XXXIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
A Gestão dos Processos de Produção e as Parcerias Globais para o Desenvolvimento Sustentável dos Sistemas Produtivos
Salvador, BA, Brasil, 08 a 11 de outubro de 2013.
ANÁLISE DE POSTURA E CARGA
ATRAVÉS DOS MÉTODOS OWAS E
NIOSH EM UMA FÁBRICA DE
SORVETES NO SUL DO BRASIL
Mary Helen Ribeiro dos Santos (UTFPR )
[email protected]
Guatacara dos Santos Junior (UTFPR )
[email protected]
Andre Luiz Soares (UTFPR )
[email protected]
Antonio Augusto de Paula Xavier (UTFPR )
[email protected]
Bruno Samways dos Santos (UTFPR )
[email protected]
A Ergonomia busca em sua essência melhorar as condições da
realização das atividades humanas, tanto em relação aos seus
instrumentos quanto aos ambientes em que essas atividades são
realizadas, buscando sempre adaptar o trabalho ao homem. AA
qualidade de vida da saúde do trabalhador em uma organização
moderna depende do seu desempenho na área de ergonomia. Uma
forma de avaliação deste desempenho pode se dar através do uso de
instrumentos de avaliação de riscos ergonômicos. Assim, este estudo
tem por objetivo analisar os postos de trabalho de uma linha de
produção de sorvetes localizada na cidade Ponta Grossa, PR, com o
intuito de avaliar as posturas adotadas pelos funcionários no exercício
de seu trabalho, bem como analisar o levantamento de cargas. Para
atingir este objetivo, foram empregadas metodologias de análise
ergonômica, sendo o método OWAS para análise de postura e o
método NIOSH para análise de carga. Os resultados obtidos
demonstraram que há poucas preocupações quanto à postura, porém
os postos 1 e 3 devem receber atenção durante a próxima análise
ergonômica para que a situação atual possa ser melhorada. Porém em
relação à carga, foram encontradas cargas de peso acima do limite
recomendado nos postos 2 e 7, sendo que o posto 7 é o caso crítico na
fábrica, pois o operador está levantando uma carga aproximadamente
3 vezes maior que o recomendado.
Palavras-chaves: Ergonomia, carga, postura
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1. Introdução
A qualidade de vida da saúde do trabalhador em uma organização moderna depende do seu
desempenho na área de ergonomia. Uma forma de avaliação deste desempenho pode se dar
através do uso de instrumentos de avaliação de riscos ergonômicos.
O nome Ergonomia tem origem grega, onde ergon “significa” trabalho, e nomos significa
“regras”. Existem várias definições para Ergonomia, que acabam por significar praticamente a
mesma coisa. Segundo a IEA apud Dul e Weerdmeester (2004), tem-se que: Ergonomia é
uma disciplina científica que estuda as interações dos homens com outros elementos do
sistema, fazendo aplicações da teoria, princípios e métodos de projeto, com o objetivo de
melhorar o bem-estar humano e o desempenho global do sistema. Porém uma das definições
mais claras e sucintas é a de Iida (2005), que diz que Ergonomia é a adaptação do trabalho ao
homem.
A Ergonomia busca em sua essência melhorar as condições da realização das atividades
humanas, tanto em relação aos seus instrumentos quanto aos ambientes em que essas
atividades são realizadas, buscando sempre adaptar o trabalho ao homem. Segundo Iida
(2005), a análise ergonômica dos postos de trabalho é parte do estudo das interações entre
homem, máquina e ambiente, abrangendo, dessa forma a análise da tarefa, da postura e dos
movimentos do trabalhador e das suas exigências físicas e cognitivas. Nesse contexto, a
postura é um fator vital na saúde e bem-estar do trabalhador e de relevante preocupação nas
organizações, pois pode causar diminuição de produtividade, dores, problemas de coluna e
absenteísmo. De acordo com Rio e Pires (2001), a otimização do trabalho é um fator
fundamental para o sucesso de pessoas e organizações, num mundo de alta competição, em
que saúde e excelência de desempenho são aspectos fundamentais.
Assim, este estudo tem por objetivo analisar os postos de trabalho de uma linha de produção
de sorvetes localizada na cidade Ponta Grossa, PR, com o intuito de avaliar as posturas
adotadas pelos funcionários no exercício de seu trabalho, bem como analisar o levantamento
de cargas. Para atingir este objetivo, foram empregadas metodologias de análise ergonômica,
sendo o método OWAS para análise de postura e o método NIOSH para análise de carga.
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2. Ergonomia
A ergonomia é um campo do conhecimento, cujo objetivo é analisar o trabalho, de forma a
poder contribuir com a concepção e/ou transformação das situações e dos sistemas de
trabalho. A análise do trabalho real permite à ergonomia determinar as informações que um
operador dispõe para realizar seu trabalho, definindo as características essenciais de uma nova
situação de trabalho: os dispositivos técnicos, os meios de trabalho, o ambiente e a
organização de trabalho, além das competências e das representações dos operadores
(MATOS e PROENÇA, 2003; SOUSA e PROENÇA, 2004; BRASIL, 2013).
Iida (2005) define ergonomia como sendo a adaptação do trabalho ao homem. Em princípio, a
ergonomia volta-se para aspectos que se enquadram em uma perspectiva baseada na fisiologia
e na psicologia cognitiva. As questões tratadas têm como ponto de partida aquilo que pode ser
explicado por estudos que privilegiam aspectos antropométricos, biomecânicos, consumo de
energia, órgãos sensoriais, neurofisiologia, entre outros.
Mais recentemente, com o desenvolvimento de conhecimentos provenientes da psicologia
cognitiva, assim como a sua aplicação nos mais variados projetos, o campo da ergonomia
tem-se transformado significativamente. Na tentativa de buscar uma síntese entre os diversos
aspectos humanos com relação ao trabalhar, a ergonomia tem estudado o ser humano em
situação de trabalho, utilizando metodologias e teorias voltadas para a compreensão da ação,
do fazer (SZELWAR et al., 2004).
As características de um ambiente de trabalho refletem, de maneira expressiva, as qualidades
do trabalhador (ALVAREZ, 1996). Um local de trabalho deve ser sadio e agradável, que
proporcione o máximo de proteção, sendo o resultado de fatores materiais ou subjetivos, e
deve prevenir acidentes, doenças ocupacionais, além de proporcionar melhor relacionamento
entre a empresa e o empregado (FIEDLER, VENTUROLI e MINETTI, 2006). Entre os
fatores relacionados à ambiência do trabalho, destacam-se a temperatura, a umidade, a
ventilação, a iluminação, a cor, a sonorização (ruídos), a postura e o movimento (SILVA,
1995).
3. Biomecânica Ocupacional
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A biomecânica ocupacional é uma parte da biomecânica geral, que se ocupa dos movimentos
corporais e forças relacionados ao trabalho. Assim, preocupa-se com as interações físicas do
trabalhador, com o seu posto de trabalho, máquinas, ferramentas e materiais, visando reduzir
os riscos de distúrbios músculo-esqueléticos. Analisa basicamente a questão das posturas
corporais no trabalho, a aplicação de forças, bem como as suas consequências (IIDA, 2005).
3.1. Postura
Postura é o estudo do posicionamento relativo de partes do corpo, como cabeça, tronco e
membros, no espaço (IIDA, 2005). A postura frequentemente é determinada pela tarefa e pelo
posto de trabalho, seja sentado ou em pé, e quando inadequada e prolongada produz tensões
mecânicas nos músculos, ligamentos e articulações que resultam em dores no pescoço, costas,
ombros e punhos (DUL; WEERDMEESTER, 2004). Cada componente do posto de trabalho
deve ter sua própria adequação ergonômica, onde deve adaptar-se às características
anatômicas e fisiológicas dos seres humanos, principalmente no que se refere aos sistemas
musculoesquelético e óptico (RIO E PIRES, 2001). Porém, nenhuma postura é neutra, e
nenhuma má postura é adotada por alguém livremente, mas é resultado de um conjunto de
fatores, como: características da tarefa, condições de trabalho, formas fisiológicas e
biomecânicas de manutenção do equilíbrio ou as características do meio de trabalho.
O quadro 1 apresenta a localização das dores no corpo, provocadas por posturas inadequadas.
Quadro 1 – Localização das dores no corpo, provocadas por posturas inadequadas
Postura inadequada
Risco de dores
Em pé
Pés e pernas (varizes)
Sentado sem encosto
Músculos extensores do dorso
Assento muito alto
Parte inferior das pernas, joelhos e pés
Assento muito baixo
Dorso e pescoço
Braços esticados
Ombros e braços
Pegas inadequadas em ferramentas
Antebraço
Punhos em posição não neutras
Punhos
Rotação do corpo
Coluna vertebral
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Ângulo inadequado assento/encosto
Músculos dorsais
Superfícies de trabalho muito baixas ou altas
Coluna vertebral, cintura escapular
Fonte: IIDA (2005)
3.1.1. Problemas posturais
A má postura pode acarretar vários problemas de saúde. Muitos desses problemas acabam
ocorrendo na coluna vertebral, e são mais difundidos do que outros. A seguir temos algumas
patologias decorrentes da postura incorreta.
a) Lordose
É um aumento da concavidade posterior da curvatura na região cervical ou lombar,
acompanhado por uma inclinação dos quadris para frente (IIDA, 2005). A lordose passa a ser
considerada uma deformação quando atinge um ângulo superior a 60° na coluna cervical ou
está entre 40° e 60° na coluna lombar, passando a chamar-se hiperlordose. Na figura 2 é
possível observar na imagem 1 a coluna normal e na figura 2 a coluna com lordose.
Figura 1 – Coluna normal e coluna com lordose
Fonte: Info escola
b) Cifose
Caracteriza-se por um aumento da convexidade, acentuando-se a curva para frente na região
torácica, correspondendo ao corcunda. Tal condição acentua-se em idosos (IIDA, 2005).
Figura 2 – Coluna com lordose
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Fonte: Info escola
c) Escoliose
É caracterizado por um desvio lateral da coluna. Vista de frente ou de costas, a pessoa
aparenta estar pendendo para um lado (IIDA, 2005).
Figura 3 – Coluna com escoliose
Fonte: Info Escola
d) Hérnia de disco
Entre as vértebras cervicais, torácicas e lombares, estão os discos intervertebrais, estruturas
em forma de anel, constituídas por tecido cartilaginoso e elástico cuja função é evitar o atrito
entre uma vértebra e outra e amortecer o impacto. A Hérnia de Disco ocorre quando acontece
o deslocamento do disco intervertebral para fora de seu compartimento natural, protegido por
ligamentos (RIO; PIRES, 2001).
Figura 4 – Imagem do disco invertebral normal e rompido
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Fonte: Na Lei, 2009
De acordo com Rio e Pires (2001), a hérnia de disco nem sempre é um evento agudo, mas
evolui ao longo dos anos e pode, eventualmente, ser precipitada para fora de seu
compartimento natural por esforços relativamente pequenos.
e) Tendinite
É uma condição atribuída à lesão no tendão e sua inserção no osso. Freqüentemente a
tendinite está relacionada a uma ocupação ou exercício físico. No ombro temos a tendinite
bicipital e do supraespinhoso que levam a dor e impotência funcional. A tendinite também
pode afetar os tendões bíceps e do tríceps, embora essas lesões sejam bem menos comuns
(CERVI et al, 2009), e também pode ocorrer no punhos e mãos.
3.1.1 Sitema de avaliação: OWAS
Um sistema prático de registro, chamado OWAS (Ovako Working Posture Analysing System)
foi desenvolvido por três pesquisadores finlandeses. Eles começaram com análises
fotográficas das principais posturas encontradas tipicamente na indústria pesada e
encontraram posturas típicas (IIDA, 2005), as quais são apresentadas na figura 5.
Figura 5 – Sistema OWAS para registro de postura
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Fonte: IIDA (2005)
O quadro 2 apresenta a classificação das posturas pela combinação da variável (dorso, braços,
pernas e carga).
Quadro 2 – Classificação das posturas
Fonte: IIDA (2005)
Com base nas avaliações, as posturas foram classificadas nas seguintes categorias (IIDA,
2005):
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 Classe 1: postura normal, que dispensa cuidados, a não ser em casos excepcionais;
 Classe 2: postura que deve ser verificada durante a próxima revisão rotineira dos
métodos de trabalho;
 Classe 3: postura que deve merecer atenção a curto prazo;
 Classe 4: postura que deve merecer atenção imediata.
Essas classes dependem do tempo de duração das posturas, em percentagens da jornada de
trabalho ou da combinação das quatro variáveis (dorso, braços, pernas e carga).
3.2. Levantamento de cargas
O manuseio de cargas é responsável por grande parte dos traumas musculares entre os
trabalhadores. Aproximadamente 60% dos problemas musculares são causados por
levantamento de cargas e 20%, puxando ou empurrando-as. Isso tem ocorrido principalmente
devido á grande variação das capacidades físicas, treinamentos insuficientes e frequentes
substituições de trabalhadores homens por mulheres. Torna-se, então, necessário conhecer a
capacidade humana máxima para levantar e transportar cargas, para que as tarefas e as
máquinas sejam corretamente dimensionadas dentro desses limites (IIDA, 2005).
A Norma Regulamentadora NR17 (BRASIL, 1990) define que “Transporte manual de cargas
designa todo transporte no qual o peso da carga é suportado inteiramente por um só
trabalhador, compreendendo o levantamento e a deposição da carga” e tem o objetivo de
adaptar os postos de trabalho às características psicofisiológicas dos seres humanos.
Figura 6 – Levantamento de carga
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Fonte: IIDA (2005)
A capacidade de carga máxima varia bastante de uma pessoa pra outra. Varia também
conforme se usem as musculaturas das pernas, braços ou dorso. As mulheres possuem
aproximadamente a metade da força dos homens para o levantamento de pesos (IIDA, 2005).
A capacidade de carga é influenciada pela sua localização em relação ao corpo e outras
características como formas, dimensões e facilidade de manuseio. No caso de tarefas
repetitivas, deve-se determinar, primeiro, a capacidade de carga isométrica das costas, que é a
carga máxima que uma pessoa consegue levantar, flexionando as pernas e mantendo o dorso
reto, na vertical. A carga recomendada para movimentos repetitivos será, então, 50% dessa
carga isométrica máxima (IIDA, 2005).
3.2.1. Sistema de avaliação: NIOSHI
A equação de NIOSHI (National Institute for Occupational Safety and Health – EUA) foi
desenvolvida para calcular o peso limite recomendável em tarefas repetitivas de levantamento
de cargas. Essa equação foi desenvolvida inicialmente em 1981 e revisada em 1991, tendo o
objetivo de prevenir ou reduzir a ocorrência de dores causadas pelo levantamento de cargas.
Ela refere-se apenas à tarefa de apanhar uma carga e deslocá-la para depositá-la em outro
nível, usando as duas mãos (IIDA, 2005).
A equação estabelece um valor de referência de 23kg que corresponde à capacidade de
levantamento no plano sagital, de uma altura de 75cm do solo, para um deslocamento vertical
de 25cm, segurando-se a carga a 25cm do corpo. Essa seria a carga aceitável para 99% dos
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homens e 75% das mulheres sem provocar nenhum dano físico, em trabalhos repetitivos. Esse
valor de referência é multiplicado por 6 fatores de redução, que dependem das condições de
trabalho. São definidas as seguintes variáveis (IIDA, 2005):
 LPR: limite de peso recomendável;
 H: distância horizontal entre o indivíduo e a carga (posição das mãos) em cm;
 V: distância vertical na origem da carga (posição das mãos) em cm;
 D: deslocamento vertical, entre a origem e o destino, em cm;
 A: ângulo de assimetria, medido a partir do plano sagital, em graus;
 F: frequência média de levantamento em levantamentos/min;
 C: qualidade da pega
LPR= 23 x (25/H) x (1-0,003/[v-75]) x (0,82+4,5/D) x (1-0,0032 x A) x F x C
O resultado da equação de NIOSH é o LPR: limite de peso recomendável. Assim, o peso real
carregado pelo trabalhador não deve ultrapassar o LPR, realizando-se assim a análise de
levantamento de carga.
6. Metodologia
A pesquisa é de caráter descritivo exploratório, de natureza quantitativa e qualitativa,
em relação aos dados obtidos. Para a coleta de dados foram realizadas pesquisas referentes às
metodologias de análise ergonômica, focando no método OWAS de análise postural, e no
método NIOSH para análise do levantamento de carga, assim como da literatura especializada
(LAKATOS e MARCONI, 2001).
A coleta de dados foi realizada através da observação de postura dos trabalhadores ao
executarem suas tarefas, e também foram coletadas fotografias para análise detalhada da
postura dos mesmos, através da aplicação da metodologia OWAS de análise postural. Já para
a análise do levantamento de carga foi aplicado o método NIOSH, e foram realizadas
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medições das variáveis necessárias, de acordo com a tópico 3.2.1, apresentado anteriormente.
As cargas foram medidas na própria fábrica, através de uma balança sem tara, para considerar
o peso total levantado pelos trabalhadores.
O diagnóstico de postura é fornecido através das classes exibidas em 3.1.1, de acordo com o
sistema OWAS. Já o diagnóstico de carga é dado pelo LPR (limite de peso recomendado), de
modo que se o peso real for maiorl que o LPR, o posto deve receber atenção para a realização
de mudanças.
7. Resultados
A seguir estão os resultados obtidos para a análise de postura e carga realizada em uma
fábrica de sorvetes no interior do Paraná. Foram identificados 7 postos de trabalho, conforme
a seguir: pasteurização, saborização, envase, embalagem, palitos picolé, saborização picolé e
carregamento para entrega. Os diagnósticos serão apresentados em tabelas para facilitar a
compreensão, conforme a seguir:
Figura 7 – Posto 1 - Pasteurização
Fonte: Autores (2013)
O Posto 1 foi analisado em 3 situações distintas, pois conforme pode ser observado na
imagem acima, as caixas de leite são removidas conforme esvaziam, aumentando a distância
D, de modo que NIOSH foi aplicado 3 vezes. Porém, em todas as situações a carga esteve
adequada, pois o peso levantado é de 3 Kg, e o menor LPR é 3,032 Kg. Porém em relação à
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postura, a mesma foi identificada como Classe 2, ou seja, a postura deve ser verificada
durante a próxima revisão rotineira dos métodos de trabalho.
Figura 8 – Posto 2 - Saborização
Fonte: Autores (2013)
O Posto 2 foi analisado em 2 situações distintas, pois conforme pode ser observado na
imagem acima, pois a calda do sorvete primeiro precisa passar por um liquidificador e em
seguida ir para a saborização. Em relação à postura, amnbos os postos estão adequados,
porém em relação à carga foi encontrado um LPR de 9,867 Kg no liquidificador e 9,133 Kg
na saborização, sendo que a carga real é de 13,8 Kg. Portanto, ambos os postos carecem de
medidas para corrigir a carga levantada. Sugeriu-se reduzir o volume do balde utilizado, para
adequar-se à equação de NIOSH.
Figura 9 – Postos 3 e 4 – Envase e Embalagem
Fonte: Autores (2013)
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Nos postos 3 e 4 não há levantamento de carga, por isso aplicou-se apenas o método OWAS
para análise da postura. No posto de Envase é necessário verificá-lo na próxima revisão, e no
posto 4 não há necessidade de mudanças no momento. Sugere-se para o posto 3 a elevação da
bancada, para evitar que o trabalhador precise inclinar sua coluna vertebral e assim corrigir
sua postura.
Figura 10 – Postos 5 e 6 – Palitos e Saborização de Picolé
Fonte: Autores (2013)
Nos postos 5 e 6 a postura encontra-se adequada. Quanto à carga, na situação real o peso
levantado é de 7 Kg, portanto o posto está adequado, já que o peso encontra-se abaixo no
limite de peso recomendado, que é de 10,995 Kg.
Figura 11 – Posto 7 – Carregamento para entrega
Fonte: Autores (2013)
O posto 7 é considerado adequado de acordo com a metodologia OWAS, porém é um caso
grave em relação à carga. O limite de peso recomendado é de 9,716 Kg, porém a carga real é
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de 28 Kg, ou seja, quase 3 vezes mais do que o recomendado. Medidas devem ser
implementadas imediatamente para reduzir os riscos no trabalho. Foi sugerida a utilização de
paleteira ou de carro de transporte.
8. Considerações Finais
A Ergonomia busca em essência adaptar o trabalho ao homem, porém para atingir este
objetivo é necessário conhecer detalhadamente o ambiente de trabalho, as ferramentas
disponíveis e como o trabalhador se relaciona com o seu posto de trabalho. Para facilitar a
obtenção de dados e interpretação dos mesmos, existem diversas ferramentas de análise,
sendo que neste trabalho foram aplicadas duas: método OWAS de análise postural e método
NIOSH para análise do levantamento de carga.
Os resultados obtidos demonstraram que há poucas preocupações quanto à postura, porém os
postos 1 e 3 devem receber atenção durante a próxima análise ergonômica para que a situação
atual possa ser melhorada. Porém em relação à carga, foram encontradas cargas de peso acima
do limite recomendado nos postos 2 e 7, sendo que o posto 7 é o caso crítico na fábrica, pois
o operador está levantando uma carga aproximadamente 3 vezes maior que o recomendado.
Após o diagnóstico dos postos de trabalho foram realizadas sugestões à empresa para que os
postos sejam adequados aos trabalhadores, e posteriormente será executada nova análise nos
postos com problemas para verificar a eficácia das ações propostas pelos pesquisadores.
REFERÊNCIAS
ALVAREZ, B.R. Qualidade de vida relacionada à saúde de trabalhadores. Dissertação.
Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina; 1996.
BRASIL. Ministério do Trabalho. Normas Regulamentadoras de segurança e saúde no
trabalho. NR 17 - Ergonomia. Disponível em:
http://portal.mte.gov.br/data/files/FF8080812BE914E6012BEFBAD7064803/nr_17.pdf,
acesso em 20-04-2013.
FIEDLER, N.C.; VENTUROLI, F.; MINETTI, L.J. Análise de fatores ambientais em
marcenarias no Distrito Federal. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental,
v. 10, p. 679-85, 2006.
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IIDA, I. Ergonomia: projeto e produção. 2º ed. São Paulo Blucher, 2005.
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Fundamentos de Metodologia Científica. 6ºed., São
Paulo: Atlas, 2006
MATOS, C.H.; PROENÇA, R.P.C. Condições de trabalho e estado nutricional de operadores
do setor de alimentação coletiva: um estudo de caso. Revista Nutrição, v. 16, p. 493-502,
2003.
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SOUSA, A.A., PROENÇA, R.P.C. Tecnologias de gestão dos cuidados nutricionais:
recomendações para qualificação do atendimento nas unidades de alimentação e nutrição
hospitalares. Revista Nutrição, v. 17, p. 425-436, 2004.
SZELWAR, L.I.; LANCMAN, S.; JOHLBEN, W.M.; ALVARINHO, E.; SANTOS, M.
Análise do trabalho e serviço de limpeza hospitalar: contribuições da ergonomia e da
psicodinâmica do trabalho. R. Prod.; 14:45-57, 2004
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