1 UM FAZ DE CONTA QUE ACONTECE Amanda Zulima Carneiro Jacomelli Carolina Vanelli de Souza Maria Grasiela Geraldo Gomes Simone Aparecida Pinto Alves RESUMO O presente artigo expõe as experiências realizadas com as bolsistas inseridas no Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) no Grupo Escolar Municipal Marlene Pereira Zuchi, situado no município de Camboriú, Estado de Santa Catarina. O projeto por ora apresentado tem como objetivo proporcionar às crianças da educação Infantil, o gosto pela leitura e a amplitude de visão através do letramento, num esforço de contemplar temas literários que possam relacionar as questões de identidade, diversidade ética, gênero e inclusão. A partir da efetiva realização de tais planejamentos vislumbramos analisar as contribuições obtidas acerca da expressão oral e escrita das crianças, das habilidades de escuta e atenção, expressão corporal e artística. A aproximação com o campo escolar e o convívio com as crianças possibilitou identificar as necessidades e desejos inerentes ao grupo, que dizem respeito neste momento ao processo de alfabetização e letramento. Com intuito de promover a interpretação do mundo através do código da escrita, tendo em vista a construção da autonomia, do conhecimento e domínio desta forma de comunicação, buscou-se junto as professoras bolsistas supervisoras, bolsistas pibidianas e gestão da instituição escolar, sobretudo fundamentadas na observação dos meninos e meninas que constituem o grupo de crianças, a elaboração do projeto “Era uma vez...”. Tal projeto foi inspirado nas histórias de Monteiro Lobato e na representação social dos personagens do Sítio do Pica-Pau Amarelo, que evocavam uma admiração especial pelos livros, os quais oportunizam uma “viagem fantástica” ao faz de conta. Recorremos as contribuições de autores brasileiros que tem se dedicado as pesquisas e estudos que tratam da importância da literatura na constituição dos sujeitos, sobretudo na formação de leitores, quais sejam: Ostetto (2000), Garcia (1992), Debus (2006), Fanny (2004), entre outros. Nesta perspectiva 2 compreendemos que dar relevo ao faz-de-conta na organização do cotidiano da Educação Infantil é articular o dinamismo da vida à riqueza do imaginário. É realizar um trabalho pedagógico significativo capaz de fomentar o imaginário da criança, tornando mais ativo seu potencial criador. Palavras chave: formação de professores, educação infantil, alfabetização. INTRODUÇÃO O presente artigo expõe as experiências realizadas com as bolsistas inseridas no Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) no Grupo Escolar Municipal Marlene Pereira Zuchi, situado no município de Camboriú, Estado de Santa Catarina. A escolha por esta escola se justifica por atender aos critérios exigidos no edital PIBID, quais sejam: apresentação do índice abaixo da média nacional (IDEB) e da mesma forma índices que alcançaram as médias previstas e que são consideradas bem sucedidas em suas experiências pedagógicas tanto nos processos de gestão como nos processos de ensino aprendizagem e se possível que façam parte de programas e ações das secretarias de Educação do Ministério da Educação. O projeto por ora apresentado tem como objetivo proporcionar às crianças, o gosto pela leitura e a amplitude de visão através do letramento e com isso, unir os temas literários com o eixo curricular, além de relacionar as temáticas de identidade, diversidade ética e inclusão e a partir da efetiva realização de tais planejamentos, analisar as contribuições obtidas acerca da expressão oral e escrita das crianças, das habilidades de escuta e atenção, expressão corporal e artística. Palavras chave: formação de professores; educação infantil; alfabetização. 3 DESENVOLVIMENTO A aproximação com o campo escolar e o convívio com as crianças possibilitou identificar as necessidades e desejos inerentes ao grupo, que dizem respeito neste momento ao processo de alfabetização e letramento. Com intuito de promover a interpretação do mundo através do código da escrita, tendo em vista a construção da autonomia, do conhecimento e domínio desta forma de comunicação, buscou-se junto as professoras bolsistas supervisoras, bolsistas pibidianas e gestão da instituição escolar, sobretudo fundamentadas na observação dos meninos e meninas que constituem o grupo de crianças, a elaboração do projeto “Era uma vez...”. Tal projeto foi inspirado nas histórias de Monteiro Lobato e na representação social dos personagens do Sítio do Pica-Pau Amarelo que evocavam uma admiração especial pelos livros, os quais oportunizam uma “viagem fantástica” ao faz de conta. Neste sentido compreendemos assim como Ostetto (2000, p. 171) que “[...] é por meio de uma história que se pode descobrir outros lugares, outros tempos, outros jeitos, de agir e ser. Por isso, o cotidiano educativo deve contemplar essa prática de contar contos, aumentando muitos pontos para a vida das crianças.” No primeiro momento a nossa história chegou à escola pelas mãos de um carteiro que entregou uma carta da Dona Benta (personagem do Sítio do Pica-Pau amarelo) para todas as salas de aula, instigando a curiosidade das crianças sobre o conteúdo presente na mesma. As professoras responsáveis por cada turma fizeram a leitura da carta com o grupo e posteriormente foi entregue uma mala acompanhada de uma mensagem em vídeo da personagem Dona Benta realizada com todas os estudantes desde o pré II até o 5° ano do Ensino Fundamental apresentada no pátio do Grupo Escolar discorrendo sobre a importância da mala para ela e para os personagens do sítio, a qual continha um grande tesouro. Os estudantes ficaram muito empolgadas com a novidade, uma das crianças fez um comentário de que a mala estava respirando, pois uma das bolsistas que estava com a mala mexia a mesma de modo que ela se movia, o que nos possibilitou vivenciar a alegria e a curiosidade das crianças com tanta novidade. A personagem também assinalava sobre o valor da leitura, mas ainda não revelando qual o conteúdo da mala, este, foi revelado a partir de palpites das crianças no debate com os professores, bolsistas e supervisoras e orientadoras do PIBID. Após desvendar o “segredo” contido na mala, que eram os livros, os estudantes desfrutaram da oportunidade de estar em contato com a variedade de literatura dispostos na 4 mala e fazer a leitura dos mesmos, além de compartilhar com os colegas suas impressões acerca deste momento e das histórias. Na semana seguinte os estudantes receberam outra carta escrita pela personagem da Dona Benta através das professoras regentes de cada sala, questionando as crianças sobre como elas estavam se apropriando da leitura e do aproveitamento do conteúdo da mala. Além de anunciar a vinda de sua turma no Grupo Escolar, enfatizando para que as crianças estivessem atentas à personagem Cuca, que tinha o intuito de roubar a mala para destruí-la (o que com certeza mexia com a imaginação de todas as crianças, deixando-as alvoroçadas). Posteriormente foi realizada uma apresentação com fantoches, composta por dois personagens: Lilica e Zezinho que dialogavam entre si e com as crianças sobre a vinda do Sítio do Pica-Pau Amarelo ao Grupo Escolar Marlene Pereira Zuchi. Essa ação se deu com o intuito de aguçar a curiosidade e interesse das crianças com a visita destes personagens. No decorrer da semana as crianças receberam a visita do personagem Saci que estava à procura da mala com intenção de roubá-la para levar à sua prima Cuca. Neste dia nenhuma criança permitiu que o personagem Saci se aproximasse da mala, pois, Dona Benta no vídeo enviado, havia pedido a eles que fossem os guardiões do conteúdo contido na mesma. As crianças ficaram empolgadas e maravilhadas por visualizar aquilo que imaginavam. Segundo Garcia (1992, p.44) assumir concretamente o faz-de-conta na pré-escola é associar o dinamismo da vida à riqueza do imaginário. É realizar um trabalho pedagógico produtivo capaz de alimentar o imaginário da criança, tornando mais ativo seu potencial criador. Contudo, as crianças criaram uma expectativa acerca da vinda dos personagens do Sítio do Pica-Pau Amarelo até a escola. Chegado o grande dia, o Grupo Escolar Marlene Zuchi recebeu a turma do Sítio do Pica-Pau Amarelo, onde cada bolsista representou determinado personagem. Todos os estudantes foram reunidos no refeitório da instituição, aguardando ansiosamente o início do teatro. A história gira em torno do sumiço da mala que estava sobre responsabilidade dos estudantes que teria sido roubada pela personagem Cuca. No decorrer da apresentação as crianças ficaram deslumbradas com a afeição da personagem Dona Benta para com os livros. Outro momento de grande interação dos estudantes para com o teatro se deu quando os personagens Saci e Cuca apareceram e causaram um enorme alvoroço. Ao final do teatro, os estudantes e personagens do Sítio do Pica-Pau Amarelo confraternizaram-se com direito à bolinhos de chuva produzidos pela personagem tia Anastácia. 5 CONCLUSÃO O projeto “Era uma vez...” foi de grande valia, pois, atendeu às expectativas das bolsistas, supervisoras e orientadoras acerca da inserção da literatura no ambiente escolar, proporcionando momentos de intenso prazer e aprendizado tanto para a equipe do PIBID quanto para os estudantes e a instituição. Foi um período que oportunizou às bolsistas uma importante aquisição de conhecimentos a respeito da docência e sua magnitude, a possibilidade de estar inseridos em um ambiente escolar nos proporcionou maior interação com a educação infantil, oportunizando a criação e participação em experiências metodológicas das práticas docentes possibilitando a interdisciplinaridade no processo de ensino e aprendizagem. 6 REFERÊNCIAS GARCIA, Regina Leite (org) Revisitando a Pré-escola. São Paulo: Cortez, 1993 OSTETTO, Luciana Esmeralda (org) Encontros e encantamentos na educação infantil: Partilhando experiências de estágios. Campinas, SP: Papiros, 2000 7 ANEXOS 8 9