Odontologia São Paulo, 19 de agosto de 2013 Equipe Responsável: Dente do siso: é sempre indicado extraí-lo? Os terceiros molares (ou “dentes do siso”, como são popularmente conhecidos) são os últimos dentes dos dois lados, das arcadas superior e inferior, que geralmente erupcionam (“nascem”) na faixa dos 17 aos 21 anos. Dra. Eliane Santoro – CRO 38.206 Dra. Maristela Azevedo – CRO 45.437 Caio Pires – Assistente em Odontologia O dente do siso, muitas vezes, possui dificuldade para erupcionar, podendo ficar encoberto por tecido ósseo e mucoso, processo que é chamado de inclusão ou semi-inclusão dentária (quando o dente não “nasce” ou “nasce” apenas parcialmente, respectivamente). O motivo mais comum para isso é a falta de espaço, uma vez que, em condições naturais, é o último dente a nascer e pode apresentar algumas formas variadas. As situações de inclusão ou semi-inclusão dentária podem causar desconforto, dor e ainda alguns problemas ou patologias, como: • Apinhamento dental (desalinhamento dos dentes anteriores); • Pericoronarite (tipo de infecção gengival); • Reabsorção da raiz de dentes vizinhos; • Cistos; • Cáries (nos casos de semi-inclusão, em que a higiene muitas vezes é difícil). É consenso entre os cirurgiões-dentistas que em condições como as citadas, a extração do dente do siso é geralmente indicada. Nos casos em que ele tenha nascido por completo, esteja em função mastigatória e tenha possibilidade de ser higienizado (ou possua condições e espaço para tal), a sua extração não é necessária. Já nas situações em que o dente do siso encontra-se incluso (ou semi-incluso), porém sem sintomatologias e patologias instaladas, a literatura científica mostra alguns autores que recomendam a extração de forma preventiva e outros que, com uma postura mais conservadora, preferem realizar apenas um acompanhamento do paciente. A extração de um dente é uma cirurgia que, como qualquer outra, apresenta alguns riscos. Nesses casos, os mais comuns são: • Parestesia (sensação contínua de anestesia, que pode ser temporária ou definitiva, provocada pela lesão de terminações nervosas durante o ato cirúrgico). • Infecções O cirurgião bucomaxilofacial (dentista especialista em cirurgia) é o profissional mais indicado para a avaliação e diagnóstico de cada situação, que, por meio de um exame clínico detalhado e também de exames complementares (radiografias, tomografias, entre outros), pode determinar se algum tipo de tratamento é necessário, levando em conta os riscos e benefícios de cada conduta em cada caso. Fontes: Envie suas dúvidas e sugestões sobre este tema para o e-mail [email protected] PORTO, G.G. et al, Princípios bioéticos na cirurgia de terceiro molar incluso em adolescentes e adultos jovens. Rev. Cir. Traumatol. Buco-Maxilo-fac., Camaragibe, v.9, n.1, p. 103 - 114, jan./mar. 2009 ANDRADE, V. C. et al, Complicações e acidentes em cirurgias de terceiros molares – Revisão de Literatura. SABER CIENTÍFICO ODONTOLÓGICO, Porto Velho, v.2 n.1, p 27 – 44, jan./jun. 2012. TRENTO, C.L. et al, Localização e classificação de terceiros molares: análise radiográfica. Interbio v.3 n.2, 2009 JUNIOR, W. P. et al, Revista de Odontologia da Universidade Cidade de São Paulo, v .20, n.2, p.181-5, maio./ago. 2008