ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias RELATÓRIO FINAL da Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias Novembro de 2009 1 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias MESA DIRETORA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA - 2009 Presidente: Dep. IVAR PAVAN - PT 1.º Vice-Presidente: Dep. LUCIANO AZEVEDO - PPS 2.º Vice-Presidente: Dep. FRANCISCO APPIO - PP 1.º Secretário: Dep. GIOVANI CHERINI - PDT 2.º Secretário: Dep. NÉLSON HÄRTER - PMDB 3.º Secretário: Dep. PAULO BRUM - PSDB 4.º Secretário: Dep. CASSIÁ CARPES - PTB 2 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias COMPOSIÇÃO DA COMISSÃO Presidente: Dep. LUÍS AUGUSTO LARA - PTB Vice-Presidente: Dep. PEDRO WESTPHALEN – PP ( * ) Relator: Dep. LUCIANO AZEVEDO - PPS TITULARES: Dep. ADÃO VILLAVERDE - PT Dep. ADROALDO LOUREIRO - PDT Dep. EDSON BRUM - PMDB Dep. FREDERICO ANTUNES - PP Dep. GILBERTO CAPOANI - PMDB Dep. HEITOR SCHUCH - PSB Dep. JORGE GOBBI - PSDB Dep. MARQUINHO LANG - DEM Dep. RAUL PONT - PT SUPLENTES: Dep. ÁLVARO BOESSIO - PMDB Dep. GERSON BURMANN - PDT Dep. IRADIR PIETROSKI - PTB Dep. JOÃO FISCHER - PP Dep. LUIZ FERNANDO ZÁCHIA - PMDB Dep. MARCO PEIXOTO - PP Dep. MIKI BREIER - PSB Dep. PAULO BORGES - DEM Dep. ZILÁ BREITENBACH - PSDB ( * ) até 20/09/2009 3 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias SUMÁRIO Apresentação ........................................................................ 5 Palavra do Presidente .................................................. 5 Proposta de Plano de Trabalho ............................ 6 Trabalho realizado ................................................................. 9 Cronograma das reuniões e audiências ..................... 9 Primeira reunião .................................................................... 10 Segunda reunião ................................................................... 13 Audiência Pública em Porto Alegre ....................................... 13 Reunião na Sede da AGERGS ............................................ 25 Audiência Pública em Santa Cruz do Sul ............................ 27 Audiência Pública em Santa Maria ...................................... 39 Audiência Pública em Caxias do Sul ................................... 48 Audiência Pública em Santana do Livramento .................... 53 Audiência Pública em Pelotas ............................................. 60 Audiência Pública em Passo Fundo .................................... 65 Audiência Pública em Novo Hamburgo ................................ 71 Audiência Pública em Tramandaí ........................................ 76 Audiência Pública em Santa Rosa ....................................... 80 Estudo da AGERGS (Informação N.º 56/09-DT) ................. 86 Considerações Finais e Conclusões .................................. 123 4 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias APRESENTAÇÃO Palavra do Presidente As Estações Rodoviárias (ERs) incluem-se entre os serviços públicos delegados pelo Estado à iniciativa privada. Porta de entrada e de saída de uma cidade, devem, dessa forma, atender aos usuários com qualidade e eficiência. Anualmente, cerca de 40 milhões de pessoas utilizam as 326 rodoviárias gaúchas para se deslocarem pelo Estado. Os usuários recebem o mesmo serviço de 20 anos atrás, e as concessões das rodoviárias estão vencidas. Com o objetivo de fiscalizar a prestação desse importante serviço, a Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias tem como fim avaliar o funcionamento desses estabelecimentos, bem como revisar o sistema de concessões dos serviços. Na justificativa do requerimento de criação desta Comissão, assim me manifestei: A apresentação do presente requerimento parlamentar encontra fundamento nos artigos 178, caput, e 179, caput da Constituição Estadual, os quais preconizam, respectivamente: Art. 178. O Estado estabelecerá política de transporte público intermunicipal de passageiros, para a organização, o planejamento e a execução deste serviço, ressalvada a competência federal; Art. 179 - A lei instituirá o sistema estadual de transporte público intermunicipal de passageiros, que será integrado, 5 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias além das linhas intermunicipais, pelas estações rodoviárias e pelas linhas de integração que operam entre um e outro Município da região metropolitana e das aglomerações urbanas. Portanto, com base nos dispositivos constitucionais em tela, e com amparo no Art. 79 do Regimento Interno desta Casa, este parlamentar requer a criação dessa Comissão Especial na atual legislatura, buscando criar as condições políticas necessárias para que as Estações Rodoviárias possam desempenhar um importante papel na prestação dos serviços públicos de transporte coletivo rodoviário e como tal, devem apresentar um serviço de qualidade à população. Como é facultado aos Deputados Estaduais no inciso XIX do Art. 53 da Constituição do Estado do Rio Grande do Sul, cabe a esta Assembléia Legislativa “exercer a fiscalização e o controle dos atos do Poder Executivo”. Por fim, salientamos que esta Comissão Especial poderá ser considerada de grande abrangência e relevância social, melhorando em muito a qualidade de vida de todos os cidadãos e cidadãs gaúchos. Como referido, a Constituição Estadual prevê a elaboração de lei que regulamente os serviços prestados pelas ERs. A Comissão terá 120 dias para elaborar um diagnóstico dos locais e propor um novo modelo de serviços e concessões. Passados esses 120 dias, será formada uma nova Comissão que analisará a situação do transporte intermunicipal de passageiros, pois o valor da passagem de ônibus precisa ser mais acessível e não mais caro que o de uma passagem aérea. Proposta de Plano de Trabalho 6 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias Esta Comissão Especial tem como objetivo avaliar as instalações e a execução dos serviços prestados à comunidade pelas Estações Rodoviárias (ERs), instaladas mediante concessão do DAER/RS. As ERs, incluem-se dentre os serviços públicos que são delegados pelo Estado para a iniciativa privada, e sendo assim, estão sujeitos a falhas quando da prestação dos serviços. A comissão terá como fim avaliar os problemas pertinentes e relativos ao tema, buscando soluções com vistas à melhoria das condições dos serviços das ERs, quando integrantes do sistema de transporte, bem como um mecanismo de uma melhor prestação de serviços à população gaúcha, e mais: a) - Efetuar um real levantamento das instalações e das condições de funcionamento em que se encontram as ERs do Estado; b) - Verificar as condições de regularidade, continuidade, eficiência, e segurança na prestação do serviço concedido; c) - Analisar e fiscalizar o processo que envolve a prestação dos serviços, objetivando a busca pela qualidade, produtividade e minimizando as falhas existentes quando da prestação dos serviços; d) - Analisar as condições dos sistemas operacionais, sistemas de apoio e os sistemas comerciais que envolvem a prestação dos serviços; e) - Recomendar medidas e encaminhar soluções para os problemas identificados ao final dos trabalhos, com o objetivo de examinar e propor alternativas para a solução dos problemas resultantes da prestação de serviços pelas partes envolvidas na busca da satisfação dos serviços oferecidos para a população. Para isso, o plano de trabalho contempla a realização de dez audiências públicas - a primeira em Porto Alegre e as demais em municípios das nove macrorregiões do Estado - e de visitas técnicas, anteriores às audiências públicas, para coleta de informações nas macrorregiões que envolvem os Coredes Metropolitano do Delta do Jacuí, Centro Sul, Vale do Caí, Vale do Rio dos Sinos e Paranhana-Encosta da 7 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias Serra; Vale do Rio Pardo e Vale do Taquari; Campo de Cima da Serra; Litoral Norte; Coredes do Sul; da Campanha e da Fronteira Oeste; da Fronteira Noroeste, Missões, Noroeste Colonial e Celeiro; do Alto Jacuí, Central, Jacuí-Centro e Vale do Jaguari; do Alto da Serra do Botucarai, Médio Alto Uruguai, Nordeste, Norte, Produção e Rio da Várzea. Temos hoje um modelo esclerosado de concessão de rodoviárias. Muitas delas possuem infraestrutura defasada e dificuldade em prestar os serviços básicos. Por isso, temos de fazer um levantamento das instalações e condições de funcionamento e verificar itens como regularidade, eficiência, prestação de serviços, acessibilidade e revisão de concessões. A sabedoria deste Parlamento está em não fazer caça às bruxas, e sim buscar soluções e cobrar que as rodoviárias tenham estruturas adequadas às necessidades de seus usuários. A tarefa não será fácil, mas são ações como essa que engrandecem a nossa Assembleia Legislativa. Deputado LUÍS AUGUSTO LARA 8 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias TRABALHO REALIZADO Reuniões e Audiências Públicas Ao final dos 120 dias de existência desta Comissão Especial, cabe ao relator a tarefa de sistematizar e tornar público o resultado do trabalho realizado. É o que segue: Instalada em 17 de junho de 2009, nos termos regimentais desta Casa Legislativa, a Comissão teve 120 dias para concluir os trabalhos. O plano de trabalho traçado foi integralmente cumprido, tendo sido realizadas diversas reuniões e dez (10) Audiências Públicas, uma na Capital e as outras nove (9) no interior do Estado, a saber: DATA 17/06/2009 30/06/2009 13/07/2009 19/08/2009 21/08/2009 24/08/2009 31/08/2009 11/09/2009 17/09/2009 28/09/2009 02/10/2009 05/10/2009 16/10/2009 21/10/2009 ATIVIDADE / EVENTO Instalação da Comissão Reunião Audiência Pública em Porto Alegre Reunião na Sede da AGERGS Audiência Pública em Santa Cruz do Sul Audiência Pública em Santa Maria Audiência Pública em Caxias do Sul Audiência Pública em Santana do Livramento Audiência Pública em Pelotas Audiência Pública em Passo Fundo Audiência Pública em Novo Hamburgo Audiência Pública em Tramandaí Audiência Pública em Santa Rosa Reunião 9 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias Primeira reunião de trabalho ( ATA Nº 1 ) Logo após a sua instalação (17/06), em 30 de junho de 2009, na Sala Professor Salzano Vieira da Cunha, no terceiro andar do Palácio Farroupilha, realizou-se a primeira reunião da Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias, sob a Presidência do Senhor Deputado Luis Augusto Lara. Presentes os Senhores Deputados membros titulares Frederico Antunes, Pedro Westphalen, Adroaldo Loureiro, Adão Villaverde, Raul Pont, Jorge Gobbi e Luciano Azevedo, além do Senhor Deputado Miki Breier. Havendo quorum regimental, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ao ingressar no período destinado ao Conhecimento de Matéria da Alçada da Comissão, o Senhor Presidente apresentou a Proposta de Plano de Trabalho, já referida, composta de dez audiências públicas – a primeira em Porto Alegre e as demais em municípios das nove macrorregiões do Estado, com o objetivo de informar e debater as condições atuais de funcionamento em que se encontram as estações rodoviárias gaúchas – e de visitas técnicas, anteriores às audiências públicas, para coleta de informações nas macrorregiões adiante citadas. Havendo quorum regimental para deliberar, passou-se a Ordem do Dia, com a presença dos Senhores Deputados Pedro Westphalen, Luciano Azevedo, Jorge Gobbi, Frederico Antunes, Adroaldo Loureiro, Adão Villaverde e do Senhor Presidente Deputado Luis Augusto Lara. O Senhor Presidente consultou os presentes acerca de indicação para a Vice-Presidência e a Relatoria da Comissão. Foram sugeridos os nomes dos Deputados Pedro Westphalen, como Vice-Presidente, e Luciano Azevedo, como Relator. Não havendo manifestações em contrário, o Presidente da Comissão declarou-os eleitos e empossados. Passou, a seguir, à apreciação dos requerimentos. Após a leitura do primeiro requerimento, o Deputado Frederico Antunes consultou o Presidente quanto à possibilidade de se realizar a votação dos requerimentos em bloco. O Deputado Adão Villaverde sugeriu a votação em bloco de parte dos requerimentos e de outra parte em separado. O Deputado Jorge Gobbi pediu que fosse solicitada ao DAER-RS a apresentação, durante a primeira 10 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias audiência pública a ser realizada pela Comissão, das datas e dos resultados das últimas averiguações e inspeções realizadas nas rodoviárias. Em relação ao pedido, na oportunidade este relator informou que as inspeções nas rodoviárias são uma regra e que todas as rodoviárias atualmente estão sendo notificadas, por exemplo, da necessidade de terem bebedouro público e acesso adaptado para deficiente físico. Referi, contudo, que a solicitação do Deputado Jorge Gobbi era importante por trazer os dados da última verificação realizada pelos órgãos de fiscalização e apontar a necessidade de se examinar não somente a situação das estações rodoviárias, mas também a dos municípios que não têm estação rodoviária. O Presidente da Comissão, Deputado Luis Augusto Lara, retomou a questão da forma de apreciação dos requerimentos, informando que estes deveriam ser votados um a um. À leitura de cada item, solicitou que os deputados favoráveis permanecessem como estavam e os contrários se manifestassem. Não houve manifestações em nenhum dos requerimentos colocados em votação, de modo que todos os doze resultaram aprovados, sendo eles: Requerimento número 1, para a realização de audiência pública sobre a situação atual das estações rodoviárias localizadas no Rio Grande do Sul, em data e local a serem definidos, tendo como convidados o Diretor-Geral do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem do Estado do Rio Grande do Sul (DAER-RS), Senhor Vicente Britto Pereira, o representante do Departamento de Operações e Concessões do DAER-RS, Senhor Antônio Augusto Martins, representantes do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul, do Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul, da OAB/RS, da AGERGS, do SAERRGS, da ATM, da AGPM, da AGCR, da ABCR e da RTI; Requerimento número 2, para a realização de audiência pública nas macrorregiões que envolvem os Coredes Metropolitano do Delta do Jacuí, Centro Sul, Vale do Caí, Vale do Rio dos Sinos e Paranhana-Encosta da Serra, para debater e propor alternativas acerca do objeto da Comissão; Requerimento número 3, para a realização de audiência pública nas macrorregiões que envolvem os Coredes do Vale do Rio Pardo e Vale do Taquari para debater e propor alternativas acerca do objeto da Comissão; Requerimento número 4, para a realização de audiência pública nas macrorregiões que envolvem os Coredes do Campo de Cima da Serra, 11 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias para debater e propor alternativas acerca do objeto da Comissão; Requerimento número 5, para a realização de audiência pública nas macrorregiões que envolvem os Coredes do Litoral Norte, para debater e propor alternativas acerca do objeto da Comissão; Requerimento número 6, para a realização de audiência pública nas macrorregiões que envolvem os Coredes do Sul, para debater e propor alternativas acerca do objeto da Comissão; Requerimento número 7, para a realização de audiência pública nas macrorregiões que envolvem os Coredes da Campanha e da Fronteira Oeste, para debater e propor alternativas acerca do objeto da Comissão; Requerimento número 8, para a realização de audiência pública nas macrorregiões que envolvem os Coredes da Fronteira Noroeste, Missões, Noroeste Colonial e Celeiro, para debater e propor alternativas acerca do objeto da Comissão; Requerimento número 9, para a realização de audiência pública nas macrorregiões que envolvem os Coredes do Alto do Jacuí, Central, Jacuí-Cento e Vale do Jaguari, para debater e propor alternativas acerca do objeto da Comissão; Requerimento número 10, para a realização de audiência pública nas macrorregiões que envolvem os Coredes do Alto da Serra do Botucarai, Médio Alto Uruguai, Nordeste, Norte, Produção e Rio da Várzea, para debater e propor alternativas acerca do objeto da Comissão; Requerimento número 11, para a realização de visita técnica para coleta de dados e informações nas macrorregiões indicadas nos requerimentos de audiências públicas, utilizando-se da estrutura disponibilizada pela Assembleia Legislativa; e Requerimento número 12, para a suspensão dos trabalhos desta Comissão, durante o recesso Parlamentar, desta Casa Legislativa. Não havendo mais matéria a ser votada, encerrou-se a Ordem do Dia e passou-se aos Assuntos Gerais. O Senhor, Presidente Deputado Luis Augusto Lara, solicitou que fosse fixada uma data para a primeira audiência pública da Comissão – que aconteceu, em Porto Alegre, no dia 13 de julho de 2009; o Senhor Deputado Adão Villaverde pediu que o Plano de Trabalho proposto pela Comissão como inicial previsse uma discussão sobre o atual modelo e sistema de concessão do DAER-RS; por sua vez, o Deputado Jorge Gobbi sugeriu que, dentro das possibilidades, fosse feita uma pesquisa de opinião de como a população vê os serviços das estações rodoviárias; por fim, o Senhor Presidente apresentou os servidores que serão encarregados de 12 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias secretariar e assessorar os trabalhos da Comissão (Coordenador, Elir Domingo Girardi; Secretária, Marinella Stefani Peruzzo). Segunda reunião de trabalho ( ATA Nº 2) Em 13 de julho de 2009, às dezesseis horas, na Sala José Antônio Lutzenberger, localizada no quarto andar do Palácio Farroupilha, realizou-se reunião da Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias, sob a presidência do Deputado Luis Augusto Lara, com a presença dos também Deputados Luciano Azevedo e Jorge Gobbi. Ao iniciar os trabalhos, o Senhor Presidente cumprimentou a todos e declarou aprovada a Ata de n° 1, ressalvando aos Senhores Parlamentares o direito de retificá-la, por escrito, se assim o desejassem. Logo a seguir, não havendo quorum para deliberações, o Senhor Presidente declarou encerrada a reunião e convidou os presentes a permanecerem no local para participarem da Audiência Pública sobre a situação das estações rodoviárias no Rio Grande do Sul. Primeira Audiência Pública ( ATA Nº 3) Em 13 de julho de 2009, às dezesseis horas e quinze minutos, na Sala José Antônio Lutzenberger, localizada no quarto andar do Palácio Farroupilha, em Porto Alegre, realizou-se a primeira Audiência Pública da Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias. Presentes: os Senhores Deputados Luis Augusto Lara (presidente da Comissão), Luciano Azevedo (relator), Jorge Gobbi, Adroaldo Loureiro, Frederico Antunes e Raul Pont, bem como dos seguintes convidados: o presidente do Sindicato 13 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias das Agências e Estações Rodoviárias no Estado do Rio Grande do Sul (SAERRGS), Jorge Aita, a auditora pública externa do Tribunal de Contas do Estado Andréa Mallmann Couto, o diretor regional da Associação Brasileira das Concessionárias de Rodovias (ABCR), Paulo Oiama, os representantes do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem do Rio Grande do Sul (DAER-RS), engenheiros Ernesto Luiz Vasconcellos Eichler e Vera Helena de Castro Becker, o diretor de Qualidade dos Serviços da Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul (AGERGS), Flavio José Piccinini, o representante do Fórum dos Coredes, Márcio Kauer, e o assessor técnico da Associação Riograndense de Transporte Intermunicipal (RTI), Eugenio Weidle. O presidente, Luis Augusto Lara, registrou terem sido convidados para a audiência também o diretor-geral do DAER, Vicente Britto Pereira, o conselheiro-presidente da AGERGS, Alcides Saldanha, o secretário de Estado do Turismo, Esporte e Lazer, José Heitor Gularte, o presidente do Tribunal de Contas do Estado, Conselheiro João Luiz Vargas, e a ProcuradoraGeral de Justiça, Simone Mariano da Rocha, entre outros. Trabalhos/discussões: Lembrando a todos que o objetivo da Comissão seria avaliar e dimensionar os serviços prestados pelas rodoviárias gaúchas, além de promover a regulamentação dos artigos 178 e 179 da Constituição Estadual, o Presidente, Deputado Luis Augusto Lara, disse que o Rio Grande do Sul está há vinte anos sem uma legislação mais abrangente e que é preciso definir não só alguns padrões mínimos importantes de infraestrutura e serviços, mas também um novo modelo estadual de concessões. Disse ainda que a Comissão não tinha por objetivo fazer uma caça às bruxas ou buscar fatos sensacionalistas e que os resultados viriam de um trabalho árduo, que trará benefícios aos mais de quarenta milhões de passageiros que circulam nas rodoviárias anualmente. De minha parte, prossegui lembrando que poucos temas na Assembleia Legislativa alcançam um conjunto tão significativo de gaúchos e gaúchas como esse das estações rodoviárias. Assegurando conhecer praticamente todas as rodoviárias do Rio Grande do Sul, saudei a possibilidade de ouvir de perto os relatos dos concessionários e de quem trabalha nas estações. Citei o caso da rodoviária de 14 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias Rolante, onde, constatei, o acréscimo de um único funcionário inviabilizaria o pagamento do aluguel, o mesmo valendo para Cambará do Sul e dezenas de outros municípios. Ressaltei que o foco da Comissão deveria ser o usuário, mas que também é preciso pensar nas obrigações das rodoviárias, das empresas e do Estado. Como relator, manifestei a confiança de que a Comissão prestaria um serviço à sociedade e me coloquei à disposição de todas as entidades representadas para fazer um bom trabalho e poder oferecer o resultado que a população gaúcha espera. Por sua vez, o Deputado Jorge Gobbi, ratificando as palavras do Presidente quanto aos objetivos da comissão, sugeriu que em uma primeira rodada os presentes levantassem questões mais amplas, deixando as questões específicas para um segundo momento. O Deputado Adroaldo Loureiro destacou a importância do tema em debate e observou que o Presidente da Comissão, por ter sido secretário de Turismo, possuía um conhecimento amplo da realidade do Estado. O representante da AGERGS, Flávio Piccinini, discorreu sobre modelos que estão sendo implantados nas rodoviárias gaúchas, quais os parâmetros que a Agência tem de outros modelos no Brasil ou até fora do Brasil e qual a rotina de fiscalização desses serviços. Piccinini informou que a AGERGS tem trabalhado no tema em dois planos: um, por provocação do DAER-RS, que é o poder concedente, e, outro, pelo fato de a AGERGS ter atividades que são próprias de fiscalização da qualidade dos serviços prestados pelas estações rodoviárias. Conforme Piccinini, recentemente o DAER-RS encaminhou à AGERGS proposta de editais de licitação para rodoviárias de quarta, terceira e primeira categorias, cumprindo o que determina a legislação estadual, que define a AGERGS como órgão consultor e homologador dos contratos de concessão dos serviços públicos do Estado. O engenheiro disse que aquilo que se caracteriza como iniciativa no plano do Executivo, isto é, no plano da formulação de uma política pública de competência do DAER-RS, encontra na AGERGS o órgão que faz e que opina sobre o assunto, sobre a minuta dos editais e dos contratos, que propõe alterações e adequações à legislação que por ventura julgar 15 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias necessárias e que homologa, por meio do seu Conselho Superior, os editais e a minuta dos contratos para, posteriormente, o DAER-RS efetuar a licitação. O técnico da AGERGS asseverou que os critérios de oportunidade − como licitar e quando licitar − são de competência do DAER-RS e que a AGERGS tem várias iniciativas no sentido da fiscalização. Disse ainda que a AGERGS tem feito um trabalho sistemático ao longo dos últimos anos para verificar a adequação da estrutura das estações rodoviárias existentes ao que determina o ato normativo do DAER-RS, que estabelece os critérios básicos de infraestrutura, que a AGERGS tem feito vistorias sistemáticas, principalmente nas rodoviárias do Litoral Norte, no verão, e já realizou vistorias em todas as estações de primeira categoria, o que significa em torno de quarenta ou cinquenta estações rodoviárias. Ele sugeriu que os integrantes da Comissão agendassem uma reunião na AGERGS (que aconteceu em 19/08/2009) para uma apresentação formal do grupo de trabalho que tem estudado os editais e produzido relatórios acerca das condições das estações rodoviárias. Disse que a AGERGS está desenvolvendo um banco de dados do sistema estadual de transporte de passageiros e destacou a capilaridade desse sistema, que permite o acompanhamento de mais de cinco mil localidades. O engenheiro Ernesto Eichler, do DAER-RS, Superintendente do Departamento de Transporte Coletivo da autarquia, representando o Diretor-Geral, Vicente Paulo Mattos de Britto Pereira, e o diretor de Operação de Concessões, engenheiro Antônio Augusto Silveira Martins, e após apresentar a coordenadora do setor de rodoviárias do Departamento de Transporte Coletivo do DAER-RS, engenheira Vera Becker, também presente à audiência, explicou que o sistema de rodoviárias é organizado pela Lei Estadual 6.187/1971 e pelo Decreto 21.072/1971. Acrescentou que as exigências para as rodoviárias estão listadas no Ato nº 31.512, de 11 de agosto de 1999, da direção do DAER-RS. O engenheiro informou que o Rio Grande do Sul é o único Estado que adota o sistema de concessões para a venda de passagens pelas rodoviárias e disse que as vantagens desse sistema é um maior controle das linhas de ônibus, como, por exemplo, sobre os horários de partida e de chegada e as condições dos veículos, o que se reflete na qualidade dos serviços. 16 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias A fiscalização desse sistema, segundo ele, é feita por cento e vinte fiscais espalhados pelo Estado nos dezessete distritos operacionais do DAER-RS e localizados, preferencialmente, nas principais rodoviárias. Informou que as rodoviárias se dividem em cinco categorias, conforme o seu faturamento – primeira, segunda, terceira, quarta e especial – sendo que a última se refere à rodoviária de Porto Alegre. Trinta e cinco rodoviárias estão na primeira categoria; trinta e quatro, na segunda; quarenta e seis, na terceira; e duzentos e dez, na quarta. No ano passado, disse, embarcaram 36.149.989 (trinta e seis milhões, cento e quarenta e nove mil, novecentos e oitenta e nove) passageiros nessas estações rodoviárias e registraram-se 3.602.136 (três milhões, seiscentos e dois mil, cento e trinta e seis) viagens. O técnico informou ainda que o DAER-RS começou a licitar rodoviárias de quarta categoria. Disse que das cento e vinte e uma rodoviárias licitadas, quarenta e sete são em novas localidades, contudo só houve sessenta participantes. Apontou como algumas das causas a falta de dinheiro para projetos, a impossibilidade de se comprovar a existência do prédio onde funcionaria a rodoviária, o não-atendimento às exigências do DAER-RS, a falta de autorização da prefeitura sobre a localização da rodoviária e a existência de dívidas do concessionário com o DAER-RS. O deputado Luis Augusto Lara pediu que o engenheiro transmitisse ao diretor-geral do DAER-RS a solicitação para que fossem suspensas as licitações de rodoviárias enquanto a Comissão estivesse em atividade, alegando não fazer sentido a Assembleia Legislativa se debruçar sobre um novo modelo ao mesmo tempo em que prosseguem as licitações no modelo antigo, no qual vem sendo encontradas muitas dificuldades. Em seguida, questionada pelo Presidente Lara sobre a existência de projetos de legislação que teriam sido elaborados por governos anteriores regulamentando os artigos 178 e 179 da Constituição Estadual, relativos ao transporte intermunicipal, a engenheira Vera Becker (do DAER-RS) relatou ter sido criado, em 1998, um novo sistema de transporte e, junto com ele, ter vindo um projeto de lei que, no entanto, segundo ela, até hoje não foi utilizado. Disse ter conhecimento ainda da tramitação de um outro projeto, mas disse desconhecer o seu conteúdo. A engenheira 17 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias mencionou também solicitação do Ministério Público para que saíssem as licitações, inclusive sob pena de o Diretor-Geral do DAER-RS vir a ser preso caso isso não ocorresse. Segundo ela, das cento e vinte e uma rodoviárias cujas licitações foram encaminhadas, muitas são extremamente precárias e arrecadam muito pouco para se manterem. A técnica do DAER-RS disse ainda que, no início da legislação de transportes, existiam agências rodoviárias, mas elas foram extintas e passaram a ser rodoviárias de quarta categoria. A engenheira defendeu alteração na lei para que se tivesse de novo as agências rodoviárias em localidades onde não se consegue atender a todas as exigências estabelecidas para as rodoviárias de quarta categoria, como, por exemplo, a manutenção de um espaço de trinta metros quadrados só de sala de espera e sanitários masculino e feminino adaptados a deficientes. Disse também que o Rio Grande do Sul possui um sistema diferente dos demais Estados pelo fato de as rodoviárias gaúchas, e não as empresas, venderem as passagens, e que isso é mais prático para o usuário, que não precisa saber qual empresa procurar. Observou que, para o DAER-RS, o concessionário seria um preposto do poder concedente para informar até se está havendo, por exemplo, regularidade ou omissão de horário, e que, nesses aspectos, na sua avaliação, poderia ser feita uma modernização, mas que para interromper as licitações teria de consultar a CELIC, uma vez que os processos já estão encaminhados. O Presidente quis saber quantas licitações foram desertas, ao que a engenheira Vera respondeu que, das cento e vinte e uma licitações de rodoviárias de quarta categoria encaminhadas, apareceram somente sessenta editais e que, destas cento e vinte e uma, quarenta e sete são em novas localidades, isto é, quatorze pré-existentes não compareceram. A representante do DAER-RS lembrou que o prazo é exíguo e é difícil para muitas delas a contratação de um técnico para fazer o projeto adequado às exigências legais e disse que sentiu pena ao ver que muitas estavam se esforçando bastante, mas não conseguiram cumprir o prazo. Agradecendo a participação da engenheira Vera Becker, o Presidente, Deputado Lara, determinou à assessoria da Comissão o encaminhamento de solicitação formal 18 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias ao DAER-RS, à CELIC e ao Ministério Público Estadual para suspenderem as licitações, pois de outro modo estar-se-ia insistindo em algo que comprovadamente não está dando certo. Perguntada por este relator, se, das sessenta e uma rodoviárias que se apresentaram, todas foram concluídas, a engenheira Vera Becker respondeu que nas vistorias verificou-se que apenas duas haviam apresentado a documentação completa na licitação, por isso a CELIC deu um novo prazo e se voltou a verificar a documentação, o que resultou até agora em dez habilitadas, número que poderá aumentar à medida que prosseguirem as verificações. O presidente do Sindicato das Agências e Estações Rodoviárias do Estado, Jorge Aita, disse que há muito tempo se tem a expectativa de uma lei específica no Estado para o sistema de transporte de passageiros e que a situação precária das rodoviárias tem a ver com o fato de o cálculo da tarifa feito pelo DAER-RS não prever um percentual para a adequação e a modernização das rodoviárias como há para a renovação de frotas dos ônibus. Observou que, embora as rodoviárias recebam um percentual, é desse valor que saem todos os recursos para investimentos. Abordou ainda problemas de segurança e saudou a iniciativa do Presidente Lara de pedir a interrupção das licitações. Indagado por este relator acerca da forma como se dá a remuneração dos concessionários de estações rodoviárias, o presidente do Sindicato afirmou que a rodoviária recebe 11% do valor da passagem – dos quais saem todos os custos: taxas do DAER-RS, taxa da AGERGS, tributos – e 15% do valor das encomendas. O Presidente Luis Augusto Lara perguntou qual a taxa de manutenção das rodoviárias, ao que o presidente do Sindicato respondeu que depende da rodoviária. O Presidente Lara disse que tinha uma informação de que era 4% do valor da passagem. O gerente de operações da estação rodoviária de Porto Alegre, Giovanni Luigi, pediu a palavra para explicar que os 11% se dão sobre o valor básico da passagem, isto é, quando o usuário paga um determinado valor são deduzidos 19 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias desse valor o ICMS e mais alguns itens que estão na tarifa. Do valor básico resultante, explicou, são descontados os 11%. Acrescentou que as estações rodoviárias prestam o serviço de venda de passagens intermunicipais, que representa a grande maioria do movimento, mais o despacho de encomendas, cujo percentual é de 15% também do valor básico e não do total pago pelo usuário. Segundo ele, a taxa de manutenção a que o Deputado/Presidente se referiu é a relativa à taxa de manutenção de rodovias, um item que compõe a passagem, junto com o valor básico e o seguro, que é opcional. O valor, segundo ele, é totalmente repassado ao DAER-RS. O Presidente da Comissão, Deputado Lara, questionou se o restante dos 11% se destina às empresas, ao que o gerente de operações da rodoviária de Porto Alegre, Giovanni Luigi, respondeu que não. Disse que de uma passagem de cinquenta reais, por exemplo, tirando-se o ICMS, sobrariam quarenta e cinco reais. Desses quarenta e cinco reais, a rodoviária retém 11%, sobrando quarenta, que vão para a empresa de transportes. Segundo ele, a estação rodoviária faz, no dia seguinte, o pagamento para as empresas de ônibus, individualmente, de todas as passagens que vendeu. O Deputado Jorge Gobbi perguntou se, no caso de um passageiro parar em alguma rodoviária entre o local de embarque e o destino final, a rodoviária intermediária receberia algum valor pelos serviços oferecidos. O gerente de operações Giovanni Luigi respondeu que não. Questionado por este relator, se o sindicato tinha alguma estimativa do lucro real das rodoviárias depois de pagos todos os encargos, taxas etc., Giovanni Luigi disse que a situação varia muito conforme a rodoviária e que há locais onde a situação é dramática. O Deputado Adroaldo Loureiro quis saber se entre as 121 estações rodoviárias licitadas havia contratos ainda em vigor, ao que a engenheira Vera Becker disse que não. 20 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias O conselheiro do Sindicato e agente da rodoviária de Passo Fundo Jabs Paim Bandeira disse que efetivamente houve uma prorrogação dos contratos, porque não havia legislação que os regulasse, mas que o DAER-RS, sob a ameaça do Ministério Público, abriu concorrência de rodoviárias que estão prorrogadas. Convidada a se manifestar pelo Presidente Lara, a representante do Tribunal de Contas do Estado, Andréa Mallmann Couto, disse entender que o Tribunal terá um papel importante na fiscalização da implementação do novo modelo de concessões buscado pela Comissão Especial. O diretor regional da Associação Brasileira das Concessionárias de Rodovias (ABCR), Paulo Oiama, afirmou que desde 1988 o país vive o fenômeno da “constitucionalização do Direito”, isto é, tudo passa pela Constituição, Estadual e Federal. Observou que o artigo 175 da Constituição Federal, que trata das concessões, foi regulamentado em 1995 por meio da Lei 8.987 e que, no Rio Grande do Sul, o artigo que dispõe sobre as concessões é o de número 163. Oiama destacou o pioneirismo da Assembleia Legislativa, ao lembrar que a lei estadual de concessões que regulamentou o artigo 163 é de 1994, ou seja, um ano antes da legislação federal, e apontou a necessidade de uma normatização da matéria. O representante dos Coredes, Márcio Kauer, prontificou-se a auxiliar a Comissão no que fosse possível e a colocar o assunto na pauta da assembleia dos Coredes programada para o dia 16 de agosto. O representante da RTI e da FETERGS, Eugenio Weidle, lamentou as deficiências do atual modelo de concessões, destacando os números apresentados durante a audiência e informando que nas últimas semanas outras quatro pessoas se apresentaram entregando as suas concessões. Disse que isso os tem preocupado porque estão perdendo um importante ponto de apoio na venda de passagens. 21 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias Na seqüência, José Luís da Rosa, ex-presidente do Conselho Estadual do Idoso, disse que durante a sua gestão no Conselho, enfrentou dificuldades no que se refere à aplicação da lei estadual que determina 40% de desconto ao idoso nas passagens intermunicipais. Disse que a lei determina a concessão, por viagem, de dois lugares com desconto aos passageiros devidamente credenciados e que existe uma carteirinha oficial para isso, porém, mesmo que haja os dois lugares livres, muitas empresas não os disponibilizam porque interpretam que o desconto só vale uma vez do início ao fim do trajeto e não por trechos. Disse que também na Região Metropolitana isso acontece e citou duas empresas – Citral e Central – que, segundo ele, não respeitam os usuários que pegam trechos no caminho. O ex-presidente do Conselho Estadual do Idoso disse ainda que sentiu na fala de um dos presentes que já se está sutilmente induzindo um plus na passagem para aumentar os lucros ou para dar todo o conforto aos usuários e que cabe à lei determinar esse aspecto, pois quem viaja não precisa muito de conforto na espera e sim no trajeto. O Presidente, Deputado Luis Augusto Lara, dizendo que a fala do ex-presidente do Conselho Estadual do Idoso, José Luís da Rosa, fora registrada, sublinhou, entretanto, que a Comissão não está sugerindo aumento de passagens e que obviamente todo o foco dos trabalhos é o usuário, o povo do Rio Grande do Sul, porque se trata de uma concessão de um serviço público. Em resposta a José Luís da Rosa, o presidente do Sindicato das Estações Rodoviárias, Jorge Aita, disse que a legislação dá direito a desconto para duas pessoas por linha, idosos e aposentados, de modo que, ao sair um ônibus de Uruguaiana, por exemplo, já com dois passageiros usufruindo do desconto, a rodoviária não pode vender passagens com desconto no meio do caminho. Entretanto, se ainda não embarcou nenhum passageiro com desconto, este certamente será dado no meio do caminho, afirmou o Sr. Jorge Aita. O engenheiro Ernesto Eichler, do DAER-RS, informou ter havido já um aumento percentual da comissão das rodoviárias, que, segundo ele, era em torno de 10,7% e 22 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias passou para 11%, sem aumentar a passagem. Disse também que, de todas as rodoviárias que tiveram seus contratos prorrogados, o DAER-RS só mandou licitar aquelas em que houve uma ordem judicial objetiva, isto é, aguardaram-se todas as instâncias devidas, só foram licitadas aquelas realmente vencidas e as rodoviárias novas, e só após a homologação da AGERGS e todos os editais. O Deputado Jorge Gobbi perguntou como se dá a atuação da AGERGS levando-se em conta a premissa de a legislação estar defasada. O representante da Agência reguladora, Flavio Piccinini, disse que o marco regulatório do setor está, de fato, completamente atrasado no Estado, diferentemente do que ocorre em nível federal, em que foram criados a ANTT e o DNIT e estabelecidas as competências dentro do setor de transporte. Segundo ele, o DAER-RS continua sendo o órgão que faz a concessão, e a AGERGS tem tido a função de opinar e homologar os editais e os contratos. E que a AGERGS faz um trabalho de acompanhamento da qualidade dos serviços baseada na Lei 11.075, que estabelece a qualidade dos serviços públicos. No seu entender, a AGERGS e o DAER-RS dependem de uma posição dos legisladores do Estado e esta poderá ser a contribuição da Comissão Especial. O Deputado Jorge Gobbi quis saber, então, se tanto a AGERGS como o DAER-RS fiscalizam as rodoviárias, se as conclusões de ambos, em algum momento, se encontram. Ao que o Deputado Luis Augusto Lara disse entender que o DAERRS as fiscaliza e a AGERGS as regula, o que é quase a mesma coisa, mas não é a mesma coisa. Conforme o Presidente Lara, o DAER-RS faz os modelos de contratos de concessão e os passa para a AGERGS. A fiscalização diária, disse o Deputado, é do DAER-RS, que tem cento e vinte fiscais em todo o Estado, e a AGERGS lhe daria o respaldo. O deputado disse estar claro que falta, para amparar a AGERGS, o Tribunal de Contas, os empresários e todos os que trabalham no setor, uma legislação, preconizada pelos artigos 178 e 179 da Constituição Estadual, que estabeleça um marco regulatório. O Deputado disse ter conhecimento de já ter sido encaminhado à Assembleia Legislativa, em duas 23 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias ocasiões, um anteprojeto de lei possibilitando à AGERGS exercer seu poder de fiscalização e penalização, mas que, até onde sabe, isso não teria prosperado. Ao final dos trabalhos, este relator reiterou que o assunto em discussão é um tema rico, que, evidentemente, não se esgota em uma primeira audiência, e que uma das matérias que mais chamou a atenção foi o expressivo número de licitações desertas. A engenheira Vera Becker (DAER-RS) observou, porém, que, dessas licitações desertas, quarenta e sete referem-se a novas localidades muito pequenas que, na verdade, não comportam a instalação de uma estação rodoviária. De outra parte, este relator também ficou surpreso e preocupado com a informação de que o DAER-RS dispõe de, apenas, cento e vinte fiscais. Sabe-se que em muitas das localidades onde as estações rodoviárias ainda estão funcionando os concessionários não estão tranquilos, pois desconhecem o futuro do seu empreendimento, da sua concessão, não têm segurança jurídica para investir, embora lhes sejam cobrados, pelo Poder concedente, investimentos outros, cada vez maiores e mais caros. Mister se faz registrar a recente visita que este relator fez à rodoviária do município de Arvorezinha, ocasião em que o concessionário chorou ao falar do transporte irregular de passageiros, que retiraria noventa por cento dos serviços oferecidos pela rodoviária, e que, segundo ele, muitas vezes acontece com a conivência das prefeituras municipais. Como Deputado, este relator também se declarou preocupado com o grande número de municípios – criados com a autorização da Assembleia Legislativa – que não têm estações rodoviárias e pediu que fosse levada ao conhecimento do DAERRS essa preocupação. 24 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias Como encaminhamentos finais, o Presidente, Deputado Luis Augusto Lara, solicitou: 1) que a assessoria buscasse junto ao DAER-RS a resenha da legislação que teria sido elaborada em governos anteriores; 2) que fosse levada ao conhecimento do Ministério Público, da CELIC e do DAER-RS a preocupação com os municípios que não possuem estação rodoviária; 3) que fossem suspensas, momentaneamente, as licitações das rodoviárias de quarta categoria; 4) que fosse solicitada à AGERGS e ao DAER-RS listagem dos contratos que estão em vigor, isto é, dentro do prazo de concessão, dos contratos que foram prorrogados depois de vencido o prazo de concessão e dos que não estão em vigor, nem foram prorrogados, por nome, cidade e rodoviária; 5) que a assessoria agendasse reunião com a AGERGS para se conhecer o levantamento que vem sendo feito pela instituição; 6) que se buscasse um comparativo de preços com os demais estados brasileiros, principalmente do porte do Rio Grande do Sul; 7) que a assessoria da Comissão organizasse, junto com os Coredes, as demais audiências públicas; e 8) que fosse encaminhada uma resposta por escrito ao ex-presidente do Conselho Estadual do Idoso, destacando-se a parte da lei que determina que o desconto nas passagens se refere à totalidade do trajeto. O deputado Jorge Gobbi retomou a preocupação deste relator com os municípios que não possuem rodoviárias e com aqueles que as têm mas restaram com licitações desertas. O Presidente, Deputado Luis Augusto Lara, pediu um estudo nesse sentido, por parte do DAER-RS e do Ministério Público, apontando a melhor solução para cada caso, e uma descrição do modelo atual de licitação no Estado. Por último, o engenheiro do DAER-RS, Ernesto Eichler, observou que cento e vinte fiscais lhe parece um número adequado. Reunião na Sede da AGERGS Na manhã do dia 19 de agosto de 2009, o Deputado Luis Augusto Lara, acompanhado de integrantes da Comissão Especial para Avaliar os Serviços 25 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias Prestados pelas Estações Rodoviárias, reuniu-se com a diretoria e técnicos da Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do RS (AGERGS). A comitiva assistiu à apresentação conduzida pelo Diretor de Tarifas, Odair Gonçalves, onde foram disponibilizadas importantes informações sobre a atual situação dos terminais de passageiros, tanto na Capital como no interior. Pesquisas de satisfação, estudos, indicadores de qualidade e resoluções do Conselho Superior foram debatidas com a presença do Diretor-Geral, Jorge Accuso, do Diretor de Qualidade, Flávio Piccini e dos Conselheiros Alcides Saldanha e Gertrudes Pelissaro dos Santos. Na oportunidade, foi apresentado um balanço das ações da AGERGS referentes às rodoviárias, desde o lançamento de editais, de regras para novas licitações até vistorias realizadas nos estabelecimentos. Segundo técnicos, o resultado desse trabalho comprova que as rodoviárias gaúchas estão aquém do esperado e que não existe no Estado uma que atinja todas as determinações necessárias. Nos registros da AGERGS, as maiores reclamações dos usuários referem-se a questões de segurança, limpeza, estacionamento e de serviços associados oferecidos nas estações. A necessidade de informatizar as rodoviárias e de manter um sistema de consultas de passagens online também foi apontada. A AGERGS acompanhou as audiências da Comissão Especial, prestando todo o apoio e informações necessárias, objetivando a melhoria e o aperfeiçoamento do sistema. Ao final dos trabalhos da Comissão, a área técnica da AGERGS apresentou um estudo que visa a criar um novo modelo que servirá de parâmetro para as Estações Rodoviárias (ERs) do Rio Grande do Sul. 26 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias Segunda Audiência Pública ( ATA Nº 4 ) Em 21 de agosto de 2009, às nove horas e quinze minutos, na Câmara de Vereadores de Santa Cruz do Sul, realizou-se a Audiência Pública da Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias na região abrangida pelos Coredes do Vale do Rio Pardo e Vale do Taquari. Presentes: Inicialmente, compuseram a Mesa de trabalho os Senhores Deputados Luis Augusto Lara (presidente da Comissão), Luciano Azevedo (relator), Adão Villaverde e Edson Brum, bem como a prefeita do município, Kelly Moraes. Posteriormente, foram chamados à Mesa as seguintes autoridades e convidados: os senhores Francisco Carlos Smidt, presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz do Sul; Alfeu Grandini, do DAER-RS; Clemente Soares, da AGERGS; Eduardo Ritt, do Ministério Público Estadual; Ernani Edgar Kahmann, da AGPM; Eugênio Weidle, da RTI; Luis Augusto Campis, vice-prefeito de Santa Cruz do Sul; e Mariza Christoff, do Corede do Vale do Rio Pardo; os prefeitos Celso Brönstrup, de Estrela, e Osmar Baldissarelli, de Ilópolis. Também participaram dos trabalhos o presidente da Câmara Municipal, vereador Carlão, o secretário municipal de Planejamento, Edson Rabuski, a vereadora Marisete, de Rio Pardo, o secretário de Trânsito e Serviços Essenciais de Rio Pardo, Jorge Rocha, o concessionário da rodoviária de Santa Cruz do Sul, Reinaldo Matte, o assessor do deputado Heitor Schuch, Cláudio Frese. Trabalhos/discussões: O Presidente Luis Augusto Lara lembrou que a Comissão tem cento e vinte dias para a conclusão dos trabalhos, mencionou a ausência de padrão nos serviços e na infraestrutura das rodoviárias gaúchas e disse que esse padrão será construído de modo a fazer com que o concessionário, o administrador da rodoviária, possa investir e oferecer ao usuário uma condição mais confortável. Em seguida, passou a palavra à prefeita de Santa Cruz do Sul, Kelly Moraes, que se declarou honrada em receber os deputados em Santa Cruz e disse estar convicta de 27 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias que a iniciativa da Assembleia Legislativa será positiva para o município. Ela cumprimentou a família Matte, que tem a concessão da rodoviária local, o presidente da Câmara Municipal, vereador Carlão, e disse que o tema da venda de passagens e das concessões está sempre presente, que não tem recebido manifestações negativas dos usuários de rodoviárias, mas que eles devem ser ouvidos para que se busquem melhorias. A prefeita disse que o município participará do processo e indicou o secretário de Planejamento, Edson Rabuski, presente à audiência, para acompanhar os trabalhos. Ela explicou que teria de se retirar em razão de uma reunião previamente agendada, mas que estaria representada pelos secretários Elstor, da Fazenda, e Edson, do Planejamento. Agradecendo a manifestação da Prefeita, o Deputado Luis Augusto Lara passou a palavra ao secretário de Trânsito e Serviços Essenciais de Rio Pardo, Jorge Rocha, que, após saudar os presentes, disse que a Comissão veio em boa hora, que há vários municípios com muitas precariedades nos terminais rodoviários e que em Rio Pardo, ao contrário do que se dá em muitos outros lugares, há um belo terminal rodoviário, conquistado por meio de uma parceria pública e privada. Disse que quem detém a concessão é a Viação União Santa Cruz, que realizou um belo investimento, de três milhões de reais, no centro da cidade, num local onde, por muitos anos, existiu uma rodoviária defasada, antiga, velha e suja. O secretário disse que o município está satisfeito com o terminal, mas, registrando a presença do presidente da Viação União Santa Cruz, pediu-lhe que atentasse para a segurança no local. Pediu atenção apenas para esse aspecto, uma vez que, de resto, na sua avaliação, está tudo perfeitamente bem. Disse que uma rodoviária com dez boxes numa cidade de 37 mil habitantes é uma maravilha e aproveitou a oportunidade para agradecer em público à Viação União Santa Cruz. A seguir, o prefeito de Ilópolis, Osmar Baldissarelli, disse que Ilópolis tem quatro mil, trezentos e trinta e um habitantes e não possui estação rodoviária. Disse que o que se tem é um posto de venda de passagem sem a mínima infraestrutura e que não há box para ônibus, nem instalações sanitárias adequadas, nem sala de espera para passageiros. O prefeito disse ter ido à audiência para verificar a possibilidade de 28 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias obter para Ilópolis uma estação rodoviária, registrando que passam pelo município a RS-332 e a RS-435 e existe um certo fluxo de passageiros que estão sendo mal atendidos. Por sua vez, o concessionário da rodoviária de Santa Cruz do Sul, Reinaldo Matte, disse que uma pesquisa indicou que 72% da população aprova os serviços das estações rodoviárias, mas que, assim como a maioria das estações rodoviárias do Rio Grande do Sul, a de Santa Cruz também se esforça para aprimorar esses serviços. Acrescentou que a rodoviária de Santa Cruz foi a primeira do interior do Estado a informatizar, em 1994, a emissão de passagens; foi a primeira no Brasil, em 2000, a instalar um posto de vendas dentro de uma universidade, em uma parceria inédita da Unisc com a empresa Viação União, o que teria facilitado sobremaneira a vida de milhares de estudantes e professores, com vários horários de ônibus, que transitam por dentro do estacionamento da Unisc; e que, pensando na comodidade dos passageiros, instalou um ponto de venda de passagens em pleno centro de Santa Cruz do Sul. Segundo ele, essa descentralização de serviços ocorre, hoje, em inúmeras rodoviárias do Estado. Ainda segundo ele, o site da rodoviária, assim como os de várias outras rodoviárias do Estado, possibilita o acesso online a todos os horários de chegadas e saídas dos ônibus da cidade e o sistema de busca e entrega a domicílio de encomendas opera todos os dias úteis da semana, facilitando enormemente a vida de quem necessita desses serviços, que, segundo ele, são rápidos e de bons preços. O concessionário disse que há novos estudos direcionados para a introdução das reservas de bilhetes de ida e volta e de vendas pela internet, o que possibilitará, em breve, num primeiro momento, a interligação nas vendas dos bilhetes rodoviários de ida e volta entre todas as rodoviárias de primeira e segunda categoria. Reinaldo Matte afirmou que, assim como os concessionários se entusiasmam ao informar esses avanços, que fazem parte do dia-a-dia das estações rodoviárias, que operam praticamente vinte e quatro horas, aos finais de semana, feriados, Natal, Páscoa, Ano Novo, sem parar nunca, também ficam imobilizados em vários aspectos que poderiam ser melhorados. Segundo ele, como não há um percentual nas vendas das passagens destinado a 29 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias investimentos na manutenção e segurança dos prédios das estações, da forma como há para as empresas transportadoras renovarem as suas frotas, sentem grandes dificuldades para investimento permanente nessa área. Com relação à segurança, disse que a rodoviária de Santa Cruz, desde a sua inauguração, possui uma sala para a Brigada Militar ou a Guarda Municipal que, por diversas vezes, foi colocada à disposição. Conforme Matte, um cartão-postal de chegada à cidade, como a rodoviária, não pode constantemente ser assediado por desocupados, vendedores ambulantes, pivetes e andarilhos. Lembrou que as rodoviárias não possuem autonomia para agirem com função policial e chamou a atenção para a sustentabilidade econômica do sistema, tendo em vista os seguintes aspectos: aumento do número de empresas de transporte clandestino e paradas de ônibus que não obedecem à distância mínima de mil e quinhentos metros das rodoviárias. Reinaldo Matte disse que as rodoviárias de quarta categoria são exemplos heróicos de sobrevivência, que muitos se mantêm com uma renda não superior a mil e quinhentos reais e que, desse modo, não têm condições de investimento e renovação. Segundo ele, as rodoviárias de primeira categoria é que estão conseguindo ainda segurar o sistema, um sistema que gera uma receita não superior a 10%. Ele afirmou que a queda de receita é visível e alarmante, tanto em razão dos clandestinos, como pela crise e pela facilidade na aquisição de automóveis. Avaliou que esses fatores diminuíram em até 25% a queda dos passageiros na rodoviária de Santa Cruz e encerrou o relato com as palavras do exdeputado Jarbas Lima: “Cresci vivendo a intimidade da velha estação rodoviária de Lagoa Vermelha, minha terra natal. Tenho ainda viva a lembrança da família Bigarela, naquela tarefa interminável de atendimento e apoio aos usuários. As rodoviárias, que foram uma idéia lançada por Vespasiano Júlio Veppo e Júlio Castilhos de Azevedo, no ano de 1939, em Vacaria, numa iniciativa inédita no Brasil, constituiram-se, ao longos dos anos, numa escola de solidariedade humana e aprendizado social. Foram elas os instrumentos de iniciação de homens e mulheres, moços e velhos do nosso interior. Preencheram uma lacuna na organização da sociedade. A função social das rodoviárias, bem como sua influência na educação de nosso povo, principalmente os mais humildes e carentes, padece de estudos 30 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias profundos e sérios. Na vida da sociedade riograndense tivemos marcos históricos, embora ainda não devidamente reconhecidos. A que se admitir que um deles foi o surgimento das rodoviárias, escola de civilidade, abrigo, ponto de encontro, as rodoviárias foram e continuam sendo, no interior e na Capital, a zona neutra da paz, do calor humano, onde todos se sentem bem, iguais e protegidos. Tenho na memória retalhos dos dramas humanos vividos nas rodoviárias, a mala guardada, perdida, encontrada, o pacote, a encomenda do remédio, o estudante que viaja, a ansiedade do retorno, o adeus triste da ida e o abraço alegre da volta. Os encontros e desencontros, o namoro, o comércio, o choro, os risos, as lembranças, o ônibus que chega e que sai, tudo é rodoviária, é a vida em suas manifestações mais puras e autênticas. Pois esse complexo que consegue reunir a singeleza e o humanismo de ontem e de sempre com a modernidade, conforto e tecnologia do presente e do futuro é obra do homem. São os Veppos, os Azevedos, os Bigarelas, os Schaidts, os Aitas, os Secos, os Schultz, os Mattes, os Paims, os Marietti, os Santos e tantos outros por esse Rio Grande de todos os tempos e lugares. Os artífices anônimos desse trabalho importante que tem servido de instrumento na transformação social de nossas terras. A função social das estações rodoviárias continuará a ser, por muito tempo, uma obra humana a ser conhecida, reconhecida e homenageada com justiça. Muitas vidas e destinos terão sua história confundida com a das rodoviárias. Confesso minha gratidão à estação rodoviária de minha terra, que, me abrigando como engraxate e jornaleiro, permitiu que eu pudesse ser hoje promotor e deputado. Lições de vida que precisam ser lembradas e ensinadas para que valham a pena”. O Presidente, Deputado Luis Augusto Lara, disse ter ficado claro pelo relato que, das trezentas e tantas rodoviárias do Rio Grande do Sul, a metade delas é de quarta categoria, e as de quarta categoria não se sustentam. Disse que é preciso pensar num modelo pelo qual as empresas que tenham mais condições possam também, talvez, ajudar a manter as rodoviárias de porte menor, que não se sustentam. Disse que é preciso achar um ponto de equilíbrio e que, para isso, a AGERGS está tratando de um novo formato de concessão de pólos rodoviários. O que é certo, segundo ele, é que do jeito que está não dá para continuar. 31 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias O prefeito de Estrela, Celso Brönstrup, disse que o seu município tem trinta mil e duzentos habitantes e que, assim como o prefeito de Ilópolis, foi à audiência para colher subsídios. Disse que há uma grande dificuldade em relação à localização da rodoviária e à prorrogação das concessões. Afirmou que há pessoas que se eternizam nesse segmento e que a prefeitura tem convicção da importância de uma rodoviária no desenvolvimento de uma cidade, porque há exemplos claros disso, como Lajeado, que cresce conforme o deslocamento da rodoviária. Disse que gostaria que, por critérios técnicos, de preferência apolíticos, fossem definidas algumas situações e que pudesse, como gestor público, interferir na escolha da localização da rodoviária. A rodoviária de Estrela, segundo ele, está situada na entrada da cidade, com transportadoras funcionando em torno dela, o que acarretaria problemas sérios de trânsito. Ele agradeceu a oportunidade de colher subsídios para iniciar um processo de transferência da localização da rodoviária. O secretário de Planejamento de Ilópolis, Ismael Rosset, informou ter um posto de venda de passagem que fatura oitocentos reais por mês e defendeu a necessidade de um projeto simples, prático e viável para o município, no lugar de propostas faraônicas. Também chamou a atenção para questões de planejamento urbano que envolvem a implantação de um terminal rodoviário, como pontos de táxi e acessibilidade, e pediu o apoio dos deputados para a formação de parceria pública na execução dos projetos. A seguir, a vereadora Marisete Oliveira, de Rio Pardo, declarou-se agradecida à Viação União Santa Cruz pela rodoviária moderna que oferece ao município e que atendeu à vontade dos cidadãos, mas explicou ter sido contrária à localização no centro da cidade. Representando a União das Associações de Bairro de Santa Cruz e a Federação Riograndense das Associações Comunitárias e de Bairro, a Fracab, Gilberto Piacentini agradeceu à Assembleia Legislativa por se sensibilizar com o problema 32 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias das rodoviárias, que, segundo ele, não é o caso de Santa Cruz, mas é um caso de Estado e disse que a Fracab acompanhará todas as audiências públicas da Comissão Especial, com os titulares da executiva ou com seus representantes. A concessionária da estação rodoviária de Candelária, Jaqueline Prass Heinze, destacou as palavras do colega Reinaldo Matte quanto à função social das estações rodoviárias e abordou a situação da sua rodoviária, de segunda categoria, que ocupa um prédio de mais de cinquenta anos, no centro de uma cidade com trinta mil habitantes, e pediu que a Comissão ouvisse o usuário. Disse que o usuário muitas vezes não quer nem pegar um ônibus para ir até a rodoviária, quer estar no centro para desembarcar e já ir ao banco, ao supermercado, ao colégio, ao lugar onde trabalha e, como disse a vereadora de Rio Pardo, prefere manter as estruturas antigas ou defasadas. A concessionária avaliou que só a estação rodoviária não é suficiente para manter uma estrutura mais moderna e apontou a diferença entre os ônibus de hoje, modernos, grandes e confortáveis, e as estações rodoviárias, antigas. A gerente administrativa da rodoviária de Venâncio Aires, Ethelda de Böer, falou da situação do seu município. Disse que a rodoviária, de segunda classe, ocupa um prédio muito bonito arquitetonicamente, com vinte anos de uso, pertencente à prefeitura, onde há apenas uma sala alugada para a venda das passagens. Descreveu a perda constante de passageiros, tanto para carros quanto para clandestinos em paradas a menos de mil e quinhentos metros do terminal e que representam, segundo ela, uma luta inglória, pois não se consegue reverter a situação. E que ocorre com o apoio da municipalidade e do DAER-RS. Segundo ela, os fiscais do DAER-RS aplicam multas às rodoviárias quando um funcionário está sem crachá, mas não fiscalizam o transporte irregular a poucos metros do terminal rodoviário porque não podem se deslocar. Disse também que o prédio da rodoviária precisa de algumas reformas estruturais, no pátio de manobra de ônibus e no banheiro, e que isso seria suficiente para que o usuário se sentisse melhor, mas explicou que o prédio é da prefeitura. Ela disse que a parte administrativa só recebe 33 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias elogios dos usuários, mas que acabam penalizados pela parte que caberia à Prefeitura. Disse que cada localidade apresenta uma situação específica e que se surpreendeu no dia anterior ao ver o prefeito anunciar na televisão local um acordo com o DAER-RS pelo qual assumiria o acesso Leopoldina em troca de uma nova rodoviária. Segundo ela, a rodoviária possui uma estrutura enorme e bonita, cheia de gramados e jardins, que são tudo mantidos pelos condôminos, porque a Prefeitura não quer gastar um tostão. A concessionária disse que é preciso consultar os usuários para ver o que eles querem. O presidente da ACDA, Associação em Defesa da Cultura e dos Direitos dos AfroDescendentes de Santa Cruz do Sul, Jorge Custódio, disse que Santa Cruz do Sul é a oitava economia do Estado, mas que o terminal tem alguns problemas muito sérios. Disse que não há bebedouro na rodoviária e questionou por que o contrato de concessão da rodoviária é quase vitalício e familiar. Ele considerou muito caros os valores cobrados no setor de despacho e disse que acredita haver lucro na rodoviária, pois, de outro modo, não haveria briga pela concessão. Hilton Frantz, taxista da rodoviária de Santa Cruz do Sul, disse que não adianta ter uma rodoviária se os ônibus passam na Unisc e depois pelo centro, descarregando os passageiros. De acordo com o taxista, todos os serviços em torno da rodoviária sofrem as consequências disso, em especial os taxistas. O Presidente Lara agradeceu a consideração, destacou a variedade dos depoimentos e passou a palavra ao deputado Edson Brum, que disse ter escutado atentamente a cada uma das manifestações e que gostaria de fazer algumas considerações. Primeiro, que os deputados sabiam desde o início, quando o Deputado Lara apresentou a proposta da Comissão, que teriam trabalho, uma vez que as concessões são antigas e defasadas. Edson Brum destacou o problema de Ilópolis, lembrando que, assim como esse município, outros também apresentam rodoviárias com baixo faturamento – de oitocentos, mil ou mil e duzentos reais – e que dessa forma não se consegue nem construir um banheiro. Disse que há 34 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias exigências inclusive elaboradas pela Assembleia Legislativa, para que as rodoviárias tenham rampa de acesso e outros itens e questionou como o concessionário poderá dar conta disso com o faturamento que tem. Também citou o problema do ônibus que pega passageiros a menos de mil e quinhentos metros, o que, segundo ele, é uma resolução do DAER-RS que tem que ser respeitada, mas que tira da rodoviária parte do seu faturamento. Mencionou queixas quanto às linhas de ônibus que se iniciam no município vizinho a cinco, seis quilômetros. E disse que todas essas questões mostram a complexidade do tema, que envolve o Estado, as prestadoras de serviços e as companhias de ônibus. O Deputado Edson Brum destacou o caso de Rio Pardo, citado pela vereadora e pelo secretário locais, dizendo que a rodoviária é hoje uma maravilha, que o poder público deu o terreno, ajudou na terraplanagem, gastou em torno de quinhentos, seiscentos mil reais e, felizmente, a dona da rodoviária topou fazer essa parceria. Segundo o deputado, a antiga rodoviária era problemática, alguns ônibus nem conseguiam entrar, porque se trata de uma cidade bicentenária, com ruas estreitas. O Deputado Edson Brum também abordou o caso de Venâncio Aires, avaliando, no entanto, que a questão envolve o locador e o locatário e que não deve, portanto, ser objeto da Comissão. Disse que há ainda os problema da segurança e da fiscalização, que o problema dos ônibus clandestinos é algo muito sério e que há vários assuntos envolvidos. Por parte do Ministério Público Estadual, o promotor de Justiça Eduardo Ritt disse que o MP é parceiro na iniciativa da Comissão. Disse que pelos depoimentos percebe-se que a rodoviária é um pólo, o ponto de entrada e partida de toda cidade, a primeira e a última impressão que se tem, muitas vezes, da cidade, e que, se ela é bonita, bem localizada e oferece bons serviços à população, mais positiva é a visão das pessoas sobre essa cidade. Abordou ainda a importância da questão do ambiental e do turismo. Dada a palavra ao Deputado Adão Villaverde, Sua Excelência destacou a responsabilidade da Comissão ao tratar de um tema como esse, de serviço público. Adão Villaverde destacou a disparidade das situações registradas, com alguns 35 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias serviços excelentes e outros precários. E disse que dificilmente se conseguirá enquadrar essas situações em um pacote pronto, fechado, absolutamente justo. O Deputado disse que é preciso se perguntar por que das cento e vinte licitações realizadas apenas dez tiveram habilitados. Questionou se não seria o caso de alguns municípios, como Ilópolis, em vez de terem uma rodoviária clássica, com suas demandas, terem algo intermediário. Disse concordar que o modelo das rodoviárias está esgotado, que entende que esse modelo cumpriu um papel, mas que, como tudo na vida, precisa ser renovado. Também considerou fundamentais a discussão com os usuários e a questão da localização das rodoviárias. Disse que a legislação também está esgotada, que a lei aprovada pela Assembleia Legislativa está muito aquém da demanda e que a própria Constituição tem um ou dois artigos muito genéricos acerca do tema. Adão Villaverde defendeu o estabelecimento de um marco regulatório de políticas para uma parceria público-privada cujo foco seja o usuário, mas pela qual o concessionário tenha um papel importantíssimo, estratégico, conseguindo se beneficiar, com lucro e sustentabilidade. Logo após, como relator, saudando a todos e registrando a presença do ex-prefeito de Rio Pardo, Edvilson Brum, manifestei-me dizendo que a Comissão iniciava muito bem os trabalhos no interior do Estado, recolhendo os relatos, todos respeitáveis, muitos de elogios às estações rodoviárias, outros pedindo alguma correção de rumo, o que era perfeitamente natural. Reiterei que o modelo de concessões está defasado, que todos concordam com isso, inclusive os concessionários. Disse que é preciso discutir a remuneração das rodoviárias, que não dá para exigir que as rodoviárias façam investimentos substanciais, que sejam novas, limpas e bem equipadas, se não se têm de onde tirar esses recursos. Disse que as rodoviárias ganham muito mal, que os concessionários, em alguns casos, ficam com apenas 2% e que, se fosse um bom negócio, haveria disputa. Disse que isso tem que mudar, que é preciso buscar uma alternativa, talvez criando um fundo na passagem, sem elevar o seu valor, para reaparelhamento das rodoviárias. Afirmando conhecer a maioria das rodoviárias do Estado, disse que elas são compelidas a fazer investimentos e têm que fazer, porque o usuário deve ser bem atendido, mas que há 36 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias investimentos que, alguns anos atrás, não eram exigidos, como, por exemplo, a informatização. Quanto à segurança e ao aumento do número de trabalhadores, disse que esses aspectos implicam encargos previdenciários e que isso mostra que os tempos são outros e exigem uma postura diferente. Quanto à localização das rodoviárias, concordei com o deputado Adão Villaverde sobre a necessidade de se discutir caso a caso com a comunidade envolvida. Disse ainda que é preciso admitir que, embora o sistema esteja esclerosado, nem tudo está errado, uma vez que se percebe um grau de satisfação elevado com os serviços. Pedi para que os sindicatos participassem e dessem sugestões e me declarei preocupado com a afirmação de um dos presentes de que “tem concessões que são eternas“. Disse que isso não é ruim, porque, assim como há famílias inteiras que são de médicos, outras se dedicam a uma atividade empresarial, há empresas com cem anos, dirigidas pela mesma família. No caso das estações rodoviárias, contudo, isso é feito por meio de concessão pública, que tem que ser respeitada, existem regras, como num concurso público. O Presidente, Deputado Lara, pediu ao DAER-RS que levasse para a reunião seguinte (24 de agosto, em Santa Maria) a relação dos critérios que cada rodoviária deve respeitar, de acordo com a categoria a que pertence, como, por exemplo, exigência de bebedouros, sala de espera ou número de guichês. O Deputado aproveitou para parabenizar a rodoviária de Lajeado, que, de acordo com pesquisa da AGERGS, atende a 93% das exigências, diferentemente da rodoviária de Dom Pedrito, que também está classificada em primeira categoria, mas atinge somente 7% dessas mesmas exigências, ou seja, não condiz com o movimento, a arrecadação e aquilo que a lei determina – e quanto a este fato, segundo o Deputado, deverá ser acionado o Ministério Público Estadual. A seguir, passou a palavra ao representante da AGPM, Ernani Kahmann, que expressou a preocupação constante das pequenas e médias empresas transportadoras em bem atender os passageiros, que usam os serviços das transportadoras e das estações rodoviárias. Disse que o mais importante é buscar o 37 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias que é de interesse do usuário e fazer com que ele tenha o menor custo possível, pois tudo gira em torno de custos hoje. O Deputado Luis Augusto Lara agradeceu a manifestação e passou a palavra ao DAER-RS, pedindo que o representante do órgão respondesse a uma reclamação forte dos concessionários acerca das paradas onde desembarcam passageiros. O representante do DAER-RS, Alfeu Grandini, pediu desculpas em nome do engenheiro Ernesto, que não pode comparecer, e se apresentou como dirigente da equipe de fiscalização de tráfego. Referiu o Ato 31.512, de 1999, da diretoria do DAER-RS, que, segundo ele, contém todas as especificações do que se necessita nas rodoviárias de primeira, segunda, terceira e quarta categorias. Disse que poderia passar esse material ao Deputado. Quanto ao transporte clandestino, disse que ocorrem em média trinta apreensões por mês e pediu que os casos fossem comunicados ao DAER-RS. Dada a palavra ao representante da AGERGS, Clemente Soares, este declarou que a Agência trabalha para melhorar a qualidade e a eficiência dos serviços prestados pelas estações rodoviárias, e que, desde 2008, vem estudando sugestões para as estações rodoviárias. Ele colocou-se à disposição para efetuar estudos sobre novos modelos de estações rodoviárias e, a pedido do Deputado Lara, informou que o telefone da AGERGS é 3288-2000. O Deputado colocou o telefone 3210-2000, da Assembleia Legislativa, à disposição para críticas e sugestões. O representante do DAER-RS, por sua vez, informou o número da fiscalização: 3210-5225. A seguir, o Deputado Luis Augusto Lara concedeu a palavra ao representante da RTI, Eugênio Weidle, que destacou o fato de o Rio Grande do Sul ter um sistema de transporte único no país. Ele explicou que no Rio Grande do Sul quem vende a passagem é uma entidade e quem executa o transporte são outras, no caso empresas, de forma que as estações rodoviárias não têm uma vinculação com as empresas transportadoras, do ponto de vista jurídico. Diante desse aspecto, afirmou que as rodoviárias e as empresas transportadoras constituem o sistema de 38 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias transporte intermunicipal do Estado há mais de setenta anos, consolidando uma parceria nesse período, e disse ver com preocupação e tristeza que algumas, ou muitas, rodoviárias estão deixando o ramo, desistindo de participar de licitações, porque, a seu ver, o sucesso das empresas transportadoras depende do sucesso das estações rodoviárias. Quanto à possibilidade de as empresas ajudarem estações rodoviárias de quarta categoria, disse que a tarifa é calculada pelo DAER e que, como as estações rodoviárias recebem uma comissão encima disso, não há uma “gordura” para passar das empresas para as estações, a não ser por um custo adicional. Em relação à questão apontada pelo taxista presente, disse que se trata de transportes distintos, um é coletivo, o outro é individual, e no momento em que há solicitações de dez, quinze pessoas, não há porque deixar só o táxi. Finalizando a audiência, o Deputado Luis Augusto Lara agradeceu as presenças, chamou a atenção para a grandeza do tema e garantiu ter ouvido a todos com muita atenção e que a única certeza que tem é a de que não se pode, ao fim, onerar o usuário do transporte coletivo. Disse entender que, se o Estado fizer sua parte, conseguir escrever uma legislação de concessões moderna, que ache o ponto de equilíbrio, para as empresas e a prestação de serviço ao usuário, a Comissão terá, sim prestado, um serviço. Terceira Audiência Pública ( ATA Nº 5) Em 24 de agosto de 2009, às dez horas e quinze minutos, na Câmara de Vereadores de Santa Maria, realizou-se a Audiência Pública da Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias na região abrangida pelos Coredes Alto Jacuí, Central, Jacuí Centro e Vale do Jaguari. Presentes: Abriu os trabalhos o relator, Deputado Luciano Azevedo, tendo, posteriormente, passado a condução da Audiência Pública ao Presidente da 39 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias Comissão Especial, Deputado Luis Augusto Lara. Integraram a Mesa de trabalho: Antônio Carlos Jordão, presidente do Corede Central e representante do Fórum dos Coredes; Jorge Aita, presidente do Sindicato das Estações Rodoviárias; Odair Gonçalves, diretor de tarifas da AGERGS; César Barrichelo, secretário adjunto de Juventude e Esportes de Santa Maria; Sérgio Medeiros, secretário de Controle e Mobilidade Urbana de Santa Maria; João Natalício, prefeito de Formigueiro; e Maria de Lourdes Castro, Vereadora de Santa Maria. Demais participantes: Clemente Soares, engenheiro da AGERGS; Valdir Oliveira, assessor do Deputado Adão Villaverde; Alfeu Grandini, representante do DAER-RS; Airton Jost, concessionário da rodoviária de Cruz Alta e Vice-Presidente do Sindicato das Estações Rodoviárias; Sérgio Bandeira, coordenador do albergue de Santa Maria; Ademar Huppes, presidente da Empresa Planalto; e Alvrinho Carpes, concessionário da rodoviária de São Vicente do Sul. Trabalhos/discussões: Informando que o Deputado Luis Augusto Lara, presidente da Comissão Especial, estava a caminho e que em breve se integraria aos trabalhos, este relator, Deputado Luciano Azevedo, declarou aberta a Audiência Pública dizendo que era a segunda audiência da Comissão no interior do Estado e que o objetivo desses encontros, aprovados pela Assembleia Legislativa, era discutir com toda a comunidade regional as questões que envolvem as estações rodoviárias. Pediu que os presentes apresentassem suas observações, críticas e elogios para que, ao final do trabalho, se pudesse melhorar o sistema das estações rodoviárias do Estado. Referiu que uma pesquisa da AGERGS registrou que 72% dos usuários aprovam o serviço das estações rodoviárias, mas que é evidente que há muitos pontos a serem melhorados e os próprios concessionários em muitos casos admitem isso, como questões ligadas à estrutura material das rodoviárias. Outro tema relevante, afirmou, é a relação com a fiscalização do DAER-RS e também o índice de recursos da passagem que efetivamente fica nas estações rodoviárias. Lembrou que hoje cerca de cento e cinquenta municípios do Estado não têm estação rodoviária e o que se busca é um modelo que permita ao concessionário obter o lucro inerente à atividade privada com a possibilidade de reequipar e 40 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias melhorar o serviço oferecido à população, um modelo que agrade não apenas ao governo ou aos concessionários, mas a todos. Dada a palavra ao prefeito de Formigueiro, João Natalício, Sua Excelência disse que existe um problema sério com a estação rodoviária do seu município e que, por isso, se fazia presente à audiência. Observou que é comum a muitos municípios de pequeno porte que a rodoviária se localize no centro, na rua principal da cidade, o que causa transtornos, uma vez que os ônibus, cada vez maiores, manobram para chegar e para sair, interrompendo o fluxo. Disse que procurou se inteirar do assunto junto aos órgãos do Estado que cuidam das estações rodoviárias e que no seu município há uma licitação em andamento. Disse também que os concessionários não conseguem mudar a rodoviária de onde ela está localizada, porque não têm dinheiro para investimentos, mas que é um problema que o poder público precisa encarar de frente. Este relator agradeceu a manifestação do prefeito, observando que o trabalho da Assembleia Legislativa será o de fortalecer as rodoviárias de modo que as comunidades sejam beneficiadas. Passada a palavra ao presidente do Sindicato das Estações Rodoviárias, Jorge Aita, este disse acreditar que ao final dos trabalhos da Comissão Especial se terá uma melhor visão do que poderá ser feito. Disse saber das dificuldades das estações rodoviárias, como o problema citado pelo prefeito de Formigueiro, e relatou uma outra situação: que as rodoviárias estão sofrendo processos de ações do Ministério Público questionando os contratos feitos com o Estado. Jorge Aita contou que o concessionário de Restinga Seca, por exemplo, presente à audiência, gostaria de construir uma rodoviária nova, mas que não o faz por temer que a qualquer momento alguém lhe venha dizer que a rodoviária não é mais sua. Segundo Aita, existe muita insegurança jurídica, o concessionário não sabe se tem um contrato válido com o Estado por um determinado período; o Ministério Público Estadual entende que os contratos não têm validade. Disse que nunca viu uma situação como essa. O correto, segundo ele, seria esperar o término dos contratos enquanto se pensa numa situação nova, e não simplesmente interrompê-los, gerando 41 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias insegurança e impedindo os investimentos. Jorge Aita disse que o sistema de transporte no Estado funciona muito bem sob outros aspectos, nos outros Estados não existe uma relação entre as rodoviárias e as empresas, funciona “ao bel prazer” das empresas. Questionado por este relator, Aita explicou que nos outros Estados os prédios são públicos e as empresas de ônibus alugam cada uma o seu espaço, vendem a sua passagem, o que faz com que o usuário chegue no terminal e, muitas vezes, não saiba a que empresa se dirigir para ir a uma determinada localidade. No Rio Grande do Sul, afirmou, o usuário chega à rodoviária, informa a localidade de destino e é encaminhado à empresa. O presidente do Corede Central e representante do Fórum dos Coredes, Antônio Carlos Jordão, por sua vez, lembrou que o Corede Central congrega dezenove municípios da região e manifestou interesse em ver o serviço das rodoviárias prestado de forma satisfatória, avaliando que uma região só consegue se desenvolver se todos os setores fizerem a sua parte. Disse estar presente para ouvir as opiniões dos usuários e dos responsáveis pelo serviço em cada município e se colocou à disposição da Comissão Especial. O Secretário de Controle e Mobilidade Urbana de Santa Maria, Sérgio Medeiros, na ocasião representando o prefeito Cézar Schirmer, disse que a rodoviária é o ponto de contato entre as cidades e de grande importância para o turismo e é um tema que envolve a prefeitura, os órgãos de comunicação, a cidade toda. Este relator lembrou que, muitas vezes, o que parece responsabilidade do concessionário é na verdade responsabilidade do Estado, como a questão da segurança, que foi muito abordada na audiência em Santa Cruz do Sul. Antes de passar a palavra ao diretor de tarifas da AGERGS, Odair Gonçalves, foi registrada a presença do engenheiro Clemente Soares, também da AGERGS, do assessor do deputado Adão Villaverde, Valdir Oliveira, do representante do 42 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias DAER-RS, Alfeu Grandini, e do vice-presidente do Sindicato das Estações Rodoviárias, Airton Jost, concessionário de Cruz Alta. Odair Gonçalves observou que a AGERGS há bastante tempo se preocupa com o tema das estações rodoviárias e que é uma satisfação ver a Assembleia Legislativa promovendo o debate. Disse que, embora, em pesquisa realizada, 72% da população apareça satisfeita com as rodoviárias, isso não significa que não haja muito a melhorar e que, segundo a pesquisa da AGERGS, a maior preocupação dos usuários é com os serviços associados. Este relator pediu que o técnico falasse um pouco mais sobre os resultados da pesquisa, mas antes concedeu a palavra à vereadora Maria de Lurdes Castro, da Câmara Municipal de Santa Maria. A vereadora disse que a estação rodoviária é um serviço público e, como todo serviço público, é essencial à comunidade. Disse que hoje já há uma humanização dentro da rodoviária de Santa Maria, mas que persistem algumas dificuldades. Agradecendo a manifestação da vereadora e a gentileza em receber a Comissão em nome da Câmara Municipal, este relator devolveu a palavra ao representante da AGERGS para que falasse sobre a pesquisa realizada pela entidade. Esclarecendo que o trabalho encontrava-se à disposição no site da AGERGS, o técnico Odair Gonçalves disse que o DAER-RS estabelece qual a estrutura física que cada rodoviária deve ter, de acordo com a categoria a que pertence, e que, a partir disso, a AGERGS fez um levantamento para verificar como as rodoviárias estavam em relação a cada um dos itens avaliados e identificou que a estação rodoviária que mais atendeu às exigências de estrutura física foi a de Lajeado, com 96%, e a que menos atendeu a esses critérios foi a de Dom Pedrito, com 8%. O técnico da AGERGS afirmou que, quando se vê uma pesquisa com 72% de satisfação dos usuários é preciso considerar que muitos desses usuários não se dão conta dos serviços de que poderiam ou deveriam dispor. 43 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias Logo após essas explanações, foi aberto espaço para o público em geral se manifestar. Sérgio Bandeira, coordenador do albergue municipal de Santa Maria, disse que o que lhe deu coragem para ir até o microfone foi o fato de presenciar de quatro a cinco vezes por semana, no albergue, pessoas vindas de outros locais e que precisam de um lugar para ficar e de passagens de cortesia. Perguntou à Comissão e, em especial, à vereadora local, se existiria alguma lei ou algum incentivo nesse sentido. A vereadora Maria de Lurdes Castro disse não ter conhecimento de nenhuma lei que tratasse do tema, mas que se informaria a respeito. O presidente do Sindicato das Estações Rodoviárias, Jorge Aita, disse que a rodoviária não tem como disponibilizar cortesias, e sugeriu que a Empresa Planalto se manifestasse sobre o assunto. O coordenador do albergue, Sérgio Bandeira, agradeceu à Planalto, dizendo que era a única empresa a colaborar quando encaminhavam pedidos, mas que gostaria que fosse criada uma lei para que outras empresas fizessem o mesmo. Jorge Aita disse ter citado a Planalto por ver um grande número de representantes da empresa na plateia, mas que o pedido poderia ser feito a todas as empresas indistintamente. Ressaltando que tanto as estações rodoviárias como as prestadoras de serviços são empresas privadas, este relator lembrou que em muitos municípios a Prefeitura Municipal tem uma cota de passagens na Secretaria de Assistência Social. Perguntado se o prefeito de Formigueiro, João Natalício, gostaria de se manifestar sobre o tema, o prefeito parabenizou a Empresa Planalto, porém lembrou que as empresas particulares não foram criadas para fazer caridade. Disse que o fornecimento de passagens com finalidade social é obrigação do poder público e 44 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias cabe a cada prefeitura, por meio de lei específica, aprovada pela Câmara de Vereadores, destinar parte do orçamento para assistência social. O concessionário de Cruz Alta, Airton Jost, disse que a estação rodoviária de Cruz Alta funciona vinte e quatro horas por dia e que a remuneração/comissão recebida pelas rodoviárias nunca aumentou, sempre esteve no mesmo patamar, e que é muito difícil pagar todos os tributos exigidos: taxa da AGERGS, taxa de fiscalização do DAER-RS, Super Simples Nacional, etc. Jost disse que a rodoviária de Cruz Alta, embora seja de primeira categoria, não pode ser comparada com as rodoviárias de Santa Maria, Passo Fundo, Pelotas e Caxias do Sul, que, segundo ele, são cidades enormes, com grande desenvolvimento. Pediu que a Comissão Especial levasse em conta esses aspectos. Questionou se a sua sugestão era de alterar o percentual de 11% destinado às rodoviárias, o concessionário respondeu que sim, bem como exigir um estudo para a reclassificação das rodoviárias. Por julgar oportuno, este relator informou aos presentes que dos 496 municípios do Rio Grande do Sul somente 326 possuem rodoviárias, sendo que há uma rodoviária de categoria especial, a de Porto Alegre; 35 rodoviárias de primeira categoria; 34 rodoviárias de segunda categoria; 46 rodoviárias de terceira categoria; e 210 rodoviárias de quarta categoria; as quais registram a venda de, aproximadamente, três milhões de passagens por mês. Além disso, 22% da população do Estado utiliza, todos os meses, os serviços das estações rodoviárias, que empregam mais de três mil funcionários de forma direta e mais de nove mil de forma indireta. Esses números, por si só, dão uma noção da importância do tema tratado nesta Comissão Especial. Outro problema que vem sendo levantado nas audiências com muita freqüência é o do transporte clandestino de passageiros, que muitas vezes é feito pelas próprias prefeituras. Na oportunidade, este relator afirmou que faria uma reunião com a FAMURS para expor o problema e pedir à entidade que alertasse os prefeitos 45 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias para os riscos que correm os prefeitos ao insistirem nesse expediente (tal reunião foi realizada recentemente). Retomando a questão da oferta de passagens de cortesia por parte das empresas e rodoviárias, o técnico da AGERGS, Odair Gonçalves, defendeu que o assunto fosse tratado como política pública. O representante do Fórum dos Coredes, Antônio Carlos Jordão, agradeceu a oportunidade de discutir o tema e disse que, pelo que observara até aquele momento, a Comissão teria condições de apresentar uma proposta que beneficiaria a todo cidadão usuário do transporte coletivo. Disse ser esse o objetivo dos do Fórum dos Coredes e de todos os vinte e oito Coredes da região. O presidente do Sindicato das Estações Rodoviárias, Jorge Aita, cumprimentando o representante da AGERGS, Odair Gonçalves, pela manifestação sobre a gratuidade das passagens, abordou o tema da localização das rodoviárias dizendo que, até doze anos atrás, tinham o mesmo problema de Formigueiro, qual seja, a rodoviária no centro da cidade atrapalhando o trânsito. Disse que foi construída uma rodoviária nova e que os ônibus, hoje, têm condições plenas de sair da rodoviária e ir direto para as rodovias, sem passar pelo centro da cidade, no entanto isso não vem ocorrendo. Disse que se reuniu recentemente com o prefeito municipal e acredita que se chegará a uma solução sobre o impasse. O secretário Sérgio Medeiros disse ser necessário um conjunto de ações para que haja bons serviços e apontou aspectos que ainda precisariam avançar, como a venda mais facilitada de passagens, o acesso ao transporte público urbano e a circulação no entorno da rodoviária. Após essa manifestação, o presidente da Empresa Planalto, Ademar Huppes, afirmou, quanto à gratuidade de passagens, que as empresas já têm um custo alto para disponibilizar lugares para deficientes físicos, idosos e militares, e, com relação à venda de passagens, disse que a tendência é que passe a ser feita pela internet. 46 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias Saudando a todos e agradecendo a condução dos trabalhos até esse momento pelo Deputado Luciano Azevedo, o Presidente da Comissão, Deputado Luis Augusto Lara, lembrou que tudo o que havia sido dito estava sendo gravado pela Assembleia Legislativa e faria parte do relatório que a Comissão estava preparando. Em seguida, passou a palavra ao presidente do Sindicato das Estações Rodoviárias, Jorge Aita, que disse ao presidente da Planalto que o Sindicato já estava com tudo praticamente pronto para a venda de passagens pela internet. Por último, pediu a palavra o concessionário da rodoviária de São Vicente do Sul, Alvrinho Carpes, para solicitar que fossem revistos os horários das linhas intermunicipais e o valor da comissão destinada às rodoviárias. Disse que o que recebem as rodoviárias é muito pouco se comparado às obrigações que têm. O Deputado Luis Augusto Lara agradeceu a manifestação, ressaltando, porém, que a questão das linhas intermunicipais será objeto de uma próxima Comissão Especial, já protocolada na Assembleia Legislativa e que deverá ter início assim que a presente Comissão encerrar seus trabalhos. O parlamentar garantiu que, ao final dos trabalhos de ambas as Comissões, será escrita, junto com o Executivo, a lei do transporte intermunicipal de passageiros preconizada pelos artigos 178 e 179 da Constituição Estadual. Ele destacou a parceria da AGERGS nesse trabalho, informando que a agência se comprometeu a apresentar um ou mais modelos de concessão que atendessem às necessidades dos usuários, dos concessionários e do governo. O parlamentar convidou a todos para, após a conclusão dos trabalhos das Comissões, comparecerem a uma grande audiência pública, no auditório da Assembleia Legislativa, para a apresentação dos resultados, isto é, a nova lei de concessões do Estado do Rio Grande do Sul: uma lei, segundo ele, mais justa, mais responsável e mais produtiva para o setor. 47 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias Quarta Audiência Pública ( ATA Nº 6) Em 31 de agosto de 2009, às dez horas e quinze minutos, na Câmara de Vereadores de Caxias do Sul, realizou-se a Audiência Pública da Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias na região abrangida pelos Coredes Serra, Hortênsias e Campos de Cima da Serra. Presentes: O relator da Comissão Especial, Deputado Luciano Azevedo, abriu os trabalhos da Audiência Pública, convidando para compor a Mesa o presidente da Câmara municipal, vereador Elói Frizzo; a engenheira Vera Becker, do DAER-RS; o diretor de qualidade da AGERGS, Flávio Piccinini; e o prefeito de Vila Flores, Jair Pedro Morello. Posteriormente, assumiu a direção dos trabalhos o Deputado Luis Augusto Lara, Presidente da Comissão. Demais participantes: Clemente Soares, engenheiro da AGERGS; Dilson Machado, assessor do Deputado Adroaldo Loureiro; Hilton Gomes, Secretário da Indústria e Comércio de Gramado, representando o prefeito Nestor Tissot; Francisco Tedesco, vice-prefeito de Garibaldi; Márcio Luis Carpenedo, Secretário de Turismo de Guaporé; Admir Zanella, Secretário de Planejamento de Antônio Prado; Antônio Gelmini, representante da Prefeitura de Carlos Barbosa; vereador Mauro Pereira, presidente da Comissão de Transportes da Câmara de Caxias do Sul; vereador Eduardo Rizzo, de São Marcos; e os concessionários das estações rodoviárias de Caxias do Sul, Nova Prata, Garibaldi, Antonio Prado, Montenegro, Bento Gonçalves, Farroupilha, São Sebastião do Caí, São Francisco de Paula e Ipê. Trabalhos/discussões: Da mesma forma acontecida nas audiências públicas anteriores, este relator abriu os trabalhos em Caxias do Sul fazendo um breve histórico das ações da Comissão Especial até aquele momento. Informando que o objetivo da Comissão era encontrar alternativas pra que se pudesse melhorar o serviço prestado pelas estações rodoviárias, noticiou que, pelos relatos obtidos até 48 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias aquela data, os investimentos nas rodoviárias têm sido prejudicados em razão da baixa remuneração auferida pelos concessionários. É necessário encontrar formas de alterar os índices que compõe as tarifas, aumentando a comissão dos concessionários sem que os usuários precisem pagar mais pelas passagens. Passada a condução dos trabalhos ao Presidente, Deputado Luis Augusto Lara, Sua Excelência destacou que seria preciso escrever um novo modelo de concessão e que, para isso, a Comissão vem ouvindo as comunidades, os empresários do setor e os órgãos de fiscalização. Explicou que os artigos 178 e 179 da Constituição Estadual apresentam as rodoviárias como um aspecto da questão e as empresas como outro aspecto e que, assim que a Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias for encerrada, ele dará início à segunda etapa, que tratará das empresas transportadoras. Em seguida, o Deputado Lara disse que alternaria manifestações da mesa e dos demais presentes que se inscrevessem junto à assessoria da Comissão e concedeu a palavra ao presidente da Câmara de Vereadores de Caxias do Sul, Elói Frizzo. O vereador falou da satisfação em receber a Assembleia Legislativa e informou que a audiência estava sendo transmitida ao vivo pela TV Câmara. Disse que, embora não se recorde de queixas à rodoviária de Caxias do Sul, era importante tomar conhecimento de como acontecem as concessões e as licitações de rodoviárias. Agradecendo a participação do vereador, o Deputado Lara registrou a presença de Daltro Maciel, presidente da União de Associações de Bairro de Caxias do Sul e, imediatamente, passou a palavra ao secretário de Turismo, Cultura e Esporte de Guaporé, Márcio Luis Carpenedo. O secretário avaliou como muito pertinente a Comissão, dizendo que há muito tempo o Rio Grande do Sul carece de um atendimento especial à questão das estações rodoviárias. Disse que falava como membro do grupo gestor da Atuaser, a Associação do Turismo da Serra Gaúcha, lembrando que a estação rodoviária é a porta de entrada de um município. Disse que hoje há graves problemas com as estações rodoviárias, mas que não se referem aos serviços prestados por elas e sim às condições que elas têm para trabalhar. Segundo ele, a grande discussão que precisa ser feita é saber se o concessionário deve fazer 49 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias investimentos por interesse próprio ou se enquadrar nos interesses do município. Quanto a Guaporé, disse ter sido feito um pedido de longa data ao DAER-RS para a construção de uma estação rodoviária e que o modelo está arcaico. Questionou se o empresário pode fazer o empreendimento onde quiser ou se deve respeitar o plano diretor do município e de que forma se dá a concessão. Disse que, na sua opinião, o município deve ser partícipe da concessão junto com o Estado, que se o Estado vai conceder que o faça também no interesse do município. Sublinhou que aqueles que pensam que o turismo não se faz pelas rodoviárias estão enganados, pois há quarenta milhões de passageiros que as utilizam. Agradecendo a manifestação, o Deputado Lara passou a palavra ao senhor Glauber Gobato, concessionário da estação rodoviária de Caxias do Sul, que informou estar representando também, na audiência, o Sindicato das Estações Rodoviárias e se colocou à disposição para colaborar com o debate. O Presidente Lara passou, então, a palavra ao vereador Mauro Pereira, presidente da Comissão de Urbanismo, Transporte e Habitação da Câmara Municipal de Caxias do Sul. O vereador disse que a cidade está bem servida em termos de ônibus e rodoviárias, mas que sempre se pode melhorar e sugeriu que se levantasse a possibilidade de se usar o Programa de Aceleração do Crescimento do Governo Federal em projetos de rodoviárias. Também destacou uma outra fonte de recursos na região, a Rio Grande Energia, que, segundo ele, vem investindo na cidade em escolas e estabelecimentos públicos. Observou que a Rio Grande Energia poderia investir para melhorar o sistema de iluminação das estações rodoviárias. Avaliou que os deputados estão trabalhando num foco que nunca foi percebido e os parabenizou pelo trabalho. O Deputado Lara passou a palavra ao senhor Jorge Antônio Rodrigues, do Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias do Sul, que declarou estar representando também a OAB. O sindicalista disse concordar que o sistema das estações rodoviárias é arcaico e observou que em outros estados a qualidade e o padrão de construção das rodoviárias tem evoluído e que no Rio Grande do Sul é preciso examinar a questão do conforto, em razão do calor absoluto no verão e do frio rigoroso no inverno, e a da localização. O Deputado Lara lembrou que existe já um modelo de estações rodoviárias e que o DAER-RS e a AGERGS o utilizam para fazer 50 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias levantamentos sobre os serviços das rodoviárias. O modelo inclui critérios, exigências, como quadro de aviso de utilidade pública, acesso para deficiente físico, sistema de alto-falantes, bebedouros, escritório do DAER-RS, atendimento em lavatórios, atendimento no balcão, tamanho do guichê e outros, mas o que se quer, segundo o Deputado, é saber no que se pode evoluir e como fazer para que as rodoviárias atinjam essa qualidade preconizada. O Deputado Lara passou a palavra a seguir ao prefeito de Vila Flores, Jair Pedro Morello, que disse que Vila Flores vive um problema muito sério por ser um município pequeno, de aproximadamente três mil e duzentos habitantes, por onde passam todos os ônibus que vão de Porto Alegre pela RS-470. Disse que o serviço na rodoviária é terceirizado, mas que o administrador não se sustenta só com a venda de passagens, por isso a prefeitura repassa novecentos reais por mês, o que é uma quantia pequena, mas significativa para o município, e que seria uma catástrofe para os municípios próximos ter que fechar a rodoviária. Aproveitando a fala do prefeito, este relator declarou conhecer praticamente todas as estações rodoviárias do Estado e ser testemunha da dificuldade de muitas delas em se manterem e abordei dois temas que considero essenciais. O primeiro é o da remuneração. Como outros já haviam dito, todos desejam serviços de qualidade, mas para que isso se dê é preciso haver recursos. Disse ser dramática a situação das estações rodoviárias por conta da remuneração, que é muito pequena e que, embora cada caso seja um caso, em algumas cidades está se insistindo muito na idéia de se retirar a rodoviária do centro da cidade, mas que, ao fazê-lo, é preciso lembrar também que se retirará do centro da cidade as lojas que estão dentro da rodoviária, a revisteira, a fruteira, a locadora de vídeo, a barbearia e os empregos das pessoas que ali estão. A Comissão não irá dizer onde deve ficar a rodoviária de cada cidade, mas esse é um tema que precisa ser discutido. O segundo aspecto apontado por este relator é o transporte irregular de passageiros por parte das prefeituras. Disse que levaria o assunto à Famurs (como efetivamente já levei) para que houvesse uma conscientização dos prefeitos. Esse tipo de transporte vem ocorrendo em muitos lugares e algumas prefeituras até cobram a passagem. Ressaltei, no entanto, que não estava me referindo ao transporte de pessoas para tratamento de saúde, que, como se sabe, é legal. 51 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias Citei Arvorezinha e Ronda Alta como exemplos de municípios em que a situação é dramática. Disse que em Ronda Alta o concessionário se sentou à calçada e chorou, porque a Prefeitura simplesmente se apropriou dos serviços da empresa de ônibus, que é o de transportar, e da estação rodoviária, que é o de vender passagens. Agradecendo a contribuição, o Presidente Lara passou a palavra ao presidente da União das Associações de Bairros de Caxias do Sul, Daltro Maciel, que parabenizou a Comissão e retomou alguns temas já abordados. Disse que em cada município a situação é uma, que em Caxias do Sul a rodoviária não é um dos temas mais preocupantes, embora exista a questão da segurança. A engenheira Vera Becker, do DAER-RS, em resposta a indagações ouvidas durante a audiência, disse que as prefeituras devem, sim, ser ouvidas, que as rodoviárias, quando vão para licitação, devem ter o parecer da Prefeitura quanto à localização, tanto em termos de zoneamento urbano como em termos de trânsito, porém, como os concessionários já vêm de longa data e é sabido que enfrentam dificuldades de arrecadação, o DAER-RS fica aguardando cada vez que é feita nova licitação. É difícil, segundo ela, pedir a um concessionário que se mude de local quando se sabe que não há arrecadação para isso. O que se tem sido exigido, segundo ela, são algumas melhorias, como, por exemplo, a acessibilidade aos cadeirantes. Na avaliação da engenheira, a Comissão terá uma tarefa difícil, de aumentar a arrecadação das rodoviárias, sem aumentar a tarifa. O Deputado Lara lembrou que o foco da Comissão é trabalhar um novo modelo de concessão que promova o equilíbrio econômico entre as rodoviárias, uma vez que hoje, segundo ele, praticamente só as de primeira categoria conseguem se viabilizar. Disse que a AGERGS, que logo se manifestaria, está estudando esses aspectos e mencionou a idéia da concessão de pólos, isto é, que as rodoviárias de primeira categoria tivessem de gerenciar também alguma rodoviária de quarta, uma vez que, para estas, muitas vezes não há interessados. Lembrou que das cento e vinte e uma rodoviárias de quarta categoria que foram à licitação, somente sessenta tiveram interessados e, desses sessenta, somente dois conseguiram prover a documentação necessária. Depois, acrescentou, com a ajuda do DAER-RS, foram viabilizadas mais dez. O presidente 52 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias da Comissão levantou ainda a possibilidade de criação de um fundo para auxiliar na manutenção das rodoviárias de menor poder aquisitivo. Disse que esses estudos estão sendo elaborados pela AGERGS, que deverá sugerir à Comissão, até o final dos trabalhos, um modelo que possa ser implementado no Rio Grande do Sul. Quinta Audiência Pública ( ATA Nº 7) Em 11 de setembro de 2009, às quatorze horas e dez minutos, na Câmara de Vereadores de Santana do Livramento, realizou-se a Audiência Pública da Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias na região abrangida pelos Coredes Campanha e Fronteira Oeste. Desculpando-se pelo atraso e informando que o presidente da Comissão Especial estava a caminho, o Deputado Adão Villaverde, membro titular da Comissão, abriu os trabalhos. Chamou à mesa o senhor Sérgio Gonzales, da Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul (AGERGS), o vereador Nelmo Oliveira, representando a Câmara Municipal de Livramento, o presidente do Sindicato das Estações Rodoviárias, Jorge Aita, a prefeita de Santa Margarida do Sul, Cláudia Goularte Brasil, o vereador Mário Augusto de Souza, presidente da Câmara Municipal de Quaraí e da União dos Legislativos da Fronteira Oeste (ULFRO), os representantes do Fórum dos Coredes, Hugo Marques Chimenes, e do Corede Fronteira Oeste, Hildebrando Santos dos Santos, e o representante da concessionária de Santana do Livramento, Marcelo Lezama. Também registrou a presença do secretário de Transporte e Circulação de Bagé, Eduardo Mendes, representando o prefeito de Bagé; de Maria Alice Gadret, da Secretaria Estadual do Turismo, Esporte e Lazer; dos vereadores Luis Augusto, de Santa Margarida, Eurides Cafarati, de Alegrete, Cláudia Librelotto, de Vila Nova do Sul, Rogério Azevedo, de Rosário do Sul, Alisson Sampaio, presidente da Câmara Municipal de Rosário do Sul, Luís Gilberto Risso, de Uruguaiana, Carine 53 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias Frassoni, de Santana do Livramento, e Antônio Leonir dos Santos, de Cacequi; dos representantes da Associação Comercial e Industrial de Livramento (ACIL), Luiz Sant’Anna, Hugo Fialho e Lauro Chiarelli; da presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Silna Barbosa Lampert; e do assessor da deputada federal Emília Fernandes, Dagberto Reis. O Deputado sugeriu um tempo de três minutos para cada um dos componentes da mesa, passando a palavra ao presidente da ULFRO e da Câmara Municipal de Quaraí, Mário Augusto de Souza, que assinalou a importância da Comissão por tratar de um tema que envolve praticamente a todos. Disse que, das rodoviárias localizadas nos treze municípios da sua região, muitas não têm condições adequadas, algumas funcionam numa casa, outras não têm abrigo para os passageiros e outras ainda só abrem quando os ônibus saem, o que faz com que muitas pessoas saiam de suas cidades e encontrem a rodoviária fechada. O Deputado Adão Villaverde agradeceu as considerações e passou a palavra ao representante da Câmara de Vereadores de Santana do Livramento, Nelmo Oliveira, que disse conhecer as dificuldades que os concessionários enfrentam e que a construção de um novo modelo de concessões deverá ser um trabalho de todos. Também aproveitou para registrar as presenças do Dr. Brunet, da Ordem dos Advogados do Brasil, e do gerente da Ouro e Prata de Santana do Livramento, Rodrigo Palma. Em seguida, manifestou-se a prefeita de Santa Margarida do Sul, Cláudia Goularte Brasil, que relatou que, ao receber o convite para a audiência, quis estar presente, não para avaliar os serviços das estações rodoviárias, mas para solicitar uma estação ou posto rodoviário, porque a cidade tem nove anos e, nesse período, ainda não se obteve essa conquista, disse que os habitantes do município precisam se deslocar a São Gabriel ou a Vila Nova do Sul para pegar o ônibus e, ao voltar de Porto Alegre, têm que descer nessas cidades porque o ônibus não para quando o passageiro tem bagagem. O Deputado Adão Villaverde agradeceu a manifestação e disse que é uma questão importante, que inclusive já veio à tona, a decisão de se ter uma estação ou um posto de venda de passagens. O representante da ACIL, Luiz Sant’Anna, disse que há sérios problemas com a rodoviária de Livramento, que ela carece de investimentos e que a ACIL, como uma entidade liberal, entende que a essência de um empreendimento é 54 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias a lucratividade e espera que o novo estudo que a Comissão está fazendo estabeleça a obrigatoriedade de as rodoviárias reinvestirem no negócio, porque nenhum negócio funciona sem investimento. Na sua avaliação, a rodoviária de Santana do Livramento não é tão pequena quanto parece, mas os horários são pessimamente distribuídos. Ele acredita que o consumidor é que tem que escolher os horários mais convenientes. O representante do Fórum dos Coredes, Hugo Marques Chimenes, destacou a importância do debate presente, lembrando que o Fórum dos Coredes já havia apontado esse tema como prioritário na sua pauta de discussões. Disse que a estrutura de muitas rodoviárias é inadequada para o clima que se tem no Estado, de muito calor ou muito frio, e que muitas vezes as pessoas ficam expostas às intempéries. Disse ainda que, assim como Santa Margarida do Sul, também Barra do Quaraí carece de estação rodoviária, e que os Coredes sofrem com isso quando têm que mandar encomendas de documentos ou outros equipamentos para essas localidades. O representante do Corede da Fronteira Oeste, Hildebrando dos Santos, disse que na discussão sobre as rodoviárias não há como tratar um ponto único sem abordar o todo e que estão implícitos os temas dos horários, linhas de ônibus e estradas. Disse que o plano estratégico regional, que está em discussão na Unipampa, também inclui esse tema e criticou a ausência de outros deputados na audiência. O Deputado Adão Villaverde disse que em audiências anteriores também foi referida a dificuldade de se discutir o tema das estações rodoviárias sem se falar no todo, isto é, no modelo de transportes rodoviários no Rio Grande do Sul, mas que seguramente se avançaria para além desses limites. O presidente do Sindicato das Estações Rodoviárias, Jorge Aita, parabenizou o Deputado Luis Augusto Lara pela iniciativa de criar a comissão, disse que os concessionários também sentem a necessidade de melhorias nas rodoviárias, mas que para isso há muitos aspectos que se tem que levar em conta. Quanto aos horários, por exemplo, disse que embora a rodoviária procure estar sempre atenta ao que o usuário está pedindo, quem os determina é a empresa transportadora, com a anuência do DAER-RS. Disse ter certeza de que as empresas de ônibus fazem estudos para verificar os melhores horários, mas que evidentemente nem sempre é possível contentar a todos. Quanto à situação relatada pela prefeita de Santa Margarida do Sul, que não 55 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias dispõe de estação rodoviária, disse que isso demonstra a grande dificuldade que tem uma rodoviária de quarta categoria em se manter. Segundo Aita, das trezentas e vinte e seis rodoviárias existentes no Estado, duzentas e dez são de quarta categoria e o faturamento médio de uma rodoviária de quarta categoria gira em torno de mil e quatrocentos reais por mês. Representando a concessionária de Santana do Livramento, Marcelo Lezama, disse que uma dificuldade que enfrenta é o numero reduzido de boxes. Segundo ele, são quatro boxes, que, na maior parte do ano, são suficientes, mas nas férias ocorre um estrangulamento tornando necessária a duplicação do número de boxes. O concessionário informou que circulam cinquenta ônibus por dia na rodoviária e quinze mil passageiros por mês em média, ou quinhentos por dia. Quanto à questão dos horários, referendou as palavras do presidente do Sindicato das Estações Rodoviárias e disse que seria interessante uma integração das rodoviárias da região para que houvesse uma mudança. Com relação à construção da rodoviária em Santana do Livramento, disse que as obras estão paralisadas há três anos e que existe um novo projeto na prefeitura para reiniciá-las com a venda das lojas. Disse que seria uma maneira de construir a rodoviária, porque, segundo ele, os 11% de comissão que recebe são insuficientes para isso. Ao contrário do que se dá com as empresas de ônibus, que recebem recurso diferenciado para a manutenção da frota, a rodoviária não tem um recurso diferenciado para a manutenção da estrutura, disse. Acrescentou que considera inadequada a classificação das rodoviárias em categorias e que a taxa cobrada para as de primeira categoria é muito maior do que aquela cobrada para as de quarta categoria, e que Livramento está em primeira categoria, mas a cidade teve a sua população reduzida. O representante da AGERGS, Sérgio Gonzales, registrou a presença do colega Daniel Engelmann e disse ver com bons olhos a criação da Comissão Especial pelo fato de ela se somar ao trabalho contínuo realizado pela AGERGS em relação às rodoviárias. Informou que Agência possui um ranking das estações rodoviárias, de acordo com a qualidade dos serviços oferecidos e que é possível auxiliá-la nesse trabalho de avaliação tornando-se um "usuário voluntário da AGERGS". Para tal, a pessoa pode ligar para a ouvidoria da AGERGS no número 0800-9790066 ou se cadastrar no site. Agradecendo a participação, o Deputado 56 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias Adão Villaverde registrou a chegada do presidente da Comissão, Deputado Luis Augusto Lara, e passou a ele a condução dos trabalhos. Inscrito para falar, o vereador Eurides Cafarati registrou que, embora a rodoviária do município tenha levado muita gente embora, o Deputado Lara conseguiu reabrir um frigorífico que empregava oitocentas pessoas. Ele agradeceu o trabalho desenvolvido na fronteira pelos Deputados Luis Augusto Lara e Adão Villaverde e observou que a rodoviária do seu município enfrentava problemas com os banheiros até passar por uma reforma sob a administração do secretário Alcione Severo. O Deputado Adão Villaverde cumprimentou o secretário citado e passou a palavra a Fábio Perez, do jornal A Voz do Aposentado, que questionou o que estava sendo feito para melhorar o tratamento aos idosos. O vereador Luis Augusto, de Santa Margarida do Sul, disse que há quatro ou cinco anos estão batalhando por uma estação rodoviária e lhes foi dito que ela teria que estar no mínimo a quinhentos metros da BR. Quis saber se existe de fato esta exigência. A vereadora Cláudia Librelotto, presidente da Câmara Municipal de Vila Nova do Sul, disse ter comparecido à audiência para relatar que, diferentemente de Santa Margarida do Sul, que é um município vizinho que não tem estação rodoviária, Vila Nova do Sul possui uma rodoviária que, no entanto, enfrenta problemas que acredita serem comuns a muitos municípios pequenos. Disse que a estação só abre quando chegam os ônibus, no restante do tempo ela permanece fechada e, muitas vezes, as pessoas têm que ficar lá sem que haja abrigo nem bancos no lado de fora. Disse que também há problemas de estacionamento e que são destinadas apenas três passagens para os passageiros que embarcam em Vila Nova do Sul no ônibus que vai de Uruguaiana a Porto Alegre. Se essas três passagens já estiverem vendidas, segundo ela, não há como embarcar. O Deputado Luis Augusto Lara agradeceu a manifestação e registrou a presença do Deputado Marco Peixoto, pedindo que ele compusesse a Mesa. Em seguida, passou a palavra a Paulo Vidal, diretor da Class Tur, Agência Receptiva de Santana do Livramento. Paulo Vidal apontou a relação do município com o turismo de compras de Rivera e disse que, em parceria com empresas da Capital, a agência lançou projetos para fomentar o turismo em Livramento por meio de pacotes turísticos. Dizendo-se sozinho nessa empreitada, questionou como a 57 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias rodoviária poderia contribuir para manter o turista em Livramento e mostrar a ele que o município também tem turismo rural, histórico e cultural. Em seguida, o assessor da Deputada Emília Fernandes, Dagberto Reis, tomou a palavra avaliando que Santana do Livramento enfrenta inúmeros problemas, mas tem o objetivo de se expandir e que acredita que a classificação das rodoviárias da forma como está, em categorias, dificulta muito essas melhorias. Perguntou se a Comissão está buscando viabilizar alguma forma de recurso, seja pelo BANRISUL, seja pelo BRDE, para que se tenha o aporte necessário para as rodoviárias que queiram se expandir. A presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Silna Lampert, disse que acompanha há bastante tempo o esforço da família Lezama e sabe que os investimentos em acessibilidade nas rodoviárias se tornam difíceis sem uma parceria. Também questionou a localização da rodoviária de Santana do Livramento e o fato de os ônibus fazerem manobras nas ruas. Encerradas as considerações, o Deputado Marco Peixoto lembrou que, quando o Deputado Lara apresentou a sua proposta de criar a Comissão Especial, ela foi aceita unanimemente por se tratar de um tema que envolve diretamente a vida do cidadão no interior do Estado. Disse ter certeza de que o relatório final da Comissão defenderá os interesses dos usuários e se comprometeu a acompanhar de perto o tema, ao lado dos demais deputados. Após as considerações do Deputado, também o secretário de Transportes e Circulação de Bagé, Eduardo Mendes, destacou a importância da Comissão Especial. Em seguida, o presidente da Comissão Especial, Deputado Luis Augusto Lara avaliou o presente momento como um marco no serviço de transportes intermunicipal de passageiros, dizendo que as rodoviárias são uma parte desse serviço, expresso nos artigos 178 e 179 da Constituição Estadual, que deixam claro que o transporte é formado pelas rodoviárias e pelos ônibus intermunicipais. Segundo o Deputado, esses artigos, escritos em 1989, também deixam claro que tem de haver uma regulamentação. Ele relatou terem sido abertos editais de licitação para as cento e vinte e uma rodoviárias de quarta categoria no Estado e que houve interessados em apenas sessenta e, destes, somente dois conseguiram reunir a documentação necessária. Mais tarde, continuou o Deputado, num esforço do DAER-RS, esse número subiu para dez. O parlamentar sublinhou 58 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias que existe um modelo mínimo que relaciona os itens que uma rodoviária deve ter para ser de uma determinada categoria e leu alguns desses itens, que constam no Ato nº 31.512/99, do DAER-RS. Segundo o Deputado, o que deveria ser escrito por meio de legislação acabou tendo de ser escrito por meio de resolução do DAERRS. Porém, hoje, segundo ele, até mesmo o mínimo é difícil de cumprir. O parlamentar informou que a AGERGS possui uma relação de como as rodoviárias de primeira categoria se comportam em relação a cada um desses itens, se observam ou não os critérios estabelecidos pelo DAER, e que a mais bem colocada nessa relação é a rodoviária de Pelotas, que atende a 96% das exigências. A mais mal colocada, segundo ele, é a de Dom Pedrito, que atende a apenas 7%. O Deputado Lara disse que é preciso, portanto, fazer dois trabalhos: primeiro, o de exigir que aquilo que já está estabelecido seja atendido minimamente, lembrando que Santana do Livramento, por exemplo, atende a somente 47% das exigências e questionando o que está faltando para que chegue aos 100%; e, segundo e mais importante, o de atualizar a legislação, uma vez que o sistema de concessões, tanto de rodoviárias como de linhas de ônibus intermunicipais, segundo ele, está esclerosado, não há um modelo para quem queira investir, e os concessionários hoje estão receosos, não sabem por quanto tempo terão a concessão. A missão da Assembleia, disse, é preparar um sistema de concessões de rodoviárias e de ônibus intermunicipais que sirva ao Estado, aos usuários e aos concessionários. O parlamentar disse que pediu à AGERGS que apresentasse propostas nesse sentido, explicando serem os técnicos da agência reguladora os especialistas, ao passo que os deputados são generalistas. Com relação à manifestação da prefeita Cláudia de que são reservadas somente três passagens a Porto Alegre para o seu município, disse tratar-se de um problema com a empresa de transporte e não com a rodoviária. Sobre o questionamento do vereador Luis Augusto a respeito da distância que uma rodoviária deve manter da BR, disse que essa exigência não existe mais e que, no caso da rodoviária de Porto Alegre, a proximidade à rodovia é até um problema. Quanto à questão dos idosos, observou que hoje há o Estatuto dos Idosos regrando o assunto, embora haja alguma dúvida em relação ao desconto de 40% a que dois passageiros teriam direito. Disse que a 59 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias legislação em vigor determina que cada veículo disponibilize dois lugares, mas acontece, às vezes, de um passageiro comprar uma passagem e descer num ponto intermediário entre o ponto de partida e o destino e, nesse caso, o assento já foi computado. Caso o lugar não tenha sido vendido em nenhum trecho e a empresa não dê o desconto, torna-se uma questão de PROCON. Feitas essas considerações, o Deputado Luis Augusto Lara disse que o trabalho da Assembleia Legislativa é formatar a lei de concessões dos serviços de transporte de passageiros intermunicipais, e que essa lei terá que dar condições para que aqueles que detêm o serviço possam investir, melhorando a estrutura e o serviço prestado. Por fim, agradecendo a presença de todos, o presidente da Comissão, Deputado Luis Augusto Lara, convidou os componentes da Mesa a acompanhá-lo em visita à rodoviária de Santana do Livramento. Sexta Audiência Pública ( ATA Nº 8) Em 17 de setembro de 2009, às dezoito horas e trinta minutos, na Câmara de Vereadores de Pelotas, realizou-se a Audiência Pública da Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias na região abrangida pelo Corede Sul. Como relator desta Comissão Especial, abrindo os trabalhos registrei as presenças dos vereadores Idemar Barz e Professor Adinho e convidei a compor a Mesa o Promotor de Justiça de Pelotas, Paulo Roberto Gentil Charqueiro, o psicólogo perito do DAER Oluarbi Alves e o administrador da rodoviária de Pelotas, Ademir de Oliveira, representando o Sindicato de Agências e Estações Rodoviárias e o Prefeito Municipal. Também registrei as presenças de representantes das rodoviárias de Pinheiro Machado e Herval, da prefeitura de Pedras Altas e de Turuçu, do presidente da Câmara Municipal de Turuçu, Ilvo Stark Beiersdorf, da vice-presidente, Werena Lübke, do secretário de Turismo de Pelotas, Marcelo Mazza Terra, e do 60 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias coordenador técnico da Comissão Especial, ex-prefeito de Igrejinha e ex-presidente da FAMURS, Elir Girardi. Expliquei que a Comissão Especial foi criada com o objetivo de auscultar os serviços das estações rodoviárias e propor um novo modelo capaz de atender aos anseios dos usuários, dos concessionários e da população gaúcha em geral. Observei que uma pesquisa que me foi apresentada indicava que 75% dos usuários aprovam os serviços das estações rodoviárias, o que não significa que não existam aspectos a serem melhorados. Após as explanações iniciais, concedi a palavra ao Professor Adinho, vereador de Pelotas, que relatou que no início do seu mandato havia uma reclamação muito forte por parte daqueles que tinham comércio nas rodoviárias. Disse que em Pelotas existe a venda de passagens em outros locais que não a rodoviária e que isso gera algum descontentamento. Quis ele saber se esta situação também se dá em outros municípios. Agradecendo a manifestação, registrei a presença da presidente do Corede-Sul e ex-prefeita de Turuçu, Selmira Fehrenbach, do secretário de Coordenação e Planejamento de Pelotas, Agostinho Meirelles Martins, e do engenheiro Clemente Rolan Soares, da AGERGS, convidando-os a comporem a Mesa, e passei a palavra ao vereador Idemar Barz, de Pelotas. Barz declarou que a rodoviária não parece ser um problema no município, uma vez que não tem recebido reclamações a respeito dela. Disse saber que os moradores de Turuçu, porém, precisam ir a Pelotas para comprar passagem a Porto Alegre, e sugeriu a instalação de um posto em Turuçu ou a venda de passagens pela Internet. O administrador da rodoviária de Pelotas, Ademir de Oliveira, relatou o processo de licitações de rodoviárias iniciado no ano passado lembrando que na maioria dos certames não houve interessados e isso se explicaria, segundo ele, pelo fato de não ser fácil manter a estrutura de uma estação rodoviária. Defendendo uma melhor remuneração dos concessionários para que possam prestar melhores serviços, lembrou que as rodoviárias geram mais de três mil empregos e recebem trinta e seis milhões de passageiros. Oliveira disse ainda que a rodoviária de Pelotas se distingue de outras no Estado: é uma das três que não são particulares, e sim do poder público municipal, é um pólo comercial que agrega locação de áreas 61 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias para comércio, estacionamento, estrutura bancária e ampla área de lazer e emprega sessenta e cinco funcionários de carreira e vinte e cinco terceirizados, além de contra com serviço de videomonitoramento. Agradecendo a participação, aproveitei para registrar as presenças dos assessores do Deputado Adão Villaverde, Gerson Madruga e César Santos, de Antônio Selister, secretário de Trânsito de Pelotas, Roberto Caldeira, Leandro Soares, Leonardo Prietsch, Graciano Torales Pinheiro, Tiago Xavier, Sebastião Ribeiro Neto, Dinah Rodrigues Ribeiro, Antônio Rocha. Representando o DAER-RS, Oluarbi Alves apresentou-se como psicólogo, dizendo que comparecia à audiência mais para ouvir do que para falar. O promotor de Justiça Paulo Roberto Charqueiro disse que o Ministério Público não tem registrado reclamações ou qualquer manifestação que merecesse registro acerca da rodoviária local, mas considerou a discussão importante para a Assembleia Legislativa saber o que se passa na região. A presidente do Corede Sul, Selmira Fehrenbach, na ocasião representando também o Deputado Nelson Härter, disse, com relação à rodoviária de Pelotas, que há eventualmente reclamações de frio no inverno e de algumas vidraças quebradas e destacou o envolvimento do Corede com as questões dos pedágios e do valor do transporte coletivo. O secretário de Coordenação e Planejamento de Pelotas, Agostinho Meirelles Martins, após informar ter sido diretorpresidente da estação de Pelotas por três anos, disse que o sistema é complexo e apontou a venda de passagens em outros locais que não a rodoviária como um dos principais problemas enfrentados. Segundo ele, as pessoas deixam de comprar no terminal, prejudicando os comerciantes locais, e as rodoviárias têm grande dificuldade de arcar com essas perdas. Ele defendeu a venda de passagens de ida e volta num mesmo local dizendo que há muito mais pessoas que vão de Pelotas a Porto Alegre e voltam a Pelotas do que de pessoas que vão de Porto Alegre a Pelotas e voltam a Porto Alegre. Disse que existe uma proposta de destinar 70% para a rodoviária que embarca e 30% para a rodoviária que recebe e que isso já seria um grande alento para as rodoviárias de pequeno e médio porte e também uma comodidade para o usuário. Disse ainda que foi protocolado um pedido ao DAER-RS para que acabasse com as paradas fora das estações rodoviárias e com a situação de pessoas que embarcam sem a passagem. Acrescentei aos problemas 62 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias relatados o tema do transporte irregular. Disse que muitas prefeituras promovem essa situação e que em cidades pequenas, às vezes até por desavenças pessoais, alguns prefeitos utilizam o poder para esvaziar as rodoviárias. Disse também que estive na FAMURS para pedir que os prefeitos fossem informados dos riscos que correm por estarem transportando irregularmente. Mencionei, também, o fato de empresas não habilitadas recolherem as pessoas e que a Brigada Militar tem conhecimento da situação, as demais pessoas também, mas o problema persiste. Disse que Guaíba é um exemplo disso. Após essas considerações, passei a palavra ao técnico da AGERGS, Clemente Soares, que informou que a agência trabalha para melhorar a qualidade dos serviços prestados pelas estações rodoviárias e que vem estudando sugestões para a melhoria desses serviços desde 2008. Ele colocou à disposição dos presentes o telefone da AGERGS para denúncias e sugestões: 0800-9790066. O presidente da Câmara Municipal de Turuçu, Ilvo Stark Beiersdorf, retomando as palavras do vereador Idemar, disse que um dos grandes problemas enfrentados no município é ter de ir a Pelotas no dia anterior toda vez que se quer ir a Porto Alegre. Disse que de manhã o único ônibus que para em Turuçu é às oito horas e que seria importante ter um outro horário, ao meio-dia ou à tarde. Disse ele, também, que há uma reivindicação para que haja uma linha de Pelotas a São Lourenço às 21 horas. Agradecendo a manifestação, passei a palavra ao chefe de gabinete do Deputado Adão Villaverde, Gerson Madruga da Silva, que justificou a ausência do parlamentar e informou ser da região, natural de Pinheiro Machado. O assessor do Deputado abordou a mudança que sofreu o conceito de rodoviária ao longo dos anos, lembrando que, antigamente, elas eram consideradas centros de convivência e que hoje a realidade é outra. Disse que a tendência é as rodoviárias se afastarem do centro da cidade e que a rodoviária de Porto Alegre, no local onde está, é um verdadeiro caos. Avisando que o deputado Lara já chegara a Pelotas, passei a palavra ao vereador Pedrinho, que questionou o paradeiro do projeto de embarque e desembarque das rodoviárias que teria sido enviado para o DAER-RS ainda durante a gestão de Gilberto Cunha. Antes de passar a palavra ao representante do DAER-RS, Oluarbi Alves, registrei a presença da advogada Sheila Matos da Fonseca, da AGERGS. O representante 63 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias do DAER-RS informou que levaria o questionamento do vereador ao diretor de Concessões da autarquia, ao que lhe pedi que a manifestação do órgão fosse encaminhada formalmente, por escrito. Sobre os pontos de parada, o vereador Adinho ponderou que todos gostariam de ter um ônibus na porta de casa, mas que isso não é possível. Ele também se pronunciou a favor dos pedágios, porém contrário aos valores cobrados, e, quanto à situação de Turuçu, pediu que fosse examinada com carinho. A respeito dos pedágios, referi que geralmente ouço dois tipos de reclamação: ou de que se está cercado de pedágios ou de que gostariam de tê-los para obter melhores estradas. Retomando a palavra, o secretário municipal Agostinho Meirelles Martins, abordou o tema do transporte clandestino. Interrompi a fala do secretário para anunciar a chegada do presidente da Comissão Especial, Deputado Luis Augusto Lara, que a partir daquele momento, passou a conduzir os trabalhos. Agostinho Meirelles Martins prosseguiu dizendo que um problema que afeta as estações rodoviárias e também o poder público e os usuários do transporte coletivo é o transporte clandestino, muitas vezes mascarado, segundo ele, pelo dito “transporte de estudantes”. Disse que em Pelotas existe uma “segunda rodoviária” no posto Fortaleza, na saída para Rio Grande, com um número que não saberia precisar de vans e ônibus ditos de estudantes. Segundo o secretário, esses veículos transportam inúmeros passageiros, que adquirem inclusive o vale transporte intermunicipal e embarcam para trabalhar em fábricas de Rio Grande. Disse que muitos também embarcam no ônibus de estudantes de Canguçu, que é conhecido da rodoviária de Pelotas e do DAER-RS, segundo ele. Observou que, muitas vezes, esses ônibus não estão em bom estado, nem têm a fiscalização adequada, tanto no seu equipamento de segurança quanto na sua documentação. O secretário municipal fez, por fim, uma sugestão quanto ao problema de Turuçu, cujos habitantes precisam ir a Pelotas para adquirir a passagem para Porto Alegre, voltar a Turuçu e de novo a Pelotas para embarcar para a Capital. Disse que os ônibus indiretos poderiam fazer paradas e sugeriu que se firmasse um convênio entre a empresa rodoviária e a prefeitura de Turuçu pelo qual a prefeitura cederia um funcionário e o DAER-RS autorizaria a Interpel a abrir um sistema pelo qual o funcionário da prefeitura pudesse visualizar as operações da rodoviária de Pelotas e 64 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias emitir passagens. Retomando questionamentos anteriores, o representante do DAER-RS disse que o Departamento fiscaliza os ônibus de estudante praticamente toda a semana, que o problema é que há uns dois ou três anos, o trecho passou a ser da Metroplan, então com relação ao ônibus de estudantes Pelotas-Rio Grande, o DAER-RS sabe do problema, mas não pode mais intervir. Ao final das manifestações, o presidente da Comissão Especial, Deputado Luis Augusto Lara, referiu as audiências públicas já realizadas até aquela data, agradeceu a presença de todos e destacou o papel da Comissão de amenizar os problemas do transporte público intermunicipal. Disse que existe uma classificação das rodoviárias conforme o número de itens atendidos pelas rodoviárias e que, por essa classificação, Pelotas atende a 96% das exigências, ao passo que Dom Pedrito, por exemplo, cumpre apenas 7%. Disse que em Santana do Livramento, cuja rodoviária cumpre 43% das exigências, a presença do Ministério Público na audiência permitiu na hora que se exigisse o cumprimento dessas determinações. Parabenizou a rodoviária de Pelotas pela classificação em primeiro lugar entre as trinta e cinco rodoviárias de primeira categoria, mas observou que, evidentemente, sempre há o que melhorar. Disse que as audiências públicas estão fornecendo à Comissão os subsídios para se escrever a legislação que tratará das concessões de rodoviárias do Rio Grande do Sul, lembrando que o que se tem hoje são resoluções, embora os artigos 178 e 179 da Constituição Estadual determinem que haja uma legislação regulamentando o transporte de passageiros intermunicipal, um modelo que sirva pelos próximos trinta anos, pelo menos. Sétima Audiência Pública ( ATA Nº 9 ) Em 28 de setembro de 2009, às nove horas e quinze minutos, na Câmara de Vereadores de Passo Fundo, realizou-se a Audiência Pública da Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias na região 65 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias abrangida pelos Coredes Alto da Serra do Botucaraí, Médio Alto Uruguai, Nordeste, Norte, Produção e Rio da Várzea. Na minha querida cidade natal, e como relator da Comissão Especial, abri os trabalhos explicando que a Comissão foi criada por iniciativa do Deputado Luis Augusto Lara, que não pode comparecer à audiência. Disse que o objetivo do grupo técnico é a criação de um novo marco regulatório para o setor e que o prazo para isso é curto: cento e vinte dias, a contar da data do início dos trabalhos, que ocorreu em 17/6/2009. A seguir, registrei a presença do vereador Aristeu Dallalana e convidei a compor a Mesa os representantes da AGERGS, Eduardo Mesquita, e do Sindicato das Estações Rodoviárias, Jabs Paim Bandeira, concessionário da rodoviária de Passo Fundo. Também anunciei as presenças do engenheiro Clemente Soares, da AGERGS, destacando a sua participação em todas as audiências, do representante da prefeitura de Carazinho, Felipe Gerling; do secretário da Indústria e Comércio de Casca, Nelcir Antonazzi, e dos concessionários Adriano Weber, Simone Weber e Miriam Sbardelotto, de Carazinho, Marivete Gavioli e Paulo Flores, de Ronda Alta, José Agostinho Ribeiro, de Sananduva, Renildo Fontana, de Tapejara, Luismar Mossi, de Charrua, Ademar Costa, de Paim Filho, Nilton Grespan, de Carazinho, Altemir Breidenbaur, de Carazinho, Edela Tonello, de Sarandi, Moisés Santos e Lori dos Santos, de Tapera. Disse que a AGERGS apresentou uma pesquisa segundo a qual 72% dos usuários estão satisfeitos com os serviços das estações rodoviárias, mas que cento e cinquenta municípios gaúchos não possuem estações rodoviárias. Informei que algumas semanas atrás o DAER-RS ofereceu a concessão de cento e vinte novas rodoviárias em cidades onde não há esse serviço e, destas, apenas duas apresentaram a documentação necessária para participar do processo. Noticiei, entretanto, que houve alguma movimentação de incentivo e tolerância por parte do DAER-RS, o que permitiu que doze interessados conseguissem se habilitar. Destaquei que esses fatos dão uma boa dimensão do problema: os concessionários são muito cobrados e os usuários pedem rodoviárias limpas, seguras, prédios novos − e é justo que os peçam −, mas que os concessionários têm 66 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias protestado com justiça contra a baixa remuneração auferida, que não possibilita os investimentos necessários. Disse, ainda, que o desafio da Comissão é fazer com que, ao final dos 120 dias, apresente-se um novo modelo de concessão que atenda à expectativa de todos os gaúchos. Em seguida, convidei o vereador João Pedro a compor a mesa e passei a palavra ao vereador Aristeu Dallalana, que colocou a Câmara Municipal à disposição para o importante trabalho da Comissão, desejando que este se revelasse profícuo a todos. Na sequência, passei a palavra a Jabs Paim Bandeira, concessionário da rodoviária de Passo Fundo e membro do Sindicato das Estações Rodoviárias, que lembrou ter estado na primeira audiência em Porto Alegre e que lá haviam sido tratados vários temas. Disse que gostaria de saber como esses assuntos foram encaminhados, mas que, antes disso, gostaria de parabenizar mais uma vez a instalação da Comissão. O concessionário disse que a estação de Passo Fundo nasceu de um anseio geral e, em 1973, graças à Câmara Municipal conseguiram construí-la; está, portanto, segundo ele, muito ligada ao Legislativo. Disse também que as estações rodoviárias em todos os municípios vêm sofrendo uma ação violenta do Ministério Público que tem abalado moralmente o trabalho dos concessionários com a ameaça de licitações “para ontem”. Lembrou que na primeira audiência realizada pela Comissão Especial, em Porto Alegre, um dos diretores do DAER-RS disse que o Ministério Público teria, inclusive, ameaçado o diretor-geral da autarquia com prisão, caso não se abrissem licitações. O concessionário de Passo Fundo disse, porém, que não foi o Sindicato que pegou a caneta e fez um novo contrato, e sim o poder público, que deu as concessões até 2014. Bandeira disse ainda que o Tribunal Superior, que vinha tomando decisões contrárias aos concessionários, recentemente julgou a favor das rodoviárias de Espumoso e Igrejinha e está dividido sobre essa situação. O concessionário afirmou que prescreveu o direito do Ministério Público de pedir a anulação dos contratos, que o órgão tinha até cinco anos para fazer isso e não fez e que hoje os concessionários não têm segurança para investir. Ele lembrou que na primeira reunião da Comissão o presidente, Deputado Luis Augusto Lara, havia pedido que o DAER-RS cessasse as licitações, mas que elas continuam ocorrendo e que, na quinta-feira anterior, dia 24 de setembro, haviam sido informados de que já 67 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias neste ano seria aberta uma licitação para a rodoviária de Passo Fundo. Nesse momento, por oportuno, informei aos presentes que o Ministério Público havia confirmado presença na audiência, mas que, momentos antes, ligara para avisar que não poderia comparecer. Em seguida, passei a palavra ao representante da AGERGS, Eduardo Mesquita, que afirmou que a agência está mergulhada nos trabalhos da Comissão e que pretende elaborar uma proposta que atenda aos interesses de usuários, concessionários e do governo, lembrando que o papel da entidade é se fazer presente quando as regras já estão estabelecidas, porque o estabelecimento das políticas públicas de cada setor cabe ao poder concedente. Agradecendo a manifestação, passei a palavra ao vereador João Pedro, após registrar a chegada do Deputado Gilberto Capoani. O vereador observou que as rodoviárias são a porta de investimentos para a cidade, abordou a importância do tema até pelo ineditismo da proposta e parabenizou os deputados pela iniciativa. A seguir, passei a palavra aos demais participantes. Moisés Santos, da estação rodoviária de Tapera registrou que há uma legislação específica para as rodoviárias, isto é, que existem critérios para categorizá-las, mas que a remuneração dos concessionários é muito baixa e insuficiente para o pagamento dos funcionários, da limpeza e dos tributos, que, segundo ele, são muito altos. Disse que as rodoviárias são classificadas em categorias e todas recebem a mesma remuneração, mas que os custos das de primeira categoria não são tão altos quanto os das rodoviárias de quarta categoria, em cidades de cinco ou seis mil habitantes, nas quais é preciso manter a rodoviária aberta vinte e quatro horas por dia, segundo a determinação do DAER-RS. Ele sugeriu que houvesse uma remuneração diferenciada para as rodoviárias de terceira e quarta categorias e informou que há uma tratativa bastante adiantada com o prefeito de Tapera para a construção de uma estação rodoviária nova e que a prefeitura está disposta a doar o terreno. Afirmou, porém, que não tem nenhuma segurança jurídica quanto ao investimento de cento e cinquenta ou duzentos mil reais necessários, uma vez que o DAER-RS os ameaça com uma nova licitação. Contou que recentemente a rodoviária foi informatizada, e que isso teve um custo alto. Refletiu que, além de a rodoviária ser o cartão de visitas de uma cidade, a população a utiliza para uma série de serviços, 68 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias por isso disse entender que o poder público deveria participar dos custos. Informei aos presentes que, na semana retrasada, reuni-me com o presidente da FAMURS e pedi que a entidade orientasse os prefeitos quanto aos riscos que correm ao fazerem o transporte irregular de passageiros, e, na ocasião, o presidente da entidade me garantira que tomaria providências. Diógenes Soccol, de Vila Maria, agradeceu o meu empenho, relatou a situação da sua cidade. Disse que Vila Maria é um município muito pequeno, com mil habitantes e uma rodoviária de quarta categoria na qual circulam em torno de sete a oito mil pessoas por mês; disse que a dificuldade é imensa, porque o lucro é muito pequeno, as viagens são geralmente para regiões próximas e, se não houver alguma ajuda, uma parceria com o poder público, não há como se manter. Ele aproveitou para agradecer a presença do viceprefeito de Vila Maria, Lauri de Carli. Agradecendo a manifestação, convidei a compor a Mesa o vice-prefeito de Vila Maria, Lauri de Carli, e concedi a palavra ao Deputado Gilberto Capoani, que disse estar claro em relação ao tema que ninguém quer prejudicar ninguém, que, a seu ver, as rodoviárias têm que ter uma remuneração adequada e a população tem que ter um atendimento de qualidade, o que, segundo ele, não acontece em muitos municípios do Rio Grande do Sul. Colocando-se à disposição para o que fosse necessário, pediu escusas aos presentes por ter de se retirar em razão de um compromisso previamente agendado em Ibirapuitã. Nesse momento, Moisés Santos, concessionário de Tapera, pediu para relatar ao Deputado Capoani, antes que este se retirasse, que embora o desejo seja de que todos saiam ganhando, não é isso que vem ocorrendo, na sua avaliação. O que ocorre, disse ele, é que o DAER-RS e o Ministério Público os estão ameaçando com novas licitações. E complementando a fala deste relator, afirmou que na sua rodoviária houve uma redução de vinte por cento no número de passageiros e que isso se deve em grande parte ao transporte clandestino, seja de iniciativa do poder municipal, seja da iniciativa privada. Observando que a cobrança que o DAER-RS faz sobre as rodoviárias é compreensível, por se dar em cumprimento à lei, mesmo que de uma forma draconiana, recordei uma situação que presenciei em Arvorezinha, quando o concessionário sentou e chorou ao se ver forçado a demitir os funcionários, fechar as lojas e entregar a rodoviária em razão da 69 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias queda na venda de passagens. Em seguida, passei a palavra a João Agostinho Ribeiro, de Sananduva, que relatou a situação da rodoviária do município, de terceira categoria, onde trabalha há quarenta e nove anos. Disse que pagam aluguel, e que este não é barato, mas que agora parece ter surgido uma luz no fim do túnel, pois está quase acertada a construção de uma nova rodoviária, a duas quadras da atual, e que inclusive foi aprovada na Câmara de Vereadores uma verba de cem mil reais para dar início à construção. Jabs Paim Bandeira pediu a palavra para solicitar que a Assembleia Legislativa buscasse o projeto de lei que estaria dormitando ou no DAER-RS ou na Casa Civil. Destacou que o projeto existe, que é a única maneira de tranquilizá-los e que é preciso diferenciar na lei os pequenos e os grandes municípios. Também afirmou que, havendo a ruptura brusca nos contratos, como prega o Ministério Público, serão milhões que o Estado deverá pagar em indenizações para as estações rodoviárias. O vice-prefeito de Vila Maria distinguiu dois problemas: as licitações, que, segundo ele, afetariam mais as rodoviárias de primeira e segunda categorias, e a falta de recursos, que inviabilizaria as rodoviárias menores. Quanto ao transporte municipal, disse que não se trata de um transporte clandestino, mas de pacientes que precisam buscar os serviços de saúde de municípios maiores. Ressaltei a Sua Excelência que o que está sendo questionado não é o transporte de pacientes. Isso, deve continuar a ser feito. O que não poderia acontecer, afirmei, é pessoas que não estão nessa situação serem transportadas por veículos da prefeitura. O representante da AGERGS, Eduardo Mesquita, disse que a situação, a seu ver, encaminha-se para a criação de um marco regulatório do setor e que, de um lado existe a pressão do Ministério Público para que haja a renovação das concessões, que é algo que se impõe; de outro, a AGERGS vem acompanhando os custos tarifários, nos últimos dez anos, e percebeu que a demanda por passagens vem caindo. Somada a isso, continuou, existe uma pressão por novos serviços, como a possibilidade, por exemplo, de venda de passagens de ida e volta; e todos esses aspectos, segundo ele, formam um quadro novo no qual recai uma pressão muito grande sobre o concessionário: a questão jurídica, a redução da demanda e ainda as exigências de novos serviços. Disse entender que os resultados da Comissão, as sugestões recolhidas, serão 70 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias extremamente importantes para que haja o novo marco regulatório do setor e voltou a parabenizar os Deputados pela iniciativa. A concessionária de Ronda Alta, Marivete Gavioli, apresentou uma cópia de passagens expedidas pela prefeitura do seu município, assegurando que os bilhetes são cobrados e que não se destinam a pacientes do sistema de saúde. Ela disse que, no momento da expedição do bilhete, a moça que o vende explica que precisa registrá-lo como sendo para tratamento de saúde, embora não o seja, e que são carros, vans e microônibus saindo de lá diariamente. Uma cópia do documento foi entregue à assessoria da Comissão Especial e encontra-se anexa a este relatório. Oitava Audiência Pública ( ATA Nº 10 ) Em 02 de outubro de 2009, às dez horas e quinze minutos, na Câmara de Vereadores de Novo Hamburgo, realizou-se a Audiência Pública da Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias na região abrangida pelos Coredes do Vale do Rio dos Sinos, Vale do Caí, Centro Sul, Paranhana Encosta da Serra e Metropolitano do Delta do Jacuí. Abrindo os trabalhos, o Presidente, Deputado Luis Augusto Lara, chamou à Mesa o vereador Leonardo Hoff, representando a Câmara Municipal, o engenheiro Clemente Soares, da AGERGS, o fiscal de Tráfego do DAER-RS Marco Antônio Villanova, o representante da rodoviária de Novo Hamburgo, Jefferson Evandro Petry, o procurador-geral de Novo Hamburgo, Rui Noronha, e o secretário da Indústria e Comércio de Novo Hamburgo, Carlos Finck. Em seguida, o deputado registrou a presença do vice-prefeito de Santo Antônio da Patrulha, Armindo Ferreira de Jesus, dos vereadores Carmem Ries e Jesus Martins, de Novo Hamburgo, e José Sehnem, Renato Wesz e Luciano Altneter, de Rolante, do diretor de Trânsito de Novo Hamburgo, Álvaro Santos, de João Batista Santos, Luciano Reis, Danielle 71 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias Pereira, Neidia Reinhardt, Antenor Garcia, Carlos Sá, Adilson Luiz da Silva, Sinésio Follmann, Tânia Rodrigues e Irahy Mendes. O Deputado disse que se tratava da sétima audiência pública no Estado e que o objetivo da Comissão é formatar a lei de concessões de rodoviárias que deverá ir a votação no próximo ano; disse que as audiências são para coletar dados e, também, para providenciar encaminhamentos, citando exemplos de situações levantadas durante audiências anteriores que levaram a ações imediatas da Comissão, graças à presença de autoridades representando os órgãos competentes. Falou das exigências estabelecidas por resoluções do DAER-RS, mas que, segundo ele, deveriam ser contempladas por uma legislação que regulamentasse os artigos 178 e 179 da Constituição Estadual. Disse que, hoje, as rodoviárias que conseguem se sustentar são as de primeira e segunda categorias, enquanto as demais, muitas vezes, não têm sequer interessados em administrá-las e que caberá à Assembleia Legislativa resolver esse impasse. O parlamentar disse que são poucas as rodoviárias que conseguem atender às exigências, como o faz a rodoviária de Novo Hamburgo, que, segundo o índice de Estrutura Física medido pela AGERGS atende a 75% dos itens, porém há rodoviárias de primeira categoria, com fluxo econômico semelhante ao de Novo Hamburgo, como a de Dom Pedrito, que atinge a 7%. Pediu que aqueles que desejassem se manifestar se inscrevessem junto à assessoria da Comissão e passou à palavra ao representante da Câmara Municipal, vereador Leonardo Hoff, que parabenizou os parlamentares gaúchos pela iniciativa e colocou-se à disposição dos deputados para colaborar com os trabalhos. Ele também abordou o tema da infraestrutura diante da perspectiva da Copa 2014. O procurador Rui Noronha, representando a Prefeitura Municipal de Novo Hamburgo, disse que há no município uma situação peculiar, uma vez que o prédio e a concessão pertencem à municipalidade, embora esta em caráter precário, porque o antigo concessionário teve a sua concessão cassada. O procurador afirmou que, com o início das obras do Trensurb, em 2010, haverá a necessidade de integração das linhas municipais e intermunicipais a ele. Disse que essas circunstâncias geram a preocupação de que, embora situada a trinta e cinco quilômetros de Porto Alegre, Novo Hamburgo possa manter-se como pólo de 72 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias interligação com as inúmeras cidades do interior do Estado. Considerou fundamental o trabalho da Comissão por evidenciar a preocupação dos deputados em qualificar e aprimorar o sistema rodoviário do Estado no que se refere às concessões, levandose em conta o crescimento do número de veículos que transitam hoje nas estradas e nas cidades. O representante da rodoviária de Novo Hamburgo, Jefferson Petry, lembrando que a rodoviária está em quarto lugar em termos de qualidade entre as rodoviárias de primeira classe, disse que estão trabalhando para colocá-la em primeiro lugar. Afirmou que existe um problema muito sério nos transportes e que a Comissão talvez consiga solucioná-lo: o fato de as rodoviárias não terem como sobreviver com as empresas de ônibus transportando passageiros na porta da rodoviária e paradas a cem metros do terminal. O vereador de Rolante, José Sehnem, o Seninha, disse que ficou muito feliz em ser convidado para a audiência e relatou que, no seu município, em dias de chuva, passa na frente da rodoviária e vê as pessoas num espaço de cinco por cinco, onde não há nem banheiro. O vice-prefeito de Santo Antonio da Patrulha, Armindo Ferreira de Jesus, disse que no seu município, talvez por ser um dos mais antigos do Rio Grande do Sul − completa duzentos anos no dia sete de outubro, juntamente com Porto Alegre, Rio Grande e Rio Pardo −, estão enfrentando um problema terrível no que concerne à estação rodoviária. Disse que a rodoviária local já foi eleita, uma vez, como uma das piores do Rio Grande do Sul, mas que hoje possuem um terminal de primeiro mundo, que, no entanto, não está operando conforme o previsto. Disse que o concessionário foi omisso, irresponsável e não atendeu àquilo que determina a legislação, e que por isso foi aberta uma sindicância contra ele e naquele dia mesmo vencia o prazo para que ele pudesse impetrar qualquer tipo de recurso. O vice-prefeito pediu que a situação do município fosse examinada com carinho, dizendo que gostaria que na comemoração dos duzentos anos da cidade pudesse estar com o terminal rodoviário funcionando. Afirmou que existe um prédio extraordinário, com lancheria, restaurante, banheiros maravilhosos, fraldário, estacionamento, tudo de primeiro mundo, estacionamento, mas que está parado em razão da burocracia. O Deputado Lara interveio questionando se a rodoviária antiga estava funcionando e onde as pessoas estavam embarcando. O vice-prefeito disse 73 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias que a rodoviária antiga está fechada, que os passageiros embarcam e desembarcam num paradão, sem as mínimas condições, e que no terminal novo, onde deveria funcionar a rodoviária, estão funcionando as linhas internas municipais. Lara perguntou se, então, em dias de chuva, as pessoas aguardam o ônibus na rua, ao que o vice-prefeito respondeu que sim. Lara avaliou o caso como um dos mais urgentes no Estado e o vice-prefeito concordou, dizendo que o problema se arrasta há dois anos, mas que agora chegou a um ponto de calamidade total. Lara informou ter solicitado a suspensão temporária das licitações, mas observou que a situação de Santo Antonio difere das demais e que, pelo que havia entendido, seria necessário passar a administração da rodoviária daquele município à Prefeitura, a exemplo do que existe em Novo Hamburgo. O deputado pediu, aproveitando a presença do representante do DAER-RS, que se oficiasse a situação ao diretor-geral do órgão. Perguntou se o prédio era da prefeitura, ao que o viceprefeito respondeu que não, explicando que a propriedade é de um empresário que concorda com a administração por parte da rodoviária. Disse ainda que o prefeito disponibilizaria todo o pessoal necessário para a venda de passagens, assim que a situação se resolvesse de forma definitiva. O Deputado agradeceu a manifestação e informou que passaria a palavra aos demais inscritos para depois, então, conceder espaço às manifestações do DAER-RS e dos demais componentes da mesa. O secretário de Desenvolvimento, Turismo, Indústria e Comércio de Novo Hamburgo, Carlos Finck, parabenizou o Deputado pela iniciativa de retomar um tema que, segundo ele, foi deixado de lado por vários governos e destacou a importância da discussão aberta. Disse que foi vereador em Novo Hamburgo e que lutou muito pela rodoviária de lá. Afirmou que hoje, mesmo sendo uma das melhores do Rio Grande do Sul, a rodoviária de Novo Hamburgo apresenta muitas dificuldades, começando pela parte operacional. Questionou como o poder público municipal conseguirá manter os serviços considerando-se todos os problemas citados durante a audiência, sem falar no pior, não mencionado, que, segundo ele, é o fato de o município ter uma outra rodoviária, clandestina. O secretário afirmou que a empresa Central montou uma rodoviária onde funcionava o antigo terminal e que de lá saem ônibus para todos os lugares. Disse que, em agosto de 2009, 74 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias a rodoviária arrecadou 34.228,70 reais e a despesa foi de 98.000 reais e que quem arca com o déficit é a prefeitura de Novo Hamburgo, que deixa de investir em outros serviços fundamentais. O secretário saudou a oportunidade oferecida pela Comissão de manifestar essas dificuldades e buscar soluções e aproveitou para registrar os esforços empreendidos pelo presidente da Comissão Especial, Deputado Luis Augusto Lara, para que o Rio Grande do Sul também sediasse a Copa 2014. O deputado Lara afirmou que se fala muito em ampliação do aeroporto, por exemplo, mas que oitenta por cento do turismo no Estado é feito por rodovias e, em grande parte, pelo transporte coletivo intermunicipal. Passou a palavra, a seguir, ao vereador Jesus Martins, que parabenizou o Deputado pelo debate e solidarizou-se ao vice-prefeito de Santo Antônio da Patrulha, sua cidade natal, lamentando a situação da estação rodoviária do município. A seguir, o secretário do Serviço Militar de Novo Hamburgo, Carlos Sá, relatou sua chegada a Novo Hamburgo em 1978, a precariedade da rodoviária naquele tempo e a sua luta por melhorias. Reforçou o apelo do administrador da rodoviária local para que fosse resolvido o problema da venda de passagens clandestina. Agradecendo a manifestação, o Deputado Lara passou a palavra ao representante do DAER-RS, Marco Antônio Villanova, conselheiro de Tráfego, pedindo que esclarecesse o que preconiza a legislação quanto às paradas de ônibus a cem metros da rodoviária e à questão da Central, que conforme relatos, teria praticamente um outro terminal rodoviário na cidade. Com relação às paradas, o técnico do DAER-RS disse que a legislação fala em mil e quinhentos metros, mas que as linhas intermunicipais com características suburbanas, em razão do grande número de passageiros, são dispensadas de parar nas rodoviárias, podendo parar em qualquer parada. Disse que talvez fosse este o caso da Citral e é o que ocorre com a referida “rodoviária” operada pela Central. O Deputado Lara solicitou ao representante do DAER-RS que essas informações fossem enviadas por escrito à Comissão Especial para que constassem no relatório final. O representante da prefeitura de Charqueadas, Paulo Jorge Marek, disse que as linhas da Citral e da Central são regidas pela Metroplan e que, por isso, deve haver divergências quanto aos pontos de parada. Diante da manifestação, o representante do DAER-RS comprometeu-se a verificar com a Metroplan o que 75 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias poderia ser feito em relação às situações descritas. Lara pediu que as explicações fossem enviadas por escrito à Comissão e, se possível, também sugestões de como proceder. Quanto ao problema de Santo Antônio da Patrulha, o representante do DAER-RS disse desconhecer se, de fato, o concessionário da rodoviária fora cassado, disse que lhe parecia que a sindicância ainda não estava encerrada, ao que lhe informaram da mesa que aquele seria o último dia para que isso se desse. Disse que a declaração da prefeitura como interventora dependia de decreto da governadora. Esta seria forma legal, mas em caráter precário e provisório poderia também, segundo ele, ser sugerida a prefeitura como gerente da concessão. E para isso teria de haver uma manifestação da prefeitura junto com o diretor do DAER-RS. Disse acreditar que se a comissão falasse diretamente com a direção do DAER-RS a situação poderia se resolver em uma semana. O vice-prefeito de Santo Antônio da Patrulha disse que levaria essa manifestação à Prefeitura e que já à tarde seriam tomadas as providências necessárias, ao que o técnico do DAER-RS disse que achava ter sido esse o procedimento adotado pela prefeitura de Novo Hamburgo, quando foi declarada a caducidade da concessão e a prefeitura como interventora. O Deputado Lara sugeriu uma reunião na semana seguinte com o diretor-geral do DAER-RS. O vice-prefeito disse que tão logo chegasse a Santo Antônio comunicaria ao prefeito a sugestão e entraria em contato com o Deputado para agendar a reunião. A seguir, o representante da AGERGS, Clemente Soares, disse que, desde 2008, a instituição vem estudando o assunto e está trabalhando em propostas para melhorar os serviços das estações rodoviárias. Nona Audiência Pública ( ATA Nº 11) Em 05 de outubro de 2009, às dez horas e quinze minutos, na Câmara de Vereadores de Tramandaí, realizou-se a Audiência Pública da Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias na região abrangida pelo Corede do Litoral Norte. 76 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias Abrindo os trabalhos, o Presidente, Deputado Luis Augusto Lara chamou para compor a Mesa o prefeito de Tramandaí, Anderson Hoffmeister, o presidente da Câmara de Vereadores, Márcio Soares Gomes José, o representante da AGERGS, Eduardo Mesquita, e o representante dos Coredes Carlos Edmundo Kuhm. Registrou a presença do senhor Alfeu Grandini, do DAER-RS, que, por estar gripado, pediu para não ser chamado à Mesa. Também foram chamados à Mesa os vereadores Antônio Carlos dos Santos, presidente da Câmara Municipal de Balneário Pinhal, e Luís Paulo Cardoso, de Tramandaí, o concessionário e ex-prefeito de Osório, Eduardo Renda, e os senhores Andrei Luis Benvegnú, Secretário de Indústria e Comércio de Tramandaí, Liberato Barcellos, do Departamento de Trânsito de Tramandaí, Paulo Francisco Pizzinato, da Secretaria de Planejamento de Tramandaí, Paulo Berdet, da Federação Riograndense de Associações Comunitárias e de Moradores de Bairro (FRACAB), Vilson Cândido e Wandir Nunes de Almeida, de Cidreira, Nanci Bandeira, de Palmares do Sul, José Deoclécio Rocha, da Expresso São José, e Cláudio Porto. Lembrando que aquela era a oitava audiência pública da Comissão Especial no interior do Estado, o Deputado Lara ofereceu o espaço de uma hora para a discussão acerca da infraestrutura e dos serviços das estações rodoviárias. Disse que os artigos 178 e 179 da Constituição Federal determinam que haja uma legislação regulamentando as concessões de rodoviárias e empresas de transporte intermunicipal e que a Comissão Especial está se debruçando sobre o tema das rodoviárias, mas que, a seguir, assim que os trabalhos forem concluídos, será instalada uma segunda Comissão Especial para examinar a outra ponta, a questão das empresas e linhas de ônibus. Destacou que hoje o serviço funciona em caráter precário e que os empresários não têm segurança para investir. Ele lembrou que o Litoral possui uma característica diversa das demais regiões por registrar um grande aumento sazonal no fluxo de passageiros e disse que o papel da Comissão não é de fazer uma caça às bruxas ou apontar defeitos, mas buscar um modelo de concessão que sirva ao Rio Grande, não apenas a um governo ou a uma empresa. Destacou o trabalho da AGERGS na elaboração desta proposta e, em seguida, passou a palavra ao prefeito 77 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias municipal de Tramandaí, Anderson Hoffmeister. O prefeito julgou oportuna a avaliação da realidade de cada município, uma vez que Tramandaí, segundo ele, possui duas situações bastante distintas, na baixa e na alta estação. Disse que Tramandaí é quase uma ilha, que no verão chegar a ter quatrocentos mil habitantes ou mais, principalmente na virada do ano e no carnaval, e citou o esgoto como exemplo do tipo de problema que enfrentam por integrarem uma região diferenciada. Segundo ele, o município está com 33% do esgoto tratado em convênio com a CORSAN, mas não consegue ampliar esse número porque o critério utilizado aplicase somente a cidades com mais de cem mil habitantes, mas não prevê aquelas cujo aumento da população é sazonal. Disse que não tem conhecimento de número de passageiros que frequentam a rodoviária, mas que sabe que, diariamente, saem dois ônibus pela manhã para a Capital, porque há pessoas que trabalham em Porto Alegre e moram em Tramandaí. Também mencionou o grande o número de pessoas idosas que utilizam a rodoviária e precisam de boas condições de higiene e segurança. O Deputado Lara agradeceu a manifestação e observou que no Litoral há duas rodoviárias classificadas como de primeira categoria, as de Tramandaí e de Osório, quatorze rodoviárias de quarta categoria e três de segunda categoria, e que a rodoviária de Santo Antônio da Patrulha é a que menos atende às exigências de qualidade mensuradas pela AGERGS por meio de um índice de estrutura física, o IEF. Segundo o parlamentar, a rodoviária cumpre apenas 21% dessas exigências. Paulo Berdet, da Fracab, falou dos problemas enfrentados pelas rodoviárias de quarta categoria e criticou a dificuldade de se estacionar em torno das rodoviárias de Porto Alegre e Santa Cruz do Sul, disse que há duas realidades no Estado, a região sul e a região norte, e que as passagens da região sul são mais caras. Também abordou a questão dos pedágios e entregou aos integrantes da Mesa exemplares da revista de cinquenta anos da Fracab. Vilson Cândido, de Cidreira, disse que o município está em estado de calamidade pública em termos de rodoviária e que o prefeito não explica nada do que está acontecendo, pediu que a Comissão informasse como está a documentação da nova rodoviária de Cidreira e disse que lá as necessidades são as mesmas do município de Tramandaí, com aumento de passageiros no verão e pessoas indo e vindo de Porto Alegre para 78 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias estudar ou trabalhar. Ele criticou a Comissão por não ter ido à rodoviária de Cidreira para verificar a situação em que se encontra, pediu veementemente que isso fosse feito, por considerar as instalações vergonhosas, e relatou que os vereadores do município não tinham conhecimento da audiência que se desenvolvia. O Deputado Lara disse que as audiências públicas serviam justamente para se ouvir a todos, mas ressaltou que a Comissão não fiscaliza as rodoviárias, que quem o faz é o DAER-RS e a AGERGS, e que a rodoviária de Cidreira é enquadrada como de terceira categoria e atende a 89% dos critérios de qualidade, segundo avaliação da AGERGS. O Presidente Lara assegurou que todas as Câmaras Municipais haviam sido convidadas a participarem da audiência pública e explicou que seria humanamente impossível visitarem as 326 rodoviárias existentes no Estado em apenas cento e vinte dias, prazo que a Comissão tem para concluir os trabalhos, e que não era esse o papel da Comissão e sim o de escrever uma nova lei de concessões de rodoviárias baseada nos depoimentos recolhidos nas audiências. Em seguida, passou a palavra ao senhor Eduardo Renda, ex-prefeito de Osório e concessionário da rodoviária daquele município. Eduardo Renda destacou a importância do tema e disse que talvez tivesse mais tempo de rodoviária do que o Deputado em idade: quarenta e oito anos só de balcão, disse ele, acrescentando que, mesmo quando assumiu a prefeitura de Osório, continuou sendo o primeiro a chegar na estação. Disse que o que se tem em mente sempre é o interesse do usuário, porque é ele quem os sustenta. Disse que a AGERGS e o DAER-RS têm feito um trabalho espetacular e que para mudar toda uma estrutura não basta apertar um botão. Como exemplo de dificuldade enfrentada, disse que a atual rodoviária de Osório é a segunda no município, que levaram seis anos para construíla e que um fiscal de obras, um dia, lhe disse que o hall tinha dezesseis centímetros a menos do que devia e ele, então, perguntou o que fazer, uma vez que a rodoviária havia sido construída em 1976 sob aprovação do DAER-RS. Disse que a desregulamentação dos transportes, em 1994, com a lei do Pres. Collor, tirou dos concessionários trinta mil passageiros ao mês, que passaram para o transporte alternativo. Defendeu que crianças de até seis anos não paguem passagem e, se houver lugar sobrando, que se permita embarcar de graça mais do que dois 79 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias brigadianos. Sugeriu também que se reveja o sistema nos demais casos, permitindo a venda de passagens a preços variáveis, conforme a demanda, como ocorre na aviação. Fazendo referência à declaração do Deputado Lara de que uma passagem de Uruguaiana a Porto Alegre de ônibus sairia mais caro que de Porto Alegre ao Rio de Janeiro de avião, disse que às vezes se vê passagem a cento e sessenta e seis reais para Brasília, mas depois descobre-se que a volta, no mesmo dia, custa mil e nove reais. Agradecendo a participação, o Deputado Luis Augusto Lara registrou a presença de Guilherme Galaski, da rodoviária de Tramandaí, e passou a palavra a Wandir Nunes de Almeida, de Cidreira, que disse que os problemas observados na rodoviária de Cidreira não são exceção, que tem viajado por todo o Brasil e visto o sucateamento geral. Disse que falta uma coordenação de responsabilidade dos Estados e dos municípios e que atua com o marketing de apoio, que, segundo ele, busca soluções exatas para problemas complexos. Disse que a Comissão Especial é a instância adequada para analisar o problema das rodoviárias e que estas deveriam ser regradas por leis específicas. Encerradas as inscrições da plateia, o Presidente Lara passou a palavra aos integrantes da Mesa, iniciando pelo representante da AGERGS, Eduardo Mesquita, que disse que a agência tem observado, ao longo dos anos, uma queda na demanda dos transportes em geral e na comissão das estações rodoviárias, somada a pressões por novas concessões, e que isso, segundo ele, tem formado um quadro bastante complicado. Disse, porém, que existem alternativas e elas virão como resultado do trabalho que a Comissão, em parceria com a AGERGS, vem realizando. Manifestou-se a seguir o representante dos Coredes, Carlos Edmundo Kuhm. Ele abordou iniciativas dos Coredes em relação ao tema e aproveitou para registrar uma preocupação com os idosos, que, segundo ele, utilizam quase que exclusivamente os serviços rodoviários e enfrentam dificuldades de deslocamento. O presidente da Câmara Municipal de Tramandaí, vereador Márcio Soares Gomes José, declarou-se honrado em concluir as manifestações de uma audiência que estaria mexendo numa ferida antiga, de mais de vinte anos, e ressaltou a importância de se focar os trabalhos nos usuários das rodoviárias. 80 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias Décima Audiência Pública ( ATA Nº 12 ) Em 16 de outubro de 2009, às nove horas e dez minutos, na Câmara de Vereadores de Santa Rosa, realizou-se a Audiência Pública da Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias na região abrangida pelos Coredes da Fronteira Noroeste, Missões, Noroeste Colonial e Corede Celeiro. Em nome do Deputado Luís Augusto Lara, Presidente da Comissão Especial, o também Deputado Estadual, Aloísio Classmann abriu os trabalhos, justificando a ausência do Presidente e chamando para compor a Mesa o coordenador da Comissão Especial, Elir Domingo Girardi, ex-prefeito de Igrejinha e ex-presidente da FAMURS; o presidente da Câmara Municipal, Cláudio Schmidt; o secretário de Habitação e Mobilidade Urbana de Santa Rosa, Ramão Moreira, representando a prefeitura municipal; o vereador João Silveira; e os representantes da AGERGS, Clemente Soares, e do Sindicato das Estações Rodoviárias na região, Arcildo Walker. Tomados os assentos, o parlamentar registrou a presença dos concessionários dos municípios de Cerro Largo, São Luís Gonzaga, Porto Lucena, Santa Rosa, Tuparendi, Santo Ângelo, Cândido Godói, Porto Xavier, Doutor Maurício Cardoso, Novo Machado e Panambi e fez um breve relato dos trabalhos da Comissão, registrando que aquela era a nona e última audiência pública no interior do Estado, após encontros realizados em Santa Cruz do Sul, Santa Maria, Caxias do Sul, Santana do Livramento, Pelotas, Passo Fundo, Novo Hamburgo e Tramandaí. Em seguida, o Deputado Classmann passou a palavra ao representante da prefeitura municipal, Ramão Moreira, que informou que o prefeito estava em um evento com o ministro do Desenvolvimento Agrário e, por isso, não se fez presente à audiência. Disse que na Secretaria há uma preocupação global com todo o setor de transportes e entregou ao Deputado, para constar nos arquivos da Comissão Especial, um levantamento das condições da rodoviária de Santa Rosa. 81 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias Classmann agradeceu a participação e passou a palavra ao presidente da Câmara Municipal, vereador Cláudio Schmidt, que parabenizou os deputados por descentralizarem o debate e afirmou que a legislação precisa ser readequada e que muitas rodoviárias apresentam problemas de infraestrutura. A seguir, o técnico da AGERGS, Clemente Soares, observou que, desde 2008, a agência vem estudando formas de melhorar os serviços das estações rodoviárias e que tem acompanhado as audiências para ouvir a população. O coordenador da Comissão Especial, Elir Domingo Girardi, afirmou que os debates no interior do Estado têm propiciado o recolhimento de uma série de opiniões, sugestões e questões pendentes e que a preocupação da Assembleia Legislativa, diante da situação, é conseguir construir um novo processo de relações entre o poder concedente e o concessionário, que resulte numa melhoria da atividade das estações rodoviárias para a população gaúcha. Observou que as rodoviárias são as primeiras portas para o turismo gaúcho e que, às vezes, não é dada a devida importância para isso. Informando que, em 2008, o DAER-RS registrou o trânsito, pelas rodoviárias, de quase sessenta milhões de pessoas, assinalou que esse número expressivo poderia se transformar em uma alavancagem de desenvolvimento e de uma imagem positiva de quem vem e quem vai de um município a outro. Em seguida, Arcildo Walker, representando o Sindicato das Estações Rodoviárias, saudou a oportunidade oferecida pela Comissão como única e conclamou os colegas a se manifestarem para contribuir com a confecção da nova lei que se busca construir no Estado. Clairton Donato, da rodoviária de Panambi, afirmou que, de fato, há rodoviárias sucateadas, mas que aqueles que estão dentro das rodoviárias sabem das dificuldades enfrentadas; disse que luta para construir uma rodoviária nova, mas que não consegue. Relatou ter procurado quatro bancos e nenhum deles possuía uma linha de financiamento para construção. Ele também questionou a classificação das rodoviárias em categorias, dizendo que Santa Maria, com duzentos e setenta mil habitantes, tem uma rodoviária de primeira categoria e Panambi, com trinta e cinco mil habitantes, tem uma rodoviária de segunda categoria. Disse que o DAER-RS tem pré-determinado como deve ser o prédio de uma rodoviária de primeira e de segunda categoria, mas que duvida que 82 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias alguém tenha condições de construir uma rodoviária nova atendendo, por exemplo, às exigências de metragem. Pedro Braun, da rodoviária de Santa Rosa, reivindicou, em nome de todas as rodoviárias, a tramitação de projeto que se encontraria, segundo ele, na Assembleia Legislativa ou na Casa Civil, relativo à regulamentação da lei que cria o sistema de transportes intermunicipal. O concessionário disse que a rodoviária de Santa Rosa atende já há muito tempo as necessidades do município, de setenta mil habitantes, e reafirmou as palavras do colega de Panambi, Clairton Donato, declarando que tanto a rodoviária de Santa Rosa, município com setenta mil habitantes, quanto a de Santa Maria, com duzentos e setenta mil habitantes, estão na mesma categoria, isto é, as exigências são as mesmas para as duas. Disse ainda que em 1987, 1988 e 1989, quando vendia uma média de quarenta e três mil passagens por mês em Santa Rosa, as instalações da rodoviária já davam conta do fluxo de passageiros e que, nos últimos dez anos, com a redução para trinta e sete mil passagens vendidas, as instalações continuam atendendo à demanda. O concessionário também informou que é filiado ao Sindicato das Estações Rodoviárias e membro do Conselho de Tráfego do DAER-RS. O Deputado Classmann agradeceu a manifestação e declarou que não está tramitando na Assembleia Legislativa o referido projeto. Passou a palavra, em seguida, a Airton Ribas, da rodoviária de Porto Xavier, que disse que os proprietários sofrem muitas cobranças, mas têm muito pouco retorno. Disse ter feito um investimento que não seria possível se dependesse de financiamento do banco. Pediu atenção à situação das rodoviárias, afirmando que em 2000 vendiam-se muito mais passagens, porque hoje há outros tomando o espaço das rodoviárias. Ele criticou a atuação do Sindicato da categoria, dizendo que esteve em Porto Alegre quando da cobrança de renovação do contrato e lhe disseram que teria que contratar o advogado do sindicato. Afirmou ter deixado de pagar o sindicato, porque, na ocasião, lhe cobrariam mil e oitocentos reais para fazer a sua defesa e que era coisa muito simples. Argumentou que, se na hora que precisava, não tinha apoio, então não adiantava pagar. Disse, por fim, que se as rodoviárias não conseguirem um financiamento, muitas irão fechar. Amalia Donato, da rodoviária de Panambi, disse que quando começaram as licitações, a administração 83 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias da rodoviária encaminhou um projeto atendendo as exigências do DAER-RS, inclusive prevendo uma lancheria. O projeto, segundo ela, foi enviado ao DAER-RS e a diversas construtoras, para que fosse feito um orçamento, e o primeiro que obteve ficou em um milhão de reais. Ela, então, teria cortado a lancheria, o que fez com que os custos baixassem para seiscentos mil. A concessionária disse ter levado o projeto para o BANRISUL, para o Banco do Brasil e para o BRDE, e o BANRISUL a chamou para questionar como é que ela faria um prédio de seiscentos mil reais se a sua empresa não se pagava. Disse que os onze por cento destinados às rodoviárias são centavos que se vão juntando, que o DAER-RS lhe disse para agregar serviços à rodoviária, mas questionou como fazê-lo se a instalação de uma lancheria, por exemplo, só elevaria o custo da obra. Disse saber de alguém que instalou vinte lojas na rodoviária, mas que não dá dois anos para haver, no local, um boteco do lado do outro vendendo cachaça, na porta de entrada da cidade. Ela reconheceu que a rodoviária está defasada, mas disse que está há dez anos tentando construir novas instalações e não consegue. Disse que, embora a concessão se dê por licitação, quem garante que os eventuais concorrentes conseguiriam cumprir as exigências. Ela pediu que os concessionários se unissem para encontrar uma forma de resolver a questão, lutando por subsídios ou aumento do percentual de onze por cento ou dividindo o custo de manutenção com as empresas de transportes. Ermelindo Gomes Correa, da rodoviária de Cândido Godói, de quarta categoria, disse que a discussão em curso era a mais importante de várias que acompanhou, uma vez que a Comissão estava consciente da precariedade em que vivem as rodoviárias. Contou que quarenta anos atrás o seu sogro construiu o prédio da rodoviária de acordo com as exigências do DAER-RS, e que este era o seu orgulho, mas que hoje vê o esforço das filhas em manter o negócio deixado pelo pai e que a situação está chegando ao limite. Sugeriu que o DAER-RS fosse ao local para ver se há condições de se fazerem as adequações exigidas e disse que, na sua opinião, as prefeituras deveriam sim envolverem-se nos projetos, pelo menos ajudando na manutenção, levando-se em conta o significado que a rodoviária tem para o município. Também reclamou do número grande de empresas de transporte 84 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias clandestino. O Deputado Classmann declarou que tudo no Brasil e no mundo passa por decisões políticas e disse que, por isso, é importante saber em quem votar. Em seguida, passou a palavra ao vereador João Silveira, de Santa Rosa, que refletiu sobre o aumento do número de carros no mundo de hoje e a necessidade de permanente atualização. Ele sugeriu que, se não havia um projeto de lei tramitando na Assembleia, a Comissão apresentasse um a partir das sugestões recolhidas. Atair Rohde, de Horizontina, descreveu a sua experiência de parceria com a municipalidade: disse que é proprietário do terreno onde a prefeitura ergueu o prédio da rodoviária, que possui um guichê, duas salas, banheiros e sala de espera; que paga uma doméstica, enquanto a prefeitura fornece um vigilante. Também disse que o sistema gaúcho de estações rodoviárias difere daquele do restante do Brasil. Vilson Zingler, da rodoviária de Doutor Maurício Cardoso, falou da tradição da família, que já administra a rodoviária há três gerações, e se disse inseguro com a situação atual. Disse que a concessão venceu há um ano, que fez todos os encaminhamentos necessários, mas que, então, entrou a questão das licitações e que, hoje, portanto, estão levando o negócio adiante mediante tolerância do DAERRS, que reconhece os bons serviços do concessionário, mas não têm nenhuma garantia no papel. Pedro Braun afirmou que o Conselho de Tráfego do DAER-RS tem, de fato, dado às rodoviárias cujos contratos expiraram uma prorrogação precária e transitória, porque não existe a lei que defina como licitar uma estação rodoviária no Rio Grande do Sul. Disse também que o BRDE deve ter algum financiamento, inclusive com um prazo bom de carência para início de pagamento, mas que não sabe se isso seria muito benéfico para uma rodoviária de segunda ou de terceira categoria. Clairton Donato interveio dizendo que o BRDE tem um financiamento de cem mil reais, mas que, se não se engana, o juro dava o dobro do que o do BANRISUL; portanto, estaria fora de questão. Ele associou o termo das licitações a um verdadeiro ato terrorista por determinar que o concessionário pode perder bens móveis e imóveis se perder a licitação. Também reclamou da falta de segurança nas rodoviárias e relatou terem sido assaltados duas vezes, o que o fez contratar uma empresa para proteger o funcionário que fecha a rodoviária. Denise Basso, da rodoviária de Santo Ângelo, disse que estão bem em 85 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias matéria de segurança e pediu parceria para melhoria dos serviços. Concluindo as manifestações, o representante do Sindicato das Estações Rodoviárias, Arcildo Walker, apresentou um histórico das dificuldades do setor e pediu o empenho da Comissão na confecção e tramitação da lei relativa às rodoviárias. Estudo elaborado pela AGERGS, visando ao aprimoramento da legislação referente ao transporte intermunicipal do Rio Grande do Sul e à criação de um novo modelo operacional, econômico e financeiro para as Estações Rodoviárias do Estado do Rio Grande do Sul 86 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias INFORMAÇÃO N.º 56/09-DT ( da AGERGS ) Expediente: SPI Nº. 00536-39.00/09-9 Para: Diretor de Tarifas e Estudo Econômicos e Financeiros Objeto: Estudo tarifário sobre as estações rodoviárias do RS. Senhor Diretor de Tarifas: Apresentação O presente trabalho vem atender a solicitação do Deputado Luis Augusto Lara, Presidente da Comissão Especial da Assembléia Legislativa, a qual visa ao aprimoramento da legislação referente ao transporte rodoviário intermunicipal e à criação de um novo modelo operacional, econômico e financeiro para as estações rodoviárias do Estado. Para cumprir tais objetivos foi constituído um grupo de trabalhoso pela Portaria Nº.29/2009 composto pelos senhores Odair Gonçalves, 87 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias como coordenador, Eduardo M. Mesquita da Costa, economista, e Clemente Rolan Soares, engenheiro mecânico, todos técnicos superiores da AGERGS. Introdução O estudo a seguir tem a orientação de propor alternativas para um novo modelo operacional, econômico e financeiro para as estações rodoviárias do Estado. Para tanto foi elaborado dois cenários: um com a definição de nova estrutura tarifária, baseada na criação de taxas de embarque; e outro, com mínima intervenção no sistema, procurando manter os atuais níveis tarifários e estruturas básicas de remuneração, porém melhorando o desempenho do negócio e o atendimento ao usuário. As atividades realizadas nas estações rodoviárias podem ser classificadas em três grupos: (i) serviços ou facilidades operacionais essenciais, (ii) serviços de apoio e (iii) atividades comerciais. Os dois primeiros geralmente são considerados como serviços típicos do transporte de passageiros, os quais seriam remunerados pela comissão sobre a venda de passagens, enquanto que as atividades comerciais, como serviços acessórios, seriam custeadas por preços privados, não ligados ao transporte de passageiros. Entre as atividades operacionais se encontram: sinalização, iluminação e segurança interna da estação rodoviária; guichês ou balcões para venda de passagem; acesso interno, compreendendo pistas e plataformas com boxes para estacionamento dos ônibus; área para manuseio e depósito de bagagens e encomendas. Entre as atividades de apoio se encontram: banheiros gratuitos e não gratuitos, fraldário, sala de espera, serviços de informações, carregadores de bagagens, bebedouros, entre outras atividades ligadas de certa forma à venda de passagens e encomendas e despachos de malas. 88 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias Entre as atividades comerciais se encontram todas aquelas acessórias ao negócio da venda de passagens, tais como: lanchonetes e restaurantes, bancas de jornal e revistas, serviço de táxi, locais para propaganda comercial, informações turísticas, serviços bancários e de correios, telefones públicos, estacionamento de veículos, entre outros. As ERs constituem-se, assim, em infra-estruturas vitais ao sistema de transporte rodoviário na medida em que garantem as interconexões entre a origem e o destino no deslocamento de pessoas e cargas. No entanto, as ERs não devem ser consideradas apenas como simples interconexões no sistema de transporte, mas sim como uma atividade econômica que presta um amplo serviço à população, constituindo-se como peça fundamental à eficácia e eficiência do sistema de transporte intermunicipal por ônibus. Nesse sentido, acorreram às ERs do Estado, em 2008, 33.028.538 de pessoas, segundo informações do DAER através do Boletim das Estações Rodoviárias (BER 2008). Regulação econômica dos serviços das Estações Rodoviárias (ERs) As estações rodoviárias, como agentes facilitadores e integrantes do sistema de transporte rodoviário intermunicipal, prestam serviços públicos que são delegados pelo Estado à iniciativa privada em regime de monopólio e sujeitos a falhas de mercado. Por monopólio entende-se a situação de mercado em que somente uma empresa possui capacidade de oferta para todo o mercado, pois seria economicamente inviáveis mais de uma empresa produzindo nesse mercado. É, portanto, especificamente o caso das ERs, em que o estabelecimento de mais de uma rodoviária no mesmo município tornaria esse mercado inviável social e economicamente. E a possibilidade de falhas de mercado ocorre pela incapacidade do mercado por suas livres forças em estabelecer soluções ótimas do ponto de vista social e econômico. Ou seja, o mercado não consegue fornecer um nível de produção eficiente com tarifas que reflitam corretamente os benefícios e os custos para toda a sociedade. 89 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias No caso das estações rodoviárias a concorrência ocorre quando da licitação, onde a empresa concessionária concorre com outros empresários pelo direito de explorar o mercado proporcionado pelas ERs com exclusividade. Por tanto, a regulação dos serviços prestados pelas ERs ocorre pelo menos em dois momentos: quando da licitação pela escolha do operador e quando da execução do contrato garantindo o fiel cumprimento dos termos estabelecidos, fundamentados nos princípios de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia e modicidade das tarifas. No entanto, o modelo regulatório corrente não contém elementos que induzam os atuais operadores das estações rodoviárias a esforços para reduções de custos e para buscar melhores níveis de qualidade na prestação dos serviços, nem tão pouco considera aspectos relativos à viabilidade e equilíbrio econômico-financeiro da concessão. Historicamente, o sistema de remuneração das estações rodoviárias do Rio Grande do Sul é dado pela Comissão sobre a venda dos bilhetes de passagens compradas em cada estação rodoviária e por uma comissão sobre o valor das encomendas embarcadas na rodoviária. A forma de cálculo e pagamento das comissões das estações rodoviárias é de 11% do valor da passagem. Da mesma forma, a comissão sobre o valor das encomendas é de 15%. A metodologia atual de remuneração das estações rodoviárias, desprovida de estudos técnicos adequados, tem, ao longo do tempo, originado inúmeras reclamações, tanto pelo lado dos concessionários, quanto pelos usuários dos serviços. Os primeiros alegam desequilíbrio econômico-financeiro do negócio, haja vista a inexistência de uma justa remuneração que lhes permita compatibilizar receita e despesa e; os usuários, por sua vez, questionam pelo desconhecimento do valor exato cobrado a título de remuneração da rodoviária e, mais ainda, em razão 90 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias da inexistência de metodologia que lhe permita avaliar a justeza da cobrança diante do nível de serviço que lhe é ofertado nos terminais. Em sentido amplo a regulação efetuada pela agência reguladora pode ser definida como o somatório de atos contínuos referentes à prestação dos serviços públicos delegados que são suportados por uma relação contratual entre delegante e delegatário, bem como a aproximação de todas as partes relacionadas, buscando o conhecimento, a convivência equilibrada e a conciliação dos interesses envolvidos. Porém, quando exaurida as possibilidades de harmonização e mediação, pode decidir com absoluta isenção, eqüidistância e autonomia. Portanto, a regulação em sentido amplo, não é tão somente um ato econômico ou jurídico. Está no seu cerne o equilíbrio dos contratos, a garantia de qualidade dos serviços prestados pelos entes delegados e a conseqüente satisfação dos usuários. Essa é a razão central da participação da AGERGS no desenvolvimento dos trabalhos da Comissão especial da Assembléia Legislativa sobre as estações rodoviárias do Estado e elemento norteador dessa informação técnica. Estrutura institucional Com informações de 2008 do Sistema de Transporte Coletivo da DTC/DAER, existem 326 estações rodoviárias concedidas no Estado do Rio Grande do Sul e obedecem as legislações e regulamentação do Departamento Autônomo de Estadas de Rodagem (DAER) como Poder Concedente e Gestor e da Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul (AGERGS) como órgão regulador. O DAER foi criado pela Lei Nº.750, de 11.08.1937 e reorganizado pela Lei Nº.11.090, de 22.01.1998. Dentre as competências do DAER encontram-se a concessão, permissão e autorização, gerência e planejamento e fiscalização do transporte coletivo intermunicipal, observado o disposto na Lei Nº.10.931, de 09.01.1997, Lei de criação da AGERGS. 91 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias Um dos órgãos que constituem o DAER, o Conselho de Tráfego, tem, entre suas competências, apreciar a qualidade dos serviços prestados pelos concessionários de linhas de transporte coletivo intermunicipal e pelos concessionários e permissionários de agências e estações rodoviárias; aprovar a revisão de tarifas; aprovar o valor das comissões a serem pagas pelos concessionários de linhas de transporte às agências e estações rodoviárias, sobre a venda de passagens e despachos de bagagens e encomendas; aprovar o estabelecimento de novas linhas e novos horários para o transporte coletivo intermunicipal; decidir sobre a prorrogação das concessões de sua área de competência e sobre a retomada dos serviços, quando e na forma prevista contratualmente; decidir recursos administrativos sobre a aplicação de penalidades legais e contratuais, em sua área de competência; apreciar todos os assuntos referentes ao tráfego intermunicipal e aos serviços das agências e estações rodoviárias. Cabe ao DAER ainda, o papel de determinar políticas públicas em relação ao serviço concedido de transporte como um todo, incluindo as ERs, estabelecendo o tipo de serviço a ser prestado e a população atendida, bem como a quantidade e qualidade do serviço e quem deverá custeá-lo e financiá-lo a médio e longo prazo, caracterizando típica atividade de Governo. Na atividade precípua de Poder Concedente, as leis ou as normas emanadas do Conselho de Tráfego teriam a função de contribuir para essas políticas e regulamentar o serviço concedido, sem prejuízo da fiscalização intensiva do serviço como Órgão Gestor do sistema. Em 1997, como acima citado, foi criada a AGERGS com o objetivo de assegurar a prestação de serviços adequados, ou seja, serviços que satisfaçam as condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade tarifária; garantir a harmonia entre os interesses dos usuários, concessionários, permissionários e autorizatários de serviços públicos e zelar pelo equilíbrio econômico-financeiro dos serviços públicos delegados. 92 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias No Artigo 3º da Lei Nº.10.931 foi atribuída à AGERGS a competência de regulação de diversos serviços públicos delegados pelo Estado do Rio Grande do Sul, dentre eles o serviço de transporte intermunicipal de passageiros, inclusive suas estações rodoviárias. Desse modo, cabe à AGERGS, como agência de regulação independente e autônoma, a regulação e regulamentação do serviço concedido, a mediação de conflitos entre os usuários e concessionários, e Poder Concedente e a fiscalização do serviço, buscando a eficiência produtiva com vistas à modicidade tarifária, ao atendimento da qualidade do serviço, e ao justo retorno dos investimentos. Pelo inciso VII do Art. 4º compete ainda à AGERGS propor novas delegações de serviços públicos no RS, bem como o aditamento ou a extinção dos contratos em vigor. Classificação das estações rodoviárias De acordo com o Decreto 21.072/1971, as ERs são classificadas em cinco categorias, segundo a receita auferida: Classe Especial, 1ª Categoria, 2ª Categoria, 3ª Categoria e 4ª Categoria. A Estação Rodoviária de Porto Alegre é a única que se enquadra como de categoria especial, as demais ERs obedecem a uma classificação segundo faixas de faturamento, conforme Tabela 1 abaixo. Tabela 1 – Classificação das estações rodoviárias do Estado: CATEGORIA Primeira Segunda Terceira Quarta RENDA BRUTA MENSAL (R$) Acima de 11.175,75 Acima de 4.124,75 Acima de 1.767,75 Abaixo de 1.767,75 Fonte: Decisão Nº.10.647/03 do Conselho de Tráfego do DAER. 93 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias Os requisitos específicos de cada categoria de rodoviária são apresentados na Tabela 2, a seguir: Tabela 2 – Requisitos de infra-estrutura por categoria. 94 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias 1° categoria: 2° categoria 3° categoria 4° categoria: S ala de espe ra. a) A á re a m ínima da s ala de espe ra a) A área míni ma da sa la de e spe raa ) A á re a mínima da sala de esp eraa) A áre a mí nima d a sa la de e spe ra 2 2 2 se rá de 150,00m2. s erá d e 100,00 m se rá de 60,00m será de 30, 00m b) T erá forma ta l que permita , e mb ) Te rá forma t al q ue perm ita em b) Te rá fo rma ta l que permit a o b) T erá forma tal que pe rmita , em se u piso, o tra ça do de um cí rc ulo s eu pis o o traç ad o de um c írc ulo tra ça do, e m seu pi so, de um seu pi so, o traç a do de um círculo co m diâ metro de oit o met ros com di âme tro de sete me tros c írculo c om di âme tro de cinc o com d iâme tro de quat ro me tros e (8,00m) (7,00m ) me tros (5,00m) mei o (4,5 0m). c) O pé direi to mínim o será de a) O pé di re ito m ínimo se rá de c ) O pé dire ito míni mo será de trêsc) O pé direit o mínimo se rá de trê s qua tro metros (4,00m) q uatro metros (4,00m) me tros e meio (3,50m ) met ros (3,00m ). F raldá rio. a) A á re a m ínima da s ala de espe ra a) A área míni ma da sa la de e spe raa ) A á re a mínima da sala de esp era se rá de 20,00m2 s erá d e 15,00m 2 se rá de 12,00m2 Instala çõe s S ani tária s. D epós ito de baga gens e e ncomenda s. b) T erá forma ta l que permita , e mb ) Te rá forma t al q ue perm ita , em b) Te rá fo rma ta l que permit a, e m se u piso, o tra ça do de um cí rc ulo s eu pis o, o traçad o de um c írc ulo se u piso, o t ra ça do de um c írculo co m diâ metro de qua tro met ros com di âme tro de três me tros c om diâ met ro d e três met ros (4,00m) (3,00m ). (3,00m). a) O s sa nitários femi nino terã o noa) O s sani tários fe minino t erã o, noa ) O s sanitá rios femi nino te rão noa) O s sa nitá ri os fe minino terão, no mínim o, cinc o la vat órios e seis m ínimo, trê s (3) l ava tórios e míni mo, dois (2) la vató rio s e doi smínimo um (1) la vat óri o e um (1) (06) W .C . q uatro (4) W.C . (2) W.C . W.C . b) O s sani tários m asc ulino b ) O s sa nitá rios ma scul ino b) O s sa ni tá rio s masc ulino b) O s s anit ários ma sc ulino de verão ter, no míni mo, c inco (5) d eve rã o te r no mínimo, t rê s (3) de verã o ter, no mí nimo, dois (2) deve rão te r, no mínim o, um (1) la vató rio s, ci nco (5) W.C e c inc o l ava tórios, t rê s (3) W.C e três (3) la vat óri os, dois (2) W .C e dois (2)lava tório, um (1) W .C e um (1) (5) m itórios. m itórios. mit óri os. mitório. c) D e verá exist ir insta la ção c) D eve rá e xistir inst al aç ão sa nitá ri a se para da p ara o s s anit ários se pa ra da para func ioná rios, c om um mínim o de func ionários , com um mínimo de um (1) lava tório, um (1) W .C e um (1) la vat óri o, um (1) W .C e um (1) mitório. um (1) mit óri o. 2 2 2 2 a) A á re a m ínima será de 20 ,00m a) A área míni ma se rá de 15,00 m a ) A á re a mínima se rá de 10,00m a) A áre a mí nima será de 5,00m b) O balcã o de l igaç ã o com a sa lab ) O balc ão de liga ç ão c om a sal ab) O bal cão de liga çã o com a sa la b) P ode rá funcio na r ane xo a os de espe ra deverá ter um d e e spera deverá t er um de esp era de ve rá te r um guichê s de venda de pass age ns. co mpri ment o mínimo de trê s comprimento mí nimo de dois c omprime nt o mínimo de um me tro me tros (3 ,00m). m etros (2,00m) e mei o (1, 50m) Esc ritório pa ra A s Estaçõe s Rodovi árias de 1° fisc al izaç ão. ca te goria d eve rão possui r uma sa la de sti nada ao Es critório d a Fi scaliz aç ã o do D AER . B ar ou D everá ter bar ou re staura nte D e verá te r ba r ou resta urante N as Estaç õe s Rodovi ária s de 3 ° Na s E sta ç ões R odoviá ri as de 4° 2 re sta ura nte . ane xo, c om á re a m ínima de c ate goria é pe rmitido ter, a nexo, ca te gori a é permi tido te r, ane xo, ane xo, com área de 70,00m, 2 um ba r ou resta urante , insta lado um bar ou re staura nte, insta lad o 100,00m , inst ala do de a cordo i nsta lado de a cordo c om a co m a l egisl aç ão vi gente para e ssel egis laçã o vigent e pa ra e sse tipo de ac ordo co m a l egisl aç ão e m de a c ordo c om a le gisla çã o e m vigor pa ra e sse t ipo de vigor para esse tip o de tipo de e sta bel ec ime nto. d e e sta bel ec ime nto. e sta bele c ime nt o; é permit ido a est abe le cim ento; é pe rmitido a inte rcom uni ca çã o do ba r ou inte rc omunicaç ã o do ba r ou rest aura nte c om sa la de e spe ra da re sta urante c om sal a de e spera da Estaç ão R odoviá ria . Estaçã o Rodovi ária . D ive rsos . A s Estaçõe s Rodovi árias de 1° ca te goria d eve rão te r gare com pla ta forma para che gada e saí da de veículos, a o c omple to a bri go da s inte mpérie s e inde pende nte da via públic a, permiti ndo o es tac iona ment o de t ant os veíc ulos qua nt os forem fixad os para ca da ca so. Fonte: Ato Nº.31.512/99 do DAER. Análise dos dados operacionais do setor 95 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias A Tabela 3 abaixo apresenta a movimentação das estações rodoviárias de acordo com o número de passagens vendidas entre 2004 e 2008 segundo informações do sistema de Transporte Coletivo da DTC/DAER. Tabela 3 – Número de estações rodoviárias e movimentação de passageiros por categoria de ER. 2004-2008. CATEGORIA DE NÚMERO DE PASSAGEIROS RODOVIÁRIA RODOVIÁRIAS PASSAGEIROS POR RODOVIÁRIA PORTO ALEGRE 1 6.123.388 6.123.388 Primeira 35 13.233.508 378.100 Segunda 32 4.653.041 145.408 Terceira 46 3.934.190 85.526 Quarta 189 5.084.411 26.902 TOTAL 2008 303 26.905.150 * 68.587 PORTO ALEGRE 1 6.113.289 6.113.289 Primeira 35 14.126.908 403.626 Segunda 34 5.612.816 165.083 Terceira 46 4.708.886 102.367 Quarta 198 6.172.814 31.176 TOTAL 2007 314 30.621.424* 78.051 PORTO ALEGRE 1 5.747.169 5.747.169 Primeira 34 13.092.870 385.084 Segunda 34 5.147.217 151.389 Terceira 46 4.957.998 107.783 Quarta 197 5.623.660 28.546 TOTAL 2006 312 28.821.745* 73.957 PORTO ALEGRE 1 6.228.862 6.228.862 Primeira 34 14.062.792 413.612 Segunda 34 5.574.580 163.958 Terceira 46 5.175.170 112.504 Quarta 193 6.067.784 31.439 TOTAL 2005 308 30.880.326* 80.037 PORTO ALEGRE 1 6.246.790 6.246.790 Primeira 35 13.728.692 392.248 Segunda 35 5.380.625 153.732 Terceira 46 4.303.814 93.561 Quarta 208 4.978.471 23.935 TOTAL 2004 325 28.391.602* 68.138 Fonte: Sistema de Transporte Coletivo DTC/DAER. * Soma das ERs de 1ª, 2ª, 3ª e 4ª categorias. 96 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias A Rodoviária de Porto Alegre, considerada de categoria especial, apresenta movimentação média 15 vezes superior à movimentação das rodoviárias de primeira categoria. Portanto, realmente, é uma rodoviária especial dada a alta demanda de passageiros e fluxo de pessoas. Sua infra-estrutura para oferta de serviços é a maior do Estado e deve ser considerada individualmente em função das grandes dimensões de mercado em que presta os serviços. Pelo Gráfico 1 a seguir pode-se observar que a movimentação de passageiros ao longo dos últimos 5 anos não sofreu grandes oscilações, embora se possa destacar uma forte queda de demanda em 2006 e uma leve tendência de diminuição no nível de demanda ao longo dos últimos anos. No entanto, a demanda média da Estação Rodoviária de Porto Alegre não varia muito de 6.180.000 de passageiros por ano. Gráfico 1 – Movimentação de passageiros na Estação Rodoviária de Porto Alegre. 2004-2008. MOVIMENTAÇÃO DE PASSAGEIROS Estação Rodoviária de PORTO ALEGRE. 2004-2008 6.246.790 6.228.862 6.113.289 6.123.388 2007 2008 5.747.169 2004 2005 2006 Comportamento diferente é apresentado pelas demais categorias de estações rodoviárias. Essas ERs de 1ª, 2ª, 3ª e 4ª categorias apresentaram muita oscilação 97 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias na movimentação de passageiros no período considerado, podendo-se observar uma forte tendência de queda na demanda dessas rodoviárias. O Gráfico 2 a seguir mostra o comportamento das demais rodoviárias do Estado, exceto a de Porto Alegre. Gráfico 2 – Movimentação das estações rodoviárias de 1ª, 2ª, 3ª e 4ª categorias. 2004-2008. MOVIMENTAÇÃO DE PASSAGEIROS ERs DE 1ª, 2ª, 3ª E 4ª CATEGORIAS. 2004-2008 30880326 30621424 28821745 28391602 26905150 2004 2005 2006 2007 2008 De fato, as ERs de primeira a quarta categorias do Estado deixaram de receber em média 2.700.000 passageiros ao longo dos últimos 5 anos. O comportamento variável da movimentação das rodoviárias, fora a de Porto Alegre, foi em grande parte ditado pelas 35 ERs de primeira categoria, conforme Gráfico 3 a seguir. 98 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias Gráfico 3 – Movimentação de passageiros nas estações rodoviárias de 1ª categoria. 2004-2008. MOVIMENTAÇÃO DE PASSAGEIROS. ERs de PRIMEIRA CATEGORIA. 2004-2008 14.126.908 14.062.792 13.728.692 13.233.508 13.092.870 2004 2005 2006 2007 2008 Por outro lado verifica-se que as rodoviárias de primeira categoria apresentaram movimentação média de 13.650.000 passageiros nos últimos 5 anos. Em 2008, a movimentação de passageiros sofreu redução de 3,04% em relação à média dos anos de 2004 a 2008 e de 6,32% em relação a 2007. Essa redução do nível de demanda de 2007 para 2008 das estações de primeira categoria representou a movimentação de 2,36 rodoviárias da mesma categoria aos níveis registrados em 2008. O comportamento da demanda, por sua vez, das estações rodoviárias de 2ª, 3ª e 4ª categoria foi mais homogêneo entre si na média de movimentação por ER e apresentou variabilidade menor entre os anos analisados, como pode ser observado no Gráfico 4 a seguir. 99 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias Gráfico 4 - Movimentação média de passageiros por estação rodoviária. ERs de 2ª, 3ª e 4ª categorias. 2004-2008. MOVIMENTAÇÃO MÉDIA DE PASSAGEIROS POR ESTAÇÃO RODOVIÁRIA. ERs de 2ª, 3ª E 4ª CATEGORIAS. 2004-2008 180.000 160.000 140.000 120.000 100.000 Segunda Terceira Quarta 80.000 60.000 40.000 20.000 - 2004 2005 2006 2007 2008 Segunda 153.732 163.958 151.389 165.083 145.408 Terceira 93.561 112.504 107.783 102.367 85.526 Quarta 23.935 31.439 28.546 31.176 26.902 É importante observar que as ERs de 4ª categoria, em números absolutos, obtiveram menor queda de demanda em relação às de 3ª e 4ª categoria. A média em números redondos da movimentação de passageiros dos 5 últimos anos da série em análise ficou assim distribuída: Segunda categoria: 5.270.000 passageiros; Terceira categoria: 4.620.000 passageiros; Quarta categoria: 5.585.000 passageiros. 100 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias A média de passageiros/ano embarcados por estação rodoviária e categoria ficou assim distribuída: Segunda categoria: 156.000 passageiros; Terceira categoria: 100.000 passageiros; Quarta categoria: 28.400 passageiros. A receita proporcionada pelas encomendas representa em média 4,58% da receita total das ERs, inclusive a Estação Rodoviária de Porto Alegre. Na Tabela 4 a seguir, pode-se observar pouca variabilidade na participação das encomendas na receita total das ERs entre as categorias. A importância das encomendas é ligeiramente superior à média nas ERs de primeira categoria com participação de 5,74%. No outro extremo, nas ERs de quarta categoria, as encomendas perdem importância no faturamento em relação à média do setor, ficando em 2,84%. É interessante observar ainda na Tabela 4 que o valor da passagem média entre as categorias mostra relação direta com a diminuição do tamanho da ER. Fazendo uma analogia com as taxas de embarque cobradas nos aeroportos, na qual para cada categoria de aeroporto (e existem também 4 categorias de aeroportos) é fixada uma taxa específica de acordo com a categoria enquadrada. Tabela 4 – Valores das passagens e encomendas e comissões das estações rodoviárias. 2004-2008. Part. % Valor Enc. / CATEGORIA médio das Rec. DE PASSAGENS passagens ENCOMENDAS COMISSÃO COMISSÃO Total RODOVIÁRIA PASSAGEIROS (R$) (R$) (R$) PASS. (R$) ENC. (R$) ERs PORTO ALEGRE 6.123.388 135.827.972 22,18 3.789.056 14.666.137 562.768 3,70 Primeira 13.233.508 189.177.536 14,30 8.608.542 20.478.362 1.245.954 5,74 Segunda 4.653.041 38.993.025 8,38 1.199.594 4.199.086 179.232 4,09 Terceira 3.934.190 29.001.116 7,37 724.941 3.023.730 107.531 3,43 Quarta 5.084.411 30.286.793 5,96 639.085 3.237.628 94.537 2,84 TOTAL 2008 33.028.538 423.286.442 14.961.218 45.604.943 2.190.022 4,58 101 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias Por exemplo, no Art. 4º da Portaria 602/GC-5, de 22.09.2000, copiada em anexo, estabelece que a tarifa de embarque é fixada para cada aeroporto, em função de sua categoria e da natureza da viagem (doméstica ou internacional). Nesse sentido, em analogia, como a comissão da venda de passagens pela estação rodoviária é de 11% e dados os valores médios das passagens em cada categoria de ER pela Tabela 4, as taxas de embarque em números redondos baseado em dados de 2008 seriam assim distribuídas: Categoria especial: R$2,45 Primeira categoria: R$1,60 Segunda categoria: R$0,90 Terceira categoria: R$0,80 Quarta categoria: R$0,70 Média do sistema: R$1,40 Conclusões e recomendações Em primeiro lugar percebe-se a inadequação do atual sistema de enquadramento das categorias de estações rodoviárias no Estado. A metodologia de classificação obedece a intervalos de receita bruta da ER, enquanto, sob o ponto de vista do usuário, deveria guardar correspondência com os serviços e facilidade disponibilizadas ao usuário. Novamente nesse aspecto é proveitosa a analogia com os aeroportos, pois, conforme Portaria Nº.1592/GM5, de 07.11.1984 (em anexo), sua classificação é feita de acordo com um conjunto de serviços e facilidades disponibilizados tanto às companhias de transporte, quanto aos usuários. Na classificação de cada unidade aeroportuária, os serviços e facilidades listados em detalhe no regulamento são ponderados com atribuição de pontos, na escala, também discriminada, de 01 a 10. 102 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias Somados os pontos de cada aeroporto, esses serão classificados conforme segue (Art. 10º, Portaria Nº.1592/GM5): Mais de 140 pontos, inclusive: Primeira categoria; De 70 a 139 pontos: Segunda categoria; De 30 a 69 pontos: Terceira categoria; Até 29 pontos: Quarta categoria. No caso das estações rodoviária, não que se deva seguir a metodologia do Setor Aeroviário, mas deveria seguir uma orientação voltada ao serviço, conforto e facilidades disponibilizadas ao usuário de acordo com o número médio de passageiros embarcados em cada ER. Por exemplo, levando em consideração o fluxo médio de passageiros por ER em cada categoria atual, pode-se estabelecer qual o tamanho adequado de infraestrutura necessário à prestação de um nível mínimo de satisfação ao usuário. A essa estrutura mínima está evidentemente associado um custo fixo e operacional. De maneira que a nova classificação, seriam mantidas as categorias especial, 1ª, 2ª, 3ª e 4ª, porém definidas pelos atuais níveis de demanda em cada uma. Conforme dados de 2008 da Tabela 3 acima a forma de enquadramento da nova classificação passaria a ser a seguinte: Categoria especial (Estação Rodoviária de Porto Alegre): acima de 6.000.000 passageiros/ano inclusive; Primeira categoria: ERs com movimentação anual acima de 395.000 passageiros/ano inclusive até 6.000.000 de passageiros/ano, limite dado pela categoria especial; Segunda categoria: ERs com movimentação anual acima de 156.000 passageiros/ano inclusive até 395.000 passageiros/ano; 103 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias Terceira categoria: ERs com movimentação anual acima de 100.000 passageiros/ano inclusive até 156.000 passageiros/ano; Quarta categoria: ERs com movimentação anual até 100.000 passageiros/ano. A escolha da melhor estrutura física e operacional para compor a estação rodoviária modelo ou de referência para efeito de estudos de custos poderia ser ponderada pelo melhor índice de qualidade do serviço calculado pela AGERGS. Uma vez definidas as estações rodoviárias modelo para cada nova categoria, inclusive prevendo condições de acessibilidade para portadores de necessidades especiais, será calculado o correspondente custo anual total para prestação do serviço. De posse do custo total da ER de referência em cada categoria, pode ser calculado o número mínimo de passageiros que devem ser embarcados para cobrir o custo ou atingir o equilíbrio econômico e financeiro do negócio, dividindo o custo pelo valor médio das comissões sobre as passagens em cada categoria. Ao final podem ser mapeadas todas as ER do Estado que, de acordo com a metodologia acima descrita, estariam deficitárias. E essas estações rodoviárias deficitárias não seriam mais objeto de contratos de concessão e sim passariam juridicamente a se constituir em postos autorizados ou permissionárias de ERs concedidas de categorias superiores ou ERs superavitárias concedidas de outra categoria. A prestação dos serviços das estações rodoviárias em condições de equilíbrio econômico e financeiro é condição de validade para contratos de concessão. Um exemplo prático é a estação rodoviária de Bom Princípio, a qual foi objeto de pesquisa no trabalho de conclusão do curso de Ciências Contábeis que procurou calcular a viabilidade econômico-financeira daquela ER. O trabalho foi orientado pelo professor do Centro Universitário La Salle e técnico superior da AGERGS, Airton Rehbein. No estudo foi calculado o custo total de ER de Bom Princípio para 2008 em R$26.019,00. A ER movimentou, em 2008, 68.020 passageiros, portanto, estaria 104 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias enquadrada como ER de 4ª categoria, e o valor médio das passagens nessa categoria foi, em 2008, R$5,96. Então o ponto de equilíbrio para essa ER seria de 39.688 passageiros com produção de margem líquida de 33,4%. Caso o custo calculado acima fosse o representativo da estação rodoviária modelo, a ER de Bom Princípio teria agregada a sua concessão, uma ou duas ERs deficitárias como postos avançados ou permissionários, dentro de sua região de influência, de modo a alavancar estações rodoviárias com fluxo muito baixo de passageiros ou superdimensionadas para seu atual nível de demanda. Relativamente às ERs de primeira categoria que eventualmente estejam deficitárias, recomenda-se um estudo caso a caso para reverter os problemas apresentados. De fato, no capítulo anterior foi apresentada sensível queda nos níveis de demanda, fato que pode comprometer o equilíbrio econômico e financeiro dessas ERs. No entanto, a movimentação de passageiros nas estações rodoviárias de primeira categoria ainda é expressiva. Outro cenário alternativo, em que se operaria uma intervenção mais profunda no sistema de transportes, seria com a adoção do conceito de taxa de embarque. Por taxa de embarque entende-se o preço a ser cobrado dos passageiros com a finalidade de remunerar a prestação dos serviços disponibilizados aos usuários em cada categoria de ER, além de suas instalações e facilidades existentes nos terminais de passageiros com vistas ao embarque, desembarque, orientação, conforto e segurança dos usuários. Para isso, logicamente, se faz necessário a retirada da comissão das ERs no cálculo das planilhas tarifárias do transporte intermunicipal de passageiros. A princípio, o valor das passagens, mais a taxa de embarque, não iriam ser diferentes do valor das tarifas em vigor pagas pelos usuários. As taxas de embarque seriam calculadas conforme apresentado anteriormente, assim distribuídas: 105 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias Categoria especial: R$2,45 Primeira categoria: R$1,60 Segunda categoria: R$0,90 Terceira categoria: R$0,80 Quarta categoria: R$0,70 Média do sistema: R$1,40 A taxa média de embarque do sistema é de R$1,40 por passageiro embarcado em cada estação rodoviária. Caso fosse adotado o valor médio de taxa de embarque para todo o sistema, as ERs de categoria especial e de primeira classe iriam subsidiar as demais categorias. No entanto, poder-se-ia fixar o valor das taxas de embarque da categoria especial e de primeira categoria pela média atual, respectivamente de R$2,45 e R$1,60, e as demais categorias teriam a taxa de embarque fixada em R$1,40, média do sistema. Ou seja, as ERs de 2ª categoria teriam um aumento de R$0,50 por passageiro embarcado; as ERs de 3ª categoria um aumento de R$0,60 e; as ERs de quarta categoria teriam sua receita dobrada, com um aumento de R$0,70. Evidentemente, um dos principais impactos da metodologia das taxas de embarque é o aumento do valor total despedido pelos usuários no transporte rodoviário intermunicipal, principalmente nas estações rodoviárias de quarta categoria em que o usuário pagará em média 11% a mais no valor total gasto no transporte. Não por acaso, é o mesmo dilema enfrentado pela cidade de São Paulo, que de acordo com a reportagem anexa, a tarifa cobrada pela utilização dos novos terminais rodoviários a serem construídos em Vila Sônia (zona oeste) e Itaquera (zona leste) podem chegar a um terço do valor das passagens, em linhas de trajetos mais curtos. Essas contribuições ao estabelecimento de um novo modelo regulatório para as estações rodoviárias do Estado, quais sejam: a nova classificação em categorias baseadas no número de passageiros mínimo embarcado e definição do respectivo 106 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias tamanho ideal de ER de cada categoria, combinada com concessões por região; e a criação de taxas de embarque por categoria, podem inclusive ser combinada de várias formas. Por exemplo, a nova classificação das ERs seja a referência para a criação de taxas de embarque por categoria; ou o valor das taxas de embarque seja estabelecido por região; ou ainda o desenvolvimento do modelo de estação rodoviária de referência para cada categoria, constitua critério de cálculo das taxas de embarque e etc. A definição do modelo final a ser implantado depende do aprofundamento dos estudos aqui iniciados e da conclusão dos trabalhos das comissões especiais da Assembléia Legislativa sobre o transporte intermunicipal de passageiros e estações rodoviárias que darão o norte balizador dos próximos trabalhos. Antes, porém, de finalizar o texto, cabe mais uma vez, já que a Diretoria de Tarifas da AGERGS tem afirmado em vários momentos anteriores, a necessidade de informatização de todo o Setor de Transportes. De tal forma que é importante que seja informatizada a emissão dos bilhetes de passagens pelos quais os usuários possam adquirir passagens de ida e volta, mais de um trecho de viagem e, sobretudo, que se possa reduzir a assimetria de informações do Setor. De outro lado, com a implantação de um sistema informatizado pode ser identificado os fluxos de passageiros conforme a origem e destino das viagens, informações essas valiosas para o planejamento setorial. Por fim, resta evidente que essas reflexões não têm o objetivo ou pretensão de serem conclusivas sobre o tema, mas sim de reunir informações, critérios, metodologias e sugestões que possam contribuir de maneira proativa ao trabalho desenvolvido pela Comissão Especial da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul sobre o aprimoramento e desenvolvimento das estações rodoviárias do Estado. É a informação. Porto Alegre, 20 de outubro de 2009. Eduardo M. Mesquita da Costa Clemente Rolan Soares IF 3041395 IF 3029280 107 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL COMANDO DA AERONÁUTICA DEPARTAMENTO DE AVIAÇÃO CIVIL PORTARIA Nº 602/GC-5, DE 22 DE SETEMBRO DE 2000. Estabelece os procedimentos para a aplicação e para a cobrança das Tarifas Aeroportuárias de Embarque, doméstica e internacional, pelas empresas de transporte aéreo. O COMANDANTE DA AERONÁUTICA, com fundamento nos artigos 18 e 19 da Lei Complementar nº 97, de 9 de junho de 1999; na Lei nº 6.009, de 26 de dezembro de 1973; na Lei nº 9.825, de 23 de agosto de 1999, e nos artigos 3º e 4º do Decreto nº 89.121, de 6 de dezembro de 1983, resolve: Art. 1º - Aprovar os procedimentos para a aplicação e para a cobrança das Tarifas Aeroportuárias de Embarque, doméstica e internacional, definidas e caracterizadas no Decreto no 89.121, de 6 de dezembro de 1983. TÍTULO I DEFINIÇÕES Art. 2º - Serão consideradas, para efeito desta Portaria, as seguintes definições: I - ATAERO - Adicional de Tarifa Aeroportuária, criado pela Lei no 7.920, de 12 de dezembro de 1989; II - Conexão - utilização de uma ou mais aeronaves, entre a origem e o destino de uma viagem, no mesmo trecho constante do bilhete de passagem, coberto por dois ou mais vôos, de mesma natureza, sem que o passageiro utilize simultaneamente as instalações e as facilidades de despacho e de embarque da estação de passageiros, salvo quando esta utilização ocorrer por motivos operacionais, meteorológicos, técnicos ou acidentes que impliquem em atraso na partida ou na chegada das aeronaves; III - DAC - Departamento de Aviação Civil; IV - Dispositivo de leitura eletrônica - dispositivo usado para controle de acesso de passageiros embarcados, mediante leitura de código de barras. A leitura é efetuada em "selo" aposto pelas empresas de transporte aéreo no Cartão de Embarque; V - Inspetor de aviação civil - pessoa credenciada pela autoridade aeronáutica, para o desempenho da missão de fiscalização das atividades de aviação civil; 108 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias VI - Membro de tripulação - aeronauta devidamente habilitado, que esteja exercendo função a bordo de aeronave; VII - Passageiro - qualquer pessoa física, transportada ou a ser transportada em aeronave, com o consentimento do transportador, exceto membro da tripulação, tripulante extra e inspetor de aviação civil; VIII - Passageiro em trânsito - aquele que desembarca em aeroporto intermediário, para embarcar na mesma aeronave, ou em outra, em vôo de conexão, complementando o mesmo trecho constante do respectivo bilhete de passagem. Por motivos operacionais, poderá o passageiro em trânsito permanecer a bordo da aeronave, durante o tempo que durar a escala nos aeroportos intermediários; IX - Passageiros embarcados - passageiros que se integram ao vôo num determinado aeroporto, considerando os que iniciam a viagem e aqueles em conexão; X - Recolhimento "a posteriori" - faculdade proporcionada às empresas de transporte aéreo regular de recolhimento dos valores de Tarifas de Embarque, por determinado período e prazo de vencimento, através de Documento de Cobrança emitido pela INFRAERO; XI - Resumo de Passageiros Embarcados (RPE) - documento padronizado pela INFRAERO, aplicável a todos os aeroportos, emitido pelas empresas de transporte aéreo, no qual deverá constar o número de passageiros embarcados em cada vôo e o respectivo número de passageiros isentos do pagamento da Tarifa de Embarque. O RPE deve ser entregue à administração do aeroporto, após o fechamento do vôo; XII - Tripulante extra - aeronauta em viagem, a serviço ou em qualquer deslocamento em vôo doméstico, utilizando o "Passe de Tripulante"; XIII - Viagem doméstica - aquela cujos pontos de partida, intermediário e de destino do passageiro estão localizados no território brasileiro. É, ainda, considerada viagem doméstica aquela em que a aeronave, por motivo de força maior, faça escala em território estrangeiro; e XIV - Viagem internacional - aquela em que o ponto de partida do passageiro está situado no território brasileiro e o de destino no estrangeiro, ou vice-versa. TÍTULO II DA TARIFA DE EMBARQUE Art. 3º - A Tarifa de Embarque constitui o preço a ser cobrado dos passageiros com a finalidade de remunerar a prestação dos seguintes serviços, instalações e facilidades existentes nos terminais de passageiros, com vistas ao embarque, desembarque, orientação, conforto e segurança dos usuários: I - embarque: a) área de pré-embarque; b) climatização da sala de pré-embarque; c) ponte de embarque; 109 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias d) sistema de esteiras para despacho de bagagem; e) carrinhos à disposição dos passageiros para transporte de suas bagagens; e f) ônibus para transporte de passageiros entre o terminal e a aeronave. II -desembarque: a) área de restituição de bagagem; b) área de restituição de bagagem com esteiras ou carrosséis; c) carrinhos à disposição dos passageiros para transporte de suas bagagens; d) ponte de desembarque; e e) ônibus para transporte de passageiros entre a aeronave e o terminal. III - orientação: a) circuito fechado de televisão; b) sistema semi-automático anunciador de mensagens; c) sistema de som; e d) sistema informativo de vôo. IV - conforto e segurança: a) climatização geral; b) serviço médico de emergência; e c) sistema de ascenso-descenso de passageiros por escadas rolantes ou elevadores. Art. 4º - A Tarifa de Embarque é fixada para cada aeroporto, em função de sua categoria e da natureza da viagem (doméstica ou internacional). Para viagens domésticas, a Tarifa de Embarque é fixada em moeda nacional e para viagens internacionais, em dólar dos Estados Unidos. TÍTULO III DA COBRANÇA Art. 5º - O preço relativo à Tarifa de Embarque, acrescido do ATAERO, é devido pelo passageiro e será cobrado pelas empresas de transporte aéreo nacionais e estrangeiras, antes do respectivo embarque. § 1º Aos passageiros de aeronaves de empresas de transporte aéreo estrangeiras não regulares, serão cobrados diretamente pelas referidas empresas os preços relativos à Tarifa de Embarque, sendo os respectivos valores recolhidos à vista à administração do aeroporto, juntamente com as demais tarifas, após o fechamento do vôo. § 2º Os valores da Tarifa de Embarque, devidos pelos passageiros de aeronaves de empresas de transporte aéreo brasileiras não regulares, serão cobrados diretamente pelas referidas empresas e recolhidos à administração do aeroporto, logo após o fechamento do vôo. § 3º No caso de passageiros das aeronaves da aviação geral, o preço do serviço está incluído no Preço Unificado, que inclui os relativos a embarque e pouso. Art. 6º - As empresas de transporte aéreo regular, com vistas a atender ao princípio de facilitação recomendado pela Organização de Aviação Civil Internacional (OACI), por ocasião da emissão de Bilhetes de Passagem Aérea, no País, farão constar o total do(s) valor(es) da(s) Tarifa(s) de Embarque, em vigor na data da emissão do Bilhete, levando em consideração a natureza da viagem (doméstica ou internacional) e a categoria do aeroporto em que o passageiro vai embarcar, respeitadas as isenções previstas nesta Portaria. 110 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias § 1º - Nos Bilhetes de Passagem Aérea emitidos no exterior, com embarques previstos em aeroportos brasileiros, fica a critério das empresas de transporte aéreo a cobrança das respectivas Tarifas de Embarque, quando da emissão do bilhete ou por ocasião do despacho do passageiro antes do embarque no aeroporto brasileiro correspondente. § 2º - É facultada às empresas de transporte aéreo, quando da emissão de bilhete de passagem a crédito ou em conta corrente, inclusive para órgãos governamentais, a utilização, para efeito de cobrança da Tarifa de Embarque, dos mesmos critérios usados para atualização dos valores de tarifas aéreas. § 3º - Quando da emissão, no País, de bilhete de passagem referente à viagem internacional, será adotado para a Tarifa de Embarque, o valor em reais, divulgado pelo DAC, com antecedência de 60 (sessenta) dias e com vigência trimestral. § 4º - Os valores de Tarifa de Embarque, referentes aos contratos de transporte que forem rescindidos, serão reembolsados aos passageiros pelas empresas de transporte aéreo, na mesma ocasião da devolução do valor da tarifa aérea. § 5º - No caso da inclusão da Tarifa de Embarque em bilhete de passagem que implique a utilização de vários aeroportos, o valor total da Tarifa de Embarque, correspondente a todos os aeroportos, será cobrado do passageiro, de uma só vez, por ocasião da emissão do respectivo bilhete, ressalvados os casos de isenção previstos no Título IV desta Portaria. § 6º - O desdobramento de bilhete de passagem, para modificação de trechos inicialmente estabelecidos, implicará o pagamento dos valores da Tarifa de Embarque referentes aos aeroportos que vierem a ser utilizados adicionalmente. § 7º - O percentual de 9,45%, ou o que vier a ser estabelecido, retido sobre a Tarifa de Embarque, por força da Instrução Normativa no 28, de 1o de março de 1999, da Secretaria da Receita Federal, será creditado pela INFRAERO, desde que comprovada a referida retenção. § 8º - A INFRAERO deduzirá do montante do Documento de Cobrança, emitido contra as empresas de transporte aéreo, o percentual referente a Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira - CPMF ou outro que incida sobre o valor a ser recolhido à INFRAERO. § 9º - As empresas de transporte aéreo reterão, por ocasião do recolhimento dos valores de Tarifas de Embarque, o percentual de 3% (três por cento), exceto sobre o montante de que trata a Lei no 9.825, de 23 de agosto de 1999. Para fins de facilitação, este percentual poderá ser deduzido pela INFRAERO, do Documento de Cobrança, emitido contra as empresas de transporte aéreo. Art. 7º - As empresas de transporte aéreo devem informar à administração do aeroporto, através do RPE, após o fechamento de cada vôo, o total de passageiros embarcados no mesmo e o respectivo número de passageiros isentos, conforme caracterizados no Título IV desta Portaria. 111 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias Art. 8º - Quando a empresa aérea transportadora do passageiro for outra que não a emitente do bilhete, a empresa que endossar o bilhete repassará também o valor da Tarifa de Embarque à empresa aérea que transportar o passageiro, transferindo a esta última a responsabilidade para com a INFRAERO quanto ao pagamento do valor da Tarifa de Embarque. § 1º - A atualização do valor repassado da Tarifa de Embarque será feita seguindo-se o mesmo critério adotado para a atualização do valor da tarifa aérea. § 2º - Caso a empresa que emitiu o Bilhete de Passagem Aérea não tenha incluído no mesmo o valor da Tarifa de Embarque, a empresa transportadora deverá cobrá-lo, por ocasião do despacho do passageiro. Art. 9º - Os valores referentes à Tarifa de Embarque, recebidos dos passageiros pelas empresas de transporte aéreo, serão recolhidos à INFRAERO da seguinte forma: I - a INFRAERO emitirá, após cada quinzena, documento de cobrança contra as empresas de transporte aéreo regular, separadamente, para viagens domésticas e internacionais, com vencimento para os dias 5 (cinco) e 24 (vinte e quatro) do mês subseqüente àquele da quinzena objeto da cobrança. II - a cobrança terá por base o número de passageiros embarcados em todos os vôos da empresa, em todos os aeroportos brasileiros, administrados ou não pela INFRAERO, de conformidade com as informações coletadas diariamente e obtidas eletronicamente e/ou prestadas através do documento Resumo de Passageiros Embarcados. III - o valor unitário da Tarifa de Embarque usado no documento de cobrança emitido pela INFRAERO, contra a empresa de transporte aéreo, será aquele em vigor na data do embarque do passageiro, considerando-se a categoria do aeroporto e a natureza da viagem (doméstica ou internacional). IV - os Documentos de Cobrança dos embarques de viagens internacionais serão expressos em moeda corrente nacional, tendo por base o número de passageiros embarcados na quinzena, o valor previamente estipulado no § 3o do art. 6o desta Portaria e a categoria do aeroporto. V - é vedada a cobrança de qualquer comissão ou a concessão de desconto, seja a que título for, pelas empresas de transporte aéreo, agências de viagem ou administradoras de cartão de crédito, sobre o valor de Tarifa de Embarque cobrado dos passageiros. VI - a Administração do Aeroporto, com vistas à correta arrecadação da Tarifa de Embarque, poderá, quando julgar oportuno, proceder a contagem dos passageiros embarcados em qualquer vôo e conferir as informações prestadas no RPE, para o que deverá ter acesso aos bilhetes de passagem e aos demais documentos de vôo que deram origem àquelas informações. Art. 10 - Os pagamentos dos Documentos de Cobrança à INFRAERO, após o prazo de vencimento estabelecido, terão seus valores atualizados, 112 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias de acordo com a legislação em vigor, e acrescidos de juros de mora de 1% ao mês. Art. 11 - Quando ocorrer reajuste do valor da Tarifa de Embarque ou alteração de categoria do aeroporto, o valor reajustado entrará em vigor: I - Tarifa de Embarque Doméstica - com o mínimo de 30 (trinta) dias de antecedência da data de vigência da alteração; e II - Tarifa de Embarque Internacional - de acordo com o previsto no § 3º do art. 6º desta Portaria. Art. 12 - Os valores de Tarifa de Embarque devidos às administradoras de aeroportos conveniadas com o DAC, recebidos pela INFRAERO por força da presente Portaria, serão repassados por esta Empresa às citadas administradoras, até o décimo dia útil após o recebimento dos documentos de cobrança. Parágrafo Único. Para cumprimento do disposto no "caput" deste artigo, as administradoras de aeroportos conveniadas com o DAC informarão à INFRAERO, até 3 (três) dias após cada quinzena objeto de cobrança, o número de passageiros embarcados na quinzena, especificando o aeroporto, o número do vôo, a natureza da viagem e a empresa de transporte aéreo que transportou o passageiro, através de formulário padronizado constante de instrução emitida pela INFRAERO. TÍTULO IV DAS ISENÇÕES Art. 13. Estão isentos do pagamento da Tarifa de Embarque (TEM): I - os passageiros de aeronaves militares e de aeronaves públicas brasileiras da Administração Federal Direta; II - os passageiros reembarcados em aeronave que tenha retornado ao aeroporto de origem, ou pousado em aeroporto alternativo, por motivo de ordem técnica, meteorológica ou de acidente; III - os passageiros em trânsito; IV - os passageiros com menos de 2 (dois) anos de idade; V - os Inspetores de Aviação Civil, quando no exercício de suas funções; VI - os passageiros portadores de passagens emitidas mediante requisição do Comando da Aeronáutica - "CARTÃO DE PASSE LIVRE"; VII - os passageiros das aeronaves militares ou públicas de países estrangeiros destinados ao território nacional ou em trânsito, quando em atendimento à reciprocidade de tratamento; VIII - os passageiros na situação de convidados do Governo Brasileiro; IX - os representantes diplomáticos estrangeiros e respectivas famílias, 113 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias quando portadores de identidade diplomática e em atendimento à reciprocidade de tratamento; e X - os membros da tripulação e tripulantes extras. Parágrafo Único. A empresa de transporte aéreo que conceder qualquer isenção de Tarifa de Embarque, em desacordo com o previsto neste artigo, ficará responsável pelo pagamento à INFRAERO do valor correspondente à isenção concedida indevidamente. TÍTULO V DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS Art. 14. A efetivação da sistemática de cobrança de que trata esta Portaria entrará em vigor a partir de 1o de dezembro de 2000. Os valores de Tarifa de Embarque recebidos dos passageiros pelas empresas aéreas, no período imediatamente anterior à data da entrada em vigor da sistemática instituída por esta Portaria, serão ainda recolhidos à INFRAERO na forma da Portaria no 831/SOP, de 31 de dezembro de 1996. Parágrafo Único. Constatando-se qualquer valor residual de Tarifa de Embarque devido, referente a períodos anteriores à data de entrada em vigor da sistemática instituída por esta Portaria, será o mesmo recolhido de imediato à INFRAERO. Art. 15 - Os valores de Tarifa de Embarque correspondentes aos passageiros embarcados, com Tarifa de Embarque paga em bilhetes emitidos antes da data de entrada em vigor da nova sistemática, serão deduzidos da informação utilizada pela INFRAERO, para faturamento, contra as empresas aéreas transportadoras de passageiros. Parágrafo Único. As empresas de transporte aéreo deverão informar à Administração do Aeroporto, através do RPE, o número de passageiros embarcados em cada vôo com Tarifa de Embarque paga em bilhete, apresentando os respectivos cupons, para cumprimento do disposto neste artigo. TÍTULO VI DAS DISPOSIÇÕES FINAIS Art.16 - A empresa de transporte aéreo regular inadimplente em relação à Tarifa de Embarque terá suspensa a concessão para pagamento "a posteriori" dos valores referentes à citada Tarifa, cumulativamente com o que prevê o art. 10 desta Portaria. § 1º - À empresa de transporte aéreo a que se aplicar a suspensão prevista no "caput" deste artigo, será exigido o pagamento à vista, à administração do aeroporto de embarque, antes do despacho de cada vôo, do valor devido da Tarifa de Embarque, o que será condição para a administração do aeroporto autorizar o embarque dos passageiros. § 2º - Uma vez quitados todos os débitos que deram origem à inadimplência caracterizada no "caput" deste artigo, a empresa em causa poderá ter restabelecido o benefício de pagamento "a posteriori" da Tarifa 114 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias de Embarque. Art. 17 - O Departamento de Aviação Civil procederá a classificação dos aeroportos ou aeródromos em categorias, por propostas dos órgãos ou entidades responsáveis por suas administrações. Art. 18 - Os casos não previstos serão resolvidos pelo Diretor Geral do Departamento de Aviação Civil. Art. 19 - Esta Portaria entra em vigor a partir de 1o de outubro de 2000. Art. 20 - Revogam-se a Portaria no 110/GC-5, de 28 de fevereiro de 2000, publicada no Diário Oficial da União no 43, de 1o de março de 2000, Seção I, páginas 6 e 7 e a Portaria no 463/GC-5, de 27 de julho de 2000, publicada no Diário Oficial da União no 145, de 28 de julho de 2000, Seção I, página 16. CARLOS DE ALMEIDA BAPTISTA Comandante da Aeronáutica Nº D.O.U.: 185-E DATA DA PUBLICAÇÃO: 25 SET 2000 PÁG.: 5 e 6 SEÇÃO I OBSERVAÇÃO: 115 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias COMANDO DA AERONÁUTICA DEPARTAMENTO DE AVIAÇÃO CIVIL PORTARIA Nº 1592/GM5, DE 07 DE NOVEMBRO DE 1984. Alterada pela Portaria n.º 484/GM5, de 20 JUL 88 (*). Alterada pela Portaria n.º 677 /GM2, de 10 SET 92 (**). Alterada pela Portaria n.º 366/GM-5, de 25 MAI 99 (***). Alterada pela Portaria n.º 261/GC-5, de 13 ABR 2000 (****). Delega competência ao Diretor-Geral do Departamento de Aviação Civil para classificar os aeroportos nacionais e dá outras providências. O MINISTRO DE ESTADO DA AERONÁUTICA, considerando o disposto no § 1º do artigo 48, do Decreto-lei nº 32, de 18 de novembro de 1966, com redação dada pela Lei nº 6.298, de 15 de dezembro de 1975; no artigo 2º da Lei nº 6.009, de 26 de dezembro de 1973; na Portaria nº 1.019/GM5, de 27 de agosto de 1980; e tendo em vista o que estabelecem os artigos 11 e 12 do Decreto-lei nº 200, de 25 de fevereiro de 1967, resolve: Art. 1º - Delegar competência ao Diretor-Geral do Departamento de Aviação Civil para classificar aeroportos nacionais para fins específicos de cobrança de tarifas aeroportuárias, de acordo com os critérios desta Portaria. Art. 2º - Para fins de cobrança das tarifas aeroportuárias, os aeroportos nacionais serão classificados de acordo com os serviços e as facilidades proporcionadas por: 1 - pistas de pouso; 2 - pistas de táxi; 3 - pátio de manobras; 4 - terminais de passageiros e de carga; e 5 - área de estadia. Art. 3º - O conjunto de serviços e facilidades a ser considerado com relação às pistas de pouso é composto de: 1 - número e categoria de pistas existentes; 2 - balizamento diurno e noturno; 3 - sinalização vertical e horizontal; 4 - serviço especializado contra-incêndio; 5 - serviço de remoção de emergência médica; e 6 - serviço especializado de salvamento aquático. 116 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias (***) § 1º A classificação e a reclassificação dos aeroportos estará condicionada à existência de serviço especializado contra-incêndio, de acordo com a categoria exigida, em função do movimento de aeronaves que operam no aeroporto. (****) § 2º Os aeroportos já classificados que estiverem em desacordo com a categoria exigida para fins de Salvamento e Proteção Contra-Incêndio, a partir de 1o de julho de 2001, serão reclassificados segundo o nível de proteção existente. Art. 4º - O conjunto de facilidades a ser considerado com relação às pistas de táxi é composto de: 1 - sinalização vertical e horizontal; e 2 - balizamento diurno e noturno. Art. 5º - O conjunto de serviços e facilidades a ser considerado com relação aos pátios de manobras é composto de: 1 - sinalização horizontal para estacionamento; 2 - sinalização ótica para estacionamento; 3 - ponto de reabastecimento de água potável para aeronaves; 4 - iluminação do pátio; 5 - fonte de energia de 400 hertz para aeronaves; 6 - sistema para fornecimento de ar refrigerado para aeronaves; 7 - abastecimento de combustível para aeronaves; e 8 - área pavimentada para equipamentos de rampa. Art. 6º - O conjunto de serviços e facilidades a ser considerado com relação aos terminais levará em conta, separadamente, os terminais de passageiros e os de carga. § 1º Para terminais de passageiros o conjunto abrangerá o embarque/desembarque, a orientação e as facilidades aos usuários e compõe-se de: (*)(**) I - Embarque/ desembarque 1 - área de pré-embarque; 2 - climatização da área de pré-embarque; 3 - ponte; 4 - sistema de esteira para despacho de bagagens; 5 - ônibus para transporte de passageiros entre o terminal e a aeronave, ou vice-versa; 6 - check-in automatizado; 7 - carrinhos à disposição dos passageiros; 8 - área de restituição de bagagens, equipada com esteiras ou carrosséis; 9 - área de restituição de bagagens; 10 - sistema de escadas rolantes para ascenso-descenso de passageiros; e 11 - elevadores. II - Orientação 1 - circuito fechado de televisão; 2 - sistema semi-automático anunciador de mensagens; 3 - sinalização vertical; 4 - sistema de som; e 117 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias 5 - sistema informativo de vôo. III - Facilidades ao usuário 1 - climatização; 2 - locais destinados a facilidades de serviços e de órgãos públicos ; 3 - locais destinados a facilidades de apoio comercial; 4 - serviço de atendimento médico; 5 - área própria para estacionamento de veículos; 6 - sala de recepção; e 7 - berçário. § 2º Para terminais de carga será considerada apenas a existência do terminal. Art.7º - O conjunto de facilidades a ser considerado com relação as áreas de estadia é composto de: 1 - local adequado e iluminado para estadia; e 2 - vigilância da área. Art. 8º - Para que um aeroporto seja classificado como arrecadador de tarifas aeroportuárias, é necessário que satisfaça aos seguintes requisitos: (***) 1 - seja administrado pelo Ministério da Aeronáutica, pela Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária - (INFRAERO) ou empresa subsidiária desta, mediante convênio, concessão ou autorização do Ministério da Aeronáutica; 2 - disponha de terminal de passageiro; 3 - esteja devidamente homologado pela autoridade aeronáutica competente; e 4 - possua pista de pouso, pista de táxi e pátio de estacionamento de aeronaves, devidamente pavimentados e de acordo com as normas em vigor. Parágrafo único. A critério do Diretor-Geral do Departamento de Aviação Civil, poderão ser classificados como arrecadadores, em caráter excepcional, aeroportos que, mesmo não atendendo ao dispositivo deste artigo, assim devam ser considerados devido a sua natureza. (**) Art. 9º - Na classificação de cada unidade aeroportuária, os serviços e facilidades constantes dos artigos 2º, 3º, 4º, 5º, 6º e 7º desta Portaria serão ponderados com atribuição de pontos, na escala de 01 até 10, conforme a especificação que se segue: ITENS SERVIÇOS / FACILIDADES PONTOS 01 Área de pré-embarque 03 02 Área de restituição de bagagens 01 03 Área de restituição de bagagens com esteiras ou carrosséis 04 04 Área pavimentada para estacionamento de veículos, com capacidade acima de 50 veículos 03 05 Área pavimentada para equipamento de rampa 02 06 Balizamento diurno e noturno na pista de táxi 04 07 Bar e/ou lanchonete 01 118 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias 08 Berçário 02 09 Carrinhos à disposição dos passageiros para transporte de suas bagagens 01 10 Check-in automatizado 10 11 Circuito fechado de televisão 03 12 Climatização da sala de embarque 03 ITENS SERVIÇOS / FACILIDADES PONTOS 13 Climatização da sala de desembarque 02 14 Climatização do restaurante 02 15 Climatização do saguão 03 16 Drogaria 01 17 Elevadores 05 18 Equipamentos de limpeza de pistas 05 19 Fontes de energia de 400 hertz no pátio de manobras 05 20 Free-Shops 05 21 Hotel 10 22 Iluminação do pátio de manobras 05 23 Jornais e revistas 01 24 Local adequado para estadia de aeronaves 02 25 Ônibus para transporte de passageiros entre o terminal e a aeronave; ou vice-versa 05 26 Pista de pouso e decolagem Categoria II, devidamente equipada e balizada para vôo diurno e noturno (por pista) 10 27 Pista de pouso e decolagem Categoria I, devidamente equipada e balizada para vôo diurno e noturno (por pista) 08 28 Pista de pouso e decolagem devidamente equipada e balizada para vôo diurno e noturno (por pista) 05 29 Ponte de embarque e/ou desembarque 10 30 Ponto de reabastecimento de água potável para aeronaves no pátio de manobras 02 31 Restaurante 01 32 Sala de recepção 02 33 Serviço bancário 01 34 Serviço contra-incêndio especializado 08 35 Serviço de atendimento médico 08 36 Serviço de locação de veículos 01 37 Serviço de remoção de emergência médica 09 38 Serviço de reserva de hotel 01 39 Serviço de salvamento aquático especializado 05 40 Serviço postal telegráfico 01 41 Serviço regular de transporte de superfície 01 ITENS SERVIÇOS / FACILIDADES PONTOS 42 Serviço de abastecimento de combustível para aeronaves 119 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias 02 (***) § 1º Entende-se por serviços contra-incêndio aquele disponível permanentemente na unidade aeroportuária, de acordo com a categoria exigida para os tipos de aeronaves que nele operam, estabelecida pela Diretoria de Engenharia da Aeronáutica. § 2º Entende-se por serviço de remoção de emergência médica, aquele prestado em viatura disponível permanentemente na unidade aeroportuária, e dela só se afastando quando em decorrência de sua utilização na atividade fim. § 3º Entende-se por serviço de atendimento médico, aquele prestado exclusivamente ao usuário da unidade aeroportuária, em instalações adequadas e durante todo o período do seu funcionamento. § 4º Entende-se por serviço de órgãos públicos, aqueles prestados pela Receita Federal, Polícia Federal e Ministérios da Aeronáutica, Saúde e Agricultura. 43 Serviço telefônico 01 44 Serviços de órgãos públicos 05 45 Sinalização ótica para estacionamento 05 46 Sinalização vertical no terminal de passageiros 02 47 Sistema de abastecimento de ar refrigerado no pátio de manobras 04 48 Sistema de esteiras para despacho de bagagens 04 49 Sistema de Som 01 50 Sistema informativo de vôo 04 51 Sistema semi-automático anunciador de mensagens 02 52 Sistema de ascenso-descenso de passageiros por escadas rolantes 04 53 Terminal de carga 02 54 Ventilação mecânica forçada da sala de préembarque 01 55 Ventilação mecânica forçada geral 02 56 Viadutos para aeronaves (por viaduto) 05 Art. 10º - Somados os pontos atribuídos aos serviços e facilidades previstas no artigo 9º desta Portaria, os aeroportos serão classificados nas seguintes categorias: § 1º Os pontos atribuídos às facilidades proporcionadas pelas áreas de restituição de bagagens e áreas de restituição de bagagens com esteiras ou carrosséis; ventilação forçada da sala de pré-embarque e ventilação forçada geral não serão somados cumulativamente, para os efeitos desta classificação. § 2º A cada pista de pouso será atribuído apenas o número de pontos correspondente à de maior categoria, não se acumulando os pontos correspondentes à mesma pista de sentido inverso. Art. 11 - O Departamento de Aviação Civil, por proposta dos órgãos ou entidades responsáveis pela administração dos aeroportos, e considerando as melhorias introduzidas em suas infra-estruturas, realizará, sempre que necessário, a reclassificação dos aeroportos, obedecidos os critérios estabelecidos nesta Portaria. 120 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias Art.12 - Esta Portaria entrará em vigor a partir do dia 01 de dezembro de 1984, revogadas as disposições em contrário e, em especial, a Portaria nº 431/GM5, de 19 de abril de 1983. TOTAL DE PONTOS CATEGORIA Mais de 140 pontos, inclusive De 70 a 139 pontos De 30 a 69 pontos Até 29 pontos 1ª 2ª 3ª 4ª DÉLIO JARDIM DE MATTOS Ministro da Aeronáutica Portaria nº 1592/GM5 Portaria nº 677/GM2 Portaria n.º 366/GM-5 Portaria n.º 261/GM-5 Nº D.O.U.: 217 DATA DA PUBLICAÇÃO: 09 NOV 84 PÁG.: - SEÇÃO: I OBSERVAÇÃO: Nº D.O.U.: - DATA DA PUBLICAÇÃO: 16 SET 92 PÁG.: 12804/12805 SEÇÃO: I OBSERVAÇÃO: Nº D.O.U.: 99E DATA DA PUBLICAÇÃO: 26 MAI 99 PÁG.: 22 SEÇÃO: I OBSERVAÇÃO: Nº D.O.U.: 73 DATA DA PUBLICAÇÃO: 14 ABR 2000 PÁG.: 4 SEÇÃO: I OBSERVAÇÃO: 121 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias 19/10/2009 Prefeitura projeta mais duas rodoviárias O prefeito Gilberto Kassab (DEM) planeja construir duas novas rodoviárias na cidade de São Paulo -uma na Vila Sônia (zona oeste) e outra em Itaquera (zona leste)- para tentar reverter a queda de demanda dos ônibus intermunicipais e interestaduais. O plano da Prefeitura de São Paulo é que cada um dos novos terminais rodoviários tenha entre 15 e 20 plataformas de embarque de passageiros, aproximadamente metade do tamanho do terminal Barra Funda (zona oeste). O projeto se encontra em fase de contratação. A meta é iniciar a construção até 2011, conforme expôs a gestão Kassab há duas semanas, durante um congresso de transporte em Curitiba. A Prefeitura de São Paulo alega que, em razão do crescimento da cidade, os três terminais existentes (Tietê, Jabaquara e Barra Funda) ficaram distantes das populações periféricas que realizam viagens mais longas. A descentralização, portanto, visa incentivar as viagens rodoviárias de ônibus, reduzindo assim os deslocamentos de carro e de avião. Metrô Tanto na Vila Sônia como em Itaquera, os novos terminais rodoviários serão integrados a estações do metrô -linhas 4 (amarela) e 3 (vermelha), respectivamente. A primeira deve receber ônibus vindos da região sul ou da rodovia Raposo Tavares. Atualmente, aqueles que se dirigem a Curitiba, por exemplo, atravessam a malha urbana das zonas sul e oeste de São Paulo depois da saída do terminal Tietê (zona norte). 122 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias "O princípio de descentralizar é adequado. Quanto menos os ônibus tiverem que rodar dentro da cidade, melhor para todo mundo", defende Marcos Pimentel Bicalho, superintendente da Associação Nacional de Transportes Públicos. As novas rodoviárias foram inseridas no plano de metas da gestão Gilberto Kassab, cujo mandato acaba em 2012. A prefeitura diz que os custos só serão definidos após a conclusão dos projetos. Tarifas O presidente do Setpesp (sindicato das empresas de transporte no Estado), Robson Rodrigues, afirma que, embora seja favorável a novos terminais, os passageiros só serão beneficiados se houver mais flexibilidade na distribuição das linhas de ônibus. Ele questiona a proibição, por exemplo, para que algum morador da zona norte da cidade que pretenda ir ao litoral sul possa embarcar também no terminal Tietê, e não apenas no Jabaquara. Rodrigues diz que também concorda com a necessidade de diminuir os preços para atrair mais passageiros. Mas alega que um dos principais impactos do custo ao usuário está na tarifa cobrada para a utilização dos terminais rodoviários -que pode chegar a um terço do valor da passagem, no caso de trajetos mais curtos. Os atuais terminais rodoviários da cidade de São Paulo são administrados pelo consórcio Prima (composto por Socicam e Termini), que obtiveram do Metrô -a empresa responsável pelas rodoviárias- um contrato de 20 anos, a partir de 1990, aditado por mais 20. A maior rodoviária da capital paulista é a do Tietê. No ano passado, o terminal registrou uma média diária 59 mil passageiros. Esse movimento é 60% superior ao do principal aeroporto para viagens domésticas. Congonhas registrou no ano passado cerca de 37 mil passageiros por dia. Por Folha de São Paulo - SP 123 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÕES “A partir de 1940, o povo gaúcho começou a conviver com uma cena nova: ônibus viajando pelas estradas do interior, chegando às cidades onde um porto seguro aguardava motoristas e passageiros, que desembarcavam para ficar ou seguir viagem. Eram as primeiras Estações Rodoviárias, cuidadas inicialmente pelos próprios concessionários e familiares, que ali estavam para receber os ônibus e seus passageiros, onde encontravam alimentação para refazer forças e seguir em frente. Muitas vezes no rigoroso inverno do nosso Estado, altas horas da madrugada, lá estava a rodoviária aberta, iluminada, à espera do ônibus que chegaria em breve. Esta cena ainda se repete até os dias de hoje, pelas diversas regiões do Rio Grande do Sul. Nesses 70 anos que se passaram, a maioria das estradas foram asfaltadas, as comunicações e as rodoviárias são eficientes, os veículos mais modernos, continuam desempenhando seu papel, se equipando para acompanhar o crescimento de suas cidades, e assim continuar cumprindo cada vez melhor sua missão.” (Nelson Noll, concessionário da Estação Rodoviária de Lajeado) Até o final da década de 1930, quando uma pessoa precisava viajar, o transportador – previamente avisado – a recolhia em sua residência ou em qualquer outro lugar, o que resultava em perda de horas em cada viagem realizada. 124 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias Percebendo a necessidade de otimizar o tempo, empreendedores da época resolveram centralizar a saída e chegada de passageiros num só lugar, com isso oportunizando também o transporte de encomendas e a emissão de passagens. Essa iniciativa resultou na primeira Estação Rodoviária do Brasil, fundada em 19 de abril de 1939, na cidade gaúcha de Vacaria. Atualmente, no Rio Grande do Sul existem 326 Estações Rodoviárias (ERs), as quais estão subdivididas por categorias, conforme a renda bruta mensal auferida, da seguinte forma: • Categoria Especial = 01 rodoviária (Porto Alegre); • 1.ª Categoria = 35 rodoviárias; • 2.ª Categoria = 34 rodoviárias; • 3.ª Categoria = 46 rodoviárias; • 4.ª Categoria = 210 rodoviárias. Pela legislação vigente, os serviços prestados pelas ERs (transporte coletivo de passageiros e despacho de malas e encomendas) devem ser explorados, privativamente, pelo Estado do Rio Grande do Sul e podem ser delegados a particulares ou aos municípios, mediante concessão do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem - DAER. O Governo Estadual tem, geralmente, delegado os serviços a concessionários particulares. O prazo de concessão é de 20 anos, prorrogável por igual período, desde que os serviços sejam declarados de boa qualidade pelo Conselho de Tráfego do DAER-RS. O concessionário se obriga a fornecer as instalações físicas, construídas para esse fim ou locadas, atendendo as exigências legais e regulamentares do Poder Concedente. Deve, ainda, adaptá-las, no caso de prorrogação do contrato ou sempre que se mostrem inadequadas ao atendimento da demanda. A manutenção, a restauração, a expansão e a limpeza das instalações físicas são, também, 125 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias encargos do concessionário. Essas instalações englobam plataformas de embarque e desembarque, salas de espera, guichês para venda de passagens, instalações sanitárias, depósitos de bagagens, bar, restaurante e instalações especiais, com características e dimensões conforme a categoria da rodoviária. A receita auferida pelas ERs se origina de duas formas: ( I ) – da comissão percentual, fixa e uniforme para todas as rodoviárias, de 11% sobre o valor manifestado de passagens vendidas e 15% sobre o valor do frete de encomendas embarcadas na rodoviária; e ( II ) – da receita da exploração comercial das instalações. Verifica-se, portanto, que o contrato de concessão é um contrato de risco, pois não há compromisso do Estado com o equilíbrio econômico do contrato, que é de inteira responsabilidade do concessionário. Dessa maneira, percebe-se que os passageiros embarcados nas ERs mais afastadas pagam valores muito mais altos pelo uso das rodoviárias. Essa diferença não resulta de um diferente custo de produção, ou nível de serviço oferecido mais elevado, mas tão somente do fato de que o regime de remuneração, a partir de um percentual fixo sobre o valor da passagem, penaliza os usuários das linhas mais distantes, sem, no entanto, oferecer qualquer contrapartida diferenciada, em termos de serviços de melhor qualidade e conforto. A viabilidade econômica de uma ER, em alguns casos, pode depender das atividades complementares à função transportes, que possam ser instaladas na ER, como os serviços comerciais, por exemplo. A forma de remuneração dos serviços prestados pelas ERs no Estado está dissociada da função de produção principal. Não há uma relação de causa e efeito entre os serviços prestados, seus custos e remuneração. 126 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias O modelo de ERs vigente no Rio Grande do Sul é único. Difere do modelo utilizado no resto do Brasil. Em nosso Estado, as concessionárias de ERs, além de manterem as instalações à disposição dos usuários, vendem passagens para todas as empresas que têm linhas saindo do terminal, mantendo um quadro único de horários. Desse modo, o usuário pode chegar no guichê de venda de passagens dizendo apenas a localidade para a qual pretende se deslocar, que, imediatamente, lhe será informado os horários e dias da semana em que é possível viajar. No resto do Brasil, a maioria dos terminais pertencem às prefeituras, que contratam administradores do prédio, e a comercialização das passagens fica a cargo de cada transportadora. Nesse modelo, o usuário precisa saber qual a empresa que faz a linha para a localidade a qual ele pretende ir, para que possa se dirigir ao respectivo guichê e adquirir sua passagem. As administradoras dos terminais rodoviários do resto do país recebem uma taxa de embarque, que é paga pelo passageiro quando adquire sua passagem junto às empresas transportadoras e que é utilizada para a manutenção dos terminais. Esta Comissão Especial foi criada na Assembleia Legislativa para avaliar os serviços prestados pelas Estações Rodoviárias (ERs) no Rio Grande do Sul. No curso dos trabalhos verificamos que, se é inegável a necessidade de aperfeiçoar o atual sistema, também é verdadeiro que ninguém pode ser responsabilizado pelas imperfeições no serviço prestado quando não recebe remuneração adequada para atender os cidadãos. Nas diversas audiências públicas realizadas no interior do Estado, ficaram evidentes as dificuldades enfrentadas pelos concessionários das rodoviárias no exercício de sua atividade. Especialmente nos pequenos municípios, a queda no número de passageiros e a baixa remuneração inviabilizam investimentos e melhorias na infraestrutura das rodoviárias. Atualmente, a remuneração de quem detém a concessão representa, basicamente, 11% do valor total da passagem. 127 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias A quase inexistente lucratividade fez com que a maioria absoluta das licitações abertas pelo governo do Estado para exploração das estações rodoviárias de menor porte fossem desertas, ou seja, não houve interessados. Em alguns casos, os concessionários não têm condições de elaborar projeto para participar da licitação, mas, muitas vezes, o que ocorre é a falta de vontade de investir em um negócio que dará pouco ou nenhum lucro. Nesse cenário, o transporte irregular de passageiros compromete ainda mais o atual sistema. Algumas prefeituras fazem o deslocamento de pessoas em veículos da área de Saúde, colocando em risco os passageiros e prejudicando terrivelmente as rodoviárias, que deixam de vender os bilhetes. A série de ações impetradas pelo Ministério Público Estadual também foi tema dos debates da Comissão. Ficou clara a preocupação dos concessionários, que afirmam não possuir segurança jurídica para investir na estrutura das rodoviárias, pois convivem com o risco de ter a concessão contestada. Uma das sugestões levantadas pela Comissão foi a de estabelecer índices de remuneração diferentes para concessionários de rodoviárias de categoria 3 e 4 em relação aos que gerenciam as de categoria 1 e 2 – que apresentam movimento superior de passageiros. Acredito que a alteração dos índices que compõem a tarifa da passagem poderá aumentar a remuneração das concessionárias, sem fazer com que os cidadãos paguem valor mais alto pelo bilhete. O caminho para que tenhamos concessionários mais bem remunerados e passageiros bem atendidos passa pela modernização do sistema e pelo combate ao transporte irregular. A Comissão Especial ajudou a levantar as principais 128 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias dificuldades existentes e, com a participação de concessionários, empresas de transporte, órgãos de governo e sindicatos, apontar alternativas para que as rodoviárias gaúchas possam oferecer um serviço de qualidade. Das reflexões que foram desenvolvidas durante os debates e audiências realizadas, tiram-se algumas conclusões principais, as quais podem ser assim resumidas: • Embora uma pesquisa da AGERGS tenha registrado que 72% dos usuários aprovam os serviços prestados pelas ERs, é evidente que há muitos pontos a serem melhorados e os próprios concessionários, em muitos casos, admitiram isso, como, por exemplo, questões ligadas à estrutura material das rodoviárias; • A maior preocupação dos usuários das ERs é com os serviços associados. Os usuários desejam serviços de qualidade, mas para que isso se dê é preciso haver investimentos. • Os investimentos nas rodoviárias têm sido prejudicados em razão da baixa remuneração auferida pelos concessionários. É preciso encontrar formas de alterar os índices que compõem as tarifas, aumentando a comissão dos concessionários, sem que os usuários precisem pagar mais pelas passagens. • A inexistência de um marco regulatório gera insegurança e impede investimentos por parte dos concessionários. • O transporte irregular de passageiros, que, segundo depoimentos, muitas vezes é feito pelas próprias prefeituras em veículos da área da Saúde, além de colocar em risco a vida dos passageiros, prejudica as rodoviárias, que deixam de vender as passagens. 129 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias • Que a oferta de passagens cortesia por parte das empresas transportadoras e rodoviárias seja tratado como política pública. • A possibilidade de criação de um fundo, a partir de um debate entre todos atores envolvidos, para auxiliar na manutenção das rodoviárias de menor poder aquisitivo. • Que devem ser suspensas as licitações de rodoviárias enquanto não for estabelecido um novo marco regulatório para o setor. • Que, por iniciativa do Ministério Público Estadual, sejam suspensas todas as ações em andamento, até a elaboração do novo marco regulatório do setor. • Que deve ser elaborado um projeto de lei, e encaminhado à Assembleia Legislativa, que regulamente os artigos 178 e 179 da Constituição do Estado, que assegure à toda a população gaúcha a continuidade dos serviços considerados essenciais; que contemple um período de transição entre o modelo atual e o novo e que tenha regras de saída para os caso de concessionárias que não vencerem as novas licitações, dessa forma desobrigando o Estado de possíveis indenizações futuras. • Que se deve ter presente que as ERs são empresas, na maioria dos casos familiares, que há décadas prestam um relevante serviço as suas comunidades, gerado também empregos, e, portanto, devem ser estimuladas e não combatidas, para que possam prestar serviços cada vez melhores ao povo gaúcho. É o relatório. 130 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Comissão Especial para Avaliar os Serviços Prestados pelas Estações Rodoviárias Deputado LUCIANO AZEVEDO Relator 131 Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 - Porto Alegre (RS) - CEP 90010-300 - PABX (51) 3210-2000