MINISTÉRIO DA SAÚDE Assessoria de Comunicação Social Divisão de Imprensa Pronunciamento do ministro da Saúde, José Gomes Temporão Brasília, 7 de maio de 2009 Desde o alerta da Organização Mundial da Saúde, feito no dia 25 de abril, o Ministério da Saúde vem mantendo total transparência sobre os acontecimentos e colocou em ação o seu plano para evitar e conter o avanço da doença no Brasil. Ontem, o governo brasileiro recebeu da Organização Mundial da Saúde os kits que permitem diagnosticar se um paciente tem ou não a gripe A (H1N1). Os laboratórios pediram um prazo de até 72 horas para oferecer os primeiros resultados. Mas, como eles tiveram tempo para estudar os protocolos e fazer todos os preparativos para o manejamento dos kits enquanto aguardavam a chegada deles, os primeiros resultados saíram mais rápido do que o previsto. Das amostras que já estão em análise, obtivemos, hoje, a confirmação de que quatro são confirmados como influenza A (H1N1). Todos os infectados contraíram o vírus no exterior. Outros 93 testes de casos suspeitos e em monitoramento deram negativo. Ou seja, eles não estão com a doença. 15 estão em processo de análise, cujos resultados provavelmente sairão amanhã. A chegada dos kits, portanto, nos permitiu confirmar que o vírus chegou ao Brasil. Mas o que muda na nossa estratégia a partir desta informação? NADA. Isto porque o governo brasileiro já vem tomando TODAS AS PRECAUÇÕES E TODAS AS MEDIDAS NECESSÁRIAS para conter a doença, rastreando, monitorando e tratando os possíveis doentes. Um breve histórico dos casos confirmados de Influenza A (H1N1) no Brasil: Dos quatro casos confirmados da doença no Brasil, dois são de São Paulo, um do Rio de Janeiro e um de Minas Gerais. Três deles vieram do México e um dos Estados Unidos. Os pacientes são adultos jovens. Todos passam bem. Não há crianças nem idosos entre os casos confirmados. Caso 1 Paciente de São Paulo que esteve no México de 17 a 22 de abril. Começou a manifestar os sintomas no dia 24 de abril. Ficou internado entre 29 de abril e 4 de maio. Passa bem. Como o maior período de transmissibilidade do vírus é de dez dias, este paciente não corre risco de infectar outras pessoas. Caso 2 Paciente de Minas Gerais que esteve no México de 22 a 27 de abril. Começou a manifestar os sintomas no dia 26 de abril, ainda no México. Foi internado no mesmo dia em que chegou ao Brasil. Recebeu alta no dia 29 de abril porque só tinha febre relatada, sem aferição por termômetro. Permaneceu em isolamento domiciliar até o dia 6 de maio. Passa bem. Como o maior período de transmissibilidade do vírus é de dez dias, este paciente não corre risco de infectar outras pessoas. Caso 3 Paciente de São Paulo que esteve na Flórida, nos Estados Unidos. Chegou ao Brasil no dia 28 de abril. Começou a manifestar os sintomas no dia 29. Não foi internado porque, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, nesta data, a Flórida não era considerada área afetada pela doença nos Estados Unidos. Isto só aconteceria no dia 2 de maio. Foi mantido em isolamento domiciliar. Passa bem. Nenhum dos familiares manifestou sintomas. Caso 4 Paciente do Rio de Janeiro que esteve no México. Retornou ao Brasil no dia 3 de maio. Começou a manifestar os sintomas no dia 2 de maio, ainda no México. Está internado desde o dia 5 de maio. Passa bem. Ressalto que a confirmação dos casos mostra que os sistemas de vigilância estão funcionando plenamente e o poder público está com a situação controlada. Mais: todos os casos foram importados e não existem evidencias de que o vírus tenha contaminado outras pessoas no país, ou seja, o vírus não circula no país. Esses procedimentos mostram que temos controle sobre os possíveis casos da doença e a capacidade para tratar as pessoas infectadas. Volto a afirmar: todos os pacientes passam bem. Assim quero garantir a todos que estamos preparados para conter a doença com pulso firme. Devo mencionar, por exemplo, que o México, país mais atingido pela gripe, possui cerca de 1 milhão e 800 mil tratamentos disponíveis para sua população. Já o Brasil tem o suficiente para tratar, pelo menos, 9 milhões de pessoas. Quero reafirmar que não há mudança nas ações do Ministério da Saúde. Tudo o que deveria estar sendo feito, está sendo feito. Vamos manter a vigilância nos portos e nos aeroportos e a vigilância terrestre. Temos uma estrutura construída desde o ano 2000. Trata-se de uma rede de vigilância em saúde para enfrentar o vírus influenza. Em 2003, o governo brasileiro fortaleceu essa vigilância e preparou a rede nacional de laboratórios para o diagnóstico da doença. E, finalmente, já em 2005, criamos um grupo com representantes de diversos ministérios para realizar ações conjuntas para combater o vírus. Qual é o recado para a população: Fiquem tranqüilos. Estamos no controle da situação e até o momento não há nenhum registro de contágio homem a homem no Brasil. Todos os casos foram contraídos no exterior. A diferença de ontem para hoje é que confirmamos caso de pessoas que foram identificadas e passam bem. Reitero que estamos mantendo total transparência de nossas ações. Qualquer pessoa pode acompanhar os acontecimentos pelo site do Ministério da Saúde, o www.saude.gov.br, onde estão à disposição boletins diários. Dúvidas podem ser solucionadas também pelo Disque-saúde, número de informações gratuito 0800 61 1997. A minha palavra de hoje, portanto, é que a população deve estar segura de que todas as recomendações da Organização Mundial de Saúde estão sendo seguidas. Deixo um alerta importante. As pessoas não devem se automedicar, pois, além de perigoso para a sua saúde, os medicamentos podem mascarar a doença. Todas as pessoas que vierem de países afetados ou que tiverem contato com pessoas que sejam consideradas suspeitas de ter a doença e tiverem os sintomas, devem devem procurar um serviço de saúde, que estará pronto para recebê-los. Os sintomas são os seguintes: Febre repentina acima de 38ºC E tosse, e além disso, você pode ter também um dos seguintes sintomas: dificuldade para respirar, dor de cabeça, dor muscular e dor nas articulações. Esses sintomas surgem em até 10 dias depois de a pessoa sair de uma região afetada pela doença. Também é preciso ficar alerta se a pessoa teve contato próximo, nos últimos dez dias, com uma pessoa que tenha a suspeita de estar infectada pela influenza A (H1N1). O Ministério da Saúde, os estados e os municípios, e também os médicos e os hospitais, todos estamos preparados e em plena ação para dar segurança à população e conter a doença no nosso país.