GERAÇÃO – AULÃO UDESC e UFSC. Geografia de Santa Catarina. Professor: André Tomasini Formação Geológica do estado Catarinense Pré – Cambriana (2,5 Bilhões de anos): Nas áreas de afloramentos do Pré-Cambriano no Estado de Santa Catarina temos formação de todo o substrato rochoso do embasamento cristalino, resultante da solidificação do magma, sendo que este material ígneo resfriado sofreu intensa atividade diastrófica*, originando altas cadeias de montanhas, que foram intensamente erodidas durante o curso de milhões de anos. *(Diastrofismo – movimento da crosta de proporção mundial.) Paleozoico (270 à 600 milhões de anos): Esta Era é dividida em 6 períodos que são: Cambriano, Ordoviciano, Siluriano, Devoniano, Carbonífero e Permiano durante os quais nosso estado passou por diversas transformações. Durante esta Era formou-se uma imensa depressão, que aos poucos foi sendo preenchida por sedimentos, que são resultado da erosão de rochas, material orgânico e sedimentos glaciais, que se depositavam nas partes mais baixas do território catarinense, posteriormente, originaram os depósitos de carvão no sul do estado de Santa Catarina. No final do período o clima tornou-se bastante árido, caracterizando um ambiente desértico, desenvolvendo intensos depósitos de arenito. Mesozoico (135 à 220 milhões de anos): Esta Era é dividida em Períodos, são estes: Triássico, Jurássico e Cretáceo. Na porção centro-oeste do estado ocorreu uma intensa atividade vulcânica. Os derrames de lava sucessivos cobriram praticamente toda a região. Como consequência deste tipo de atividade vulcânica, a região sofreu soerguimento e basculamente para Oeste. Cenozoica (70 milhões de anos): Nesta Era formam-se as superfícies do relevo catarinense bastante plana ou pouco inclinada, destacando-se as planícies costeiras encontradas junto ao oceano atlântico, onde existem inúmeras praias arenosas e dunas, que evidenciam a predominância de processos marinhos e eólicos. Também aparecem com frequência ao longo de todo o litoral catarinense, penínsulas, ilhas, pontais, enseadas, baias e lagunas. Destacam-se também as planícies fluviais que correspondem às áreas planas situadas junto aos rios, periodicamente inundados e frequentemente utilizadas por lavouras. O território Catarinense é resultado de todos esses eventos geológicos supracitados, originando diferentes formas de relevo. Entre eles destacam-se Serras, Planaltos, Planícies e Depressão. Pode-se organizar o relevo catarinense em quatro grandes unidades: Embasamento Cristalino Pré-Cambriano (planalto cristalino – Serra do Mar e Serra do Leste catarinense ou Litorânea), Sedimentar Paleozoico (Bacia sedimentar e Depressão Carbonífera), Basáltico Mesozoico (Planalto ocidental – Serra Geral) e Sedimentar Cenozoica (Planícies Litorâneas e fluviais). Referências Bibliográficas: PRATES, Arlene M.Maykot – Geografia Física de Santa Catarina – Ed. Lunardelli. 1989. Sagan, Carl. Pálido Ponto Azul. São Paulo. 1986. SANTA CATARINA; Departamento Estadual de Geografia e Cartografia. Atlas geográfico de Santa Catarina. Florianópolis. SC. IBGE. 1990. GEOLOGIA – RELEVO DE SANTA CATARINA A tabela abaixo faz a relação entre as formações geológicas e sua representação no relevo de Santa Catarina. Era Geológica Evento geológico Exemplo de relevo Pré - Cambriano Formação do Embasamento/Escudo Cristalino Serra do Mar, Serra do Leste Catarinense, Planalto Cristalino. Paleozoico Formação das Bacias Sedimentares e Depressões Depressão Carbonífera do sul do Estado, Planalto de Lages, Planalto de Canoinhas. Mesozoico Derrames Basálticos Planalto Ocidental (Serra Geral) Cenozoico Formação das Bacias Costeiras (Planícies) Planície Litorânea Planície Fluvial CLIMA DE SANTA CATARINA Fatores de influência no clima Catarinense: Latitude – entre 25º e 29º de latitude Sul – zona subtropical; Altitude - agrava temperatura mínima no inverno em diversos locais; Maritimidade – calor do oceano ameniza temperaturas no litoral (baixa amplitude térmica). Verão quente / inverno brando; Continentalidade – Centro-oeste (elevada amplitude térmica). Verão brando / inverno rigoroso); Massas de ar - Verão: mTc e mTa (quentes e úmidas). Ocorrência de chuvas, trovoadas e predomínio do vento nordeste; Inverno: mTa e mPa (fria, úmida ou seca). Ocorrência de tempo bom, com baixas temperaturas e predomínio do vento Sul. Fenômenos: El Niño - Aquecimento das águas superficiais do oceano pacífico. Aumenta a formação de umidade, aumentando o índice de chuvas. La Niña - resfriamento das águas superficiais do oceano pacífico. Retira a umidade do ar. Tendência de diminuir os índices de chuva. Classificação climática em SC possui duas divisões. Mais utilizada é a de Köppen – leva em consideração fatores biogeográficos. Grupo C (mesotérmico) – temperatura média do mês mais frio está abaixo de 18ºC. Grupo úmido (f) – nenhum mês com pluviosidade inferior a 60 mm. Cfa – subtropical/subtropical úmido com verões quentes e invernos brandos. Litoral e planície do rio Uruguai. Mês mais quente média superior a 22ºC. Cfb – subtropical com verões brandos e invernos rigorosos. Mês mais quente com médias inferior a 22ºC. Planalto Norte de Canoinhas e Oeste ( Planalto ocidental). FORMAÇÃO DA VEGETAÇÃO DE SANTA CATARINA Divide-se em 5 grupos: 1) Mata Tropical atlântica ou Floresta Ombrófila Densa - ocupa a planície litorânea e serras cristalinas, adentra até boa parte do vale do Itajaí. Floresta exuberante, com fauna e flora endêmica. Foi muito devastada devido à ocupação indiscriminada e a utilização de madeira nativa na construção civil. Hoje restam apenas 8% em todo o território nacional. 2) Vegetação Litorânea - litoral atlântico (mangues, dunas, restingas). Grande importância para a vida marinha (reduto para procriação dos peixes). Muito agredida pelas construções (ir)regulares. Localização: Baia da Babitonga, Tijucas, Ilha de SC, foz do rio Cubatão, Laguna. 3) Campos - formação herbácea, região de Lages e Planalto Serrano. Região conhecida pelo cultivo de gado e turismo rural. 4) Mata Subtropical ou Floresta Estacional Decidual e Semi-Decidual - acompanha a planície do rio Uruguai. Vegetação de pequeno porte. Correspondia a 9,6% do território, hoje esta praticamente extinta e foi substituída pelos cultivos agrícolas (milho, feijão, mandioca, soja). 5) Mata de Araucária ou Floresta Aciculifoliada (Araucária / Pinheiro do Paraná) - predomina em clima subtropical em regiões de maior altitude (planalto ocidental). Ocupava 42% do território catarinense, mas devido sua exploração no processo de colonização europeia, restam hoje apenas 5%, sendo somente 0,7% primárias. BACIAS HIDROGRÁFICAS Em Santa Catarina atuam dois sistemas de drenagem principal: Vertente do Litoral (Atlântica) e Vertente do Interior, as duas possuem drenagem exorreica, deságue no oceano Atlântico e Bacia do Prata, respectivamente. Os principais divisores são a serra Geral e a serra do Mar. Maior Bacia hidrográfica do estado é a do rio Uruguai, ocupando 51,65% do território. Vertente do litoral é constituída por 12 bacias, sendo as principais os rios: Itapocu, Itajaí (Itajaí – Açu), Tijucas, Cubatão, Tubarão e Araranguá. Vertente do Interior é constituída por 11 bacias, ocupam 62,7% do território, entre elas destaca-se a do Rio Uruguai, rio Iguaçu, rio Canoas e rio das Antas. COLONIZAÇÃO DE SANTA CATARINA ECONOMIA DE SANTA CATARINA INFRAESTRUTURA – SC RODOVIAS LIGAÇÃO NORTE – SUL BR 101 – corta o estado no sentido norte-sul pelo litoral, eixo de ligação com outros estados, liga os quatro portos de SC, Corredor do MERCOSUL. BR 116 – corta o estado no planalto catarinense. Tem inicio em Mafra/Rio Negro (SC/PR) e vai até Lages/Vacaria (SC/RS). BR 153 – corta o estado na região de Concórdia – importante para indústria alimentícia. BR 163 – corta o estado na altura de São Miguel D’Oeste (acompanha a fronteira com a Argentina). LIGAÇÃO LESTE – OESTE BR 282 – são 678 km de rodovia, que ligam Florianópolis a São Miguel D’Oeste. BR 280 – liga a BR 116 ao porto de São Francisco do Sul, pelo norte do estado. BR 470 – liga o porto de Itajaí ao Oeste do Estado. A rodovia passa pelo centro geográfico do Estado, encontrando a BR 116 e posteriormente a BR 282. FERROVIAS Malha ferroviária catarinense – 1.365 km, divididos em três troncos: dois no sentido norte/sul e um no sentido leste/oeste. Estrada de Ferro Porto União/São Francisco do Sul – liga o norte do estado (Mafra, São Bento do Sul e Joinville) ao porto de São Francisco, com 453 km. Ferrovia Sul-Atlântico – liga o norte do estado (Mafra) até o planalto serrano (Lages), seguindo até a fronteira do RS (Ferrovia do Contestado). Possui 372 km de extensão e está ligada a malha ferroviária nacional. São administradas pela ALL (América Latina Logística). Estrada de ferro Dona Tereza Cristina (FTC) – Possui 164 km de extensão, liga a região carbonífera e cerâmica do sul do estado, a termoelétrica Jorge Lacerda e o porto de Imbituba. PORTOS Itapoá - Terceiro no país a receber navios com calado até 16 metros; chamado de Tecon Santa Catarina é um empreendimento privado (empresa Andrade Guitierrez). São Francisco do Sul - Principal porto graneleiro (grande quantidade, solto) catarinense e essencialmente exportador; ligação direta com a Estrada de Ferro Porto União – São Francisco, e também com a BR 280; 5º porto do país em movimentação de contêineres. Itajaí - 2ª colocação no ranking de movimentação de contêineres; principais produtos embarcados: carnes congeladas (aves), madeira e derivados, papel, maça, ônibus, tratores. 1º porto brasileiro em cargas refrigeradas em contêineres; Navegantes - Localizado na margem oposto ao Porto de Itajaí; Imbituba - Porto de enseada, não necessita de canal de acesso; movimenta graneis sólidos e líquidos, congelados, contêineres. Laguna - Porto lacustre, localizado na Laguna de Santo Antônio; é um porto pesqueiro - movimenta pescado e gelo, produzido na fábrica do porto. AEROPORTOS Florianópolis, Joinville, Chapecó – voos comerciais, nacionais e internacionais. ENERGIA Petróleo – Extração na região norte / área do pré – sal. Hidrelétricas – Machadinho ( Rio Uruguai), Campos Novos (Rio Canoas), Itá (Rio Uruguai). PCH’S. Carvão Mineral – Região sul do estado / Complexo Termoelétrico Jorge Lacerda (Capivari de Baixo) Gás natural – Gasoduto Bolívia – Brasil. SCGÁS. GNV Eólica – Parque eólico de Bom Jardim da Serra e Água Doce. Biomassa – indústria madeireira e agroindústrias (Aves e suínos). Bons Estudos