ECONOMIA AULA 05: FUNÇÕES DO SETOR PÚBLICO TÓPICO 03: DÉFICIT E FORMAS DE FINANCIAMENTO DÉFICIT X NÍVEL DE ATIVIDADES: Como já foi dito, o governo pode promover um aumento na demanda agregada através de uma Política Fiscal expansionista, visando incentivar um aumento no nível de produção e emprego, impulsionando desta forma o nível de atividade econômica. O aumento dos gastos públicos estimula um aumento da produção das firmas por duas vias: diretamente, quando o setor público compra bens e serviços das empresas e famílias e indiretamente, quando as famílias, de posse de uma renda maior, devido por exemplo a uma redução de impostos, elevam sua demanda e aumentam seu consumo. O efeito indireto dos gastos públicos provoca também o que podemos chamar de “efeito multiplicador” sobre a atividade econômica, pois estes gastos promovem um aumento mais que proporcional na demanda agregada e também no PIB (Produto Interno Bruto). EXEMPLO DE EFEITO MULTIPLICADOR Suponha que o governo decida gastar R$50 bilhões construindo estradas e pontes. As compras governamentais de bens e serviços aumentaram o gasto total em bens e serviços finais diretamente em R$ 50 bilhões. Mas, haverá também um efeito indireto, porque as compras governamentais darão inicio a uma reação em cadeia por toda a economia. As firmas que produzem bens e serviços comprados pelo governo terão receitas que fluirão para as famílias na forma de salários, lucros, juros e alugueis. Esse aumento na renda disponível levará a um aumento nos gastos de consumo, e o aumento nos gastos de consumo, por sua vez, induzirá as firmas a aumentarem o produto, levando a um aumento subseqüente na renda disponível, o que dará inicio a outra rodada de aumento dos gastos de consumo, e assim por diante. FINANCIAMENTO DA DÍVIDA PÚBLICA: No século XX na maioria dos paises houve um aumento significativo no setor público na economia. Este fato criou nestas economias uma necessidade crescente de financiamento da dívida pública, que elevou-se bastante neste período. A existência de déficits implica que ele deve ser financiado de alguma forma. Como alternativa de financiamento de déficit público, pode-se citar: O AUMENTO DA CARGA TRIBUTÁRIA O aumento da carga tributária aparece como uma forma natural de se financiarem os gastos públicos, entretanto este procedimento apresenta uma série de limitações, pois, quando existe déficit, os impostos são insuficientes para atender os gastos. Além disso, o aumento de impostos é sempre um medida impopular, e, em período de recessão, pode agravar ainda mais a situação, pois tal medida causa redução na renda líquida da população, que por isso pode reduzir seu consumo, o que causa uma redução na produção privada e cria um efeito negativo na dinâmica econômica. A EMISSÃO DE MOEDA Outro procedimento para tentar enfrentar o déficit público consiste na emissão de moeda (criação de dinheiro). Isso porque o setor público, por meio do Banco Central, é o responsável pela emissão do dinheiro e, com isso, poder-se-ia pensar que basta recorrer à emissão monetária que atenderíamos às necessidades de financiamento do déficit. Entretanto este procedimento implicaria aumentar a pressão inflacionária e a perda do valor do dinheiro. A VENDA DE TÍTULOS PÚBLICOS A terceira possibilidade para financiar os gastos públicos consiste em emissão da dívida pública, ou seja, o estado pôr à venda títulos públicos. Essa iniciativa também tem implicações monetárias, dado que os fundos financeiros não são ilimitados e que a emissão da dívida pública pode reduzir as possibilidades de financiamento da iniciativa privada, assim como contribuir para aumentar a taxa de juros. OBSERVAÇÃO Quais os problemas de uma dívida pública crescente ? Há duas razões para preocupação quando um governo incorre em déficits orçamentários persistentes. Quando o governo toma emprestados fundos nos mercados financeiros, ele esta competindo com as firmas que pretendem tomar emprestado para financiar gastos de investimento. Em conseqüência, a tomada de empréstimos pelo governo pode congestionar o mercado de crédito e deslocar gastos de investimento privados (crowding out), reduzindo a taxa de crescimento de longo prazo da economia. Outra razão é que os déficits de hoje, ao aumentarem a divida do governo, exercem pressão sobre os orçamentos futuros. O impacto dos déficits correntes sobre os déficits futuros é direto. Como os indivíduos, o governo precisa pagar suas contas, inclusive pagamento de juros sobre a divida acumulada. TRIBUTAÇÃO: A tributação é a principal e maior forma de receita do Governo. Cada imposto consiste em duas partes: uma base e uma estrutura. A base tributária é a medida ou o valor que determina quanto imposto o individuo paga. Normalmente é uma medida monetária como renda ou valor da propriedade. A estrutura tributária especifica como o imposto depende da base tributária. Em geral, é expressa como percentagem. Os impostos podem ser diretos, indiretos ou ainda podem ser progressivos, regressivos ou proporcionais. TIPOS DE IMPOSTOS DIRETOS Incidem sobre os indivíduos. Ex.: Impostos de renda: é um imposto que depende dos rendimentos de um individuo ou família provenientes de salários e investimentos. INDIRETOS Incidem sobre bens e serviços adquiridos pelas pessoas. Ex: Imposto sobre a Venda (ICMS, IPI): imposto que depende do valor de um produto ou serviço vendido. PROGRESSIVO É o caso do imposto direto, ou seja, quanto maior a renda mais se paga de imposto. REGRESSIVO É o caso do imposto indireto, ou seja independentemente da renda todos pagam o mesmo imposto. Esse tipo de imposto onera mais as pessoas que possuem menor renda. PROPORCIONAIS Independentemente da renda o percentual de imposto a pagar permanece constante a sua renda total. FÓRUM Faça uma reflexão do sistema tributário brasileiro e elabore um comentário no fórum. DESAFIO Faça um levantamento de quanto foi o superávit do setor público de 2000 à 2006. Quanto foi pago de juros nominais nesse período. Consulte o sitio do Banco Central do Brasil www.bacen.gov.br (http://www.bacen.gov.br) . REFERÊNCIAS LOPES, Luiz; VASCONCELOS, Marco.Manual de Macroeconomia. São Paulo: Atlas, 2000. KRUGMAN, Paul; WELLS, Robin.Introdução a Economia. Rio de Janeiro: Campus, 2007. MENDES, Carlos; TREDEZINI, Cícero; BORGES, Fernando. em>ECONOMIA (INTRODUÇÃO), 2007. SOUSA, Paulo Francisco Barbosa. Análise da Arrecadação Federal do Brasil no período de 2003 a 2005: Uma abordagem econômica. 2006, 71 p. Monografia (Bacharelado em Economia). Faculdade de Economia, Administração,Atuária e Contabilidade, Universidade Federal do Ceará. Responsável: Prof.João Mário Santos de França Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual