Sou o seu enfermeiro…
O enfermeiro é o profissional de saúde que acolhe, apoia, encoraja, ensina,
acompanha e por vezes, substitui o utente na realização das suas atividades
de vida. As atividades de vida diária são assim chamadas, de acordo com o
modelo de Nancy Roper , porque são essenciais para o normal funcionamento
do corpo na sua dimensão física, psíquica, espiritual, social, devendo ser
satisfeitas, senão pelo próprio, pelo seu enfermeiro. São exemplos, a limpeza
da pele, a mobilização do corpo, a eliminação, a alimentação e a respiração.
Acolher o utente é a primeira das grandes áreas de intervenção do enfermeiro,
quer em contexto hospitalar ou quer na comunidade, embora que em ambiente
hospitalar possa existir uma situação de maior fragilidade relacionada com o
estado de saúde/processo de doença sendo que o papel do enfermeiro, é
fulcral no sentido de minorar as implicações relacionadas com o internamento.
O acolhimento
O acolhimento representa para o utente/família/pessoa significativa, um
momento importante pois permite o iniciar de um processo de socialização.
Uma socialização que vai permitir o utente conhecer a estrutura física, os
profissionais, os utentes internados e o seu enfermeiro. Permite também a
partilha de informações importantes que servirão de suporte à elaboração do
processo de enfermagem.
O processo de enfermagem é uma metodologia científica utilizada na prática da
enfermagem com vista à satisfação do utente, a promoção da saúde, o bemestar e o auto-cuidado, a readaptação funcional e a prevenção de
complicações.
Em que medida as informações fornecidas pelo utente/família/pessoa
significativa, são importantes para o planeamento de cuidados?
A apreciação inicial fundamenta-se na necessidade de colher os dados
essenciais ao conhecimento do estado de dependência/independência, e ainda
os hábitos de vida diária. É importante saber os hábitos de vida da pessoa
cuidada, pois sempre que possível lhe será permitido manter os padrões
habituais.
O planeamento de cuidados
O enfermeiro observa e questiona de modo a identificar um conjunto de
características/necessidades da pessoa alvo de cuidados, e no âmbito das
suas competências, munido das ferramentas de apoio, decide sobre o plano de
cuidados que será individual, personalizado para um determinado utente, num
terminado contexto, numa determinada situação de vida.
O enfermeiro responsabiliza-se por definir o plano e executar as intervenções
planeadas mediante a evolução clinica /autonomia do utente. Por vezes é
necessário substituir o utente na realização das suas atividades de vida diárias,
em outras situações apenas assiste e em outros momentos, o enfermeiro
supervisiona e orienta na realização das atividades executadas pelo próprio.
A prestação dos cuidados
A capacidade de observação, analise e tomada de decisão do enfermeiro
determina qual o tipo de cuidados que o utente necessita naquele preciso
momento, podendo modificar-se ao longo das horas ou do dia. Intervenções
planeadas, equivalem a cuidados prestados e à medida que o estado do utente
evolui, é ajustado o planeamento de cuidados. Executar as intervenções
planeadas representa a prestação de um cuidado ao utente, um cuidado de
proximidade, de contacto, de informação, de apoio. Este é um momento único
para a promoção da relação de confiança, é o momento em que o utente ajuíza
do cuidado prestado, da forma como é cuidado, do profissionalismo e do apoio
que é transmitido.
Cuidar não é apenas na satisfação das necessidades fisiológicas, é também
um cuidar que engloba as vertentes social e espiritual, na medida em que o
enfermeiro pode apoiar a tomada de decisão do utente em várias situações,
partilhar os problemas que o preocupam e ajudá-lo a decidir no seu maior
benefício. Cuidar da pessoa, que num momento da sua vida precisa de ajuda,
torna o enfermeiro na pessoa mais próxima nas dimensões física e temporal. O
utente pode contar com o enfermeiro próximo de si, durante as 24 horas.
A Continuidade dos cuidados
Toda a evolução do estado do utente é transmitida através de um processo de
partilha de informações, verbal e escrita, que permite a continuidade de
cuidados. A preparação para a alta é uma área de intervenção de enfermagem
que se inicia logo após a admissão do utente, com vista à promoção da
autonomia, à readaptação funcional e à aprendizagem de novas capacidades,
que permitirá ao utente/família/pessoa significativa a adaptação a uma nova
situação de vida com maior segurança e confiança no futuro. O cuidado ao
utente não termina com a sua saída, a continuidade de cuidados é assegurada
e a partilha de informação é mantida através do relatório de enfermagem. O
contacto com o serviço pode ser efetuado sempre que surja alguma dúvida,
necessidade de apoio ou de informação. Em qualquer das situações e, sempre
que necessite, o utente pode contactar o seu enfermeiro.
Enfª Marina Castro
Enfermeira Especialista em Enfermagem Medico Cirúrgica
Presidente do Conselho de Enfermagem da Secção Regional da Madeira
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