Assisted reproduction: and after, how long do wait a pregnancy ? Assunto que merece debate e atenção é o que se segue à Reprodução (RA) Assistidade sucesso, quando houve a gravidez. O que acontece com as crianças e com aqueles casais que se mostravam ansiosos e estressados, sem filhos, buscando-os sem sucesso às vezes por anos a fio? Em geral se transfere mais de um embrião por procedimento ( até 4), o que pode definir altas taxas de multigemelaridade. Daí resultam, todos sabemos, e principalmente nas gestações chamadas de “maior ordem” (trigêmios, quadrigêmios,..), taxas de prematuridade precoce (<32semanas), recém-natos de baixo peso, alterações neurológicas, operações sobre os bebês e outros. Estes fatos tem levado à óbvia discussão sobre a necessidade de reduzir o número dos embriões a serem transferidos, à busca dos critérios em cada centro para a transferência única, à conscientização dos casais que em princípio não reconhecem os riscos das gestações múltiplas e chegam a preferir “ gêmeos”, que completariam mais rapidamente sua família idealizada. Dados recentes sugerem que mesmo as gestações únicas provenientes de RA estão associadas a risco até duas vezes maior de efeitos adversos que as naturais, mesmo após ajuste de idade materna e de outras variáveis, como partos pré-termo, recém-natos com baixo peso ao nascer, crescimento intra-uterino restrito ou mesmo de morte perinatal. Até o momento os estudos relacionados a crianças de RA têm buscado, mais frequentemente, detectar problemas físicos como defeitos congênitos e/ou alterações no desenvolvimento neurológico (Bonduelle et al., 2005, Chang et al., 2005). E não se sugere problemas maiores em relação à população em geral. No Brasil o primeiro relato neste sentido foi o de Araújo Fº et al., 2006, que inclusive pode nortear estudos brasileiros. Fica claro, hoje, que muitos vieses podem interferir nestas informações e tabulamento de dados, o que deixa patente a necessidade de monitoramento contínuo das crianças resultantes das técnicas de RA, ou mais ainda, da ICSI. (Inclusão Intracitoplasmática dos espermatozóides). e d i t o ria l Reprodução assistida: e depois, quando a gravidez acontece? Maria do Carmo Borges de Souza Diretora de G&O Barra- RJ, Rep. Humana Setor de Rep. Humana do Instituto de Ginecologia- UFRJ FEMINA | Abril 2007 | vol 35 | nº 4 203 Reprodução assistida: e depois, quando a gravidez acontece? Torna-se então importante atentar para o fato de que estes casais, comparados a casais grávidos de uma relação natural, potencialmente podem ter associados na sua gravidez de RA um novo estresse, “parental”. Apenas este detalhe já pode trazer conseqüências à adaptação deste novo papel em suas vidas,assim como na relação com a(s) criança(s) advindas e, logicamente, interferir no desenvolvimento psico-social da(s) mesma(s) (Fisher-Jeffes et al., 2006). Temos observado, com alguma freqüência, dificuldades parentais no sentido de não saber se revelarão para a criança e/ou familiares o uso das técnicas ou até o extremo de querer evitar que o obstetra e/ ou o pediatra conheçam dados sobre o tratamento. Penso que se deva buscar cada vez maior clareza nas informações aos clientes, além de estimulá-los na relação de confiança com o obstetra e pediatra durante o pré-natal e assistência ao parto. A troca de informações entre os especialistas de RA e demais profissionais deve ser praticada mais frequentemente. As conseqüências tem sido pouco valorizadas em nosso meio. Super-proteção na infância, insegurança parental, conflitos familiares, dificuldade do desenvolvimento de autonomia nas crianças, vulnerabilidade nas relações sociais e outras podem daí advir. Leituras suplementares 1. Araújo Fº E, Carillo SV, Silva PG et al. Martinhago CD, 3. Bonduelle M, Wennerholm UB, Loft A, et al. A multi- Baruffi, RLR, Oliveira,JBA & Franco Jr,JG. Incidência de malformações congênitas em crianças concebidas através de injeção intracitoplasmática de espermatozóides. Rev Bras Ginecol Obstet, 2006;28:81-90. 4. Chang AS, Moley KH, Wangler M, et al. Association 2. Barnes J, Sutcliffe AG, Kristoffersen I, et al. The 15 a 18 de agosto Goiânia - GO influence of assisted reproduction on family functioning and children`s socio-emotional development: results from a European study. Hum Reprod 2004; 1914801487. 204 FEMINA | Abril 2007 | vol 35 | nº 4 centre cohort study of the physical health of 5-year-old children of in-vitro fertilization and natural conception. Hum Reprod.2005; 20: 413-419. between Beckwith-Wiedemann syndrome and assisted reproduction technology: a case series of 19 patients. Fertil Steril 2005; 83:349-354. 5. Fisher-Jeffes LJ; Banerjee I, Sutcliffe AG. Parents`concerns regarding their ART children .Reproduction 2006: 389-394. 33ª Jornada Goiana de Ginecologia e Obstetrícia Local: Centro de Convenções de Goiânia Realização: SGGO Tel.: 55(62)3285-4607 [email protected] [email protected] www.sggo.com.br