ÍNDICE - 19/06/2005
Correio Braziliense........................................................................................................2
Política......................................................................................................................................................2
Benedito irredutível........................................................................................................................................2
Assessor sob suspeita ..................................................................................................................................3
O Globo ..........................................................................................................................4
O País .......................................................................................................................................................4
Assessor do PP é apontado como executivo do mensalão..........................................................................4
O Estado de S.Paulo .....................................................................................................5
Nacional ...................................................................................................................................................5
Assessor de Janene é o ´homem da mala´ no PP, diz Época......................................................................5
Folha de S.Paulo............................................................................................................6
Cotidiano..................................................................................................................................................6
Sem vacina, jovens ficam expostos a contrair hepatite B............................................................................6
PERGUNTAS E RESPOSTAS......................................................................................................................7
Jornal de Brasília...........................................................................................................8
Política......................................................................................................................................................8
Assessor é apontado como "homem da mala" .............................................................................................8
Jornal de Brasília...........................................................................................................9
Cidades ....................................................................................................................................................9
Verifique a origem da carne ..........................................................................................................................9
Jornal de Brasília......................................................................................................... 10
Cidades ..................................................................................................................................................10
Saiba se o produto é adequado ..................................................................................................................10
Revista IstoÉ ................................................................................................................ 11
Medicina & Bem Estar ..........................................................................................................................11
Ataque múltiplo............................................................................................................................................11
Revista IstoÉ ................................................................................................................ 14
Colunas ..................................................................................................................................................14
Cartas ..........................................................................................................................................................14
Medicamentos ................................................................................................................................14
Jornal de Brasília......................................................................................................... 16
Artigo......................................................................................................................................................16
Responsabilidade para todos......................................................................................................................16
Jornal do Brasil ........................................................................................................... 17
Brasília ...................................................................................................................................................17
Parto humanizado não chegou ao DF ........................................................................................................17
Folha de Rondônia (RO).............................................................................................. 18
Ji-Paraná ................................................................................................................................................18
HM oferece atendimento humanizado ........................................................................................................18
Tribuna do Norte (RN) ................................................................................................. 19
Natal........................................................................................................................................................19
Lei garante pílula do dia seguinte ...............................................................................................................19
Tribuna do Norte (RN) ................................................................................................. 21
Natal........................................................................................................................................................21
UFRN e Anvisa combaterão a propaganda enganosa ...............................................................................21
1
Correio Braziliense
19/06/2005
Política
Benedito irredutível
Mesmo ameaçado de expulsão, secretário-geral do PP afirma que vai processar
José Janene
Samanta Sallum
Pressionado para renunciar à presidência regional do PP, o ex-vice-governador
do Distrito Federal Benedito Domingos mantém a ofensiva contra o líder do partido na
Câmara, José Janene (PR). Ele anunciou ontem que vai processar Janene por calúnia
e difamação. Benedito se refere a Janene como a "porta da esperança" dos deputados
pepistas em busca de ajuda financeira.
Ex-tesoureiro e atual secretário-geral do PP, Benedito incita um movimento
interno para afastar Janene da liderança na Câmara. "Ele está sujando o partido.
Todos nós estamos pagando o preço por uma situação que ele é o responsável. O PP
também terá de cortar na carne", disparou. Benedito afirmou, em entrevista ao Correio
Braziliense, que Janene repassava dinheiro a deputados pepistas em sua casa, na 311
Sul. Devido ao entra-e-sai de parlamentares do partido, o local era conhecido como
"pensão". A afirmação engrossa as denúncias de pagamento do tal "mensalão" a
deputados para apoiar o governo federal.
Mesmo ameaçado de expulsão, o ex-vice-governador não recua do confronto.
Vai processar Janene porque este o acusou de fraudar uma ata de reunião do PP, em
abril, para prorrogar o mandato. "Eu posso provar que não houve ato ilegal meu algum
e a Justiça Eleitoral negou todos os recursos que eles tentaram para me tirar do
comando regional do partido", afirma. Segundo Benedito, tudo não passa de manobra
para que o senador Valmir Amaral (PP-DF) assuma o seu lugar. "Querem entregar o
partido a uma pessoa que não conhece nem mesmo um filiado nosso. É a imposição
do poder econômico", critica ele pelo fato de Amaral ser um empresário bem-sucedido.
O ex-vice-governador do DF conta ainda que recebeu recado de intimidação.
"Janene ligou para minha casa, na semana passada, e mandou recado por meu filho
dizendo que iria me expulsar, caso eu não promovesse a dissolução do diretório
regional do partido para que Amaral assumisse meu lugar", conta. Domingos denunciou
que recebeu oferta de dinheiro para que entregasse o comando do PP-DF ao senador,
recém-filiado após deixar o PMDB.
Ele garante que apesar de ter sido tesoureiro do PP, não tinha acesso a
movimentação financeira na casa de Janene. "Eu era o tesoureiro oficial, mas esse tipo
de negócio não passa pelo partido. Mas eu sabia que existia ajuda por fora pelo
Janene. Ele era a 'porta de esperança' dos deputados", ataca.
Prejuízo
Domingos vai se encontrar segunda-feira com o presidente do PP, deputado
Pedro Corrêa, para conversar sobre a crise interna no partido. "Eu não quero prejudicar
ninguém. Mas também não aceito ser prejudicado". Ele afirma que não deixará o
partido. "Não teria prejuízo algum em sair do PP. Já tive conversas com lideranças de
outros partidos, já recebi convites. Mas tenho história no PP, sou fundador, não quero
abandoná-lo". Domingos também dirige farpas ao colega de partido Wigberto Tartuce.
"Ele apóia Janene. Não tem compromisso com a história do partido e até hoje não
explicou o desvio de recursos do FAT", alfineta.
2
Nas conversas, o PMDB está incluído. Domingos não descarta se aliar
novamente ao governador Joaquim Roriz. Depois de três anos sem falar com o exaliado, não fecha portas. "Em política não existe mágoa." Em 2002, Benedito rompeu
com Roriz para lançar candidatura própria ao GDF e depois apoiou, no segundo turno,
o PT. Janene preferiu não fazer declarações ontem sobre as denúncias. Por meio da
assessoria de imprensa da liderança, informou que vai tomar também as medidas
judiciais cabíveis para rebater as acusações de Benedito Domingos. Procurado, o
deputado distrital Wigberto Tartuce (PP) não foi localizado para comentar as
declarações de Benedito Domingos.
Assessor sob suspeita
Da Redação
A revista Época traz na capa desta semana um personagem que muita gente de
Brasília vai se lembrar de ter visto nos corredores do Congresso Nacional. É o
assessor João Cláudio Genu, braço direito do líder do PP, José Janene, apresentado
como o "homem da mala" do mensalão dentro do partido. A reportagem conta que uma
das tarefas de Genu era buscar o dinheiro em São Paulo e cita ainda a vida misteriosa
e o "patrimônio invejável" construído pelo ex-assessor na cidade, como uma casa de
luxo no Park Way, apartamento no Setor Sudoeste, com rendimentos incompatíveis
para tanto.
A revista revela ainda que, para pagar propina aos parlamentares, o PP montou
um sistema de arrecadação semelhante ao que o ex-diretor dos Correios Maurício
Marinho revelou quando foi filmado por supostos empresários. Os apadrinhados em
postos-chaves do governo garantiriam a mesada.
O PP tem indicados espalhados em cargos de segundo escalão na Petrobras,
em Furnas, no Instituto de Resseguros do Brasil (IRB) e na Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa). E era o fruto da arrecadação nesses postos que Genu
iria buscar em São Paulo. De volta a Brasília, o dinheiro era distribuído em envelopes,
às vezes no apartamento de Janene, outras na própria Câmara dos Deputados.
À revista IstoÉ, onde também é citado, Genu disse que essas viagens seriam
para acompanhar Janene ao médico, mas não deu o nome da clínica. Genu não
aparece para trabalhar há 20 dias. Está mergulhado desde que o presidente licenciado
do PTB, Roberto Jefferson, denunciou o chefe de Genu como um dos canais do
mensalão. No gabinete do líder pepista também ninguém sabe onde ele anda. Chegase a dizer que nunca trabalhou lá. Ninguém precisa ir longe para saber que as
secretárias estão mentindo. Basta ver os registros da Câmara. Ontem, o pepista negou
qualquer envolvimento de seu assessor.
3
O Globo
19/06/2005
O País
Assessor do PP é apontado como executivo do mensalão
BRASÍLIA. A revista "Época" desta semana identifica mais um personagem do
suposto esquema de pagamento de mesada para parlamentares da base governista:
João Cláudio Carvalho Genu. Chefe de gabinete do líder do PP, José Janene, ele é
apontado pela própria bancada como o principal executivo na operação do mensalão.
Segundo a revista, diferentemente da acusação feita pelo deputado Roberto
Jefferson (PTB-RJ), o dinheiro dos deputados do PP não seria entregue pelo tesoureiro
do PT, Delúbio Soares. O partido teria um esquema de arrecadação semelhante ao do
PTB. Apadrinhados indicados para cargos-chaves, como diretores na Petrobras, em
Furnas, no IRB e na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), arrecadariam
o dinheiro, que segundo a reportagem, chegaria a Brasília com emissários ou Genu.
Ele faria a entrega para os parlamentares em envelopes.
Os valores variavam de R$ 5 mil a R$ 30 mil, dependendo do político. Os
pagamentos seriam feitos no apartamento do próprio Janene, conhecido como "a
pensão", na liderança do PP na Câmara ou na casa que Genu mantém para festas no
bairro Park Way, em Brasília.
Desde a denúncia do mensalão, Genu sumiu da Câmara e no escritório de
Janene informa-se que ele não trabalha lá.
4
O Estado de S.Paulo
19/06/2005
Nacional
Assessor de Janene é o ´homem da mala´ no PP, diz
Época
O OPERADOR: João Cláudio Carvalho Genu, assessor do líder do PP na
Câmara, José Janene (PR), é apontado pela revista Época desta semana como o 'o
homem da mala', 'responsável pela logística da operação' no esquema de propina para
compra de apoio de deputados, peça-chave do mensalão no PP. Com salário de R$
5.720 como assessor na Câmara, Genu conseguiu amealhar patrimônio entre R$ 1,5
milhão e R$ 2 milhões, que, segundo levantamento da revista, inclui um apartamento
de luxo, uma casa no setor de mansões de Brasília, cinco carros, dois deles
importados.
Mas Genu declarou ao fisco ter ganho menos de R$ 80 mil em 2004. Depois que
Janene foi citado pelo presidente licenciado do PTB, Roberto Jefferson, como um dos
'operadores' do mensalão, o assessor desapareceu da Câmara. A revista chegou a seu
nome 'ao longo de semanas de apuração', colhendo depoimentos com 'deputados,
assessores, ex-funcionários de Janene e da bancada do partido'. O esquema no PP,
destaca a Época, não se daria da forma descrita por Jefferson, com o tesoureiro do PT,
Delúbio Soares, fazendo a entrega da ajuda financeira. Ao contrário, diz a revista, 'o
partido de Janene teria esquema de arrecadação muito semelhante ao do PTB de
Jefferson'. Atuando nas estatais em que tem apadrinhados, o partido teria garantido
fonte própria de arrecadação. O dinheiro chegaria a Brasília 'trazido por meio de
emissário ou pelo próprio Genu'. O PP, lembra a Época, tem diretores na Petrobrás,
em Furnas, no Instituto de Resseguros do Brasil e na Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa). O local de entrega do dinheiro varia: a sala da bancada ou o
apartamento de Janene, apelidado de 'a pensão'. Um funcionário do PP explicou à
revista que a negociação do partido, comandada por Janene, seria por cargos e
principalmente pela 'liberdade de fazer negócios com eles'. Por isso, explica a fonte,
não estariam interessados na visibilidade de um posto de ministro, mas 'nos cargos
estratégicos nas estatais, como diretorias financeiras, porque é onde aparecem
oportunidades de negócios'.
5
Folha de S.Paulo
19/06/2005
Cotidiano
Sem vacina, jovens ficam expostos a contrair hepatite B
FERNANDA BASSETTE DA REPORTAGEM LOCAL
Levantamento feito pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo mostra
que 40% das crianças e jovens com até 19 anos não estão vacinados contra a
hepatite B -uma das formas mais agressivas da doença-, que pode evoluir para cirrose
hepática, insuficiência renal e até mesmo câncer no fígado. A vacina para
adolescentes está disponível na rede pública desde 2001. Para recém-nascidos, a
vacina é grátis desde 1998.
O número de adolescentes desprotegidos preocupa especialistas porque a
doença é facilmente transmitida durante a relação sexual sem proteção. Por isso, os
jovens estão mais expostos ao risco.
"Todos os jovens devem ser vacinados. É nessa idade que eles iniciam a vida
sexual, e a vacina garante uma proteção de 95%", afirmou o infectologista Roberto
Focaccia, coordenador do grupo de hepatites do Hospital Emílio Ribas, em São Paulo.
Focaccia reforça, no entanto, que é preciso mais divulgação dos riscos de
contaminação porque é muito difícil convencer um adolescente de que é preciso ser
vacinado. "Normalmente, o jovem resiste. Para minimizar o risco, a cobertura da
vacina teria de atingir, no mínimo, 90% dos jovens."
Em 2004, cerca de 240 mil doses da vacina por mês foram aplicadas em todo o
Estado de São Paulo. Em julho, mês de férias e quando há maior divulgação, foram
aplicadas 366 mil doses.
A coordenadora da Divisão de Imunização da Secretaria de Estado da Saúde,
Helena Sato, reforça que, para ter eficácia, a pessoa deve tomar as três doses da
vacina. Após a aplicação, há um descanso de um mês e depois uma pausa de seis
meses para a terceira dose.
"Muita gente toma uma dose e não volta mais a procurar o posto de saúde.
Nesses casos, a imunidade não é atingida", alerta.
O vírus que causa a hepatite B (HBV) é transmitido pelo sangue e, após a
infecção, concentra-se quase que totalmente nas células do fígado. Uma das principais
formas de contaminação é maternal -de mãe para filho- no momento do parto.
Estima-se que 10% dos infectados se tornem doentes crônicos e que os outros
90% fiquem portadores. Eles podem nunca desenvolver a doença, mas são
transmissores em potencial, especialmente quando não sabem do problema. O
tratamento começa somente quando há lesão no fígado.
Uma nova droga, que está em aprovação na Anvisa (Agência Nacional de
Vigilância Sanitária), poderá vir a ser usada no tratamento precoce da doença, antes
que haja lesão no fígado. "Ainda não há um consenso, mas a droga é um potente
antiviral", diz o hepatologista Mário Guimarães Pessôa, presidente da Associação
Paulista para Estudo do Fígado.
Segundo o hepatologista Raymundo Paraná, que é coordenador do grupo de
estudos de hepatite Brasil-França, o novo medicamento não cura a doença, mas
bloqueia a replicação viral. "Esse medicamento é mais potente e vai ajudar pacientes
resistentes a outros remédios."
6
PERGUNTAS E RESPOSTAS
1-QUEM DEVE TOMAR A VACINA DA HEPATITE B?
Todos os recém-nascidos, todas as crianças e adolescentes com até 19 anos
que ainda não tenham sido vacinadas, profissionais da área de saúde que tenham
contato com sangue, profissionais do sexo, presidiários, carcereiros, manicures,
podólogos, bombeiros, policiais e homossexuais.
2-COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?
Por meio do exame de sangue específico, que identifica o vírus da hepatite B.
3-TODOS DESENVOLVEM DOENÇA NO FÍGADO?
Não. Estima-se que 10% dos infectados tornam-se doentes crônicos e que os
outros 90% fiquem portadores do vírus.
7
Jornal de Brasília
19/06/2005
Política
Assessor é apontado como "homem da mala"
Chefe de gabinete de José Janene, seria o operador do "mensalão"
João Cláudio Genu, assessor do deputado José Janene, líder do PP na Câmara,
seria o "homem da mala" do "mensalão", esquema de pagamento a deputados
denunciado pelo deputado Roberto Jefferson, do PTB. É o que afirma a revista Época
em sua edição desta semana.
Segundo a publicação, ele seria um dos principais operadores do esquema. A
matéria informa que, procurado nas últimas semanas no gabinete do deputado Janene,
Genu não foi encontrado e uma secretaria informou que ele não trabalharia lá.
Genu acabou sendo localizado e negou as acusações, mas a revista insistiu na
denúncia, ouvindo outras fontes, e salientou que chegou ao nome do assessor, após
semanas de apuração, inclusive com a ajuda de informações de deputados,
assessores, ex-funcionários de Janene e de fontes da bancada do PP, que contaram,
em detalhes, como funcionaria o esquema do mensalão.
ConfiançaSegundo a matéria, o dinheiro não era entregue diretamente pelo
tesoureiro do PT, Delúbio Soares. Genu é que seria o encarregado da distribuição.
Janene disse que as acusações eram uma calúnia. "Confio no meu assessor e vou
mantê-lo no cargo", afirmou.
O líder do PP defendeu Genu, com quem trabalharia há mais de um ano, pelo
salário de R$ 7,8 mil, como chefe de gabinete. Janene disse que o advogado do
assessor apresentará amanhã suas declarações de Imposto de Renda.
O esquema de arrecadação do PP seria similar ao do PTB de Jefferson,
envolvendo altos funcionários em estatais garantindo a arrecadação. O PP posicionou
diretores na Petrobras, em Furnas, no Instituto de Resseguros do Brasil e na Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
De acordo com a reportagem da Época, o dinheiro chegaria a Brasília por meio
de emissários ou do próprio Genu. A distribuição do pagamento seria feita em
envelopes contendo quantias que variam R$ 5 mil a R$ 30 mil, conforme a importância
do político beneficiado. A entrega da "pensão" - conforme foi batizada pela própria
bancada do PP - vinha sendo feita, por vezes no apartamento do próprio Janene, ou no
gabinete da liderança do partido, ou ainda, numa casa mantida por Genu para dar
festas, localizada no Park Way.
A revista chegou a fazer um levantamento do patrimônio de João Cláudio Genu,
segundo qual, "o assessor é dono de um apartamento de luxo, uma casa no setor de
mansões de Brasília e cinco carros, dois deles importados. Numa primeira avaliação,
nos últimos cinco anos ele teria amealhado entre R$ 1,5 milhões a R$ 2 milhões.
Metade disto, só no governo atual".
8
Jornal de Brasília
19/06/2005
Cidades
Verifique a origem da carne
Além de arroz, a Superintendência Federal de Agricultura no DF apreendeu, este
ano, 17,4 toneladas de feijão. No ano passado, foram 146 toneladas contra 3,2
toneladas, no ano anterior. Os produtos de origem animal também estão na mira da
fiscalização. Em 2004, foram recolhidas 41,4 toneladas que estavam impróprias para o
consumo.
O problema maior encontrado com a carne é origem desconhecida do produto.
Segundo os fiscais do Ministério da Agricultura, o DF por ser um bom mercado atrai os
vendedores de carne clandestina, principalmente do Entorno. "Eles trazem carne até no
porta-malas do carro para comercializar aqui", ressalta Alfredo Santos, da
Superintendência Federal da Agricultura no DF.
O maior volume de apreensão de alimentos pela Diretoria de Fiscalização da
Secretaria de Agricultura é de carne e derivados. Este ano, até abril, foram apreendidas
3,2 toneladas; no ano passado, foram 9,5 toneladas e, em 2003, 10,9 toneladas. A
mercadoria apreendida vai para a Câmara Fria da Secretaria, que está no Setor de
Indústria e Abastecimento (SIA). O que não é próprio para consumo nem de animais, é
incinerado.
Na tentativa de evitar que a carne clandestina chegue ao comércio, os fiscais da
Secretaria de Agricultura fazem uma patrulha volante periódica nas barreiras. A
Superintendência Federal de Agricultura no DF também monta blitz e campanas nas
rodovias de acesso a Brasília, para barrar a carne clandestina.
O alimento, quando inspecionado, recebe o Selo de Inspeção Federal (SIF), se
vier de outro estado, e o Selo de Inspeção Distrital (SID), se forem produzidos no DF. O
consumidor precisa estar atento e deve olhar o aspecto, a data de validade e a origem
dos produtos.
O aposentado Joaquim Gonzaga, 66 anos, não se furta à tarefa de fazer
compras para casa e olhar, com cuidado, as mercadorias que está levando. Ele
garante que só compra carne se ela estiver vermelha. "Também não esqueço da data
de validade e observo se não tem furo na embalagem. Prefiro que o açougueiro corte
na hora, porque aí a gente escolhe melhor o produto", ensina.
A Vigilância Sanitária retirou do comércio, no ano passado, 66,6 toneladas de
alimentos impróprios para o consumo. A multa para o comerciante, nestes casos, pode
chegar a R$ 2 milhões. Do total apreendido, 41 toneladas só de carne bovina. "O
consumidor deve passar longe de carne que apresenta coloração azulada, pois este é
um sinal claro de deteriorização", ensina Joelita de Oliveira, inspetora de saúde.
9
Jornal de Brasília
19/06/2005
Cidades
Saiba se o produto é adequado
O melhor fiscal é o próprio consumidor. É o que lembra a inspetora de saúde
Joelita de Oliveira, acrescentando que a primeira observação deve ser sobre as
condições de armazenamento do produto. Portanto, nada de esquecer da data de
validade, de fabricação e a temperatura em que está submetido o alimento.
Como o consumidor não é nenhum técnico, para ver se o produto está
submetido a uma temperatura adequada, deve usar os sensores. Com a ponta dos
dedos, é possível identificar se o alimento está congelado ou apenas resfriado (veja
quadro com dicas). "Se tiver parte congelado e parte resfriado, o consumidor deve
descartar logo de cara, pois não está numa temperatura adequada", afirma Joelita.
Cuidado também com frios. Produtos muito empilhados e que não são fatiados
na hora não são aconselháveis. Os embutidos, juntamente com as carnes, são os
produtos que mais apresentam problemas, informa a Vigilância Sanitária. Joelita
mostra que a atenção ser redobrada com o peixe cru. "As guelras precisam estar
vermelhas e o olho brilhante. Além disto, o dedo não pode afundar no peixe", ensina a
inspetora da saúde.
Olho vivo não só no frango cru, vendido no supermercado. Fique atento também
ao frango assado, vendido nas ruas, sem procedência. "É o tipo do alimento que está
sujeito a uma infinidade de agentes que contaminam, como a poeira. Mesmo assado,
oferece riscos à saúde, pois o carvão possui propriedades cancerígenas", afirma
Joelita.
10
Revista IstoÉ
19/06/2005
Medicina & Bem Estar
Ataque múltiplo
Remédios novos ajudam a controlar a diabete, melhoram o colesterol e até
emagrecem
Lena Castellón - San Diego - Colaborou Aécio Santiago, Fortaleza
Há enfermidades que causam uma espécie de cataclismo no corpo. Geram
eventos tão variados que requerem muito esforço para que o organismo não sucumba
à sua ação múltipla. Nessa situação se enquadra a diabete, mal caracterizado pela
dificuldade de absorção da glicose (açúcar) pelas células, resultando em excesso da
substância na circulação sangüínea. Isso é provocado pela deficiência na produção ou
ação do hormônio insulina, responsável por "abrir" as portas das células para a entrada
da glicose. No mundo, calcula-se que 194 milhões de pessoas sofram do problema,
dos quais 11 milhões são brasileiros. Esses indivíduos não conseguem converter
adequadamente o alimento em energia, conseqüência direta da disfunção. Mas não é
só isso. Se ela não for controlada, pode abalar a saúde dos vasos sangüíneos, do
coração, dos olhos, dos pés e facilitar a ocorrência de outros problemas, como a
impotência. É vital, portanto, que o diabético controle a enfermidade.
O desafio não é simples. Descrita pela primeira vez pelo médico Areteu da
Capadócia (Grécia) por volta de 70 d.C., a diabete é uma doença complexa que
envolve processos bioquímicos, alguns até hoje pouco esclarecidos. Além disso, a
doença está dividida em três formas. Uma é a gestacional porque ocorre na última fase
da gravidez devido a alterações hormonais. Em geral, desaparece após o nascimento
do bebê. A do tipo 1 é uma doença auto-imune. O organismo não reconhece as células
beta, responsáveis pela produção da insulina, e o sistema de defesa as destrói. Sem
elas, é preciso fazer a reposição da insulina. A do tipo 2 está associada ao estilo de
vida, principalmente à obesidade. Comer com exagero eleva a quantidade de glicose
no corpo, que é obrigado a liberar mais insulina. Isso pode levar a uma sobrecarga
desse mecanismo e dificultar a fabricação do hormônio.
Apesar dessa complexidade, a medicina desvenda formas de inibir os agentes
que contribuem para agravar o mal. Parte dos avanços foi apresentada na semana
passada durante o 65º Congresso da Associação Americana de Diabetes (ADA), na
Califórnia. Entre as descobertas divulgadas destacaram-se estudos com remédios de
novíssima geração que vão além do objetivo primário. Os produtos controlam a
glicemia (taxa de açúcar no sangue) e ainda ajudam a corrigir o colesterol alterado, e,
em determinados casos, emagrecem. Foi o que ocorreu com o exenatida, primeira
droga de uma linha promissora a chegar ao mercado, à dos miméticos de incretina (ou
GLP1). Trata-se de uma substância injetável similar ao hormônio incretina, que reduz a
produção de glicose e estimula a secreção de insulina em resposta à ingestão de
alimento. O GLP1 também promove a sensação de saciedade.
Peso - Uma pesquisa internacional que durou 82 semanas e envolveu 265
pacientes revelou que o produto, usado duas vezes por dia e acrescido a um esquema
medicamentoso convencional, melhorou a glicemia, aumentou a porção boa do
colesterol (HDL) e promoveu uma redução de peso de 4,6 quilos, em média. No braço
brasileiro do estudo, que acompanhou 21 pessoas, a média foi de cinco quilos. "É um
caminho entusiasmador", afirma a endocrinologista Rosa Maria Vargas, do Centro de
Diabetes de Curitiba. No Ceará, a endocrinologista Adriana Costa e Forti também
11
acompanhou pacientes. "A perda de peso foi a conquista mais comemorada entre
eles", diz. Por enquanto, o exenatida, do laboratório Eli Lilly, está sozinho no mercado.
Mas há outro remédio do gênero em estudo, que pode ser liberado em 2007. É o
liraglutide, do Novo Nordisk.
Também foram discutidos os efeitos de uma droga contra a síndrome
metabólica, uma combinação de alterações que eleva o risco cardíaco e aumenta os
perigos da diabete do tipo 2, como colesterol alto e hipertensão. Uma de suas
características é a gordura acumulada na cintura, a que mais ameaça a saúde. "Há de
90 a 100 substâncias nessa gordura. Entre elas, estão algumas que fazem o corpo
resistir à insulina", diz o médico Alfredo Halpern, da Sociedade Brasileira de Diabetes
(SBD). Se uma pessoa tem a síndrome, estima-se que o risco de desenvolver diabete
seja aumentado em cinco vezes. Daí, a necessidade de lutar contra ela. Criado pelo
laboratório Sanofi-Aventis, o rimonabant promete ajudar, diminuindo a circunferência da
cintura. Agora, um estudo com 1.045 pacientes durante um ano sugere que a droga,
que pode ser lançada em 2006, reduz a glicose e melhora o colesterol. Há mais um
composto para diabéticos do tipo 2 prestes a ser lançado. É o muraglitazar, da BristolMyers Squibb e Merck. Segundo pesquisas, a droga melhorou o nível de HDL e reduziu
os triglicérides (outro tipo de gordura).
Na linha das insulinas, uma das novidades mais aguardadas é a inalável. São
produtos de ação rápida usados antes das refeições. O spray lembra os utilizados
contra a asma. Para quem tem de tomar picadas cinco vezes por dia, padrão comum, a
diminuição para duas (de manhã, em jejum, e à noite) alivia. "Ela facilita a adesão ao
tratamento", observa o médico Antônio Chacra, da Universidade Federal de São Paulo.
Um dos pontos críticos é a suspeita de que comprometa as funções pulmonares. No
entanto, estudos apresentados no encontro parecem acabar com o receio.
Possivelmente, o primeiro spray com insulina a entrar no mercado brasileiro - há mais
três produtos do gênero em pesquisa - seja o Exubera, da Pfizer e da Sanofi-Aventis.
Outro trabalho, feito em Israel, revelou mais um caminho: o adesivo de reposição. Ele
propõe o uso de um aparelho que abriria microcanais na pele por meio de
radiofreqüência. Sobre a área, seria colocado um patch que liberaria a insulina. Mas a
pesquisa é inicial.
Passos atentos: acaba de ser lançado mais um teste para avaliação do estado
do pé do diabético, um dos alvos atacados pela doença. O exame é oferecido pelo
laboratório Fleury (SP). São avaliadas a sensibilidade, a circulação, o aspecto geral (se
há lesões ou até calo) e a forma como a pessoa pisa. "O paciente pisa numa placa que
registra onde ele faz mais pressão (na imagem, em vermelho). Com esses dados,
pode-se recomendar uma palmilha e evitar ferimentos", diz o endocrinologista André
Reis.
Reconstrução - Fora do campo dos remédios, uma das maiores esperanças está
na terapia com células-tronco, estruturas que se transformam em qualquer célula. Em
Ribeirão Preto (SP), sete diabéticos do tipo 1 se submeteram a uma pesquisa iniciada
no campus local da Universidade de São Paulo. "Como a diabete do tipo 1 é uma
doença auto-imune, tentamos reconstruir o sistema imunológico para que ele não
ataque mais as células beta", explica Júlio Voltarelli, da USP. Cinco voluntários não
fazem mais aplicações de insulina. Para um, não houve alterações. O sétimo se
recupera do tratamento, feito há cerca de 15 dias. "Não sabemos se o benefício é
permanente. Por isso, não falamos em cura", diz o médico. Outra promessa são os
transplantes de ilhotas pancreáticas.
Com avanços como esses, seria natural esperar que o controle da doença
estivesse melhor. No entanto, estamos longe disso. Por isso, deve-se trabalhar na
prevenção. "Quem reduz 5% do peso e faz exercícios três vezes por semana diminui o
risco de se tornar diabético em 58%", informa Leão Zagury, presidente da SBD. Estar
12
atento aos riscos e sinais de que algo está errado é outra medida. "No diagnóstico,
20% dos diabéticos já apresentam complicações. E, quando se fala apenas dos
portadores do tipo 2, esse índice sobe para 50%", alerta o especialista Freddy
Eliaschevitz, do Hospital Albert Einstein, de São Paulo. Difundir a informação também é
alternativa. É o que vem acontecendo na série Malhação, da Rede Globo, voltada para
os adolescentes. O tema deste ano é saúde e o personagem Gustavo (Guilherme
Berenguer) tem diabete e está aprendendo a se cuidar. "É uma oportunidade de
discutir a doença e mostrar que é possível levar vida normal", afirma Ricardo
Hofstetter, autor do seriado.
A repórter viajou a convite do laboratório Eli
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Revista IstoÉ
19/06/2005
Colunas
Cartas
Medicamentos
Foi com grande interesse que li a reportagem "Você sabe o que está tomando?"
(ISTOÉ 1860). O alerta da capa foi ainda mais apropriadamente contundente. O
usuário de remédios não deve ser considerado um mero consumidor, mas sim um
cidadão inserido dentro de um sistema de saúde que o respeite e o proteja. O acesso
aos remédios, restrito apenas à disponibilidade de dinheiro e à vontade de quem os
compra, cria distorções e desperdícios muito grandes para o País e perigos
importantes para o usuário. Nos países mais desenvolvidos, a segurança do paciente é
assunto prioritário na reestruturação dos sistemas de saúde. E é fácil entender o
porquê, pois os eventos adversos são responsáveis, nos EUA, por cerca de 40 mil a 90
mil mortes anualmente, com custo relacionado em torno de dezenas de bilhões de
dólares. A magnitude desse problema é até mesmo maior do que o representado pelos
acidentes automobilísticos! No mês de maio pp foi realizado o 2º Congresso Paulista de
Anestesiologia (Copa) ao qual compareceram mais de 1.200 especialistas de todo o
País. Nesse evento foi firmado um protocolo de intenções entre a Sociedade de
Anestesiologia do Estado de São Paulo (SAESP) e o Centro para o Desenvolvimento
da Segurança do Paciente da Universidade de Chicago, para a criação de um Centro
de Estudos para a segurança do paciente no Estado de São Paulo. O objetivo dessa
iniciativa é implementar um processo de qualidade, educação e pesquisa que possa
tornar o nosso sistema de saúde mais eficiente e seguro. Isso pode ser alcançado por
meio da adoção/adaptação de características culturais e conhecimentos atualmente
presentes na indústria petroquímica, nuclear e na aviação civil. Parabenizo os
jornalistas da revista ISTOÉ por terem abordado esse tão importante e atual problema.
Dr. Rogério L. R. Videira - Primeiro secretário - Sociedade de Anestesiologia do
Estado de São Paulo (SAESP) - São Paulo - SP
Gostaria de parabenizar a revista pela reportagem de capa. Não se pode brincar
com a saúde da população. Cabe ao poder público agir sempre, pois é dele a
responsabilidade de fiscalizar.
Marcos Tavereira - Petrolina - PE
Venho por meio desta parabenizar a revista ISTOÉ. Tal matéria serve com
certeza como um grande alerta à população a respeito do assunto, assim como cria
também uma maior conscientização sobre o perigo expresso nas medicações.
Raquel Zanella - Valinhos - SP
O alerta dado quanto aos riscos da ingestão inadequada de medicamentos veio
num ótimo momento. A atual conjuntura nacional assola a todos de preocupações,
redundando num consumo maior de medicamentos dos mais variados tipos. Há
algumas semanas vi como existem pessoas irresponsáveis atrás dos balcões das
farmácias. Fui até uma farmácia para pedir apenas algumas explicações sobre
manchas na pele e o balconista já me forneceu o diagnóstico e sugeriu uma
combinação de três medicamentos, sendo dois com base num mesmo antibiótico. Não
comprei, pois não fui lá para isso, e, após consulta com um médico especialista, fui
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informado de que se tratava de uma reação natural do organismo, não necessitando de
nenhum tratamento clínico. Apenas tempo!
Valdiney Rondon Maidana - Rondonópolis – MT
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Jornal de Brasília
19/06/2005
Artigo
Responsabilidade para todos
Na semana que passou, o ministro da Saúde, Humberto Costa, apresentou o
projeto da Lei de Responsabilidade Sanitária, que, em resumo, inspira-se na Lei de
Responsabilidade Fiscal, instituída no governo Fernando Henrique Cardoso, em maio
de 2000 e até já virou peça de campanha publicitária do PSDB para as eleições de
2006. Trata-se uma especie de código de conduta para os administradores públicos de
todo o País, que vale para os Três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), nos
âmbitos federal, estadual e municipal.
Se aprovada, a Lei de Responsabilidade Sanitária também vai estabelecer
obrigações e punições para os gestores federal, estaduais e municipais que não
cumprirem metas e compromissos firmados com a área da saúde. Depois da crise da
saúde municipal no Rio de Janeiro, o governo entende que a população brasileira não
pode ser mais punida pela má utilização da estrutura sanitária do País e que o projeto
de lei servirá para aumentar a eficácia dos pactos de gestão, estabelecidos entre as
três esferas de governo.
Nessa mesma linha de raciocínio, há quem proponha a federalização da
educação básica, a designação de um coordenador para se ocupar exclusivamente da
erradicação do trabalho infantil e a complementação da Lei de Responsabilidade Fiscal
com uma Lei de Responsabilidade Educacional.
Parece óbvio, mas, no Brasil, os administradores públicos precisam de leis
específicas para se conscientizarem de que os recursos públicos devem ser
administrados com responsabilidade, a fim que se garantam direitos os básicos do
cidadão.
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Jornal do Brasil
19/06/2005
Brasília
Parto humanizado não chegou ao DF
Somente em dois hospitais da rede pública, as parturientes têm direito ter outra
mulher como acompanhante
Lorenna Rodrigues
No dia 7 de abril, o governo federal homologou a Lei nº 11.108, que
institucionalizou o parto humanizado. A partir daquela data, toda parturiente teria o
direito de escolher um acompanhante que a estaria ao seu lado durante o parto. Mais
de dois meses depois da edição da lei, o parto humanizado não está sendo cumprido
na rede pública d Distrito Federal. Em dois hospitais - Hospital Regional da Asa Norte e
na Unidade Mista de São Sebastião - as mulheres podem escolher um acompanhante,
desde que seja do sexo feminino. Em todos os outros hospitais públicos, as gestantes
enfrentam sozinhas um dos momentos mais importantes de suas vidas.
A dona de casa Adriana dos Santos Rodrigues, 28 anos, lamenta não ter tido a
companhia do marido durante o nascimento de João Vítor, de duas semanas.
- Eu sabia que existia a lei que dizia que meu parto poderia ser assistido pelo
meu marido. Perguntei antes aos médicos, mas eles disseram que não podia, eu nem
insisti. Gostaria muito que ele estivesse do meu lado durante o nascimento do João
Vítor, é um momento difícil, me sentiria muito mais segura - afirmou.
A promotora de Defesa dos Direitos da Mulher, Márcia Milhomens, explicou que
a mulher que quiser ter acompanhante durante o parto pode entrar na Justiça.
-Tivemos um caso de uma mulher que nos pediu apoio para ter a mãe consigo
durante o parto. Fiz uma carta de recomendação ao diretor do hospital que atendeu
prontamente. Qualquer cidadã que tiver o acompanhante no parto negado pode entrar
com um mandado de segurança e garantir seu direito - afirmou
Segundo a promotora, o Ministério Público está ''dando um tempo'' para a
adaptação dos hospitais à nova lei.
- Se a resistência ao parto humanizado continuar, nós entraremos com ação
contra os diretores dos hospitais e contra o secretário de Saúde (José Geraldo Maciel),
em última instância - avisou.
O coordenador de Saúde da Mulher da Secretaria de Saúde, Avelar Holanda,
reconheceu que a lei não está sendo cumprida.
- A lei prevê regulamentação pelo , o que ainda não aconteceu. Não temos
condições de receber acompanhantes porque ficam cerca de 12 mulheres em trabalho
de parto no mesmo quarto. Um acompanhante, além de tumultuar ainda mais o local,
tiraria a privacidade de outras mulheres - explicou, acrescentando que o HRAS e a
Unidade Mista de São Sebastião permitem uma acompanhante mulher porque têm
quartos com menos parturientes.
-Acho difícil hospital público permitir acompanhante homem. É impensável
quartos particulares para cada gestante, o número de partos é muito grande - afirmou.
O informou que a adequação dos hospitais à nova regra está sendo feita, mas
destacou que a lei não fixa prazo para a regulamentação.
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Folha de Rondônia (RO)
19/06/2005
Ji-Paraná
HM oferece atendimento humanizado
A saúde pública em Ji-Paraná está passando por uma fase de importantes
transformações. A humanização do setor está ocorrendo tanto nos Postos de Saúde da
rede básica quanto nos atendimentos de emergência no Hospital Municipal (HM).
Apenas na primeira etapa de reestruturação, estão sendo investidos cerca de R$ 200
mil em recursos próprios do município.
Na próxima terça-feira, às 9h30, o prefeito José de Abreu Bianco (PFL)
inaugurará no HM as novas instalações das salas de triagem, recepção e observação
aos usuários. A nova sala de espera, por exemplo, terá 96 cadeiras anatômicas
aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), ar condicionado
central, dois consultórios internos e tevê.
Antes os pacientes no HM contavam apenas com um ambiente com pouca
ventilação e bancos de concreto. Também nesta primeira fase, todos os consultórios
médicos foram reformados e receberam ar-condicionado. Atualmente, a média diária
de atendimentos nos hospital é de 300 pacientes da cidade e de outros municípios.
As reformas se estenderam ainda às salas de observação, ortopedia, raios X, e
ao setor administrativo. Foi também implantado um novo sistema de informatização
para tornar mais eficiente o atendimento, a prestação de contas e a arrecadação junto
ao Sistema Único de Saúde (SUS). A iluminação interna e os banheiros também
foram recuperados.
Os setores onde funcionam o laboratório de análises clínicas, a pediatria e a
maternidade também estão sendo reformados para em breve serão entregues à
comunidade. A Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) está ampliando a oferta de
atendimento na rede básica de saúde.
Em dois dos postos de saúde de Ji-Paraná os pacientes podem realizar
consultas e exames de rotina e receber os resultados no mesmo local. Estes serviços
estão disponíveis no Centro de Saúde do bairro Santiago (Km 5) e na Clínica da
Mulher "Ceci Cunha", que atendem das 7h às 19 horas. A meta, no entanto é estender
esta facilidade a todos os doze centros municipais de saúde.
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Tribuna do Norte (RN)
19/06/2005
Natal
Lei garante pílula do dia seguinte
Em 2002 e 2003, quase 700 mil jovens com idade entre 10 e 19 anos viraram
mães, segundo dados do Sistema de Informações de Nascidos Vivos (Sinasc). Entre
as adolescentes, os casos de gravidez que não chegam ao final também inspiram
grande preocupação. Em 2004, o Sistema Único de Saúde (SUS) realizou em
pessoas dessa faixa etária mais de 48 mil curetagens, procedimentos cirúrgicos
aplicados após abortamentos, sejam provocados ou espontâneos.
A legislação brasileira assegura o direito a métodos contraceptivos. Este ano, o
disponibilizou mais um meio para evitar a gravidez indesejada: o método contraceptivo
de emergência, conhecido popularmente como a pílula do dia seguinte. O uso correto
de um método contraceptivo pode impedir a gravidez indesejada, o aborto e mortes
provocadas por intervenções mal realizadas. Conforme as autoridades de saúde,
muitas das 48.774 curetagens nas mulheres de 10 a 19 anos resultam de abortos
inseguros.
Os direitos sexuais e reprodutivos dos cidadãos e cidadãs brasileiros, entre eles
o da informação e escolha do método contraceptivo para planejamento familiar, têm
garantia na Constituição de 1988. Já a Lei Federal do Planejamento Familiar nº 9.263,
de 1996, em seu artigo 9º, estabelece que "é responsabilidade do Estado oferecer
todos os métodos e técnicas de concepção e contracepção cientificamente aceitos e
que não coloquem em risco a vida e a saúde das pessoas, garantida a liberdade de
opção".
A pílula do dia seguinte é um contraceptivo de emergência que deve ser usado
nos casos em que houve relação sexual desprotegida, como nas situações de violência
ou falha do método utilizado. "A mulher pode utilizar esse medicamento em
circunstâncias como o rompimento da camisinha, se esquecer de tomar pílulas ou
injetáveis e se houver deslocamento do diafragma ou expulsão do DIU", exemplifica a
técnica do Programa Saúde da Mulher do , Giani Cezimbra.
O método contraceptivo de emergência contém somente a progesterona, um dos
hormônios da pílula anticoncepcional comum e está disponível no mercado
farmacêutico brasileiro em várias marcas comerciais.
Não abortiva - É preciso reforçar que a pílula do dia seguinte não é um método
abortivo. Se a fecundação ainda não aconteceu, a pílula torna o meio mais hostil e
dificulta o encontro do espermatozóide com o óvulo. A pílula pode provocar o
espessamento do muco, a secreção que facilita a condução do espermatozóide até a
trompa uterina para encontro com o óvulo.
O contraceptivo de emergência é aceito pela Organização Mundial da Saúde
(OMS) e aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pela
Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), que
consideram o método como não abortivo.
A anticoncepção de emergência é um dos métodos recomendados pela Norma
Técnica de Assistência ao Planejamento Familiar do desde 1996. Também é
cientificamente aceito e recomendado pela Febrasgo, pela Sociedade Brasileira de
Reprodução Humana (SBRH), pela Federação Internacional de Ginecologia e
Obstetrícia (Figo) e pelo órgão de saúde americano Food and Drug Administrativon
(FDA).
Justiça garante acesso aos contraceptivos
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No fim de maio deste ano, a Justiça Federal determinou que a prefeitura de São
José dos Campos, no interior de São Paulo, retomasse a distribuição da pílula do dia
seguinte na rede pública de saúde municipal.
Projeto de lei municipal aprovado pela Câmara Municipal de São José dos
Campos alegava que o contraceptivo era um medicamento abortivo. O prefeito de São
José dos Campos chegou a vetar o projeto, mas seu veto foi derrubado pelos
vereadores. A decisão da Justiça considerou que a questão de planejamento familiar
deve ser tratada pela União. Segundo Giani Cezimbra, "os assuntos de saúde pública
não podem ficar submetidos a enfoques de cunho moral e religioso. O direito de acesso
tem que ser resguardado".
Para o MS, a ação judicial buscou também desestimular novas iniciativas que
comprometam a política de planejamento familiar traçada pelo governo federal.
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Tribuna do Norte (RN)
19/06/2005
Natal
UFRN e Anvisa combaterão a propaganda enganosa
A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em parceria com a
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), lançará, nas próximas semanas,
uma série de ações que visam alertar a população sobre a propaganda enganosa e a
automedicação. As ações fazem parte do Programa de Monitoração de Produtos sob
Vigilância Sanitária.
Serão lançados um CD, com a música "Farmácia não é bodega", e dois cordéis
intitulados "A história de Maria Rita que muito sofreu por acreditar em conversa fiada
de quem se mete a receitar o que não sabe" e "Remédio milagroso", os quais tecem
críticas à propaganda de alguns medicamentos na mídia. Está prevista, também, a
apresentação de um repente de viola, intitulado "Você acredita em propaganda de
remédio?". Por fim, haverá a encenação de uma peça com fantoches, a ser
apresentada na creche do Centro de Ciências da Saúde.
A UFRN vem participando do programa desde agosto de 2004. A iniciativa da
Anvisa, que envolve mais 18 universidades de todo o Brasil, tem por finalidade
monitorar a propaganda de medicamentos, alimentos e produtos de saúde nos
jornais, rádios e TVs, e consta de dois subprojetos: Aluno Multiplicador, que visa
divulgar uma visão crítica e reflexiva em relação à propaganda e os riscos que a má
publicidade pode causar; e Educação e Divulgação, que executa ações educativas
junto às escolas de ensino fundamental e médio, das quais fazem parte as ações
recém-lançadas pela UFRN.
Coordenado pela professora Maria Cleide Ribeiro de Carvalho, do Departamento
de Farmácia da UFRN, o projeto envolve, após a clipagem, análise das propagandas e
emissão de pareceres técnico-científicos, de risco sanitário e legal, pelas
universidades. Esse material é enviado à Anvisa, que, depois de analisar, pode realizar
a abertura de processo contra as empresas infratoras.
Na UFRN, o Programa de Monitoração funciona no Laboratório de Captação de
Propaganda de Produtos sob Vigilância Sanitária, no 2º andar do prédio da Faculdade
de Farmácia, na Av. Cordeiro de Farias s/n., e tem como colaboradores, além dos
professores, alunos de Farmácia, Medicina, Nutrição, Direito e Odontologia.
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ÍNDICE - 19/06/2005