de accountability (accounting agencies) de impor sanções e perda de poder para aqueles que violaram os deveres públicos. Accountability Horizontal, Vertical e Societal Accountability horizontal: a existência de agências estatais que estão legalmente capacitadas e autorizadas, e realmente dispostas e aptas, a tomar ações que ultrapassem da vigilância rotineira a sanção criminal ou impedimento em relação às ações ou omissões por outros agentes ou agências do estado que podem ser qualificadas como ilegais... pois este tipo de accountability para ser efetivo precisa ter agências que são autorizadas e dispostas a vigiar, controlar, corrigir e/ou punir ações ilegais de outras agências estatais. 88 Já a accountability vertical: pressupõe uma ação entre desiguais, seja sob a forma do mecanismo do voto (controle de baixo para cima) ou sob a forma do controle burocrático (de cima para baixo). Accountability Societal: um mecanismo de controle não eleitoral, que emprega ferramentas institucionais e não institucionais (ações legais, participação em instâncias de monitoramento, denúncias na mídia etc), que se baseia na ação de múltiplas associações de cidadãos, movimentos, ou mídia, objetivando expor erros e falhas do governo, trazer novas questões para a agenda pública ou influenciar decisões políticas a serem implementadas pelos órgãos públicos (ESAF/PSS/2008) Na análise dos processos participativos de gestão pública, sem dúvida, os conselhos de gestão representam uma nova forma de atuação da accountability vertical, pela capacidade de colocar tópicos na agenda pública, controlar seu desenvolvimento e monitorar sua implementação. ERRADA (ESAF/CGU/2006) Por accountability se entende a capacidade do Estado em formular e implementar políticas públicas e atingir metas. ERRADA 90 (ESAF/CGU/2008) A noção de accountability política pressupõe o exercício do poder político e a necessidade de que este seja controlado. Examine os enunciados abaixo, referentes ao debate contemporâneo sobre a accountability política e assinale a resposta certa. 1- Os pressupostos da democracia liberal representativa dão ênfase à accountability vertical, referente às relações entre o Estado e os cidadãos. 2- A accountability horizontal tem três dimensões, a saber: informação, sanção e prestação de contas. 3- O exercício da accountability requer mecanismos de aplicação de sanções formais. 4- A accountability horizontal é exercida dentro do Estado, por diferentes agências ou órgãos. a) Todos os enunciados estão corretos. b) Todos os enunciados estão incorretos. c) Somente o enunciado de número 2 está incorreto. d) Somente o enunciado de número 3 está incorreto. e) Somente os enunciados 1 e 4 estão corretos. (ESAF/CGU/2008) No debate sobre a accountability, diversos autores reconhecem a existência, nas poliarquias contemporâneas, de mecanismos de controle externos aos poderes Executivo, Legislativo ou Judiciário. Examine os enunciados a seguir sobre a accountability societal e depois marque a resposta correta. 1- A accountability societal é um mecanismo de controle não eleitoral que emprega ferramentas institucionais e não institucionais. 2- A accountability societal se baseia na ação de múltiplas associações de cidadãos, movimentos sociais ou mídia. 3- O objetivo da accountability societal é expor erros e falhas dos governos, trazer novas questões para a agenda pública e influenciar decisões políticas a serem implementadas por órgãos públicos. 4- Os agentes da accountability societal têm o direito e o poder legal, além da capacidade institucional para aplicar sanções legais contra as transgressões dos agentes públicos. a) Todos os enunciados estão corretos. b) Todos os enunciados estão incorretos. c) Somente o enunciado de número 1 está incorreto. d) Somente o enunciado de número 4 está incorreto. e) Somente os enunciados 2 e 3 estão incorretos. Resposta: Anulada (E) Resposta: D O termo equidade refere-se à disposição de reconhecer o direito de cada um, mesmo que isso implique em não obedecer exatamente ao direito objetivo, pautando-se sempre pela busca de justiça e moderação. (CESPE/IEMA/2007) Para se alcançar a justiça, é preciso superar o conceito de igualdade e aplicar o conceito de eqüidade. CERTO 95 EQÜIDADE X IGUALDADE Apesar de serem muito confundidas, as palavras têm dois significados distintos e são conceitualmente diferentes. Igualdade é semelhança; equidade é justiça. Dessa forma, ser igual não significa necessariamente ser equânime, e vice-versa. Turner diferencia quatro tipos diferentes de eqüidade: • Ontológica: se refere à igualdade fundamental entre as pessoas • De oportunidade: Esta concepção, herança das revoluções francesa e americana, está na base da teoria social da meritocracia, sendo uma característica da doutrina política do liberalismo clássico, que considera ser possível uma mobilidade social perfeita, a partir da igualdade de oportunidades. • De Condições: Para haver, de fato, oportunidades iguais para todos os membros da sociedade, a eqüidade precisa ser observada também no "ponto de partida": apenas pessoas submetidas às mesmas condições de vida podem vir a ser consideradas "em igualdade" para competir com base em habilidades e méritos individuais. • Dos efeitos ou resultados: Nele, a legislação e outras medidas políticas procuram compensar os efeitos das desigualdades de condições sociais. Mecanismos de discriminação positiva precisam operar em favor de grupos menos privilegiados que têm, assim, suas oportunidades aumentadas, assegurando a eqüidade nos resultados. 97 (ESAF/MPOG/2005) Entre os dilemas do modelo pósburocrático, marque com (V) a assertiva verdadeira e com (F) a assertiva falsa e ao final assinale a opção correta. ( ) A relação entre a lógica fiscal e a lógica gerencial pode ser conflitante, visto que existe um trade off entre autonomia gerencial, exercida por mecanismos contratuais, e o controle fiscal rígido que inibe a administração por objetivos. ( ) A descentralização, apesar de possibilitar a melhora da democratização e da eficiência do sistema, pode agravar as diferenças regionais produzindo uma Resposta: E segregação entre regiões pobres e ricas, prejudicando a eqüidade dos serviços públicos. ( ) A separação entre formulação de políticas públicas e sua implementação pode prejudicar o accountability, pois fica mais difícil identificar o responsável pela prestação global dos serviços públicos. Indique a alternativa correta. a) V, F, V b) F, V, V c) V, V, F d) F, F, V e) V, V, V 99 Princípios da Administração Gerencial 1. Descentralização administrativa, através da delegação de autoridade para os administradores públicos transformados em gerentes crescentemente autônomos; 2. Descentralização do ponto de vista político, transferindo recursos e atribuições para os níveis políticos regionais e locais. 3. Organizações com poucos níveis hierárquicos ao invés de piramidal, 4. Pressuposto da confiança limitada e não da desconfiança total; 5. Controle por resultados, a posteriori, ao invés do controle rígido, passo a passo, dos processos 101 administrativos; 5. Controle por resultados, a posteriori, ao invés do controle rígido, passo a passo, dos processos administrativos; 6. Administração voltada para o atendimento do cidadão, ao invés de auto-referida. Segundo Bresser Pereira: É orientada para o cidadão e para a obtenção de resultados; pressupõe que os políticos e os funcionários públicos são merecedores de um grau real ainda que limitado de confiança; como estratégia, serve-se da descentralização e do incentivo à criatividade e à inovação; o instrumento mediante o qual se faz o controle sobre os órgãos descentralizados é o contrato de gestão. (CESPE/TCU/2008) O controle dos resultados de forma descentralizada, na administração pública, depende de um grau de confiança limitado nos agentes públicos, que, mesmo com estrito monitoramento permanente, devem ter delegação de competência suficiente para escolher os meios mais apropriados ao cumprimento das metas prefixadas. CERTA Segundo Bresser Pereira: Para que se proceda ao controle dos resultados, descentralizadamente, em uma administração pública, é preciso que políticos e funcionários públicos mereçam pelo menos um certo grau de confiança. Confiança limitada, permanentemente controlada por resultados, mas ainda assim suficiente para permitir a delegação, para que o gestor público possa ter liberdade de escolher os meios mais apropriados ao cumprimento das metas acordadas, ao invés de fixar metas e procedimentos em lei. Na administração burocrática, esta confiança não existe. 103 Segundo Maria Ozanira da Silva O monitoramento permite o acompanhamento constante, através do gerenciamento do cumprimento de metas e prazos, buscando o cumprimento do cronograma das atividades com o objetivo de garantir a eficiência do programa. Segundo Ana Paula Paes de Paula: De um lado está a administração pública gerencial, que se alinha ao movimento internacional de reforma do Estado e utiliza como referenciais as experiências do Reino Unido e dos Estados Unidos. (CESPE/MDS/2006) O modelo de administração pública societal incorpora aos modelos burocráticos e gerenciais tradicionalmente fechados práticas que ampliam a relação Estado-sociedade, como a instituição de conselhos gestores de políticas públicas e o orçamento participativo. CERTA De outro lado, está a administração pública societal, que herdou as idéias e propostas dos movimentos contra a ditadura e pela redemocratização no Brasil nas décadas de 1970 e 1980. O tema da inserção da participação popular na gestão pública é o cerne dessa vertente, que se inspira nas experiências alternativas de gestão pública realizadas no âmbito do poder local no Brasil, como os conselhos gestores e o orçamento participativo. 106 (ESAF/MPOG/2005) A partir da década de 80 e sobretudo a partir da década de 90, desenvolveu-se internacionalmente um amplo processo de reforma do Estado. Independentemente das especificidades nacionais, esse processo tem algumas características comuns. Uma série de características são apontadas a seguir: I - O papel do Estado como agente econômico é substituído pelo papel de regulador, ocorrendo um processo de privatização em escala variável. II - A dicotomia estatal/privado, predominante até então, abre espaço para formas intermediárias com a emergência de parcerias e de organizações públicas não-estatais. 108 III - O setor público incorpora em sua avaliação critérios tradicionalmente considerados como inerentes à iniciativa privada, tais como eficácia, eficiência, metas, produtividade e controle de custos. IV - A gestão das políticas públicas e o controle da ação estatal passam a ser feitos por organismos com crescente participação social. Os mecanismos de consulta pública (audiências, exigência de aprovação prévia de medidas por parte de conselhos, etc) se multiplicam. Segundo o Plano Diretor: Na administração pública gerencial a estratégia volta-se (1) para a definição precisa dos objetivos que o administrador público deverá atingir em sua unidade, (2) para a garantia de autonomia do administrador na gestão dos recursos humanos, materiais e financeiros que lhe forem colocados à disposição para que possa atingir os objetivos contratados, e (3) para o controle ou cobrança a posteriori dos resultados. Resposta: Todas Corretas 110 Adicionalmente, pratica-se a competição administrada no interior do próprio Estado, quando há a possibilidade de estabelecer concorrência entre unidades internas. No plano da estrutura organizacional, a descentralização e a redução dos níveis hierárquicos tornam-se essenciais. Em suma, afirma-se que a administração pública deve ser permeável à maior participação dos agentes privados e/ou das organizações da sociedade civil e deslocar a ênfase dos procedimentos (meios) para os resultados (fins). Estado Regulador Administração Gerencial X Neoliberalismo Segundo Bresser Pereira: A administração pública gerencial é freqüentemente identificada com as idéias neoliberais por outra razão. As técnicas de gerenciamento são quase sempre introduzidas ao mesmo tempo em que se implantam programas de ajuste estrutural que visam enfrentar a crise fiscal do Estado. 112 Governo Empreendedor: A palavra governo vem de um vocábulo que significa navegar, e o papel do governo é navegar — prestar serviço é remar, e o governo não é bom remador. Governança Progressiva democratizar a globalização: – Terceira Via: Rejeitar não apenas o estatismo burocrático da velha esquerda, mas também os postulados neoliberais do "Estado mínimo". (ESAF/TCU/2002) Assinale a opção correta a respeito do denominado new public management (NPM). a) O movimento gerencialista surgiu fortemente imbuído da crítica liberal ao estado contemporâneo, daí porque prescrevia prioritariamente a revitalização das funções estatais típicas. b) As experiências paradigmáticas no eixo angloamericano, com a inclusão paralela de países escandinavos, baseava-se predominantemente na busca de resultados para implementação de políticas públicas. 114 c) Teorias no âmbito do neo-institucionalismo econômico, entre as quais a teoria da agência e a teoria da escolha pública, formam, juntamente com abordagens contemporâneas de gestão, a base conceitual do NPM. d) O conceito de public governance e progressive governance enfatizam a busca de maior transparência na administração pública de acordo com a denominada administração pública progressivista. e) A Lei de Responsabilidade Fiscal representa adesão doutrinária ao estado da arte do NPM contemporâneo. Resposta: C De maneira geral, propõe uma gestão pública dotada das seguintes características: a. caráter estratégico ou orientado por resultado do processo decisório; b. descentralização; c. flexibilidade; d. desempenho crescente e pagamento por desempenho/produtividade; e. competitividade interna e externa; f. direcionamento estratégico; (ESAF/MPOG/2009) Podendo ser identificada como uma perspectiva inovadora de compreensão, análise e abordagem dos problemas da administração pública, com base no empirismo e na aplicação de valores de eficácia e eficiência em seu funcionamento, a Nova Gestão Pública propõe um modelo administrativo dotado das seguintes características, exceto: a) direcionamento estratégico. b) limitação da estabilidade de servidores e regimes temporários de emprego. c) maior foco nos procedimentos e menor foco nos produtos e resultados. d) desempenho crescente e pagamento por desempenho/produtividade. e) transparência e cobrança de resultados (accountability). Resposta: C 116 g. transparência e cobrança de resultados (accountability); h. padrões diferenciados de delegação e discricionaridade decisória; i. separação da política de sua gestão; j. desenvolvimento de habilidades gerenciais; k. terceirização; l. limitação da estabilidade de servidores e regimes temporários de emprego; estruturas diferenciadas”. 117 Governabilidade e Governança Segundo o Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado: O governo brasileiro não carece de “governabilidade”, ou seja, de poder para governar, dada sua legitimidade democrática e o apoio com que conta na sociedade civil. Enfrenta, entretanto, um problema de governança, na medida em que sua capacidade de implementar as políticas públicas é limitada pela rigidez e ineficiência da máquina administrativa Segundo Bresser Pereira: Governabilidade e governança são conceitos mal definidos, freqüentemente confundidos. A capacidade política de governar ou governabilidade deriva da relação de legitimidade do Estado e do seu governo com a sociedade, enquanto que governança é a capacidade financeira e administrativa em sentido amplo de uma organização de implementar suas políticas. Governabilidade Governança 119 Podemos dizer que a governabilidade está associada às condições de exercício do poder e de legitimidade do Estado e do seu governo derivadas da sua postura diante da sociedade civil e do mercado. Já a governança pode ser entendida capacidade que um determinado governo tem para formular e implementar as suas políticas, capacidade esta que pode ser dividida em financeira, gerencial e técnica. Para Bresser Pereira: No conceito de governança pode-se incluir, como o faz Reis (1994), a capacidade de agregar os diversos interesses, estabelecendo-se, assim, mais uma ponte entre governança e governabilidade. Uma boa governança, conforme observou Fritschtak (1994) aumenta a legitimidade do governo e, portanto, a governabilidade do país. 121 Segundo Eli Diniz, a governabilidade refere-se às condições sistêmicas de exercício do poder por parte do Estado em uma determinada sociedade. Seria uma somatória dos instrumentos institucionais, recursos financeiros e meios políticos de execução das metas definidas. As principais características da governabilidade seriam: a forma de governo, ou seja, se o sistema é parlamentarista (com todas as suas variantes), presidencialista ou misto, como no caso brasileiro; 123 a relação Executivo-Legislativo: se esta for mais assimétrica para um ou para outro podem surgir dificuldades de coordenação política e institucional, vitais para a governabilidade plena; a composição, formação e dinâmica do sistema partidário (com poucos ou muitos partidos), o que pode dificultar a relação Executivo-Legislativo e Estado-sociedade; o sistema de intermediação de interesses vigente na sociedade (corporativista, institucional pluralista, dispersos, ONGs etc.); e todo o conjunto das relações Estado-sociedade, ou seja, as relações dos movimentos organizados, associações e da cidadania com o Estado no sentido de ampliar a sua participação no processo de formulação/implementação de políticas das quais sejam beneficiários. Segundo Vinícius de Carvalho Araújo: (CESPE/TCU/2008) A governabilidade diz respeito às condições sistêmicas e institucionais sob as quais se dá o exercício do poder, tais como as características do sistema político, a forma de governo, as relações entre os poderes e o sistema de intermediação de interesses. CERTA 125 Em uma definição genérica, podemos dizer que a governabilidade refere-se às próprias condições substantivas/materiais de exercício do poder e de legitimidade do Estado e do seu governo derivadas da sua postura diante da sociedade civil e do mercado (em um regime democrático, claro). Pode ser concebida como a autoridade política do Estado em si, entendida como a capacidade que este tem para agregar os múltiplos interesses dispersos pela sociedade e apresentar-lhes um objetivo comum para os curto, médio e longo prazos. Já a governança pode ser entendida como a outra face de um mesmo processo, ou seja, como os aspectos adjetivos/instrumentais da governabilidade. Em geral, entende-se a governança como a capacidade que um determinado governo tem para formular e implementar as suas políticas. Esta capacidade pode ser decomposta analiticamente em financeira, gerencial e técnica, todas importantes para a consecução das metas coletivas. Segundo o Banco Mundial, a definição geral de governança é: O exercício da autoridade, controle, administração, poder de governo. É a maneira pela qual o poder é exercido na administração dos recursos sociais e econômicos de um país visando o desenvolvimento, implicando a capacidade dos governos de planejar, formular e implementar políticas e cumprir funções. 128 Governança Corporativa Segundo o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC): Governança Corporativa são as práticas e os relacionamentos entre os Acionistas/Cotistas, Conselho de Administração, Diretoria, Auditoria Independente e Conselho Fiscal, com a finalidade de otimizar o desempenho da empresa e facilitar o acesso ao capital. (ESAF/CGU/2006) Assinale se as frases a seguir são verdadeiras (V) ou falsas (F). ( ) Os conceitos de governabilidade e governança estão intimamente relacionados entre si e com a reforma do Estado. ( ) Os conceitos de governabilidade e governança não estão relacionados entre si e nem com a reforma do Estado. ( ) Por governança se entende a capacidade de governar derivada da legitimidade do Estado e do seu governo com a sociedade civil. ( ) Por governabilidade se entende a legitimidade de um determinado governo junto à sociedade para Resposta: D empreender mudanças. (CESPE/BB/2008) É função principal das práticas de governança corporativa assegurar que os executivos persigam os objetivos determinados pelos proprietários ou pelos responsáveis pelas decisões estratégicas e, não, pelos seus próprios interesses. Questão CERTA ( ) Por governança se entende a capacidade técnica, financeira e gerencial de implementar políticas públicas. ( ) Por accountability se entende a capacidade do Estado em formular e implementar políticas públicas e atingir metas. Escolha a opção correta. a) F, V, V, V, F, F b) V, F, V, F, F, V c) F, V, F, F, V, V d) V, F, F, V, V, F e) F, V, F, V, V, V Crise de Governabilidade Bobbio divide as teorias a não-governabilidade nas seguintes hipóteses: A não-governabilidade é o produto de uma sobrecarga de problemas aos quais o Estado responde com a expansão de seus serviços e da sua intervenção, até o momento em que, inevitavelmente, surge uma crise fiscal. Nãogovernabilidade, portanto, é igual à crise fiscal do Estado. A não-governabilidade não é somente, nem principalmente, um problema de acumulação, de distribuição e de redistribuição de recursos, bens e serviços aos cidadãos, mas é, de 133 preferência, um problema de natureza política: autonomia complexidade coesão e A não-governabilidade é o produto conjunto de uma crise de gestão administrativa do sistema e de uma crise de apoio político dos cidadãos às autoridades e aos governos. Na sua versão mais complexa, a não-governabilidade é a soma de uma crise de input (entradas, insumos) e de uma crise de output (saídas, produtos). 4- A governabilidade depende da capacidade do Estado de controlar e gerenciar o seu quadro administrativo e seus recursos financeiros. a) Todos os enunciados estão corretos. b) Todos os enunciados estão incorretos. c) Somente os enunciados 1 e 2 estão corretos. d) Somente os enunciados 2 e 3 estão corretos. e) Somente os enunciados 3 e 4 estão corretos. A não-governabilidade não é somente, nem principalmente, um problema de acumulação, de distribuição e de redistribuição de recursos, bens e serviços aos cidadãos, mas é, de preferência, um problema de natureza política: autonomia, complexidade, coesão e legitimidade das instituições. A governabilidade depende do relacionamento entre a autoridade e suas instituições de Governo e da força das suas instituições de oposição. (ESAF/CGU/2008) Examine os enunciados abaixo sobre a governabilidade e assinale a resposta correta. 1- A crise de governabilidade é o produto conjunto de uma crise de gestão administrativa do sistema e de uma crise de apoio político da sociedade às autoridades e ao governo. 2- As variáveis fundamentais à governabilidade de uma democracia são a autoridade de suas instituições de governo e a força das suas instituições de oposição. Resposta: C 3- A crise de governabilidade expressa um conjunto de problemas de acumulação, de distribuição e redistribuição de recursos, bens e serviços aos cidadãos, associados a uma crise fiscal. Samuel Huntington identifica um conjunto de quatro fatores fundamentais que estariam interferindo nos governos e gerando crise de governabilidade: Erosão da autoridade dada a vitalidade da democracia (excesso de democracia). Dessa perspectiva eles consideram que o Estado de Bem-Estar difundiu uma ideologia igualitária que, ao não poder cumpri-la, acaba por deslegitimar a autoridade pública. Sobrecarga do governo. Esta tese considera que a disponibilidade do Estado intervir nas relações sociais provoca um enorme aumento das demandas dirigidas às instituições políticas, determinando uma paralisia dos 138 governos por sobrecarga de demandas. Intensificação da competição política, gerando desagregação de interesses. Segundo essa tese a competição entre organizações políticas leva à incapacidade de selecionar e agregar interesses, causando a incapacidade das instituições quanto à absorção de demandas fragmentárias. O provincianismo nacionalista na política exterior, devido a pressões exercidas pelas sociedades a respeito de suas necessidades interiores. Soluções apontadas redução das atividades do governo: as teses do Estado mínimo, que implica na reforma institucional do Estado, procedendo à uma desconcentração do Estado, através da descentralização das políticas sociais para as instâncias sub-nacionais dos municípios e repasse das responsabilidades públicas ao setor privado; aumento de recursos e entradas à disposição dos Estados, o que tem significado um investimento e capacitação do setor tributário do governo, cuja eficiência tem função estratégica, no novo desenho do Estado; 140 redução das expectativas dos grupos sociais, através de uma redução e desconcentração do Estado de Bem Estar Social, reforma da Previdência e flexibilização dos Direitos sociais; aliados a uma absurda política de contração de empregos. c) A governança visa não apenas superar a crise do Estado e do seu aparelho, mas também cooperar na superação do atual quadro social persistente em nosso país. d) As principais fontes e origens da governança são os cidadãos e a cidadania organizada. e) A governança é a capacidade que um determinado governo tem para formular e implementar as suas políticas, ou seja, os aspectos adjetivos/instrumentais da governabilidade. Resposta: E (ESAF/CGU/2004) O desafio do Estado brasileiro pressupõe uma tarefa de transformação que exige a redefinição de seus papéis, funções e mecanismos de funcionamento interno. Este processo impõe novas exigências à sociedade como um todo. Assinale a opção correta entre as seguintes afirmações sobre governança. a) A governança consiste na própria autoridade política ou legitimidade possuída pelo Estado para apresentar à sociedade civil e ao mercado um amplo projeto para determinada nação. b) A governança é composta das condições sistêmicas nas quais se edifica um projeto de Estado e sociedade.