Bancário Matemática Financeira Apostila Pedro Evaristo 2012 Copyright. Curso Agora eu Passo - Todos os direitos reservados ao autor. Matemática Financeira CAPÍTULO 01 PORCENTAGEM INTRODUÇÃO A expressão por cento vem do latim per centum e quer dizer por um cento. Assim, quando você lê ou escuta uma afirmação como "Grande liquidação: 20 por cento de desconto em todos os artigos", significa que você terá 20 reais de desconto para cada 100 reais do preço do artigo que comprar. Estabelecemos, então, a razão OBSERVAÇÃO: 20 100 e podemos afirmar que: Toda razão a/b na qual b = 100, chama-se taxa de porcentagem. Assim, 20 100 é o mesmo que 20 por cento. A expressão por cento pode ser substituída pelo símbolo %. Dessa forma, temos: 20 = 20 % 100 Veja os exemplos: · 8 pessoas em um grupo de 10 correspondem a Prof. Pedro Evaristo 80 8 ou ou 80% do grupo. 10 100 2 Matemática Financeira · Num total de R$ 300,00, a quantia de R$ 21,00 equivale a 21 7 ou ou 7% do 300 100 total. EXEMPLO: Se uma barra de chocolate é dividida em 5 pedaços e uma pessoa come 3 deles, ela terá comido 3/5 do total, mas se tivesse dividido em 100 partes ela teria comido 60 partes, o que na verdade representa a mesma coisa. Veja a ilustração. 3 6 60 = = = 60% 5 10 100 FRAÇÃO x PORCENTAGEM Prof. Pedro Evaristo 3 Matemática Financeira AUMENTOS E DESCONTOS AUMENTO DE 20% · Valor inicial Þ x · Valor do aumento Þ 20% de x · Valor após o aumento Þ 120% de x DESCONTO DE 20% · Valor inicial Þ x · Valor do desconto Þ 20% de x · Valor após o desconto Þ 80% de x LINK: Para ganhar tempo (o que é fundamental em concursos) lembre-se que se um capital x aumenta 20%, ele irá para 120% de x. Dessa forma não é necessário fazer o desenvolvimento: x + 20%x = 100%x + 20%x = 120%x = 1,20x Observe os aumentos e descontos a seguir: x +20% x +50% x +84% x +136% Prof. Pedro Evaristo 120%x x 150%x x 184%x x 236%x x -20% -50% -84% +100% 80%x x +100% 50%x x +200% 16%x x +400% 200%x x +800% 2x = 200%x 3x = 300%x 5x = 500%x 9x = 900%x 4 Matemática Financeira LINK: Prof. Pedro Evaristo 5 Matemática Financeira PORCENTAGEM DE CABEÇA O segredo para calcular porcentagem de cabeça é perceber como é fácil calcular 10% e 1%. LINK: LINK: Para fazer porcentagem de cabeça, basta entender a relação de todas as porcentagens com 10%. · 10% de 120 = 12 (1/10 de 120 = 120/10 = 12) · 20% de 120 = 24 (20% = 10% + 10%, ou seja 12 + 12 = 24) · 30% de 120 = 36 (30% = 10% + 10% + 10%, ou seja 12 + 12 + 12 = 3.12 = 36) · 5% de 120 = 6 · 1% de 120 = 1,20 (5% é a metade de 10%, logo a metade de 12 é 6) (1/100 de 120 = 120/100 = 1,20) · 21% de 120 = 25,2 (21% = 10% + 10% + 1%, ou seja 12 + 12 + 1,2 = 25,2) · 35% de 120 = 42 (35% = 10% + 10% + 10% + 5%, ou seja 12 + 12 + 12 + 6 = 42) · 52% de 120 = 62,4 (52% = 50% (metade) + 1% + 1%, ou seja 60 + 1,2 + 1,2 = 62,4) · 90% de 120 = 108 (90% = 100% (o todo) – 10%, ou seja 120 – 12 = 108) · 95% de 120 = 114 (95% = 100% (o todo) – 5%, ou seja 120 – 6 = 114) Prof. Pedro Evaristo 6 Matemática Financeira · 99% de 120 = 118,8 (99% = 100% (o todo) – 1%, ou seja 120 – 1,2 = 118,8) · 125% de 120 = 150 (125% = 100% (o todo) + 25% (um quarto), ou seja 120 + 30 = 150) · 151% de 120 = 181,2 (151% = 100% (o todo) + 50% (metade) + 1%, ou seja 120 + 60 + 1,2 = 181,2) Prof. Pedro Evaristo 7 Matemática Financeira EXERCÍCIOS RESOLVIDOS 01. Em uma sala com 50 alunos, sendo 38 mulheres, qual o percentual de homens? SOLUÇÃO: Lembre-se que porcentagem é fração, mas uma fração cujo denominador é 100. Então, para calcular o percentual que os 12 homens representam diante dos 50 alunos, basta escrever a fração que isso representa, procurando a fração equivalente cujo denominador seja 100. Observe: 02. Em uma viagem de 200km, já foram percorridos 126km, qual o percentual já percorridos? SOLUÇÃO: A fração do que já foi percorrido, em relação ao total da viagem, pode ser escrito da seguinte forma: 03. Se João gastou 18/25 do seu salário, qual o percentual que ainda resta? SOLUÇÃO: Quem gasta 18 partes de 25 é por que ainda restam 7 partes de 25, logo essa fração equivale a: Prof. Pedro Evaristo 8 Matemática Financeira 04. Sabendo que 7/20 dos vereadores de um município votaram contra uma determinada obra, qual o percentual que votou a favor? SOLUÇÃO: Se 7 entre 20 vereadores votaram contra é por que os 13 restantes entre 20 votaram a favor, logo: 05. Após uma prova, de cada 8 recursos, 5 foram indeferidos. Qual o percentual de deferidos? SOLUÇÃO: Se foram indeferidos 5 dentre 8 recursos, então foram deferidos 3 dentre 8. Nesse caso, multiplicaremos o numerador e o denominador por 100, para em seguida dividir tudo por 8, pois dessa forma surge o denominador 100. Observe: 06. Em uma festa, o DJ tocou 8 músicas nacionais para cada 11 estrangeiras. Qual o percentual de nacionais nesse repertório? SOLUÇÃO: Prof. Pedro Evaristo 9 Matemática Financeira 07. Dois aumentos sucessivos de 30% e 20% são equivalentes a um único aumento de quanto? SOLUÇÃO: Podemos empregar nessa questão um artifício aritmético que costumo chamar de “truque do 100”. A idéia consiste em escrever o número 100 e seguir os comandos, ou seja, aumentar 30% em cimas dos 100 e em seguida aplicar mais 20% em cima do novo valor, no caso 130. Isso de forma cumulativa, observe: Dessa forma, como iniciamos com 100 e terminamos com 156, percebe-se facilmente que houve aumento de 56 partes pra cada 100 que colocamos no início, ou seja, aumento de 56 por 100, ou ainda aumento de 56%. Um fato interessante é que a ordem dos aumentos não altera o resultado final, observe: Isso ocorre pois quando aumentamos 20% estamos multiplicando por 1,20 e quando aumentamos 30% basta multiplicar por 30%, portanto x.1,20.1,30 = x.1,30.1,20 = x.1,56 = 156%.x (aumento de 56%). 08. Descontos sucessivos de 30% e 20% são equivalentes a um único desconto de quanto? SOLUÇÃO: Da mesma forma que na questão anterior podemos aplicar o “truque dos 100”, veja: Prof. Pedro Evaristo 10 Matemática Financeira Portanto, redução de 44 para cada 100, ou seja, diminuição de 44%. 09. Uma loja, realizando uma promoção, oferece um desconto de 20% nos preços dos seus produtos. Pra voltar aos preços iniciais, os preços promocionais devem sofrer um acréscimo de A%. Determine o valor A. SOLUÇÃO: Observe que para cada 100 aplicado desconta-se 20, mas na voltar ao original deve aumentar 20 em relação a 80, ou seja, 1/4 de 80, ou ainda, aumento de 25%. Observe: Portanto, para retornar aos preços iniciais, os preços promocionais devem sofrer acréscimo de 25%. Prof. Pedro Evaristo 11 Matemática Financeira CAPÍTULO 02 JUROS SIMPLES INTRODUÇÃO A matemática financeira está presente em nosso cotidiano de forma direta ou indireta. Quanto mais dominarmos esse assunto, maiores serão os benefícios que teremos, tanto para ganhar dinheiro como para evitar perde-lo. Como por exemplo, na escolha do melhor financiamento de um bem ou onde fazer aplicações financeiras. O estudo da Matemática Financeira é todo feito em função do crescimento do capital (C) aplicado com o tempo. Definiremos capital como qualquer quantidade de moeda ou dinheiro. O montante (M), ou seja, o valor final do capital aplicado é dado pela soma do capital inicial e uma segunda parcela, que é uma fração do capital inicial, à qual damos o nome de juro. Juro (J) é, portanto, a compensação financeira conseguida por um aplicador durante um certo tempo ou ainda o aluguel pago por uma pessoa que, durante algum tempo, usa o capital de outra. O juro é cobrado em função de um coeficiente, chamado taxa de juro (i), que é dado geralmente em percentagem e sempre se refere a um intervalo de tempo (ano, semestre, mês, etc), tomado como unidade, denominado período financeiro ou, abreviadamente período (t ou n). Existem duas formas de serem calculados os juros a cada período: calculando sobre o capital inicial ou sobre o montante acumulado. Entenda que no primeiro caso esse crescimento se comporta como um progressão aritmética (P.A.) e no segundo caso o montante aumenta segundo uma progressão geometrica (P.G.). Prof. Pedro Evaristo 12 Matemática Financeira De outra forma temos: · · Quando os juros são acrescentados, ao capital inicialmente aplicado, somente após o término da aplicação, podemos dizer que estamos calculando juros simples. Quando os juros são incorporados ao capital após cada período de tempo, criando assim um novo capital a cada período, dizemos que estamos fazendo uma capitalização ou calculando juros compostos. Observe que na figura a seguir, a pilha de moedas da esquerda cresce linearmente, ou seja, aumenta a mesma quantidade de moedas por vez (juros simples), enquanto que a da direita cresce muito mais rápido, pois seu aumento é exponencial (juros compostos). CAPITAL (C): Aplicação, investimento, saldo inicial, valor inicial, valor atual, valor presente e principal. MONTANTE (M): Resgate, valor amontoado, saldo devedor, saldo credor, valor futuro e capital futuro. JUROS (J): Ganho, rendimento, excedente e compessação financeira. TAXA (i): Taxa de juros, indice da taxa de juros e percentual de juros. TEMPO (t): Prazo, período, número de períodos e unidades de tempo. Prof. Pedro Evaristo 13 Matemática Financeira JUROS SIMPLES Na capitalização simples, o juro produzido em vários períodos financeiros é constante em cada período e proporcional ao capital aplicado, sendo este coeficiente de proporcionalidade chamado de taxa de juros. CONSIDEREMOS A SEGUINTE QUESTÃO: A importância de R$ 600,00 é aplicada numa instituição financeira à taxa de 6% ao mês (a.m.), durante 3 meses. Qual o montante após esse tempo? No problema apresentado anteriormente, temos: · capital aplicado .............. R$ 600,00 · taxa % ao mês .............. 6% = 6/100 = 0,06 · tempo em meses .......... 3 meses Temos que: · Após o 1º período, os juros serão: 0,06 . R$ 600,00 = R$ 36,00 · Após o 2º período, os juros serão: R$ 36,00 + R$ 36,00 = R$ 72,00 · Após o 3º período, os juros serão: R$ 72,00 + R$ 36,00 = R$ 108,00 Assim, o montante (capital mais rendimentos) será de: R$ 600,00 + R$ 108,00 = R$ 708,00 Vamos generalizar, deduzindo uma fórmula para calcular os juros simples. ìC = capital aplicado ï íi = taxa % por período de tempo ït = número de períodos de tempo î Prof. Pedro Evaristo 14 Matemática Financeira Então, temos · Após o 1º período, o total de juros será: C.i; · Após o 2º período, o total de juros será: C.i+C.i; · Após o 3º período, o total será: C.i+C.i+C.i; · Após o t-ésimo período, o total de juros será: C.i + C.i + C.i + .... + C.i. t parcelas Assim, a fórmula que fornece o total de juros simples é: J = C.i.t O montante final é de: M=C+J Vamos resolver novamente nosso problema, utilizando as fórmulas citadas. Calculando os juros simples, temos: J = 600.0,06.3 = 108 O montante será de: M = C + J = 600 + 108 = 708 Prof. Pedro Evaristo 15 Matemática Financeira TEMPO COMERCIAL Nas aplicações financeiras, frequentemente os bancos comerciais adotam convenção diferente para contagem do prazo. O tempo pode ser contado de duas formas: · · ANO CIVIL: 365 dias ANO COMERCIAL: 360 dias JUROS COMERCIAL (ORDINÁRIOS) Adotam o ano comercial, ou seja, 30 dias para os meses e 360 dias para o ano. Nas aplicações práticas e por convenção, quando nos referimos apenas ao número de meses, utilizaremos o mês comercial com 30 dias, de forma indiferente. JUROS EXATOS Adotam o ano civil e por isso deve ser contado o tempo exato. Fica implícito que deve ser usado o juro exato quando forem dadas as datas da negociação e do vencimento, portanto a contagem dos dias deve ser exata, inclusive considerando anos bissextos. É importante saber que os bancos trabalham com juros ordinários e tempo exato. Na contagem dos dias, em geral, exclui-se o primeiro e inclui-se o último dia. Taxa Diária (ao dia) a.d. Taxa Quinzenal (a quinzena) a.qi. Taxa Mensal (ao mês) a.m. Taxa Bimestral (ao bimestre) a.b. Taxa Trimestral (ao trimestre) a.t. Taxa Quadrimestral (ao quadrimestre) a.q. Taxa Semestral (ao semestre) a.s. Taxa Anual (ao ano) a.a. Prof. Pedro Evaristo 16 Matemática Financeira TAXAS PROPORCIONAIS Duas ou mais taxas são ditas proporcionais, quando ao serem aplicadas a um mesmo capital, durante um mesmo período de tempo, produzem um mesmo montante no final do prazo, em regimes de juros simples. LINK: i i M i B iT i ou = = = S = A 1 2 3 6 12 i iD iM i i i = = B = T = S = A 1 30 60 90 180 360 EXEMPLO: · 1%a.m. = 2%a.b. = 3%a.t. = 6%a.s. = 12%a.a. · 2% a.d. = 60% a.m. = 720% a.a. · 24%a.a. = 12%a.s. = 6%a.t. = 4%a.b. = 2%a.m. Prof. Pedro Evaristo 17 Matemática Financeira SIMPLES x COMPOSTO O capital inicial (principal) pode crescer, como já sabemos, devido aos juros, segundo duas modalidades a saber: Juros Simples ou Composto. Vamos ilustrar a diferença entre os crescimentos de um capital através juros simples e juros compostos, com um exemplo: Suponha que $100,00 são empregados a uma taxa de 10% a.m. Teremos: JUROS SIMPLES - ao longo do tempo, somente o principal rende juros. PRINCIPAL = 100 NO DE MESES MONTANTE SIMPLES 1 100 + 10%.100 = 110,00 2 110 + 10%.100 = 120,00 3 120 + 10%.100 = 130,00 4 130 + 10%.100 = 140,00 5 140 + 10%.100 = 150,00 LINK: · Juros calculado em cima do principal. · Não pode aplicar juros em cima dos juros. · Cresce como uma P.A.. · Taxa equivalente é proporcional ao tempo. As taxas equivalentes para cada período são proporcionais ao tempo. 100 +10% 110 +10 120 +10 130 +10 140 +20% +30% Prof. Pedro Evaristo +40% 18 Matemática Financeira JUROS COMPOSTOS - após cada período, os juros são incorporados ao principal e passam, por sua vez, a render juros. Também conhecido como "juros sobre juros". PRINCIPAL = 100 NO DE MESES MONTANTE COMPOSTO 1 100,00 + 10%.100,00 = 110,00 2 110,00 + 10%.110,00 = 121,00 3 121,00 + 10%.121,00 = 133,10 4 133,10 + 10%.133,10 = 146,41 5 146,41 + 10%.146,41 = 161 ,05 LINK: · Juros é calculado em cima do saldo.. · Pode aplicar juros em cima dos juros. · Cresce como uma P.G.. · Taxa equivalente não é proporcional ao tempo. As taxas equivalentes para cada período não são proporcionais. 100 +10% 110 +10% 121 +10% 133,1 +10% 146,41 +21% +33,1% +46,41% Observe que o crescimento do principal segundo M simples é LINEAR enquanto que o crescimento segundo compostos é EXPONENCIAL, e portanto tem um crescimento muito mais "rápido". Isto poderia ser ilustrado graficamente como no gráfico ao lado. juros JUROS juros COMPOSTO JUROS SIMPLES C t 1 Na prática, as empresas, órgãos governamentais particulares costumam reinvestir as quantias geradas pelas aplicações financeiras, o que justifica o emprego mais comum de juros compostos na Economia. Na verdade, o uso de juros simples não se justifica em estudos econômicos. Prof. Pedro Evaristo e investidores 19 Matemática Financeira LINK: Para ganhar tempo em muitas questões, o que é fundamental em concursos, observe que se um capital x aumenta 20%, ele irá para 120% de x. Dessa forma não é necessário fazer o desenvolvimento: x + 20%x = 100%x + 20%x = 120%x = 1,20x x +20% 120%x x +50% -20% -50% x 150%x a seguir: x Observe os aumentos e descontos x x Prof. Pedro Evaristo +84% +136% 184%x x 236%x x -84% +100% 80%x x 50%x x 16%x x 200%x x +100% +200% +400% +800% 2x 3x 5x 9x 20 Matemática Financeira EXEMPLOS 01. Um capital de R$800 é aplicado por 1 ano, em regime de juros simples, com taxa de 5% a.m.. Determine o resgate e o rendimento dessa aplicação. 1ª SOLUÇÃO: Sem usar fórmula, temos que: 5% de R$ 800,00 = R$ 40,00 (juros em 1 mês) Logo, para 1 ano, ou seja, 12 meses, temos: 12 x R$ 40,00 = R$ 480,00 (rendimento em juros simples ao fim de 12 meses) Portanto, o resgate (montante) será R$ 800,00 + R$ 480,00 = R$ 1280,00 2ª SOLUÇÃO: Dados: C = 800 i = 5% a.m. t = 1 ano = 12 meses (a unidade da taxa deve coincidir com a unidade do tempo) Aplicando na fórmula J = C.i.t, temos J = 800.5%.12 J = 800. 5 100 .12 J = 480 (rendimento) Como M = C + J, então M = 800 + 480 Portanto o Prof. Pedro Evaristo resgate (montante) é de 1280 reais. 21 Matemática Financeira EXERCÍCIOS ANOTAÇÕES: 01. (CESGRANRIO) Aplicações financeiras podem ser feitas em períodos fracionários e inteiros em relação à taxa apresentada, tanto em regimes de capitalização simples quanto compostos. A partir de um mesmo capital inicial, é possível afirmar que o montante final obtido pelo regime composto em relação ao montante obtido pelo regime simples: a) é sempre maior b) é sempre menor c) nunca é igual d) nunca é menor e) pode ser menor 02. Foi feita uma aplicação de R$ 4.000,00 a uma taxa de 20% a.q., em um regime de juros simples, durante três trimestres. Determine o valor do resgate após esse período. a) R$ 6.200,00 b) R$ 5.800,00 c) R$ 4.500,00 d) R$ 2.400,00 e) R$ 1.800,00 03. Diego atrasou o pagamento de um boleto bancário de R$120,00, que venceu dia 12 de março. Em caso de atraso será cobrada multa de 4% e juros simples de 3% a.m.. Quanto seria o total Prof. Pedro Evaristo 22 Matemática Financeira pago por ele no dia 19 de agosto do mesmo ano? a) 139,20 b) 144,00 c) 153,00 d) 162,40 04. (FCC) Em um regime de capitalização simples, um capital de R$ 12 800,00 foi aplicado à taxa anual de 15%. Para se obter o montante de R$ 14 400,00, esse capital deve ficar aplicado por um período de a) 8 meses. b) 10 meses. c) 1 ano e 2 meses. d) 1 ano e 5 meses. e) 1 ano e 8 meses. 05. (CESGRANRIO) Uma loja oferece uma motocicleta por R$ 4.000,00 a vista ou por 50% deste valor a vista como entrada e mais um pagamento de R$ 2.200,00 após 4 meses. Qual é a taxa de juros simples mensal cobrada? a) 0,025% ao mês b) 0,150% ao mês c) 1,500% ao mês d) 2,500% ao mês e) 5,000% ao mês Prof. Pedro Evaristo 23 Matemática Financeira ANOTAÇÕES: 06. (ESAF) O preço à vista de uma mercadoria é de $1.000,00. O comprador pode, entretanto, pagar 20% de entrada no ato e o restante em uma única parcela de $922,60 vencível em 90 dias. Admitindo-se o regime de juros simples, a taxa de juros anuais cobrada na venda a prazo é de: a) 98,4% b) 122,6% c) 22,6% d) 49,04% e) 61,3% 07. (NCE) Antônio tomou um empréstimo de R$5.000,00 a uma taxa de juros mensal de 4% sobre o saldo devedor, ou seja, a cada mês é cobrado um juro de 4% sobre o que resta a pagar. Antônio pagou R$700,00 ao final do primeiro mês e R$1.680,00 ao final do segundo; se Antônio decidir quitar a dívida ao final do terceiro mês, terá de pagar a seguinte quantia: a) R$3.500,00 b) R$3.721,00 c) R$3.898,00 d) R$3.972,00 e) R$3.120,00 08. (CESPE) Se o capital for igual a 2/3 do montante e o prazo de aplicação for de 2 anos, qual será a taxa de juros simples considerada? a) 1,04% a.m. Prof. Pedro Evaristo 24 Matemática Financeira b) 16,67% a.m. c) 25% a.m. d) 16,67% a.a. e) 25% a.a. 09. (CESPE) Um consumidor desejava comprar um computador em determinada loja, mas não dispunha da quantia necessária ao pagamento do preço à vista, que era de R$ 1.400. Por isso, o vendedor aceitou que o consumidor desse um valor qualquer de entrada, no momento da compra, e pagasse o restante em uma única parcela, no prazo máximo de seis meses, a contar da data da compra, com juros mensais iguais a 4% ao mês, sob o regime de juros simples. Exatamente cinco meses após a compra, o consumidor pagou a parcela restante, no valor de R$ 660,00. Nessa situação, é correto concluir que o valor da entrada paga pelo consumidor foi igual a a) R$ 280. b) R$ 475. c) R$ 740. d) R$ 850. e) R$ 1.120. Prof. Pedro Evaristo 25 Matemática Financeira 10. (FCC) Em determinada data, uma pessoa aplica R$10.000,00 à taxa de juros simples de 2% ao mês. Decorridos 2 ANOTAÇÕES: meses, outra pessoa aplica R$8.000,00 à taxa de juros simples de 4% ao mês. Determine quantos meses depois da primeira aplicação o montante referente ao valor aplicado pela primeira pessoa será igual ao montante referente ao valor aplicado pela segunda pessoa. a) 22 b) 20 c) 24 d) 26 e) 18 11. (FCC) Num mesmo dia, são aplicados a juros simples: 2/5 de um capital a 2,5% ao mês e o restante, a 18% ao ano. Se, decorridos 2 anos e 8 meses da aplicação, obtém-se um juro total de R$ 7 600,00, o capital inicial era a) R$ 12 500,00 b) R$ 12 750,00 c) R$ 14 000,00 d) R$ 14 500,00 e) R$ 14 750,00 12. (FCC) Determinado capital aplicado a juros simples durante 18 meses rendeu R$ 7.200,00. Sabe-se que, se o dobro deste capital fosse aplicado a juros simples com a mesma taxa anterior, geraria, ao final de dois anos, o montante de R$ 40.000,00. O valor do capital aplicado na primeira situação foi: a) R$ 24.000,00 Prof. Pedro Evaristo 26 Matemática Financeira b) R$ 20.800,00 c) R$ 15.200,00 d) R$ 12.500,00 e) R$ 10.400,00 GABARITO 01. E 02. B 03. B 04. B 05. D 06. E 07. E 08. E 09. D 10. A 11. A 12. E Prof. Pedro Evaristo 27 Matemática Financeira CAPÍTULO 03 JUROS COMPOSTOS INTRODUÇÃO Na capitalização composta, o juro produzido no final de cada período financeiro é somado ao capital que o produziu, passando os dois, capital mais juros a render juros no período seguinte. Quando estudamos juros simples, calculamos o montante produzido por R$ 600,00, aplicados a 6% a.m., depois de 3 meses. Obtivemos um montante final de R$ 708,00. No entanto é muito mais comum as aplicações serem feitas a juros compostos, ou seja, após cada período de tempo, os juros são integrados ao capital, passando também a render juros, como, por exemplo, nas cadernetas de poupança. Vamos refazer aquele problema, utilizando juros compostos: · Após o 1º período (mês), o montante será: 1,06 . R$ 600,00 = R$ 636,00 · Após o 2º período (mês), o montante será: 1,06 . R$ 636,00 = R$ 674,16 · Após o 3º período (mês), o montante será: 1,06 . R$ 674,16 = R$ 714, 61 Esse é o montante final, representado por M. Observe que esse montante é maior do que o achado anteriormente, quando utilizamos juros simples. Assim, como fizemos para juros simples, vamos encontrar uma fórmula para o cálculo de juros compostos. Prof. Pedro Evaristo 28 Matemática Financeira Sejam: ìC = capital inicial ïi = taxa % por período de tempo ï í ït = número de períodos de tempo ïîM = mon tan te final Então: · após o 1º período (mês), o montante será: M1 = C + i.C Þ M1 = C.(1 + i); · após o 2º período (mês), o montante será: M2 = M1+ i.M1 Þ M2 = C(1 + i).(1 + i) M2 = M1.(1 + i) Þ M2 = C.(1 + i)2. · após o 3º período (mês), o montante será: M3 = M2 + i.M2 Þ M3 = M2.(1 + i) M3 = C(1 + i)2.(1 + i) Þ M3 = C.(1 + i)3. Procedendo de modo análogo, é fácil concluir que, após t períodos de tempo, o valor Mt, que indicaremos simplesmente por M, será: · M = C.(1 + i)t Assim, resolvendo novamente o problema dado, temos: M = 600.(1+6%)3 Olhando na tabela 1, temos (1+6%)3 = 1,1910, logo Prof. Pedro Evaristo 29 Matemática Financeira M = 600.1,1910 então M = 714,60 Para determinar os juros produzidos, basta calcular a diferença entre o montante produzido e o capital. J=M–C No exemplo dado, teremos: J = 714,60 – 600 Portanto J = 114,60 LINK: Na fórmula para o cálculo do Montante aparecem quatro variáveis: M, C, i e t. Podemos encontrar qualquer uma delas, desde que se conheçam as outras três. LINK: É extremamente importante saber ler e interpretar as tabelas contidas nos anexos. A tabela I, por exemplo, diz respeito à capitalização composta, dando o fator de acumulação (1+i)t. Portanto, você não precisa calcular o valor de (1+5%)10, basta olhar o resultado na linha Prof. Pedro Evaristo 30 Matemática Financeira LEITURA NA TABELA É extremamente importante saber ler e interpretar as tabelas contidas nos anexos. A tabela 1, por exemplo, diz respeito à capitalização composta, dando o fator de acumulação (1+i)n. Portanto, você não precisa calcular o valor de (1+6%)9, basta olhar nessa tabela o resultado na linha 9 (período) associada à coluna 6% (taxa), para encontrar 1,6895 (como visto na figura). TABELA 1 FATOR DE ACUMULAÇÃO DE CAPITAL ÚNICO 1,6895 Prof. Pedro Evaristo 31 Matemática Financeira MONTANTE PARA PERÍODOS NÃO-INTEIROS Para calcular o montante em juros composto em que o período não seja um número inteiro de períodos a que se refere à taxa considerada. Isto decorre do fato de que estamos considerando capitalizações descontínuas, ou seja, os juros supõem-se formados apenas no fim de cada período de capitalização. Devemos, portanto, considerar hipóteses adicionais para resolver o problema. Dessa forma, podemos utilizar dois métodos: convenção exponencial (valor real) ou convenção linear (valor aproximado). CONVENÇÃO EXPONENCIAL É aquela em que os juros do período não-inteiro são calculados utilizando-se a taxa equivalente. Ou seja, se a taxa for anual e o período for dado em anos e meses, devemos trabalhar com a taxa mensal equivalente e o período em meses. MONTANTE M2 M M1 C t1 t t2 PERÍODO CONVENÇÃO LINEAR É aquela em que os juros do período não-inteiro são calculados por interpolação. Ou seja, deve-se calcular os montantes no período anterior e posterior ao período não-inteiro, considerando um crescimento linear entre eles. MONTANTE M2 M M1 C t1 Prof. Pedro Evaristo t t2 PERÍODO 32 Matemática Financeira EXEMPLOS 01. Um capital de R$800 é aplicado por 1 ano, em regime de juros compostos, com taxa de 5% a.m.. Determine o resgate e o rendimento dessa aplicação SOLUÇÃO: Dado: ìM = ? ï ïC = R$ 800,00 í ïi = 5% a.m. MESMA UNIDADE DE TEMPO ïît = 1ano = 12 meses Sendo M = C.(1 + i)t então M = 800.(1+5%)12 Pela tabela 1, temos: M = 800.1,796 = 1436,8 Dessa forma, o juros será J=M–C J = 1436,8 – 800 J = 636,8 Portanto o montante final será de R$ 1.436,80 e o rendimento de R$ 636,80. Prof. Pedro Evaristo 33 Matemática Financeira EXERCÍCIOS ANOTAÇÕES: 01. (ACEP) Fátima aplicou R$ 1.000,00 a uma taxa de juros compostos de 10% ao mês e por um prazo de 1 trimestre. Tendo sido as capitalizações mensais, qual será o valor do resgate? a) R$ 1.331,00 b) R$ 1.300,00 c) R$ 331,00 d) R$ 300,00 e) R$ 1.000,00 02. (FCC) Um capital de R$ 2.000,00 foi aplicado à taxa de 3% ao mês durante 3 meses. Os montantes correspondentes obtidos segundo capitalização simples e composta, respectivamente, valem a) R$ 2.180,00 e R$ 2.185,45. b) R$ 2.180,00 e R$ 2.480,00. c) R$ 2.185,45 e R$ 2.485,45. d) R$ 2.785,45 e R$ 2.480,00. 03. (CESGRANRIO) Milena tem dois pagamentos a realizar. O primeiro é de R$ 1.100,00 daqui a dois meses e o segundo é de R$ 1.210,00 daqui a três meses. Milena pretende juntar essas duas dívidas em uma só, com vencimento daqui a quatro meses. A taxa de juros corrente é de 10% ao mês. Qual o valor a ser pago? a) R$ 2.310,00 b) R$ 2.600,00 c) R$ 3.074,61 d) R$ 3.003,00 Prof. Pedro Evaristo 34 Matemática Financeira e) R$ 2.662,00 04. (FCC) Um capital de R$ 400,00 foi aplicado a juros simples por 3 meses, à taxa de 36% ao ano. O montante obtido nessa aplicação foi aplicado a juros compostos, à taxa de 3% ao mês, por um bimestre. O total de juros obtido nessas duas aplicações foi a) R$ 149, 09 b) R$ 125,10 c) R$ 65,24 d) R$ 62,55 e) R$ 62,16 05. A caixa beneficente de uma entidade rende, a cada mês, 10% sobre o saldo do mês anterior. Se, no início de um mês, o saldo era x, e considerando-se que não haja retiradas, depois de 4 meses o saldo será de: a) (11/10)4.x b) (11/10)3.x c) x + (11/10)4.x d) x + (11/10).x e) x + 40%.x Prof. Pedro Evaristo 35 Matemática Financeira 06. Carol investiu R$3.000,00 em um fundo de longo prazo, que rende cumulativamente 4% a.m. Quanto ela irá resgatar dois anos depois? Dado: (26/25)24 = 2,563 a) 9.760,00 ANOTAÇÕES: b) 8.310,00 c) 7.689,00 d) 6.970,00 07. Determine o valor mais próximo da aplicação que 14 meses mais tarde gera um montante de R$2.000,00, quando submetido a uma taxa mensal composta de 5%. (Use 1,05-14 = 0,505) a) R$ 1.010,00 b) R$ 1.100,00 c) R$ 1.210,00 d) R$ 1.320,00 08. (FCC) O capital que quadruplica em 2 meses, ao se utilizar de capitalização composta, deve estar vinculado a uma taxa mensal de a) 50% b) 100% c) 150% d) 200% 09. Quantos meses são necessários para que um capital triplique, se for submetido a uma taxa de juros compostos de 13%a.m.? Prof. Pedro Evaristo 36 Matemática Financeira a) 9 b) 8 c) 7 d) 6 10. Por quanto tempo deve ser aplicado um capital de R$5.000,00, em regime de juros compostos e taxa de 6%a.t., para gerar um montante de R$7.518,00? a) 7 anos b) 2 anos e 1 mês c) 1 ano e 9 meses d) 1 ano e 3 meses 11. (ESAF) Ao fim de quantos trimestres um capital aplicado a juros compostos de 9% ao trimestre aumenta 100%. a) 14 b) 12 c) 10 d) 8 e) 6 12. Uma aplicação de R$ 3.000,00 rendeu R$ 2.370,00 em 10 meses. Qual a taxa mensal composta de juros dessa operação? a) 2% b) 4% c) 6% d) 8% GABARITO 01. A 02. A 03. E 04. D 05. A 06. C 07. A 08. B 09. A 10. C 11. D 12. C Prof. Pedro Evaristo 37 Matemática Financeira CAPÍTULO 04 MÉDIAS Prazo, taxa e capital médio são aqueles que substituem diversas aplicações financeiras por uma única. É muito utilizado em operações de desconto de títulos quando precisamos saber o prazo médio do desconto, ou a taxa média (ou única) ou, ainda, o capital médio. Esse assunto vem sendo cobrado em muitos concursos públicos, com destaque para provas da Esaf. Observe a teoria e os exercícios resolvidos para perceber a diferença entre cada uma das médias. TAXA MÉDIA Quando vários capitais são aplicados a taxas diferentes e em períodos distintos, podemos encontrar através de média ponderada a taxa média em que esses capitais poderão ser aplicados produzindo os mesmos montantes. iM = C1.i1.t1 + C2 .i 2 .t 2 + ... + Cn .i n .t n C1.t1 + C2 .t 2 + ... + Cn .t n PRAZO MÉDIO Quando vários capitais são aplicados a taxas diferentes e em períodos distintos, podemos encontrar através de média ponderada o prazo média em que esses capitais poderão ser aplicados produzindo os mesmos montantes. Prof. Pedro Evaristo 38 Matemática Financeira tM = C1.i1.t1 + C2 .i 2 .t 2 + ... + Cn .i n .t n C1.i1 + C2 .i 2 + ... + Cn .i n CAPITAL MÉDIO Quando vários capitais são aplicados a taxas diferentes e em períodos distintos, podemos encontrar através de média ponderada o capital médio. CM = C1.i1.t1 + C2 .i 2 .t 2 + ... + Cn .i n .t n i1.t1 + i 2 .t 2 + ... + i n .t n EXERCÍCIOS 01. Determine a taxa média dos capitais C1 = 3000 e C2 = 4000, aplicados respectivamente por 6 e 8 meses e sob taxas distintas de 2% a.m. e 5% a.m.. a) 3,92% a.m. b) 3,42% a.m. c) 2,84% a.m. d) 2,36% a.m. 02. Determine o capital médio de duas aplicações C1 = 3000 e C2 = 4000, com respectivos prazos de 6 e 8 meses e sob taxas distintas de 2% a.m. e 5% a.m.. a) 2976,23 b) 3176,32 c) 3769,23 d) 3976,32 03. Determine o prazo médio que devem ser aplicados os capitais C1 = 3000 e C2 = 4000, sob taxas distintas de 2% a.m. e 5% a.m. e aplicados respectivamente por 6 e 8 meses. Prof. Pedro Evaristo 39 Matemática Financeira a) 7,89 meses b) 7,53 meses c) 6,78 meses d) 6,42 meses 04. (ESAF) Os capitais de 200, 300 e 100 unidades monetárias são aplicados a juros simples durante o mesmo prazo às taxas mensais de 4%, 2,5% e 5,5%, respectivamente. Calcule a taxa mensal média de aplicação destes capitais. a) 2,5% b) 3% c) 3,5% d) 4% e) 4,5% 05. Os capitais de R$ 2.000,00, R$ 3.000,00, R$ 1.500,00 e R$ 3.500,00 são aplicados à taxa de 4% ao mês, juros simples, durante dois, três, quatro e seis meses, respectivamente. Obtenha o prazo médio de aplicação destes capitais. a) quatro meses b) quatro meses e cinco dias c) três meses e vinte e dois dias d) dois meses e vinte dias e) oito meses 06. (ESAF) Os capitais de R$ 2.500,00, R$ 3.500,00, R$ 4.000,00 e R$ 3.000,00 são aplicados a juros simples durante o mesmo prazo às taxas mensais de 6%, 4%, 3% e 1,5%, respectivamente. Obtenha a taxa média mensal de aplicação destes capitais. a) 2,9% b) 3% c) 3,138% d) 3,25% Prof. Pedro Evaristo 40 Matemática Financeira e) 3,5% 07. (ESAF) Três capitais são aplicados a juros simples pelo mesmo prazo. O capital de R$ 3.000,00 é aplicado à taxa de 3% ao mês, o capital de R$ 2.000,00 é aplicado a 4% ao mês e o capital de R$ 5.000,00 é aplicado a 2% ao mês. Obtenha a taxa média mensal de aplicação desses capitais. a) 3% b) 2,7% c) 2,5% d) 2,4% e) 2% GABARITO 01. A 02. C 03. B 04. C 05. A 06. E 07. B CAPÍTULO 05 DESCONTOS DESCONTO SIMPLES Os títulos de crédito, tais como Nota Promissória, Duplicata, Letra de Câmbio, são instrumentos legais com todas as garantias jurídicas que podem ser negociados com uma instituição de crédito, gerando uma operação ativa, que consiste na transferência de direito através de endosso, em troca do seu valor nominal ou de face, menos os juros proporcionais à taxa, vezes o tempo compreendido entre a data da emissão até o vencimento do título. Atualmente, não apenas os Bancos, mas empresas especializadas efetuam essas operações, que chamaremos de DESCONTO. Temos os seguinte tipos de descontos: Prof. Pedro Evaristo 41 Matemática Financeira · · · Comercial (Por Fora) Racional (Por Dentro) Bancário NOMENCLATURA VALOR NOMINAL ou de FACE (N) Quantia declarada no título, o valor pelo qual foi emitido. DESCONTO (D) Valor obtido pela diferença entre o Valor Nominal e o Valor Atual de um compromisso, quando quitado “n” períodos antes do vencimento. TEMPO (t ou n) Prazo compreendido entre a data da operação (desconto) e a data do vencimento. Os dias serão contados excluindo-se o dia da operação e incluindo-se a data do vencimento. TAXA (i) Representa a quantidade de unidade que se desconta de cada 100 (cem) unidades, num determinado período, ou seja, o percentual de juros. VALOR ATUAL ou ATUAL (A) É a diferença entre o Valor Nominal e o Desconto. Também pode ser chamado de valor descontado, que nada mais é do que o valor recebido na operação de desconto. DESCONTO COMERCIAL (POR FORA) Prof. Pedro Evaristo 42 Matemática Financeira O calculo é efetuado sobre o valor nominal do título, de forma semelhante ao calculo dos juros simples. A D N = = 1 - i .t i .t 1 Sendo A – Valor Atual (Valor com desconto) D – Desconto (Valor a ser descontado) N – Valor Nominal (Valor de face e sem desconto) Onde N = A + D. Podemos ainda dizer que na fórmula dos juros simples J = C.i.t, o capital pode ser substituído por N e os juros por DC, então temos: DC = N.i.t A = N – DC DESCONTO RACIONAL (POR DENTRO) Nesse caso o calculo é feito sobre o valor líquido ou atual. A D N = = 1 i.t 1 + i.t Sendo Prof. Pedro Evaristo 43 Matemática Financeira A – Valor Atual (Valor com desconto) D – Desconto (Valor a ser descontado) N – Valor Nominal (Valor de face e sem desconto) Observe que sempre N = A + D. Podemos ainda dizer que na fórmula dos juros simples J = C.i.t, o capital pode ser substituído por A e os juros por DR, então temos: DR = A.i.t A = N – DR LINK: COMERCIAL (DC) x RACIONAL (DR) Prof. Pedro Evaristo 44 Matemática Financeira EXERCÍCIOS 01. Um cheque de R$ 800,00 com data para 120 dias foi trocado em uma Factoring. Quanto será o valor atual recebido se a operadora cobrar uma taxa simples de 60% a.a. e seguir o desconto comercial? a) R$ 600,00 b) R$ 640,00 c) R$ 700,00 d) R$ 720,00 02. Leonardo resgatou uma nota promissória 5 meses antes do seu vencimento e por isso teve desconto de R$100,00. Sabendo que a taxa usada foi de 4%a.m. e o desconto foi comercial, determine o valor dessa NP. a) R$ 500,00 b) R$ 600,00 c) R$ 800,00 d) R$ 1.000,00 03. Nícolas descontou antecipadamente, em uma financeira, um cheque com data para 3 meses mais tarde e por isso a financeira descontou R$96,00 de seu valor. Sabendo que a taxa efetiva usada foi de 4%a.m.. Determine o valor desse cheque. a) R$ 800,00 b) R$ 896,00 c) R$ 946,00 d) R$ 1.000,00 04. (ESAF) Um valor de R$1.100,00 deve ser descontado racionalmente, um bimestre antes do vencimento. Determine o valor atual recebido na operação, sabendo que a taxa mensal utilizada foi de 60%. a) 440 Prof. Pedro Evaristo 45 Matemática Financeira b) 500 c) 550 d) 1000 05. A loja Alfa Móveis, vende uma mesa por R$ 600,00 em quatro parcelas mensais e iguais. O pagamento é feito com quatro cheques no valor de R$ 150,00 cada, sendo o primeiro para 30 dias e os outros com datas para os meses subsequentes. Para receber o dinheiro antecipado, a loja recorre a uma financeira, que desconta comercialmente todos os cheques a uma taxa simples de 10% a.m.. Quanto receberá o comerciante? a) R$ 450,00 b) R$ 510,00 c) R$ 540,00 d) R$ 360,00 06. Uma loja de informática vendeu um equipamento por R$ 514,80 e recebeu 3 cheques no valor de R$ 171,60 para 30, 60 e 90 dias, respectivamente. Para receber o dinheiro antecipado, recorreu a uma financeira e descontou-os antecipadamente a uma taxa simples de 10% a.m.. Se a financeira utilizar o desconto por dentro, quanto receberá o comerciante? a) R$ 431,00 b) R$ 411,00 c) R$ 380,00 d) R$ 206,00 07. Em uma loja o comerciante pode vender os produtos de duas formas: a vista, dando um desconto comercial de x%, ou sem desconto e a prazo, recebendo um cheque para 60 dias. Sabendo que esse cheque será negociado em uma Factoring com desconto racional de 25% para o mesmo período, determine o valor de x para que a escolha da opção seja indiferente para o comerciante. a) 15 b) 18 c) 20 d) 25 Prof. Pedro Evaristo 46 Matemática Financeira (ESAF) Um cheque pré-datado é adquirido com um desconto comercial de 20% por uma empresa especializada, quatro meses antes de seu vencimento. Calcule a taxa de desconto mensal da operação considerando um desconto simples por dentro. a) 6,25%. b) 6%. c) 4%. d) 5%. e) 5,5%. 08. Um título público de R$10.000,00 é descontado 3 semestres antes do vencimento, com taxa efetiva de 50%a.s.. Qual seria a taxa semestral, se o desconto fosse comercial? a) 60% b) 40% c) 20% d) 10% 09. Um desconto comercial simples de 25% a.m. é dado a uma duplicata três meses antes do vencimento. Se o desconto tivesse sido racional, para se obter o mesmo valor atual um trimestre antes, qual teria sido a taxa mensal na operação? a) 25% b) 75% c) 100% d) 300% 10. (ESAF) A uma taxa de juros de 25% ao período, uma quantia de 1000 no fim do período t, mais uma quantia de 2000 no fim do período t+2, juntos são equivalentes, no fim do período t+1, a uma quantia de: a) $ 4062,50 b) $ 3525,00 c) $ 2850,00 Prof. Pedro Evaristo 47 Matemática Financeira d) $ 3250,00 11. (CESGRANRIO) Uma duplicata no valor de R$13.000,00 deve ser descontada um ano antes do vencimento, com taxa de 30% a.a.. Determine a diferença entre D – d, onde D é o valor do desconto caso seja comercial e d é o valor do desconto caso seja racional. a) 500 c) 600 c) 800 d) 900 GABARITO 01. B 02. A 03. B 04. B 05. A 06. A 07. C 08. A 09. C 10. C 11. C 12. D Prof. Pedro Evaristo 48 Matemática Financeira CAPÍTULO 06 TIPOS DE TAXAS TAXAS PROPORCIONAIS Duas ou mais taxas são ditas proporcionais, quando ao serem aplicadas a um mesmo capital, durante um mesmo período de tempo, produzem um mesmo montante no final do prazo, em regimes de juros simples. i i M i B iT i = = = S = A 1 2 3 6 12 ou i iD iM i i i = = B = T = S = A 1 30 60 90 180 360 EXEMPLO: · 1%a.m. = 2%a.b. = 3%a.t. = 6%a.s. = 12%a.a. · 2% a.d. = 60% a.m. = 720% a.a. · 24%a.a. = 12%a.s. = 6%a.t. = 4%a.b. = 2%a.m. TAXAS EQUIVALENTES Duas ou mais taxas são equivalentes quando ao serem aplicadas a um mesmo capital, em regime de juros compostos, capitalizados em prazos diferentes, durante um mesmo período de tempo, produzem um mesmo montante no final do período. Assim duas ou mais taxas são equivalentes se, e somente se: C(1 + i a )1 = C(1 + i s )2 = C(1 + i t ) 4 = C(1 + i m )12 = C(1 + i d )360 Portanto (1 + i a ) = (1 + i s )2 = (1 + i t )4 = (1 + i m )12 = (1 + i d )360 Prof. Pedro Evaristo 49 Matemática Financeira De maneira geral temos: I - taxa do período maior. i - taxa do período menor. n - numero de vezes que o período maior contém o menor. Podemos escrever que então: (1+ i )n = (1+ I ) 1+ i = n 1+ l Logo i = n 1 + l -1 EXEMPLO: Qual a taxa bimestral equivalente 2% a.m.? SOLUÇÃO: Observando a tabela I, temos: (1+2%)2 = 1,0404 = 1 + 4,04% Portanto, 2% a.m é equivalente a 4,04% a.b. EXEMPLO: Qual a taxa anual equivalente 5% a.b.? SOLUÇÃO: Observando a tabela I, temos: (1+5%)6 = 1,34 = 1 + 34% Prof. Pedro Evaristo 50 Matemática Financeira Portanto, 5% a.b é equivalente a 34% a.a. EXEMPLO: Qual a taxa mensal equivalente 42,58% a.a.? SOLUÇÃO: Do enunciado temos: (1 + iM)12 = (1 + 42,58%)1 Ou seja, (1 + iM)12 = 1,4258 Observando a tabela I, na linha n = 12 temos uma taxa de 3%. Portanto, 42,58% a.a. é equivalente a 3% a.m. EXEMPLO: Qual a taxa mensal equivalente a 60% a.a.? SOLUÇÃO: Do enunciado temos: (1 + iM)12 = (1 + 60%)1 Ou seja, (1 + iM)12 = 1,60 Observando a tabela I, na linha n = 12 temos 1,60 para uma taxa de 4%. Portanto, 60% a.a. é equivalente a 4% a.m. TAXA NOMINAL A unidade de referência de seu tempo não coincide com a unidade de tempo dos períodos de capitalização, geralmente a Prof. Pedro Evaristo i EFETIVA = i NOMINAL n 51 Matemática Financeira Taxa Nominal é fornecida em tempos anuais, e os períodos de capitalização podem ser mensais, trimestrais ou qualquer outro período, inferior ao da taxa. EXEMPLOS: · · · 12% a.a. capitalizamos mensalmente. 20% a.a. capitalizamos semestralmente. 15% a.a. capitalizamos trimestralmente. EXEMPLO: 36% a.a. capitalizados mensalmente (Taxa Nominal). 36 % a. a. = 3% a.m. (Taxa Efetiva embutida na Taxa Nominal) 12 meses LINK: A Taxa Nominal é bastante difundida e usada na conversação do mercado financeiro, entretanto o seu valor nunca é usado nos cálculos por não representar uma Taxa Efetiva. O que nos interessará será a Taxa Efetiva embutida na Taxa Nominal, pois ela é que será efetivamente aplicada em cada período de capitalização. Prof. Pedro Evaristo 52 Matemática Financeira TAXA EFETIVA É aquela em que a unidade de referência de seu tempo coincide com a unidade de tempo dos períodos de capitalização. EXEMPLO: · · · 15% a.a. capitalizados anualmente. 5% a.s. capitalizados semestralmente. 3% a.m. capitalizados mensalmente. LINK: Nestes casos, costuma-se simplesmente dizer: 15% a.a., 3% a.m., 5% a.s., omitindo-se o período da capitalização. EXEMPLO: Qual a taxa anual equivalente a uma taxa nominal de 60% a.a. capitalizado mensalmente? SOLUÇÃO: Seja iN = 60% a.a. (cap. mens.) Como taxa nominal é anual e a capitalização é mensal, a taxa efetiva obedece a seguinte proporção i N i EF = 12 1 Þ 60% iEF = 12 1 Logo Prof. Pedro Evaristo 53 Matemática Financeira iEF = 5% a.m. (cap. mens.) Então (1 + iA)1 = (1 + 5%)12 Pela tabela 1, temos: 1 + iA = 1,796 Portanto iA = 0,796 = 79,6% a.a. EXEMPLO: Qual a taxa semestral equivalente a uma taxa nominal de 24% a.s. capitalizado mensalmente? SOLUÇÃO: Seja iN = 24% a.s. (cap. mens.) Como taxa nominal é semestral e a capitalização é mensal, a taxa efetiva obedece a seguinte proporção iN iEF = 6 1 Þ 24% iEF = 6 1 Logo iEF = 4% a.m. (cap. mens.) Prof. Pedro Evaristo 54 Matemática Financeira Então (1 + iS)1 = (1 + 4%)6 Pela tabela 1, temos: 1 + iS = 1,265 Portanto IS = 0,265 = 26,5% a.s. EXEMPLO: Qual a taxa anual equivalente a uma taxa nominal de 42% a.a. capital. bimestralmente? SOLUÇÃO: Seja iN = 42% a.a. (cap. bim.) Como taxa nominal é anual e a capitalização é mensal, a taxa efetiva obedece a seguinte proporção iN iEF = 6 1 Þ 42% iEF = 6 1 Logo iEF = 7% a.b. (cap. bim.) Então Prof. Pedro Evaristo 55 Matemática Financeira (1 + iA)1 = (1 + 7%)6 Pela tabela 1, temos: 1 + iA = 1,50 Portanto iA = 0,50 = 50% a.a. Prof. Pedro Evaristo 56 Matemática Financeira TAXA REAL E APARENTE Em uma situação em que a inflação for levada em consideração, a taxa i aplicada sobre um capital é aparente, pois o montante produzido não terá o mesmo poder aquisitivo. Entenda que se em um certo período aplicarmos um capital C à taxa de juros iA, obteremos o montante: M = C.(1 + iA) Se no mesmo período a inflação foi iINF, o capital C para manter seu poder aquisitivo deve ser corrigido pela inflação, gerando um montante inflacionado: MINF = C.(1 + iINF) Dessa forma, MINF e C correspondem ao mesmo poder aquisitivo em momentos distintos: um afetado pela inflação e outro não. Portanto, chamaremos de taxa real de juros iR a taxa que leva o valor MINF ao valor M e de taxa aparente de juros iA a taxa que leva C ao valor M. CÁLCULO DA TAXA REAL Ora, C(1+iR) é o montante, no final de um período, considerando uma economia sem inflação, à taxa real de juros iR. C(1+iINF) é o montante considerando apenas a inflação e C(1+iR)(1+iINF) é o montante considerando o juros reais e a inflação. Como o montante gerado por uma taxa aparente iA, divulgada pelo mercado financeiro, produz o mesmo montante gerado pelas taxas de inflação iINF e real iR aplicadas uma sob a outra, temos: C.(1+iA) = C.(1+iR)(1+iINF) logo (1+iA) = (1+iR)(1+iINF) Prof. Pedro Evaristo 57 Matemática Financeira ou então iR = 1 + iA -1 1 + iINF Onde iR - taxa real iA - taxa aparente iINF - taxa de inflação EXEMPLOS EXEMPLO: Um capital foi aplicado por um ano à taxa de juros nominal de 21% ao ano. No mesmo período a inflação foi de 11%. Qual a taxa real de juros? SOLUÇÃO: Temos que (1+iA) = (1+iR)(1+iINF) Então (1 + 21%) = (1 + iR).(1 + 11%) 1,21 = (1 + iR).1,11 1 + iR = 1,21 1,11 iR = 0,09 iR = 9% EXEMPLO: Prof. Pedro Evaristo 58 Matemática Financeira Um ano atrás um televisor 20” custava R$ 1000,00 e hoje a loja cobra R$ 1260,00 pelo mesmo produto. Sabendo que nesse mesmo período a inflação foi de 20%, determine a taxa real de aumento sofrida pelo televisor. SOLUÇÃO: O aumento de R$260, representa 26% de R$1000, portanto essa é a taxa aparente. Sendo (1 + iA) = (1 + iR)(1 + iINF) Então (1 + 26%) = (1 + iR)(1 + 20%) 1,26 = (1 + iR).1,20 1 + iR = 1,26/1,20 iR = 1,05 – 1 iR = 5% R$ 1.000,00 R$ 1.260,00 iAPARENTE = 26% iINFLAÇÃO = 20% iREAL = 5% R$ 1.200,00 Portanto a loja aumentou aparentemente 26%, mas na verdade ela subiu o preço 5% acima da inflação. Prof. Pedro Evaristo 59 Matemática Financeira EXERCÍCIOS 01. Qual a taxa anual aparente de um investimento, se a retabilidade real foi de 40%a.a. e a inflação do período foi de 20%? a) 30% b) 52% c) 60% d) 68% 02. A quantia de R$ 5.000,00 foi aplicada por um período de 2 anos, transformando-se em R$ 40.000,00. Se a rentabilidade real no período foi de 100 %, qual foi a inflação medida no mesmo período? a) 100% ao período b) 200% ao período c) 300% ao período d) 400% ao período 03. Sabendo-se que o rendimento anual em caderneta de poupança em um determinado país subdesenvolvido no ano passado foi de 230%, e que a sua taxa de inflação no período foi de 200%, determine o ganho real de um aplicador. a) 10% a.a. b) 11% a.a. c) 12% a.a. d) 13% a.a. 04. Um banco deseja auferir 2% ao mês de juros reais (compostos) sobre determinada aplicação. Qual deve ser a taxa aparente de juros para o período de um ano se a inflação esperada neste período for de 18%? a) 40,9% b) 42,0% c) 45,9% d) 49,6% 05. Se um banco deseja auferir 2% ao mês de juros reais (simples) sobre determinada aplicação. Qual deve ser a taxa nominal aparente de juros para o período de um ano se a inflação esperada neste período for de 18%? a) 40,9% Prof. Pedro Evaristo 60 Matemática Financeira b) 42,0% c) 45,9% d) 49,6% 06. (CESGRANRIO) Três aumentos mensais sucessivos de 30%, correspondem a um único aumento trimestral de: a) 0,9% b) 90% c) 190% d) 219,7% e) 119,7% 07. Qual a taxa quadrimestral equivalente a 8% a.m.? a) 32% a.q. b) 34% a.q. c) 36% a.q. d) 38% a.q. 08. Se em um financiamento está escrito que a taxa de juros nominal anual é de 30%, com capitalização bimestral, então a taxa de juros anual equivalente será: a) 0,76 + 1 b) 0,056 – 1 c) 1,056 – 1 d) 1+0,056 09. (CESGRANRIO) Um capital é aplicado com taxa anual de 10%, se o investidor resgatar um semestre após a data da aplicação, então a taxa equivalente para esse período: a) deverá ser de 5% a.s. b) deverá ser maior que 5% a.s. c) deverá ser menor que 5% a.s. d) deverá ser maior que 10% a.s. Prof. Pedro Evaristo 61 Matemática Financeira e) dependerá do valor do capital 10. Uma aplicação financeira paga juros composto de 28% ao ano, capitalizados trimestralmente. Qual é a taxa de juros trimestral efetiva de aplicação. a) 7% b) 6% c) 5% d) 7,5% 11. Obter a taxa efetiva anual equivalente a uma taxa nominal de 24% ao ano, com capitalização mensal. a) 21,3% b) 24,0% c) 26,8% d) 32,4% 12. Encontre a taxa quadrimestral equivalente a uma taxa nominal de 60% a.s. capitalizados mensalmente. a) 40% a.q. b) 46,41% a.q. c) 51,54% a.q. d) 69,65% a.q. 13. Encontre a taxa quadrimestral equivalente a uma taxa nominal de 60% a.s. capitalizados bimestralmente. a) 48% b) 44% c) 40% d) 36% e) 32% 14. Qual a Taxa Efetiva trimestral equivalente a uma Taxa Nominal de 36% a.a. capitalizados mensalmente? Prof. Pedro Evaristo 62 Matemática Financeira a) 8,27% a.t. b) 9,27% a.t. c) 10,27% a.t. d) 11,27% a.t. 15. (ESAF) Em uma campanha promocional, o Banco A anuncia uma taxa de juros de 60 % ao ano com capitalização semestral. O Banco B, por sua vez, anuncia uma taxa de juros de 30% ao semestre com capitalização mensal. Assim, os valores mais próximos das taxas de juros efetivas anuais dos Bancos A e B são, respectivamente, iguais a: a) 69 % e 60 % b) 60 % e 60 % c) 69 % e 79 % d) 60 % e 69 % e) 120 % e 60 % 16. A taxa nominal de 120% ao ano, com capitalização trimestral é equivalente a: a) 10% ao mês b) 30% ao trimestre c) 58% ao semestre d) 185,6% ao ano e) 244% ao ano GABARITO 01. D 02. C 03. A 04. D 05. B 06. E 07. C 08. C 09. C 10. A 11. C 12. B 13. B 14. C 15. D Prof. Pedro Evaristo 63 Matemática Financeira CAPÍTULO 07 DESCONTO COMPOSTO Os descontos compostos funcionam da mesma forma que as capitalizações, podendo ser usadas as mesma fórmulas, onde o valor descontado (D) corresponde aos juros (J) do período (t), enquanto o valor nominal (N) e o valor atual (A), corresponderão ao montante (M) e ao capital (C), dependendo do tipo de desconto. Da mesma forma que o desconto simples, o desconto composto pode ocorrer de duas formas: desconto racional e desconto comercial. É importante salientar que na grande maioria dos casos os descontos compostos são racionais, portanto quando não estiver descriminado fica implicito o uso desse tipo de desconto. DESCONTO COMPOSTO RACIONAL Sabemos que quando o desconto é dito racional, devemos calular o desconto em ralação ao valor atual, logo o valor nominal (N) corresponderá ao montante (M) e o valor atual (A) corresponderá ao capital (C), assim como em uma capitalização, portanto: N A N = A.(1 + i ) t 0 1 2 3 ... t Dessa forma, podemos dizer que o valor atual (A) é equivalente ao valor nominal (N) em períodos diferentes, assim como representado no fluxo. Portanto, o valor a ser descontado (D) do valor nominal (N) é exatamente o juro que o valor atual (A) deveria produzir nesse período, logo Prof. Pedro Evaristo 64 Matemática Financeira D =N-A LINK: Na maioria dos casos é dado o valor nominal, a taxa e o período para ser encontrado o valor atual (A<N), logo A= N (1 + i )t Podemos ainda escrever da seguinte forma A = N. Onde 1 (1 + i )t 1 (1 + i )t é o inverso do fator de acumulação e seu resultado pode ser facilmente encontrado na tabela 2, o que facilita muito o trabalho do aluno, uma vez que será feita uma simples multiplicação no lugar da divisão. DESCONTO COMPOSTO COMERCIAL No caso do desconto comercial, devemos calular o desconto em ralação ao valor nominal (N), logo este corresponderá ao capital (C) e o valor atual (A) corresponderá ao montante (M), que será sempre menor que o valor nominal. Se for usada a fórmula da capaitalização a taxa de juros (i) deve ser negativa, mas a forma prática é substituir (i) positiva na seguinte equação: N A 0 1 2 3 ... t A = N.(1 - i ) t Prof. Pedro Evaristo 65 Matemática Financeira Portanto, o valor a ser descontado (D) do valor nominal (N) é exatamente a deflação calculada sobre ele, logo D =N-A EQUIVALÊNCIA DE CAPITAL Dizemos que dois ou mais conjuntos de capitais, com datas diferentes, são ditos equivalentes quando transportados para uma mesma data, anterior ou posterior, a uma mesma data de juros, produzem nessa data, valores iguais. Para melhor representar as entradas e saídas de capitais, envolvidas nos problemas, faremos um esquema gráfico utilizando setas para cima e para baixo ao longo de um eixo horizontal que representa o tempo. O sentido das setas é convencionado. No exemplo abaixo, se $100, $50 e $200 representam entradas, então $150 deve representar uma saída. 200 100 50 0 1 2 3 4 5 6 7 meses 8 150 Quando esse conjunto de capitais é transportado para a data final do fluxo de caixa, dizemos que existe um capital único que é equivalente a todos eles denominado de Valor Futuro. VF VP VF = VP .(1 + i ) n Prof. Pedro Evaristo 0 1 2 3 ... n 66 Matemática Financeira Quando esse conjunto de capitais é transportado para a data inicial do fluxo de caixa, dizemos que existe um capital único que é equivalente a todos eles denominado de Valor Presente ou Valor Atual. VF VP VP = VF . 1 (1+ i )n 0 1 2 3 ... n É comum usar essa equivalência de capitais para se fazer análise comparativa entre dois ou mais fluxos diferentes. Observe que independentemente da data escolhida para os transportes de capital, a equivalência será verificada. EXEMPLO: (ESAF) Paulo aplicou pelo prazo de um ano a quantia total de R$50.000,00 em dois bancos diferentes. Um parte dessa quantia foi aplicada no Banco A, a taxa de 3% a.m.. O restante dessa quantia foi aplicado no Banco B, a taxa de 4% a.m.. Após um ano Paulo verificou que os valores finais de cada uma das aplicações eram iguais. Deste modo, determine o valor aplicado no Banco A e no Banco B, sem considerar os centavos. SOLUÇÃO: Do enunciado temos os montantes: BANCO A (i = 3%a.m.) MA = x.(1+3%)12 e BANCO B (i = 4%a.m.) MA = (50000–x).(1+4%)12 Como MA = MB, temos: Prof. Pedro Evaristo 67 Matemática Financeira x.(1+3%)12 = (50000–x).(1+4%)12 De acordo com a TABELA I, temos: (1+3%)12 = 1,425760 (1+4%)12 = 1,601032 Ou seja, x.1,425760 = (50000–x).1,601032 0,8905256.x = 50000 – x 1,8905256.x = 50000 Logo, x = 26447,7 Portanto os valores aplicados são BANCO A ® 26447,7 BANCO B ® 23552,3 EXERCÍCIOS 01. Três cheques iguais no valor de R$1.000,00 devem ser descontados comercialmente, a uma taxa composta de 10% para cada período. Determine o valor atual desses cheques, segundo o fluxo abaixo. 1000 1000 1000 0 1 2 3 a) R$ 2.700,00 b) R$ 2.514,00 c) R$ 2.439,00 d) R$ 2.300,00 Prof. Pedro Evaristo 68 Matemática Financeira 02. Determine o valor atual de três cheques no valor de R$1.331,00, se forem descontados racionalmente, a uma taxa composta de 10% para cada período, segundo o fluxo a seguir. 1331 1331 1331 0 1 2 3 a) R$ 3.993,00 b) R$ 3.630,00 c) R$ 3.310,00 d) R$ 3.000,00 Prof. Pedro Evaristo 69 Matemática Financeira 03. (ESAF) Uma empresa descontou uma duplicata de $ 55.500,00, 60 dias antes do vencimento, sob o regime de desconto racional composto. Admitindo-se que o banco adote a taxa de juros efetiva de 84% a.a., o líquido recebido pela empresa foi de (desprezar os centavos no resultado final): OBS.: (1,84)1/3 = 1,23 (1,84)1/4 = 1,17 (1,84)1/6 = 1,11 a) $ 42.930 b) $ 44.074 c) $ 45.122 d) $ 47.435 e) $ 50.000 04. (CESGRANRIO) Um título de valor nominal R$24.200,00 será descontado dois meses antes do vencimento, com taxa composta de desconto de 10% ao mês. Sejam D o valor do desconto comercial composto e d o valor do desconto racional composto. A diferença D – d, em reais, vale a) 399,00 b) 398,00 c) 397,00 d) 396,00 e) 395,00 05. Pedro quer fazer uma aplicação de R$ 5.000,00 em um dos três bancos em que ele opera. Cada um deles oferece uma forma de retorno diferente, representadas nos fluxos abaixo. 3000 3000 2000 2000 2000 2000 2000 1000 1000 0 1 2 3 0 BANCO A 5000 Prof. Pedro Evaristo 1 2 3 0 BANCO B 5000 1 2 3 BANCO C 5000 70 Matemática Financeira Dessa forma, Pedro verificou que, para ele: a) o Banco A é mais vantajoso b) o Banco B é mais vantajoso c) o Banco C é mais vantajoso d) todos são igualmente vantajosos 06. (ESAF) Considere os fluxos de caixas mostrados na tabela abaixo, para resolução da questão seguinte. Os valores constantes desta tabela ocorrem no final dos meses ali indicados. TABELA DE FLUXOS DE CAIXA: Fluxos J F M A M J J A UM 1000 1000 500 500 500 500 250 50 DOIS 1000 500 500 500 500 500 500 300 TRÊS 1000 1000 1000 500 500 100 150 50 QUATRO 1000 1000 800 600 400 200 200 100 CINCO 1000 1000 800 400 400 400 200 100 Considere uma taxa efetiva (juros compostos) de 4% a.m. O fluxo de caixa, da tabela acima, que apresenta o maior valor atual (valor no mês zero) é: a) Fluxo Um b) Fluxo Dois c) Fluxo Três d) Fluxo Quatro e) Fluxo Cinco GABARITO 01. C 02. C 03. E 04. B 05. A 06. C Prof. Pedro Evaristo 71 Matemática Financeira CAPÍTULO 08 RENDAS CERTAS Nas aplicações financeiras o capital pode ser pago ou recebido de uma só vez ou através de uma sucessão de pagamentos ou de recebimentos. Quando o objetivo é constituir-se um capital em uma data futura, tem-se um processo de capitalização. Caso contrário, quando se quer pagar uma dívida, tem-se o processo de amortização. Pode ocorrer também o caso em que se tem o pagamento pelo uso, sem que haja amortização, que é o caso dos aluguéis. Estes exemplos caracterizam a existência de rendas ou anuidades, que podem ser, basicamente de dois tipos: RENDAS CERTAS: são aquelas cuja duração e pagamentos ou recebimentos são prefixados. Os diversos parâmetros, como o valor dos termos, prazo de duração, taxa de juros, etc, são fixos e imutáveis. Exemplo: compra a prestação RENDAS ALEATÓRIAS: os valores e/ou as datas de pagamento ou de recebimento podem ser variáveis aleatórias. Exemplo: seguro de vida. Vamos estudar as rendas certas que são, simultaneamente: temporárias, periódicas e imediatas (postecipadas ou antecipadas) e as diferidas. Nos casos mais comuns e que vamos estudar, as rendas podem ser: Temporárias: quando a duração for limitada Prof. Pedro Evaristo 72 Matemática Financeira Constantes: se todos os termos são iguais. Periódicas: se todos os períodos são iguais. Imediatas: quando os termos são exigíveis a partir do 1º período. Elas podem ser: · · Postecipadas: se os termos são exigíveis no fim dos períodos. Antecipadas: se os termos são exigíveis no início dos períodos. Diferidas: se os termos forem exigíveis a partir de uma data que não seja o 1º período. Elas também podem ser postecipadas ou antecipadas. Podemos então tratar as rendas certas como uma seqüência uniforme de capitais. Estudaremos a seguir cada um dos casos separadamente: · · · · VP (valor presente) de uma sequência uniforme postecipada. VP (valor presente) de uma sequência uniforme antecipada. VF (valor futuro) de uma sequência uniforme postecipada. VF (valor futuro) de uma sequência uniforme antecipada. Prof. Pedro Evaristo 73 Matemática Financeira SEQUÊNCIAS UNIFORMES DE CAPITAIS VALOR PRESENTE DE UMA SEQUÊNCIA UNIFORME POSTECIPADA Quando uma série de pagamentos (P ou PMT), ou parcelas, for feita no final de cada período, será denominada de postecipada. Trazendo todos os P para a data inicial teremos: VP = P P P P + + + ... + (1 + i ) (1 + i )2 (1 + i )2 (1 + i )n P 0 1 P 2 P 3 P ... n Nesse caso, o valor presente (VP) será a soma dessa progressão geométrica (P.G.), dada por Sn = a1.(q n - 1) q -1 , onde o primeiro termo é a1 = P e a razão é q = (1 + i ) 1 . Substiuindo esses dados, temos: (1 + i ) VP = P. (1 + i )n - 1 , ou simplesmente VP = P.an Øi . n i .(1 + i ) O fator de valor atual anØi (a n cantoneira i) está na tabela 3. Se desejar encontrar a parcela (P) em função do valor presente (VP), teremos: i .(1 + i ) n P = VP . (1 + i ) Prof. Pedro Evaristo n 1 , ou simplesmente P = VP . a Ø . -1 n i 74 Matemática Financeira O fator de recuperação do capital 1/anØi está na tabela 4. EXEMPLO: Uma televisão foi comprada no carnê em 4 prestações mensais iguais de R$ 300,00 cada, sem entrada, iniciando a primeira parcela um mês após a compra. Sabendo que para esse tipo de transação a loja trabalha com juros compostos de 9% a.m., determine qual deve ser o preço a vista dessa TV. SOLUÇÃO: O preço a vista da TV é o valor presente dessa série, portanto: VP = P.a4Ø9% Onde P = 300 e pela tabela III vemos que a4Ø9% = 3,2397, então VP = 300.3,2397 VP = 971,91 Portanto o valor a vista da TV é R$ 971,91. VALOR PRESENTE DE UMA SEQUÊNCIA UNIFORME ANTECIPADA Quando uma série de pagamentos (P ou PMT) for feita no início de cada período, será denominada de antecipada. Trazendo todos os P para a data inicial teremos: VP = P + P 0 P 1 Prof. Pedro Evaristo P 2 P 3 P P P + + ... + 2 (1 + i ) (1 + i ) (1 + i )n -1 P ... n–1 n 75 Matemática Financeira Observe que nesse caso, basta somar P que está no início da série com o valor presente da sequência postecipada que começa no 1 e termina em n-1. Dessa forma teremos: VP = P + P.an -1Øi VALOR FUTURO DE UMA SEQUÊNCIA UNIFORME POSTECIPADA Quando uma série de pagamentos (P ou PMT), ou depósitos, for feita no final de cada período, será denominada de postecipada. Trazendo todos os P para a data final teremos: VF = P + P(1+i) + P(1+i)2 +...+ P(1+i)n-1 P 0 1 P 2 P 3 P ... n Nesse caso, o valor futuro (VF) será a soma dessa progressão geométrica a1.(q n - 1) , onde o primeiro termo é a1 = P e a razão é q = (1 + (P.G.), dada por Sn = q -1 i). Substiuindo esses dados, temos: VF = P. (1+ i )n - 1 i , ou simplesmente VF = P.snØi O fator de acumulação de capital snØi (s n cantoneira i) está na tabela 5. Um fato interessante é que o valor futuro dessa série de pagamentos é um capital equivalente ao valor presente, dessa mesma série, na data final do período, portanto podemos dizer que: Prof. Pedro Evaristo 76 Matemática Financeira VF = VP .(1 + i )n Por esta razão, temos: sn Øi = an Øi .(1 + i )n EXEMPLO: Uma pessoa resolveu poupar mensalmente R$400,00, pretendendo fazer uma viagem de férias, aplicando no final de cada mês em um fundo que paga 24% a.a. capitalizado mensalmente. Ao final de um ano, quanto ele terá guardado? SOLUÇÃO: A taxa de 24%a.a, dada no problema, é nominal. Portanto, a taxa efetiva é de 2% a.m. O montante acumulado ao final de uma ano (n=12) é o valor futuro dessa série, portanto: VF = P.s12Ø2% Onde P = 400 e pela tabela 5 temos que s12Ø2% = 13,4121, então VF = 400.13,4121 VF = 5364,84 Portanto, o valor acumulado é de R$ 5.264,84. VALOR FUTURO DE UMA SEQUÊNCIA UNIFORME ANTECIPADA Quando uma série de pagamentos (P ou PMT), ou depósitos, for feita no início de cada período, será denominada de antecipada. Trazendo todos os P para a data final teremos: Prof. Pedro Evaristo 77 Matemática Financeira VF = P(1+i) + P(1+i)2 +...+ P(1+i)n P 0 P 1 P 2 P 3 P ... n–1 n Essa série é equivalente a uma sequência postecipada com n+1 depósitos, menos o depósito R da data final. Dessa forma teremos: VF = P.sn +1Øi - P Prof. Pedro Evaristo 78 Matemática Financeira EXERCÍCIOS 01. Uma dívida foi financiada em doze parcelas mensais de R$ 500,00, sendo a primeira para 30 dias. Determine o valor atual da dívida, sabendo que a taxa utilizada foi de 4% a.m.. (Use 1,0412 = 1,6) a) R$ 4.687,50 b) R$ 5.250,00 c) R$ 6.000,00 d) R$ 7.000,00 e) R$ 7.500,00 02. O cliente de um banco acerta com o gerente uma poupança programada, onde serão aplicados automaticamente doze parcelas mensais de R$ 500,00, sendo a primeira para 30 dias. Determine o valor futuro do saldo dessa aplicação na data do ultimo depósito, sabendo que a taxa utilizada foi de 4% a.m.. (Use 1,0412 = 1,6) a) R$ 4.687,50 b) R$ 5.250,00 c) R$ 6.000,00 d) R$ 7.000,00 e) R$ 7.500,00 03. Leonardo comprou uma moto em seis parcelas de R$600,00, sendo a primeira no ato da compra e as demais a cada 30 dias. Determine o valor à vista dessa moto, sabendo que a taxa utilizada pela financeira foi de 3% a.m. a) 3348,00 b) 3250,00 c) 3124,00 d) 3012,00 Prof. Pedro Evaristo 79 Matemática Financeira 04. Qual o valor futuro da série de quatro depósitos antecipados mensais e iguais no valor de R$1.000,00 cada, um mês após o último deposito, se aplicado a uma taxa composta de 10% a.m.? a) 4.000,00 b) 4.400,00 c) 5.105,10 d) 5.612,30 05. (ACEP) Uma família comprou uma geladeira nova, a prazo, em prestações iguais, com juros. Assinale a alternativa CORRETA. a) para um mesmo valor de prestação, o valor presente das prestações diminui quando a taxa de juros aumenta. b) no momento da compra, o valor presente da última prestação é igual ao valor presente da primeira prestação. c) o valor das prestações será maior se for dado um sinal no momento da compra. d) o valor das prestações não depende da taxa de juros. e) o valor das prestações não depende da quantidade de parcelas. 06. (CESGRANRIO) Uma série de 10 anuidades de R$ 100 mil pode ser usada para amortizar um determinado financiamento. Sabendo que a taxa de juros oferecida para financiamento é de 1,25% a.m., pode-se afirmar que o preço justo para pagamento à vista é: a) maior que R$ 1mi b) R$1,1 mi c) maior que R$ 1mi e menor que R$ 1,1 mi d) R$ 1 mi e) menor que R$ 1 mi 07. Quando Carol foi comprar um televisor de R$ 1.600,00, o vendedor informou que a loja estava parcelando em 8 vezes sem entrada e supostamente sem juros, ou seja, parcelas mensais de R$200,00. Ela então ofereceu R$ 1.400,00 à vista e “em espécie”. Se a loja aceitar essa proposta, significa que estará cobrando Prof. Pedro Evaristo 80 Matemática Financeira indiretamente juros no parcelamento mensal, logo o valor da taxa de juros embutida na operação a prazo é de: a) 1% b) 2% c) 3% d) 4% 08. Raquel comprou um carro de R$ 20.000,00 dando 40% de entrada e financiando o restante em 18 parcelas mensais e iguais, vencendo a primeira em 30 dias. Sabendo que a taxa utilizada pela financeira foi de 3%, determine o valor de cada uma das prestações. a) 872,50 b) 782,50 c) 978,20 d) 587,20 09. Hoje Felipe foi ao banco retirar a quantia que vinha juntando nos últimos 2 anos. Ele efetuou 24 depósitos mensais e iguais, todos no valor de R$400,00, de forma antecipada, até o mês anterior a data da retirada, em um fundo especial que lhe rendia 4% ao mês. Qual a quantia resgatada 24 meses após o primeiro depósito? a) 16.257,00 b) 15.632,00 c) 14.456,00 d) 13.365,00 10. (ACEP) Em uma loja, um certo computador está a venda por 10 parcelas mensais de R$ 300,00, sem entrada, podendo também ser pago em 5 parcelas bimestrais de R$ 615,00, sem entrada. Qual a taxa de juros cobrada pela loja? a) 3% ao mês b) 4% ao mês c) 5% ao mês d) 6% ao mês Prof. Pedro Evaristo 81 Matemática Financeira e) 7% ao mês GABARITO 01. A 02. E 03. A 04. C 05. A 06. E 07. C 08. A 09. A 10. C Prof. Pedro Evaristo 82 Matemática Financeira CAPÍTULO 09 PLANOS DE AMORTIZAÇÃO No Brasil são adotados vários esquemas de financiamento. Quando contraímos uma dívida, devemos saldá-la por meio de pagamentos do principal e dos juros contratados. Veremos os tipos mais usado, que são: Sistema Price (Francês), Sistema de Amortização Constante (SAC), Sistema de Amortização Crescente (SACRE) e Sistema de Amortização Misto (SAM). SISTEMA FRANCÊS Caracteriza-se pelo fato de o mutuário pagar a dívida, periodicamente, por meio de prestações constantes. O Sistema Price é um caso particular do Sistema Francês quando as parcelas são mensais. A parcela (P) é dada em função do valor atual (A) que foi emprestado ou financiado, do número de parcelas (n) e da taxa de juros (i), de acordo com a fórmula i .(1 + i ) n P = A. (1 + i )n - 1 , ou simplesmente P = A. 1 an Øi . Lembrando que anØi é o fator de valor atual de uma série de pagamentos encontrado na tabela III. Prof. Pedro Evaristo 83 Matemática Financeira LINK: Inicialmente paga-se muito juro e amortiza-se pouco. Com o decorrer dos períodos, vai-se pagando menos juros e, conseqüentemente, amortizando-se mais o principal. EXEMPLO: Um empréstimo de R$ 1.000,00 é concedido para ser pago pelo sistema Francês de Amortização em 5 prestações mensais, à taxa de 10% a.m. Calcule o valor de cada prestação e monte a planilha teórica do financiamento. SOLUÇÃO: No plano Price (sistema francês com prestações mensais), para encontrar a prestação deve ser seguido o mesmo procedimento usado nas séries de pagamento uniformes. VP = P . anØi Onde VP é o capital (C) emprestado P é a prestação anØi é o fator de valor atual Então pela fórmula temos: P = C. 1 an Øi é10%.(1 + 10%)5 ù é i .(1 + i )n ù = P = C.ê ú 1000.ê (1 + 10%)5 - 1 ú n ë û ë (1 + i ) - 1û Prof. Pedro Evaristo 84 Matemática Financeira Pela tabela 4, encontramos o fator de recuperação de capital 1 = 0,264, a5 Ø10 % logo P = 1000 . 0,264 = 264 MONTAGEM DA PLANILHA TEÓRICA DO FINANCIAMENTO 264 1 0 264 2 3 4 5 1000 N PREST. JUROS AMORTIZAÇÃO SALDO DEVEDOR 0 – – – 1000,00 1 264 10%.1000 = 100 264 – 100 = 164 1000 – 164 = 836 2 264 10%.836 @ 84 264 – 84 = 180 836 – 180 = 656 3 264 10%.656 @ 66 264 – 66 = 198 656 – 198 = 458 4 264 10%.458 @ 46 264 – 46 = 218 458 – 218 = 240 5 264 10%.240 = 24 264 – 24 = 240 240 – 240 = 0 SISTEMA SAC No Sistema de Amortização Constante a dívida também é paga por meio de prestações periódicas que englobam juros e amortização, no entanto, Prof. Pedro Evaristo 85 Matemática Financeira caracteriza-se pelo fato de o mutuário pagar prestações decrescentes de valor, com amortizações iguais como o próprio nome diz. LINK: A amortização do saldo devedor é constante e prestação decresce. Os juros também são cobrados sobre o saldo devedor. EXEMPLO: Uma dívida de R$ 1.000,00 vai ser paga pelo sistema SAC em 5 prestações mensais, à taxa de 10% a.m. Calcule o valor de cada prestação e monte a planilha teórica do financiamento. SOLUÇÃO: No plano SAC o valor amortizado é sempre o mesmo, logo temos A= C 1000 Þ A= = 200 n 5 Então no cálculo do valor de cada prestação deve ser feito cada mês, somando o valor amortizado (A) ao juro produzido em relação ao saldo devedor do mês anterior. MONTAGEM DA PLANILHA TEÓRICA DO FINANCIAMENTO 300 280 260 240 220 0 1 2 3 4 5 1000 Prof. Pedro Evaristo 86 Matemática Financeira n PREST. JUROS AMORTIZAÇÃ O SALDO DEVEDOR 0 – – – 1000 300 10%.1000 = 100 200 1000 – 200 = 800 2 280 10%.800 = 80 200 800 – 200 = 600 3 260 10%.600 = 60 200 600 – 200 = 400 4 240 10%.400 = 40 200 400 – 200 = 200 5 220 10%.200 = 20 200 200 – 200 = 0 1 SISTEMA SAM O Sistema de Amortização Mista é a média aritmética do Sistema Price e do SAC. A título de exemplo, construiremos a planilha de financiamento dado no Sistema Price e SAC. EXEMPLO: Uma dívida de R$ 1.000,00 vai ser paga pelo sistema SAM em 5 prestações mensais, à taxa de 10% a.m.. Calcule o valor de cada prestação e monte a planilha teórica do financiamento. SOLUÇÃO: Assim como no plano SAC, as prestações no plano SAM também são calculadas todos os meses, pois a cada mês deve ser feito uma média das prestações obtidas nos planos PRICE e SAC, então a prestação do primeiro mês será P= 264 + 300 = 282 2 Prof. Pedro Evaristo 87 Matemática Financeira Então fica claro que devem ser usados os dados obtidos nos exemplos anteriores. MONTAGEM DA PLANILHA TEÓRICA DO FINANCIAMENTO 282 272 262 252 242 0 1 2 3 4 5 1000 n PREST. JUROS AMORTIZAÇÃO SALDO DEVEDOR 0 – – – 1000 (264 + 300)/2 = 282 10%.1000 = 100 282 – 100 = 182 1000 – 182 = 818 2 (264 + 280)/2 = 272 10%.818 = 82 272 – 82 = 190 818 – 190 = 628 3 (264 + 260)/2 = 262 10%.628 = 63 262 – 63 = 199 628 – 199 = 429 4 (264 + 240)/2 = 252 10%.429 = 43 252 – 43 = 209 429 – 209 = 220 5 (264 + 220)/2 = 242 10%.220 = 22 242 – 22 = 220 220 – 220 = 0 1 Prof. Pedro Evaristo 88 Matemática Financeira COMPARAÇÃO ENTRE OS PLANOS · SALDO DEVEDOR: Em todos os planos de amortização o saldo devedor diminui a cada pagamento, uma vez que deve existir amortização em todos os períodos, caso contrário não seria um plano de “amortização”. · JUROS: Os juros representam um percentual em cima do saldo devedor e por isso também diminuem a cada pagamento em todos os planos. · PARACELAS: Observe, no diagrama a seguir, que as parcelas do PRICE são constantes, do SAC começa maior e termina menor que nos outros sistemas, enquanto no SAM tem sempre valor intermediário em relação aos outros planos. · AMORTIZAÇÃO: No plano PRICE a amortização é crescente, pois enquanto a parcela (P) é constante, os juros (J) caem a cada período, portanto essa diferença (P – J) vai aumentando. No plano SAC, como já é de se esperar, a amortização é constante. Por fim, no plano SAM tudo é a média entre os outros dois planos, o que por consequência faz com que a amortização seja crescente. Prof. Pedro Evaristo 89 Matemática Financeira EXERCÍCIOS 01. (ACEP) Qual das alternativas abaixo, em relação ao Sistema de Prestações Constantes em pagamento de empréstimos, está CORRETA? a) O saldo devedor tem comportamento linearmente decrescente. b) Os juros pagos têm comportamento linearmente decrescente. c) As amortizações têm comportamento crescente. d) Todas as amortizações têm o mesmo valor. e) As amortizações têm comportamento decrescente. 02. (CESGRANRIO) Para a construção de um galpão, para instalação de uma indústria, foi feito um empréstimo no valor de R$10 mil, de forma a ser pago em 20 parcelas mensais e utilizando-se taxa mensal composta de 8%. Para amortizar a dívida, se for utilizado o sistema PRICE, as parcelas ficarão em torno de R$1.018,50. Dessa forma, comparando a parcela no PRICE com as parcelas no Sistema de Amortização Constante (SAC) e no Sistema de Amortização Misto (SAM), podemos afirmar que: a) No SAC os juros pagos na primeira prestação são maiores b) No SAM os juros pagos na primeira prestação são menores c) No SAC a primeira prestação seria menor d) No SAC a primeira prestação seria maior e) No SAM a primeira prestação seria menor 03. Uma dívida de R$ 4.000,00 deverá ser quitada em 10 parcelas mensais e iguais, com taxa de 5% a.m., vencendo a 1ª em 30 dias. Determine o da 1ª parcela. a) R$ 628,00 b) R$ 582,00 c) R$ 518,00 d) R$ 480,00 e) R$ 400,00 Prof. Pedro Evaristo 90 Matemática Financeira 04. Uma dívida de R$ 4.000,00 deverá ser quitada em 10 parcelas mensais e iguais, com taxa de 5% a.m., vencendo a 1ª em 30 dias. Determine o saldo devedor imediatamente após o pagamento da 1ª parcela. a) R$ 1.295,00 b) R$ 3.482,00 c) R$ 3.518,00 d) R$ 3.682,00 e) R$ 3.612,00 05. Uma dívida de R$ 4.000,00 deverá ser quitada em 10 parcelas mensais e iguais, com taxa de 5% a.m., vencendo a 1ª em 30 dias. Determine o saldo devedor imediatamente após o pagamento da 6ª parcela. a) R$ 2.072,00 b) R$ 1.836,83 c) R$ 1.722,00 d) R$ 1.688,12 e) R$ 1.600,00 06. Através do sistema SAC, uma dívida de R$ 4.000,00 deverá ser quitada em 10 parcelas decrescentes, com taxa de 5% a.m., vencendo a 1ª em 30 dias. Determine valor da 1ª parcela. a) R$ 180,00 b) R$ 400,00 c) R$ 518,00 d) R$ 580,00 e) R$ 600,00 Prof. Pedro Evaristo 91 Matemática Financeira 07. Através do sistema SAC, uma dívida de R$ 4.000,00 deverá ser quitada em 10 parcelas decrescentes, com taxa de 5% a.m., vencendo a 1ª em 30 dias. Determine valor dos juros pagos na 2ª parcela. a) R$ 180,00 b) R$ 400,00 c) R$ 518,00 d) R$ 580,00 e) R$ 600,00 08. Através do sistema SAC, uma dívida de R$ 4.000,00 deverá ser quitada em 10 parcelas decrescentes, com taxa de 5% a.m., vencendo a 1ª em 30 dias. Determine valor da 2ª parcela. a) R$ 180,00 b) R$ 400,00 c) R$ 518,00 d) R$ 580,00 e) R$ 600,00 09. Através do sistema SAC, uma dívida de R$ 4.000,00 deverá ser quitada em 10 parcelas decrescentes, com taxa de 5% a.m., vencendo a 1ª em 30 dias. Determine saldo devedor imediatamente após o pagamento da 2ª parcela. a) R$ 3.600,00 b) R$ 3.200,00 c) R$ 2.800,00 d) R$ 2.400,00 e) R$ 2.000,00 Prof. Pedro Evaristo 92 Matemática Financeira 10. Através do sistema SAC, uma dívida de R$ 4.000,00 deverá ser quitada em 10 parcelas decrescentes, com taxa de 5% a.m., vencendo a 1ª em 30 dias. Determine valor da 10ª parcela. a) R$ 180,00 b) R$ 350,00 c) R$ 400,00 d) R$ 420,00 e) R$ 600,00 GABARITO 01. C 02. D 03. C 04. D 05. B 06. E 07. A 08. D 09. B 10. D Prof. Pedro Evaristo 93 Matemática Financeira Prof. Pedro Evaristo 94 Matemática Financeira Prof. Pedro Evaristo 95 Matemática Financeira Prof. Pedro Evaristo 96 Matemática Financeira Prof. Pedro Evaristo 97 Matemática Financeira Prof. Pedro Evaristo 98 Matemática Financeira Prof. Pedro Evaristo 99 Matemática Financeira Prof. Pedro Evaristo 100 Matemática Financeira Prof. Pedro Evaristo 101