O que acontece no mundo, na sua escola.
maconha
A cannabis é
frequentemente
consumida por seus
efeitos psicoativos e
fisiológicos que podem
incluir bom humor ou
euforia. Entre os
efeitos colaterais
indesejados estão a
diminuição da
memória de curto
prazo, boca seca,
dificuldade motora,
vermelhidão dos olhos
e sentimentos de
paranoia ou ansiedade
ecstasy
As drogas sintéticas,
fabricadas em geral
nos países ricos, são as
que tiveram maior
aumento de consumo
nos últimos anos.
Durante o período de
intensidade do ecstasy
podem surgir
circunstâncias
perigosas: náuseas,
desidratação,
hipertermia,
hiponatrémia,
hipertensão. Estes
sintomas são
frequentemente
ignorados pelo
consumidor devido ao
estado de
despreocupação e
bem-estar provocados
pela droga, o que pode
ocasionar exaustão,
convulsões e mesmo a
morte.
cocaína
Após consumo de
cocaína durante
apenas alguns dias, há
universalmente:
depressão (muitas
vezes profunda),
disforia (ansiedade e
mal estar),
deterioração das
funções motoras,
elevada perda da
capacidade de
aprendizagem, perda
de comportamentos
aprendidos.
heroína
Os opiáceos são a
droga usada há mais
tempo pela
humanidade. Há
registros de 8 000 anos
sobre o poder da
papoula. Bastam
apenas 3 dias de
consumo desta
substância para que,
na sua ausência, se
comecem a sentir os
efeitos da ressaca, que
quer dizer que o
organismo em 3 dias
apenas se habitua de
tal forma à presença
desta substância que
quando se deixa de a
administrar o
organismo entra num
estado de
desequilíbrio total.
tabaco
A nicotina é uma droga
mais letal que a
maconha e vicia com
mais facilidade que a
heroína; no entanto, é
bem mais acessível
que as outras duas. De
acordo com a
Organização PanAmericana da Saúde ,
o tabagismo é o
responsável por cerca
de 30% das mortes por
câncer, 90% das
mortes por cancro do
pulmão, 25% das
mortes por doença
coronariana, 85% das
mortes por doença
pulmonar obstrutiva
crônica e 25% das
mortes por derrame
cerebral. Ainda de
acordo com a OPAS,
não existem níveis
seguros de consumo
do tabaco.
crack
A fumaça produzida
pela queima da pedra
de crack chega ao
sistema nervoso
central em dez
segundos, devido ao
fato de a área de
absorção pulmonar ser
grande e seu efeito
dura de 3 a 10
minutos, com efeito de
euforia mais forte do
que o da cocaína, após
o que produz muita
depressão, o que leva
o usuário a usar
novamente para
compensar o malestar, provocando
intensa dependência.
Não raro, o usuário
tem alucinações e
paranoia (ilusões de
perseguição).
1.PARAÍSO
PARAÍSOARTIFICIAL
ARTIFICIAL
1.
Uso “social”, em festas e reuniões com amigos.
tudo pela droga. Muitos morrem aqui. Poucos irão sobreviver.
5.
SOCORRO
5. PEDINDO
PEDINDO SOCORRO
A consciência do mal que se está causando a si mesmo e aos
outros se afirma. Procura-se ajuda.
6. LUZ NO FIM DO TÚNEL
6. LUZ NO FIM DO TÚNEL
3.
A LOUCURA
LOUCURA
3. A
Diminuição ou abandono do consumo. O encontro com outros
Obsessão com a droga e perda do interesse por tudo o mais. O dependentes em recuperação estimula a cura.
prazer químico é a melhor coisa da vida.
7.
HORIZONTES
7. OUTROS
OUTROS HORIZONTES
4. O
O BURACO
BURACO
4.
Descoberta de fontes de prazer não relacionadas com a droga.
Deterioração completa da vida pessoal e profissional. Faz-se
Terapia para evitar recaídas.
2.
DESPENCANDONO
NOABISMO
ABISMO
2. DESPENCANDO
A droga começa a interferir na percepção do cotidiano e nas
relações pessoais.
Caminho da cura
AMBULATÓRIO – O tratamento ambulatorial é indicado para a maior parte dos casos de dependência. Grupos como o
Proad, na Universidade Federal de São Paulo, e o Grea, na USP, oferecem auxílio médico e psiquiátrico sem necessidade
de internação.
CLÍNICAS – Recomendada apenas para casos de psicose, intoxicação aguda ou síndrome de abstinência intensa, a
internação em clínicas começa com uma desintoxicação. Os sintomas da abstinência são combatidos com
medicamentos.
GRUPOS DE TERAPIA – Grupos como os Narcóticos Anônimos difundem a troca de experiências e apoio mútuo. Em
reuniões diárias, os participantes discutem suas vivências durante a dependência.
“Uns tomam éter, outros cocaína. Eu já tomei tristeza, hoje
tomo alegria.” Os versos do poeta brasileiro Manuel
Bandeira (1886-1968), escritos há mais de cinquenta anos,
estão sendo confirmados pelo que há de mais moderno nas
pesquisas científicas. Hoje, sabe-se que a mesma enxurrada
de neurotransmissores liberada pela ação das drogas
também é deflagrada por algumas atividades e alimentos
específicos. Em alguns casos podem até alterar a
consciência. Elas também estimulam o circuito de
recompensa, criando dependência. O efeito, é claro, não é
tão intenso como o dos psicotrópicos. Em compensação,
você não vira um trapo humano.
Praticando esportes pelo menos uma hora por dia, seu corpo
passa a liberar mais endorfina – o mesmo neurotransmissor
que provoca o êxtase nos usuários de heroína. A endorfina
aumenta o bem-estar e diminui o cansaço. Ela também
reduz a sensação de dor. Por essa razão, alguns atletas,
quando machucados, não sentem a pancada na hora.
Esportes como o paraquedismo são uma descarga de
adrenalina pura, parecida com o estímulo provocado pela
cocaína.
Doce dopamina
Alimentos como o chocolate contêm moléculas que
interagem com os neurotransmissores e mexem com o
circuito de recompensa, liberando mais dopamina no
Drogas: diga não.
cérebro. É por isso que você fica feliz quando come
chocolate – é claro, desde que sem excessos.
Claro, não se trata de trocar uma droga por outra, ou por
outras. Mas há prazeres naturais menos destrutivos, que
têm a mesma origem fisiológica daqueles provocados pelos
psicotrópicos. Como Manuel Bandeira, tome alegria.
POR QUE DIZER NÃO: Dependendo da droga, você vai ter mesmo uma
sensação de relaxamento, euforia, e pode até experimentar algumas
alucinações. O fato é que o efeito da droga dura segundos. Quando muito,
minutos. E, depois, seus problemas voltarão a ter exatamente o mesmo
tamanho. “Quem entra nessa, num momento de tristeza e dificuldade,
estará muito mais propenso a se viciar do que aquele que topou usar só por
curiosidade”, explica a psiquiatra Jackeline Giusti, do Ambulatório de
Adolescentes e Drogas do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas
(FMUSP). Ou seja: basta experimentar uma única vez, para correr o risco de
ficar dependente. “A única maneira segura de se proteger é não
experimentar. E isso é uma escolha de cada um”, complementa.
POR QUE DIZER NÃO: Por mais que seja permitido e até aceito socialmente,
o álcool é uma das mais perigosas drogas. Como atua no sistema nervoso
central, a bebida tem um poder enorme de causar dependência e, para
sentir os mesmos efeitos, será necessário consumir doses cada vez mais
altas. O uso excessivo, por sua vez, leva a alterações psicológicas e mentais.
Isso, sem falar na parte física, nos danos para o fígado, coração e outros
órgãos. Mas o pior efeito do álcool é mesmo a mudança de comportamento
que ele provoca no jovem, que poderá ficar mais agressivo e impulsivo,
tomando atitudes impensadas”, explica o psicofarmacologista Elizaldo
Carlini, diretor do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas
Psicotrópicas da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).
POR QUE DIZER NÃO: Alguém que realmente quer o seu bem jamais vai lhe
oferecer drogas. Na verdade, o que essa pessoa deseja é obter aprovação:
quanto mais pessoas ela puder convencer a experimentar as drogas, menos
culpada se sentirá. O que é, de qualquer forma, uma atitude egoísta. “O
melhor que você pode fazer por um amigo ou namorado(a) que está
envolvido com drogas é mostrar que consegue viver muito bem sem elas,
que não depende desses estímulos para sair, fazer amigos e se divertir”,
ensina a psiquiatra.
POR QUE DIZER NÃO: “A maconha é tão ‘natural’ quanto o cigarro, pois
ambos são feitos a partir da folha de uma planta. Isso não quer dizer que
sejam inofensivos. As substâncias cancerígenas, por exemplo, estão
presentes nas duas drogas”, alerta Elizaldo. A droga ainda prejudica a
memória , diminui a fertilidade do homem e, na mulher, pode levar a
alterações no ciclo menstrual. “Quinze dias depois de fumar um cigarro
desse tipo, a pessoa ainda sentirá seus efeitos: uma certa moleza, preguiça e
desânimo. Com o tempo, esses sintomas se acentuam, o jovem tende a se
isolar, a deixar de estudar e a perder totalmente o interesse por outras
atividades que não envolvam a droga. As consequências vão aparecendo
aos poucos; a maconha é silenciosa, porém, pode ser bastante perigosa”,
alerta Jackeline.
POR QUE DIZER NÃO: Além do risco da dependência de drogas que, como
vimos, existe desde a primeira dose, há a possibilidade de prejudicar a sua
saúde e, consequentemente, os seus planos para o futuro. “Uma pessoa
que tem problema cardíaco e não sabe, por exemplo, pode ter uma
complicação séria se fumar maconha, já que ela acelera o ritmo cardíaco.
Com o ecstasy, há riscos de elevação da temperatura corporal e da pressão
arterial a níveis muito altos, o que pode levar a acidentes fatais. Os perigos
existem desde a primeira experiência”, alerta o psicofarmacologista. Como
se não bastasse, sob o efeito de drogas você estará mais suscetível a se
envolver, fazer sexo sem camisinha, contrair uma doença e, ainda, gerar um
bebê. Exagero? Não, se você imaginar que estará meio fora de si, sem
condições de refletir sobre o que está fazendo.
POR QUE DIZER NÃO: Feitos a partir da mesma substância, tanto a cocaína
quanto o crack são drogas capazes de gerar efeito rápido e bastante
intenso. Por isso mesmo, viciam facilmente, e tendo experimentado uma
única vez, é difícil conseguir parar de usar. No organismo, provocam um
estado de hiperatividade, insônia e falta de apetite. Os efeitos das duas
drogas sobre a saúde são devastadores: a pressão arterial se eleva durante o
uso, e o coração pode bater mais rapidamente. Então, é grande o risco de
taquicardia, e até de uma parada.
POR QUE DIZER NÃO: Na real, o papo é bem outro. “Todas as drogas causam
dependência e, com o tempo, é preciso aumentar cada vez mais as doses
para se conseguir o mesmo efeito. A pessoa não tem consciência disso,
ninguém se vicia por querer. Mas, com o uso, acaba acontecendo. Até que,
em alguns meses ou anos, ela tenta parar, e começa a sentir aquela vontade
incontrolável de usar, que é o que nós chamamos de “síndrome da
abstinência”. Aí, percebe que, por mais que aquilo lhe faça mal, não
consegue viver sem”, explica Jackeline. Daí pra frente, as histórias são as
mais trágicas: a adolescente começa a abrir mão do convívio com a família,
com os amigos, esquece a escola e todos os seus sonhos. É um caminho,
muitas vezes, sem volta.
POR QUE DIZER NÃO: Basta fumar apenas um cigarro por dia para aumentar
os riscos de sofrer de doenças como pneumonia, câncer (de pulmão,
laringe, faringe, esôfago, boca, estômago, etc.), infarto, bronquite,
enfisema pulmonar, derrame e úlcera. Por causa da nicotina, também
podem surgir náuseas, dores abdominais, dores de cabeça, entre outros
sintomas desagradáveis. Além disso, quem começa fumando dois ou três
cigarros por dia dificilmente continuará se satisfazendo com essa mesma
quantidade por muito tempo. Isso sem falar no horror que os cigarros fazem
com a aparência: a pele fica seca e sem brilho, os dentes, amarelados, as
mãos cheiram a nicotina, a quilômetros de distância... Desse jeito, não há
azaração que aguente!
POR QUE DIZER NÃO: É impossível prever o efeito
de uma droga no seu organismo, por mais inofensiva que ela pareça. No caso das drogas
ilícitas, além dos riscos para a saúde, há
ainda o perigo de ir parar na delegacia. E para
explicar isso, em casa? É o tipo de coisa que
manda por água abaixo anos e anos de um
bom relacionamento com os pais, construído
à base de muita negociação. Pode ter certeza
de que, ao pegar você num flagra desses,
reconquistar a confiança da família vai dar um
trabalho daqueles! Não vale a pena arriscar, né?
Adaptado de http://atrevida.uol.com.br/
Drogas: diga não.
O sentido de usar drogas varia de cultura para
cultura e de momento para momento. Mas, por trás
de todas as nuanças, o interesse do usuário é
sempre o mesmo e o mais óbvio possível: a busca do
prazer. E droga dá prazer, não há como negar. Por
que, então, algumas pessoas usam drogas e outras
não? E por que algumas pessoas usam uma droga e
viciam, e outras não?
“A droga dá prazer, mas não para qualquer um. Tem
gente que não gosta da sensação de ficar com a
consciência alterada. Essas pessoas não voltarão a
usar, porque ninguém fica dependente de algo que
cause desprazer. O que prova que não é o acesso à
droga que gera o uso”, diz o psiquiatra Dartiu Xavier.
Além disso, algumas pessoas se dão bem com certas
substâncias, mas não com outras. “A interação da
química do usuário com a da droga é importante. O
prazer obtido com essa interação é que vai nortear o
risco de a pessoa querer usar mais”, diz o médico
Arthur Guerra de Andrade.
O conhecimento humano ainda não permite saber,
de antemão, quem vai virar dependente de uma
substância. Mas as pistas indicam que os
dependentes de droga têm dificuldades em sentir
prazer e encontram nas drogas um alívio para o sofrimento que os atormenta emocionalmente.
O uso precoce é um dos fatores de risco mais importantes. Até os 16 ou 18 anos, a personalidade do jovem ainda não está
desenvolvida, ele ainda está tentando encontrar sua forma de se relacionar com o mundo. Oferecer a ele uma fonte
instantânea de prazer pode ofuscar sua visão para outros mecanismos saudáveis que, tanto quanto as drogas, têm o poder de
alterar sua consciência e seus sentimentos, como os esportes, os estudos e as atividades artísticas.
Famílias pouco afetivas também povoam o histórico de muitos usuários regulares. É como se o sujeito possuísse um déficit
afetivo, uma sede do prazer negado pela família. Essa
lacuna ele vai ocupar de alguma maneira,
muitas vezes com drogas.
Por fim, a prevalência de transtornos psíquicos entre
usuários reforça a tese de que as drogas trazem alívio a
quem as consome. Depressão, pânico, distúrbio de
atenção e quadros de ansiedade são mais comuns entre
usuários de droga. E, em geral, precedem o uso. Em São
Paulo, uma pesquisa com 523 usuários de drogas
identificou que 44% tinham doença depressiva. Desses,
77% já sofriam de depressão antes do contato com
drogas. Ou seja: o uso de drogas é consequência e não
causa desse desequilíbrio, desse desespero emocional.
A pressão social também favorece o uso de drogas. Mas
não se trata, aqui, da influência de “más companhias” e,
sim, de algumas das mensagens transmitidas à
sociedade. Entre outros recados, ensina-se às crianças
que a felicidade está ligada ao consumo e que a tristeza e
a solidão devem ser eliminadas. “Estamos dizendo que a
felicidade pode ser comprada e que tristeza e solidão
devem ser evitadas a qualquer preço. Se você parar para
pensar, a relação doentia entre consumidores e produtos
é igual à que existe entre os dependentes e as drogas”, diz
Dartiu Xavier.
Drogas: diga não.
Download

O que acontece no mundo, na sua escola. maconha ecstasy