PNIA / Texto de Apresentação – Indicador RHI 1.1 - 1/3
MMA – Ministério do Meio Ambiente
PNIA – PAINEL NACIONAL DE INDICADORES AMBIENTAIS
Indicadores Nacionais
TEXTO DE APRESENTAÇÃO
Indicador:
RHI 1.1
Tema:
Relação entre Demanda Total e Oferta de Água Superficial
Recursos hídricos
Sub-tema:
Criação:
1
Disponibilidade
01/08/2011
Última atualização:
12/07/2012
CONTEXTO
O Brasil apresenta uma situação confortável, em termos globais, quanto aos recursos hídricos. A disponibilidade hídrica per
capita, determinada a partir de valores totalizados para o país, indica uma situação satisfatória, quando comparada aos
valores dos demais países, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU).
Entretanto, apesar desse aparente conforto, existe uma distribuição espacial desigual dos recursos hídricos no território
brasileiro. Cerca de 80% dos recursos hídricos brasileiros (disponibilidade hídrica) estão concentrados na Região Hidrográfica
Amazônica, onde se encontra o menor contingente populacional, além de valores reduzidos de demandas consuntivas, o que
coloca a região em uma situação confortável no que tange ao gerenciamento dos recursos hídricos. Por outro lado, as bacias
localizadas em áreas que apresentam uma combinação de baixa disponibilidade e grande utilização dos recursos hídricos
passam por situações de escassez e estresse hídrico e precisam, portanto, de intenso e complexo gerenciamento e maior
investimento.
DEFINIÇÃO
A figura 1 apresenta o balanço entre disponibilidade e demanda de recursos hídricos nas doze regiões hidrográficas,
realizado mediante a análise da razão entre a vazão de retirada, ou seja, a água captada destinada a atender aos diversos
usos consuntivos, e a disponibilidade hídrica (em rios sem regularização, equivale à vazão de estiagem – a vazão com
permanência de 95%; em rios com regularização, à vazão regularizada somada ao incremento de vazão com permanência de
95%).
Para a definição das faixas de classificação deste índice, foram adotadas as mesmas faixas de situação utilizadas pela
European Environment Agency e pelas Nações Unidas, com base no índice de retirada de água ou water exploitation index,
que é igual ao quociente entre a retirada total anual e a vazão média de longo período. As classificações foram consideradas
adequadas para o caso brasileiro e são as seguintes:

< 5% - Excelente. Pouca ou nenhuma atividade de gerenciamento é necessária. A água é considerada um bem
livre.

5 a 10% - A situação é confortável, podendo ocorrer necessidade de gerenciamento para solução de problemas
locais de abastecimento.

>10 a < 20% - Preocupante. A atividade de gerenciamento é indispensável, exigindo a realização de investimentos
médios.

20% a 40% - A situação é crítica, exigindo intensa atividade de gerenciamento e grandes investimentos.

40% - A situação é muito crítica, exigindo também intensa atividade de gerenciamento e grandes investimentos.
O gráfico 1 mostra um panorama da situação dos principais rios brasileiros quanto ao balanço hídrico (relação demanda/
disponibilidade hídrica) e oferece uma visão do nível de comprometimento quantitativo dos recursos hídricos. Em termos
gerais para o país, a situação do balanço hídrico dos principais rios brasileiros é bastante confortável, com 73% da extensão
dos trechos analisados classificados como excelente.
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Gráfico 1 - Distribuição percentual da extensão dos principais rios do país com relação ao balanço
demanda/disponibilidade
Fonte: Conjuntura dos recursos hídricos no Brasil/ Agência Nacional de Águas (2009)
Figura 1 - Situação dos principais trechos de rios brasileiros quanto à relação demanda/ disponibilidade hídrica
Fonte: Conjuntura dos recursos hídricos no Brasil/ Agência Nacional de Águas (2011)
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FINALIDADE / PROPÓSITO
A caracterização das regiões em diferentes níveis de criticidade e a espacialização desse índice permite refletir a situação
real de utilização dos recursos hídricos e avaliar quão relevante é a estrutura de gestão requerida na bacia. Quanto mais alto
o índice, maior a complexidade da gestão requerida.
SÉRIE HISTÓRICA DO INDICADOR
Na Região Hidrográfica Amazônica, todos os trechos de rios analisados apresentaram relação entre demanda e
disponibilidade excelente, resultado de uma combinação de alta disponibilidade hídrica e de baixa demanda, devido à baixa
densidade demográfica da região. Por outro lado, outras regiões brasileiras apresentam vários rios em situação de “stress”
hídrico.
Na Região Nordeste, ocorre grande quantidade de rios classificados com criticidade quantitativa devido à baixa
disponibilidade hídrica dos corpos d´água. No sul do Brasil, muitos rios possuem criticidade quantitativa, devido à grande
demanda para irrigação (arroz inundado) (ANA, 2011).
A região hidrográfica mais problemática do país é a Atlântico Nordeste Oriental, onde a disponibilidade hídrica é muito baixa,
e 74% dos trechos de rios analisados foram classificados como situação crítica ou muito crítica. As regiões do São Francisco
e Atlântico Leste também apresentam áreas com situações críticas. Nessas regiões há, normalmente, uma associação de
baixa pluviosidade e elevada evapotranspiração, características da região do semi-árido nordestino (ANA, 2009).
Nas regiões do Paraná e Atlântico Sudeste, a criticidade do balanço hídrico é devida à alta densidade demográfica. E nas
regiões Atlântico Sul e Uruguai, a alta demanda por irrigação também torna crítica a relação demanda/ disponibilidade dos
rios analisados.
A Tabela 1 apresenta a situação do balanço demanda/disponibilidade hídrica para as regiões hidrográficas do país.
TABELA 1 – Relação entre demanda e disponibilidade hídrica em extensão de rios para as regiões hidrográficas do
país
Fonte: Conjuntura dos recursos hídricos no Brasil/ Agência Nacional de Águas (2011)
Metadado do indicador:
Para maiores esclarecimentos sobre construção desse indicador, veja Folha Metodológica.
Fontes:
ANA. 2011. Atlas Brasil do Abastecimento Urbano de Água / Agência Nacional de Águas. – Brasília.
Ministério das Cidades. 2008 - Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, Brasília, Brasil.
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