MUSEU DE PAREDES DE COURA terça-feira a domingo 14h00-18h00 [email protected] © Cláudia Freire Impressão Digital em Terras de Coura nova exposição no Museu de Paredes de Coura Após obras de qualificação financiadas pelo Programa Operacional da Região do Norte, o Museu de Paredes de Coura reabriu ao público no dia 10 de Agosto com uma nova exposição promovida pelo Município: “Impressão Digital em Terras de Coura”. A exposição contou com o comissariado de Cláudia Freire e investigação/pesquisa de terreno dos antropólogos Cláudia Freire e Jorge Murteira, também responsável pelos conteúdos audiovisuais. O estudo beneficiou do apoio do antropólogo Benjamim Pereira, que fez trabalho de campo no território nos anos 70, 80 e 90. © Museu Nacional de Etnologia/Centro de Estudos de Etnologia A colaboração das pessoas de Coura, de Joana Rodrigues, da equipa do Museu e do designer Rui Carvalho foi fundamental para a concretização do projecto. A exposição propõe um olhar sobre o território, a paisagem e a vida em Paredes de Coura nas últimas décadas. Os filmes de Jorge Murteira, as fotografias e os textos de Cláudia Freire revelam histórias na primeira pessoa, evocam vivências no passado e no presente e também caminhos de futuro. Objectos e documentação do Arquivo Municipal de Paredes de Coura complementam as histórias. O visitante tem liberdade para escolher o que quer ver e ouvir, em função dos seus interesses e referências. A várias vozes, as histórias são múltiplas, coexistindo e entrecruzando-se num mesmo tempo, em que cada geração traz sempre algo de novo, deixando a sua “impressão digital”. A exposição conta com seis núcleos temáticos: População questiona um território com diferentes faces ao longo do ano: cerca de 100.000 pessoas no Verão e 9.000 no resto do ano. © Cláudia Freire Território destaca o processo de mudança que tem ocorrido no concelho nas últimas décadas, fruto de novos desafios e opções, mas também de políticas sociais, económicas, agrárias e ambientais. Lança questões em torno da paisagem, do rio e da água, do engenho humano no aproveitamento dos recursos naturais, da agricultura, da produção animal, de novas experiências no campo agrícola, na alimentação e na indústria. Salienta ainda os Caminhos de Santiago, o valor da biodiversidade e do turismo natureza. Valoriza o dia-a-dia em movimento do padeiro, da equipa de apoio ao domicílio, dos sapadores florestais, de um grupo de bombos e das Comédias do Minho pelas freguesias e aldeias do concelho. © Cláudia Freire Educação abre com um quadro negro, usado nas antigas escolas primárias construídas durante Estado Novo, convidando a escrever. Simboliza uma forma de ensino-aprendizagem que tem sido transversal no tempo. Dispersas pelas freguesias, estas escolas encerraram em 2003, mudança que teve impacto na vida das populações. Nos anos 80, foi também transformador um programa de saúde escolar que teve como objectivo estimular o desenvolvimento global das crianças e a interacção com as famílias. O acesso à educação rompeu com as formas de vida tradicionais, possibilitando a escolha de outros caminhos de futuro, uma oportunidade e uma liberdade que nem sempre existiram no passado. Os filmes, as fotografias e os objectos presentes neste núcleo procuram dar conta de várias dimensões da educação para além da formal. © Cláudia Freire Emigração revela histórias de pessoas que partiram do concelho de Paredes de Coura em busca de trabalho e de outras oportunidades para a sua vida. França, Luxemburgo, Reino Unido, Suíça, Alemanha, Brasil, Canadá, Estados Unidos da América, Venezuela e Angola são alguns dos destinos. Os emigrantes levam consigo uma identidade e o vínculo à terra e às suas gentes. Trazem aprendizagens e ideias novas. O território continua a revelar potencialidades por explorar. © Cláudia Freire Uma instalação de postais com mensagens de emigrantes para o museu ilustra a diáspora de courenses por alguns lugares do mundo. Os postais retratam um mundo perfeito e imaginado. © Cláudia Freire Festa evoca momentos de (re)encontro que têm lugar no Verão: as festividades marcam o calendário anual de devoção aos Santos patronos das freguesias e aldeias e também do encontro de famílias, vizinhos e amigos, incluindo a presença de muitos emigrantes; o Festival de Paredes de Coura, com antecedentes em finais dos anos 70 e regularidade anual desde 1993, junta nos últimos anos mais de cem mil pessoas. Em exposição, destacam-se as pulseiras de Sérgio Maza que têm uma história que lhes confere um valor muito especial. http://sicnoticias.sapo.pt/cultura/2015-08-22-Sergio-ultrapassou-leucemia-e-regressou-aoVodafone-Paredes-de-Coura Fim de um Mundo? Novo Mundo? A exposição culmina com uma interrogação, evidenciando a coexistência de tempos – passado, presente e futuro. Concluindo: “Século após século, as populações têm procurado construir caminhos de futuro. As ligações com o mundo vão se ampliando. Cada vez mais.” Fim de um mundo? é o título do documentário apresentado no final da exposição. Deixe a sua impressão digital À saída, todos podem deixar uma mensagem, um desenho, uma imagem... uma “impressão digital”, a marca que cada um de nós deixa sempre num lugar… Cláudia Freire* XI2015