2012 - abril - Química e Derivados Atual 5120.indd 73 de 24ºC, o que torna a operação segura em remediações de hidrocarbonetos, por exemplo. Mas não foi só a patente adquirida da Unicamp o trunfo para os projetos com POAs estarem indo bem e despertando o interesse de grandes corporações da área de distribuição de combustível que possuem muitos passivos ambientais, segundo revelou o outro diretor técnico da empresa, Samar dos Santos Steiner. “Descobrimos um meio de aplicar melhor os reagentes, por meio de outra patente nossa, um equipamento montado em um caminhão, que pode misturar vários tipos de oxidantes e redutores, com sondas e sob alta pressão, com uma metodologia que controla a profundidade, a vazão e a concentração do processo reagente exatamente nos locais necessários”, explicou Steiner. Segundo ele, a combinação do Fentox com o equipamento inclui ainda um detalhe importante da aplicação: dosar e visar o POA primeiro para atacar a fase adsorvida dos contaminantes no solo. “Assim não dá rebote, ou seja, a água não corre o risco de voltar a passar pela contaminação no solo”, disse. Egressos de várias outras grandes empresas de remediação (Aecom, Geoklock etc), tanto Steiner como Bárbara afirmam que o normal no mercado, quando os POAs são a tecnologia empregada, é atacar apenas a água subterrânea contaminada. “Só que a contaminação é dinâmica, se a fase adsorvida não for eliminada primeiro, depois o lençol volta a se contaminar”, complementou Bárbara. Um erro comum dos primeiros casos de aplicação de Fenton no Brasil, segundo Bárbara, é a forma pouco estudada e primitiva como os dois reagentes (o catalisador metálico e o oxidante, peróxido de hidrogênio) são dosados. “As empresas simplesmente colocam um tambor de cada lado e, com uma sonda perfuratriz, injetam os produtos 73 t Wilson Jardim, que permite aplicar a tradicional tecnologia Fenton (peróxido de hidrogênio + catalisador de ferro) com muito mais eficiência em solos e águas. A tecnologia desenvolvida por Jardim, e agora de uso exclusivo da Tratch-Mundi, faz com que a aplicação desse POA supere seus dois grandes obstáculos: o pH limitado de aplicação e o arriscado aumento de temperatura no local contaminado. “O Fentox mantém o pH ácido, necessário para a reação ocorrer, e não deixa a temperatura subir para até 60ºC, como pode acontecer no Fenton convencional, colocando em risco ambientes de alta volatilidade explosiva”, explicou o diretor técnico da TratchMundi, Marcelo Bárbara. A pesquisa da Unicamp conseguiu complexar o metal ferroso e torná-lo possível de ser aplicado com pH de três a dez, sem necessidade de acidificação do solo ou da água, e também controlou a temperatura da reação (isotermia) em uma média 73 t 04/05/2012 20:08:02