5. RELAÇÕES PESSOAIS E SOCIABILIDADES
Contactos pessoais e telefónicos
relacionamentos próximos (“locais”)
como
meio
privilegiado
nos
Os utilizadores de internet contactam frequentemente com os seus pais e
mães, pessoal ou telefonicamente. São 34,9% os que o fazem com o pai todos
os dias pessoalmente e 43,8% os que falam com estes pelo menos uma vez
por semana através do telefone. O mesmo se passa com os contactos com as
mães, sendo ainda um pouco mais frequente qualquer uma das formas de
contacto. Pessoalmente, fazem-no 35,6% dos utilizadores todos os dias e
32,9% uma vez por semana. Falam ao telefone todos os dias com as suas
mães 34,4% e 42,9% pelo menos uma vez por semana. Os contactos através
da internet são quase nulos, quer com uns quer com outros.
De salientar que cerca de metade dos pais (51,6%) e das mães (50,7%)
vivem no mesmo concelho que os inquiridos. São assim eleitos, para as
relações locais, os contactos pessoais e telefónicos, em detrimento da
utilização da internet.
Este facto pode ficar a dever-se à não utilização da internet por parte dos
pais e mães, e daí a impossibilidade de usar esta forma de comunicação.
Nos não utilizadores, a frequência de contactos com os pais é muito
semelhante.
Contactos através da internet com familiares e amigos são utilizados para
as relações mais distantes (“globais”)... mas não só...
Para além dos pais, são também fortes as redes de relacionamento com
outros familiares. Em média, desce apenas cerca de dois ou três pontos
percentuais o número médio de familiares que vive num determinado local e o
dos que com quem se relaciona. Por exemplo, dos familiares que vivem no
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mesmo concelho (15,5 pessoas em média) relacionam-se com 12,5. Mesmo
com os que vivem no estrangeiro (9,9 em média) relacionam-se com 7,6.
Nos não utilizadores de internet esta diferença é ainda mais ténue,
principalmente no que se refere aos que vivem mais longe.
A frequência dos contactos pessoais dos utilizadores de internet com os
familiares que residem no mesmo concelho concentra-se em pelo menos uma
vez por semana (45,9%). Sendo que 27,9% se encontram todos os dias. Os
não utilizadores têm também estes valores modais mas ligeiramente mais
baixos (44,3% e 26,9%, respectivamente). Estas frequências de contactos
pessoais vão rareando à medida que a distância aumenta.
Os contactos telefónicos dos utilizadores de internet com os familiares
que vivem no mesmo concelho fixam-se também no valor modal de frequência
de uma vez por semana (33,3%), logo seguidos de uma vez por mês (27,6%).
Passando-se o mesmo do que com os pais, há uma economia de contactos
estabelecida nas redes de relacionamento; se se vê pessoalmente todos os
dias essas pessoas não se fala ao telefone com elas. Curiosamente, nos não
utilizadores o valor modal deste tipo de contactos desce para pelo menos uma
vez por mês (27,1%). Também aqui se estabelece uma relação inversamente
proporcional entre a distância e a frequência dos contactos. Quanto mais
distantes, menos frequentes são os contactos.
Nos contactos realizados através da internet, surgem pela primeira vez
valores significativos de contacto mesmo com os familiares que residem no
mesmo concelho. São 5% os utilizadores que afirmam fazê-lo pelo menos uma
vez por mês, 3% uma vez por semana e 2% uma vez por ano. Estes valores
são também semelhantes para os familiares que estão mais distantes
geograficamente.
O número médio de amigos que os utilizadores de internet admitem ter é
muito semelhante ao dos não utilizadores. E são também bastante frequentes
os contactos pessoais que estabelecem com os que vivem próximo. Cerca de
85% dos utilizadores encontram-se pessoalmente com os amigos que residem
no mesmo concelho e cerca de 60% falam ao telefone diariamente ou pelo
menos uma vez por semana. São valores superiores aos dos pais.
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Já nos não utilizadores, os que se encontram pessoalmente com os
amigos diariamente ou pelo menos uma vez por semana são cerca de 83%,
mas contactam bastante menos frequentemente pelo telefone (29,2% todos os
dias ou pelo menos uma vez por semana).
Mantém-se também aqui para os dois grupos a mesma relação
inversamente proporcional entre distância e frequência de contactos.
Os valores mais elevados de contactos através da internet surgem
exactamente nas redes de relacionamento com os amigos: 14,6% declaram
contactar pela internet os amigos que residem no mesmo concelho pelo menos
uma vez por semana; 10,5% fazem-no uma vez por mês; 2,5% uma vez por
ano; e 2,3% todos os dias.
A frequência deste tipo de contacto vai-se intensificando à medida que a
distância aumenta, ao contrário do que acontece nas relações pessoais ou por
telefone. Este facto denota não só um potencial aumento deste meio de
contacto como forma de relacionamento, como também evidencia o facto da
internet ser cada vez mais frequentemente utilizada como forma de contacto
local e globalmente.
Relações de sociabilidade familiares. Densidade e centramento
São cerca de 3/4 dos utilizadores que afirmam nunca ter jantado sozinhos
(73,7%) ou apenas com alguns membros do agregado (77,3%). Cerca de
metade dos utilizadores (46,4%) afirmam ter jantado todos os dias da semana
com o agregado familiar completo. Estes valores são todos eles ainda mais
elevados nos não utilizadores.
Dos utilizadores de internet, 45% afirmam que há pessoas que se
queixam de não os(as) ver vezes suficientes. Este valor é de 28,2% no grupo
dos não utilizadores. Quem mais reclama são os amigos e as pessoas da
família.
A evolução de determinados aspectos da vida familiar dos utilizadores de
internet mostra que há uma tendência neste grupo para o aumento das
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conversas com quem vive e das actividades com os filhos, bem como uma
diminuição nas zangas em casa. Quanto às sensações de estar desesperado,
de isolamento e de depressão no último ano são todas elas referidas pelos
utilizadores de internet como tendo diminuído. Pelo contrário, em relação a
estes aspectos os não utilizadores afirmam que estas sensações aumentaram.
Claro que não é de esperar que estas características sejam intrínsecas a
utilizadores ou não utilizadores de internet, são apenas indicadores que por
agora permitem perceber a sua evolução específica nos dois grupos.
Quadro 5.1
Evolução de aspectos familiares e individuais no último ano
Utilizadores de internet
Aumentaram
Evolução das
conversas com as
pessoas com
quem vive durante
o último ano
Evolução das
actividades com
os seus filhos
durante o último
ano
Evolução das
zangas em casa
durante o último
ano
Evolução da
sensação de estar
desesperado(a)
durante o último
ano
Evolução da
sensação de estar
isolado ao resto
das pessoas
durante o último
ano
Evolução da
sensação de estar
deprimido(a)
durante o último
ano
Iguais
Diminuíram
Não utilizadores de internet
Total
Aumentaram
Iguais
Diminuíram
Total
n
121
487
51
659
186
1293
90
1569
%
18,3
73,9
7,7
100,0
11,8
82,4
5,7
100,0
n
77
175
25
278
176
783
191
1149
%
27,8
63,2
9,0
100,0
15,3
68,1
16,6
100,0
n
42
365
85
492
65
1002
190
1257
%
8,5
74,1
17,3
100,0
5,2
79,7
15,1
100,0
n
41
269
80
390
159
845
164
1168
%
10,5
69,0
20,4
100,0
13,6
72,3
14,0
100,0
n
41
264
80
384
172
875
148
1195
%
10,6
68,6
20,8
100,0
14,4
73,2
12,3
100,0
n
46
271
97
414
246
841
155
1241
%
11,2
65,5
23,4
100,0
19,8
67,7
12,5
100,0
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Relações sociais e sociabilidades