CAPA OMATAPALO
arena de Luanda: Obra de qualidade
inquestionável, construída em 9 meses,
que encheu de orgulho todos os angolanos
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Daniel Miguel
ELES JÁ
MOSTRARAM
OBRA.
E AGORA?
Agora... a Omatapalo está a ser mais
requisitada do que nunca. Depois do
êxito das arenas de Malangue, Namibe
e Luanda, o grupo, nascido no Lubango,
não tem mãos a medir. neste momento
existem mais de 60 obras em curso, em 12
províncias. Os próximos desafios são
a entrada nos sectores da energia e
do petróleo e a aposta na agricultura
Jaime Fidalgo
novembro 2013 | 3
CAPA OMATAPALO
GRUPO OMATAPALO
Fundação
2003
Accionistas
Sede
Lubango
(filiais em 10 províncias:
Huíla, Namibe, Cuando
Cubango, Benguela,
Cunene, Luanda, Huambo,
Zaire, Bié e Cabinda)
51%
Luís
Nunes
Luanda
Bengo
Uíge
Lunda-Norte
Kwanza-Norte Malanje
Lunda-Sul
Kwanza-Sul
Benguela Huambo
Bié
Moxico
Huíla
Namibe
Construção
(representa
70%
da facturação do grupo)
Inclui a Siema
Cabinda
Zaire
Área de negócio
principal
Cunene
Cuando Cubango
49%
Carlos
Alves
(empresa especializada
em electricidade, canalização
e climatização) e a
Revescor
(projectos)
Outras áreas
Novas áreas em
desenvolvimento
Empregados
Facturação
Metalomecânica
(Metalosul);
Inertes
(Britasul);
Automóveis e
máquinas agrícolas
(Indagro);
Granitos
(marcas Angola, Huíla e
Caraculo);
Energia
Agricultura
Madeiras
(Emadel);
Imobiliário
(Investimo)
5000
()
Serviços
a petrolíferas
1
400
milhões
de dólares ( )
2
Site
www.omatapalo.com
(1) Número actual. (2) Estimativa para 2103.
matapalo em língua tradicional nhaneca humbe significa “estrada”.
Aquela que o grupo empresarial
com esse nome tem percorrido ao
longo dos seus dez anos de vida
não foi isenta de obstáculos. Mas
o percurso foi sempre ascendente.
Mais ainda depois de ter conquistado o coração dos angolanos com
a abertura de três arenas desportivas (Luanda, Namibe e Malange)
com uma qualidade arquitectónica e
estética que nada fica a dever ao que de
melhor se faz no mundo. “Este até nem foi o
contrato de maior volume financeiro da história da Omatapalo.
Mas foi o que gerou mais visibilidade. Nós assumimos um risco
elevado devido à exigência da obra e ao curto espaço de tempo.
Mas foi um risco calculado. Penso que estivemos à altura da responsabilidade”, diz o co-fundador Luis Nunes.
O facto é ainda mais relevante dado que para muitos angolanos,
nomeadamente os da capital, a Omatapalo era, até então, uma
ilustre desconhecida. O grupo nasceu no Lubango, em Agosto
de 2003, como uma empresa vocacionada para a construção civil
nas provincias. Nos anos seguintes expandiu-se rapidamente para
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outras capitais provinciais tornando-se uma referência para todo
o centro e sul de Angola (Namibe em 2005, Huambo e Benguela
em 2006). Hoje tem uma carteira com mais de 60 obras em curso
em 12 províncias (tendo filiais em dez delas).
Para satisfazer às necessidades internas da área de construção,
que hoje responde por 70% da facturação do grupo, a Omatapalo
criou várias unidades internas, que entretanto se tornaram empresas autonómas, servindo não só os clientes internos como também os externos. A primeira dessas unidades, a Britasul, que se
dedica à produção de inertes, surgiu em 2007. Hoje tem unidades
no Lubango e Namibe que, somadas, produzem 1,5 mil metros
cubicos por dia (o grupo está a montar uma terceira fábrica no
Cunene), havendo oito centrais de betão espalhadas pelo país.
granitos, madeiras e metalomecânica
Também no Lubango e Namibe surgiu outra indústria tradicional da região: calçadas e cubos de granito, segmento onde,
segundo os responsáveis, é a maior do sector (aplica cerca de 3
mil metros quadrados por dia). O granito, uma pedra conhecida
pela sua durabilidade e beleza, é fornecida em três variedades:
negro (marca “Angola”), cinza (“Huíla”) e rosa (“Caraculo”). Em
2008, nasceu a Siema, especializada na electricidade, sistemas de
canalização (águas e esgotos) e climatização. No mesmo segmento
existe ainda a Revescor, dedicada aos projectos de engenharia.
Mas o grande marco da história do grupo, surgiu em 2009,
com a associação ao grupo Socolil, detido por Luis Nunes, que é
o accionista de referência da Omatapalo com 51% do capital (os
restantes 49% pertencem ao co-fundador Carlos Alves, empresário
português com várias décadas de experiência no sector, a última
das quais passada em Angola). Luis Nunes, por sua vez, nasceu na
Caconda, Lubango, provem de uma familia com grande tradição
na região (o pai já era um empresário de sucesso). A Socolil actua
em áreas complementares como a extracção e transformação de
granito (a Omatapalo está no elo seguinte da cadeia de valor),
trading (Socolil Comercial) e construção de estradas (Planasul).
O grupo Socolil tem ainda uma importante vertente de produção agrícola e de animais. Luis Nunes aliás é o presidente da
CCGSA (Cooperativa de Criadores de Gado do Sul de Angola).
Mas não é (nem nunca foi) militar, conforme garantiu à EXAME,
aludindo a algumas noticias que surgiram nas redes sociais. A
sua carreira foi distinguida com o prémio de “empreendedor do
ano” na primeira edição (2011) dos prémios Sirius. Em 2012 foi
a vez da Omatapalo receber a distinção de “melhor participação
provincial” na Projekta, a feira anual da construção e urbanismo
A Omatapalo também actua no segmento do mobiliário através
da Emadel. Criada em 2011 é dona de uma fábrica, cujas origens
remontam ao periodo colonial, com uma área de 6 mil metros
quadrados e que hoje emprega 150 trabalhadores. A empresas
dedica-se à serração, secagem e transformação de madeiras (a
maioria é provenientes de Cabinda, Uige e Huambo) capaz de oferecer todo o tipo de serviços de carpintaria e serralharia e produtos finais (portas, janelas, móveis e cozinhas) com marca própria.
Dois anos depois surgiu a Indagro, dedicada à comercialização
de automóveis (Toyota) e máquinas agrícolas (Case e Doosan).
Inclui uma área de 6 mil metros quadrados de oficina e stand
que, segundo os responsáveis, engloba uma unidade de topo de
chaparia e pintura e outros serviços de assistência técnica e pós-venda. Há ainda a Investimo (promoção imobiliária) cujo prin-
O presidente da Federação Internacional julgava ser
impossivel ter os pavilhões a tempo do Mundial de
Hóquei. Na Alemanha seriam obras para dois anos
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CAPA OMATAPALO
cipal empreendimento (as obras estão em fase de conclusão) é o
condominio residencial de Mandume, no Lubango.
Em Agosto deste ano foi lançada a nova “menina-dos-olhos”
do grupo. A fábrica de metalomecânica Metasul, erguida no
Lubango, tem uma área de 40 mil metros quadrados. Representou um investimento de 50 milhões de dólares e a criação de 300
novos postos de trabalho Tem quatro grandes eixos produtivos: as
estruturas e construções metálicas, a perfilagem, os aluminios e
a fábrica de “painéis sandwich” em línha contínua que, segundo
o administrador Ulisses Amaral, é uma das fábricas mais inovadoras do sector na África Austral. “Usamos uma máquina italiana, de grande complexidade técnica, que é o estado da arte a
nível tecnológico”, justifica com orgulho.
certificação internacional terá inicio em 2014
Carlos Alves, o presidente executivo da Omatapalo, aproveita a
oportunidade para enfatizar a grande aposta que o grupo (hoje
com 50 mil trabalhadores) tem vindo a fazer na formação on the
job (no local de trabalho). Tal capacitação, de vocação eminentemente prática, vai ser complementada já no próximo ano com a
criação de um centro de formação profissional no Lubango cuja
construção terá inicio em Janeiro e deverá estar concluído no
final do primeiro semestre. “Nesse centro iremos dar primazia
à formação teórica nas áreas ligadas à engenharia e construção
civil, higiene e segurança ou qualidade”, reforça.
Deixou também a garantia que a Omatapalo irá iniciar no próximo ano o processo de candidatura à certificação internacional
segundo as normas de qualidade ISO 9000 e de ambiente 14000,
um processo que, dada a diversidade de negócios do grupo, demorará dois a três anos para ficar concluido.
A diversificação é aliás uma prioridade do grupo que já entrou
em força no segmento da energia. “A pedido dos respectivos
governos provinciais estamos a reabilitar linhas de distribuição de electricidade de média tensão no Cunene (onde também construimos a iluminação pública, ligações domiciliárias
e contadores pré-pagos), em Cabinda, em Luanda (no Zango) e
Kwanza-Sul, a somar à linha de alta tensão que vai servir a nova
siderurgia do Dande”, esclarece Ulisses Amaral. O grupo também pretende alargar a prestação de serviços e de equipamentos ao sector petrolífero e iniciar a produção de cereais (milho e
soja) em grande escala, já a partir de 2014.
Entretanto as obras de construção civil não param e estendem-se por todo o país. A maior obra em curso neste momento
resultou de uma adjudicação da Sonangol. Trata-se da edificação de 400 habitações sociais, numa área de 100 hectares, a cerca
de 20 quilómetros da vila do Soyo. O projecto prevê a constru-
ção de uma escola com 15 salas de aula, campos de jogos, centro
de saude, mercado comunitário, vias de acesso, rede de abastecimento de águas e saneamento e arquitectura paisagistica. O
projecto, suportado pelos parceiros do Angola LNG (gas natural
liquefeito), teve inicio em Agosto de 2013 e demorará dois anos a
concluir. Na mesma provincia (Zaire) a Omatapalo está a erguer
o instituto politécnico e a recuperar as ruas de Mbanza Congo.
No centro do país está a construir o edificio provincial do Bié e
a requalificar dois jardins (1.º de Maio e da Pouca Vergonha). No
Huambo é responsável pelas obras do centro de formação de jornalistas. Mais a sul, na provincia do Cuando Cubango, já se iniciou a construção do estádio de Menongue que ficará concluído
em 18 meses. No Cunene está a erguer a nova sede das direcções
provinciais, um edificio para a cultura e a requalificação de um
jardim público. Na capital da provincia (Ondjiva) a Omatapalo
decidiu investir na construção de um edificio misto (habitações,
escritórios e área de comércio e restauração) que estará pronto
em 2015. “Cremos que faz falta à cidade um edificio com estas
caracteristicas”, resume Ulisses Amaral.
A Huíla continua, no entanto, a ser o centro da actividade do
grupo. Neste momento estão em curso várias obras no Lubango
tais como a construção da ala de pediatria do hospital, o edificio
BCI, agências para os bancos BANC e BCA, as infra-estruturas
para a cooperativa Nosso Zimbo, a sede do comando provincial
ou o heliporto. É também nesta cidade que o grupo construiu
os seus projectos mais emblemáticos. Carlos Alves recorda, em
particular, o projecto do instituto superior politécnico que tem
uma arquitectura moderna e original ou o resort de eco-turismo
Pululukwa, inaugurado em Agosto do ano passado, feito à base de
materiais tradicionais (caso do granito). O resort está localizado
na estrada da Tundavala que o grupo também recuperou. Destaca-se o detalhe da zona do miradouro estar revestida a pedra
de calçada de granito rosa, algo que reforçou a monumentalidade
do maior ícone turistico da cidade.
O que distingue a omatapalo das rivais
Questionado sobre os projectos mais complicados de executar,
Carlos Alves recorda a obra do Hotel Serra da Chela 2, que tinha
que estar pronta antes do CAN. “Fizemos um hotel com 60 quartos em 90 dias”. Mas o verdadeiro “milagre” foram os três pavilhões multi-usos em Malange (para o torneio internacional Zedu,
em Agosto) e no Namibe e Luanda (para o Mundial de Hoquei
em Patins, de Setembro), erguidas em apenas nove meses. “O presidente da Federação Internacional de Patinagem, aquando da
visita de inspecção em Fevereiro, dizia ser impossivel ter os pavilhões prontos a tempo. Na Alemanha eram obras para demorar,
OBRAS EM CURSO
No total são mais de 60, em 12 provincias
CABINDA
3 Reabilitação de linha de média tensão
ZAIRE
3 400 habitações sociais
3 Escola, campo desportivo, centro de saúde, mercado
3 Vias de acesso, ETAR, ETA, posto de combustível
3 Instituto Politécnico do Zaire
3 Recuperação das ruas de Mbanza Congo
LUANDA
3 Reabilitação de linha de média tensão (Zango)
BENGO
3 Construção de linha de alta tensão (Dande)
KWANZA-SUL
3 R eabilitação de linha de média tensão
BIé
3 E difício provincial e dois jardins
HUAMBO
3C
entro de formação de jornalistas
HUíLA
3 Ala de pediatria do hospital
3 Edifício BCI
3 Infra-estruturas do projecto “Nosso Zimbo”
3 Sede do comando provincial
3 Heliporto e hangar
3 Agências dos bancos BANC e BCA
3 Condomínio Residencial de Mandume (1)
3 Edifício sede da Fundação Lwini na Huíla (2)
CUNENE
3 Nova sede das direcções provinciais e edificio para actividades culturais
3 Edifício misto (habitação e escritórios) (1)
A fábrica de metalomecânica Metasul representou
um investimento de 50 milhões de dólares. Dizem
que é um referência teconológica na África Austral
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3 Reabilitação de linha de média tensão e construção de iluminação pública
CUANDO CUBANGO
3 Estádio de futebol Menongue.
(1) Investimento próprio. (2) Responsabilidade social.
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OBRAS EMBLEMÁTICAS Tudo começou no Lubango e Namibe
LUANDA
3 Pavilhão multi-usos (Mundial Hóquei em Patins)
MALANGE
Pavilhão multi-usos (Torneio Zedu)
NAMIBE
3 Ampliação do edifício do governo provincial
3 Reabilitação do palácio do governo
3 Gare do aeroporto do Namibe
3 Pavilhão multi-usos (Mundial Hóquei em Patins)
HUíLA
3 Instituto Politécnico
da Huíla
3 Hotel Serra
da Chela 1 e 2
3 Resort
Pululukua
3 Estrada para
a Tundavala
3 Edifício
Lubango Center
3 Universidade
Mandume
3 Ponte sobre
a via férrea
3 Centro Hípico
do Lubango (1)
(1) Investimento próprio.
no minimo, dois anos. A verdade é que nós conseguimos fazê-lo. Com a qualidade que foi reconhecida por todos. Foram obras
muito complexas em termos de gestão que implicaram grande
capacidade de planeamento e interligação entre os diversos parceiros envolvidos, acompanhados por 12 ministérios diferentes.
Tudo tinha que funcionar à primeira. Não havia nenhuma folga
para falhas”, diz. É que a Omatapalo foi encarregue do projecto
completo, desde as infra-estruturas, aos arranjos exteriores, equipamentos, acessos e sinalética. “No pavilhão de Luanda houve
momentos em que estiveram 1300 pessoas a trabalhar na obra
ao mesmo tempo”, exemplifica.
A verdade é que o esforço parece ter valido a pena. Os elogios vieram de todos os lados (a começar, pelo que se pôde ler na
imprensa, pelo próprio Presidente da República que fez questão
de parabenizar pessoalmente os responsáveis da Omatapalo).
“Provámos que podiamos fazer as coisas bem. Que hoje já existe
capacidade interna em Angola para realizar obras desta exigência
e envergadura com uma qualidade inquestionável. Isso abriu-nos
outras oportunidades, mas trouxe-nos maior responsabilidade.
Creio que o êxito desta empreitada também abriu outras portas às empresas nacionais”, afirma Carlos Alves. O administrador Joaquim Fitas acrescenta que “provámos que é possivel fazer
bem em Angola, sem derrapagens de prazos e de custos. Ainda
estamos, a apurar a percentagem de incorporação de materiais
nacionais que terá rondado os 40%”.
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Ele acredita que a Omatapalo tem alguns pontos distintos dentro de um sector dominado pelas multinacionais (portuguesas,
brasileiras ou chinesas). A primeira é o facto de se tratar de uma
empresa nacional, sedeada no interior do país, onde nasceu o
sócio maioritário. Está por isso melhor preparada para recrutar,
formar e criar emprego localmente (o grupo tem apenas 5% de
expatriados). A segunda é que a Omatapalo praticamente não
recorre à sub-contratação (outsourcing). Dito por outras palavras, o grupo possui internamente a maior parte das competências, o que lhe permite controlar melhor a qualidade e os prazos.
A terceira é que reinveste a totalidade dos lucros no país. “Temos
100% do nosso volume de negócios em Angola. Sempre que possivel, recorremos a fornecedores nacionais pelo que acabamos por
promover várias micro-empresas”, complementa Carlos Alves.
Tudo razões que explicam o crescimento rápido de um grupo
que este ano deverá facturar 400 milhões de dólares.
inauguração do novo centro hípico do lubango
Carlos Alves fala igualmente com orgulho das acções de responsabilidade social. No que diz respeito aos seus próprios funcionários a Omatapalo construiu no Lubango um condominio
residencial com mais de 100 habitações, refeitório, sala de convivio, campo desportivo, ginásio e piscina. No que se refere à comunidade, o grupo, entre outras acções, constrói mensalmente duas
casas para o projecto de apoio a orfãos Aldeia SOS.
Recentemente ofereceu o terreno (área de 1400 metros quadrados) e lançou a primeira pedra do novo edificio da Fundação
Lwini na Huíla. A obra incluirá escritórios, armazéns e salas de
reuniões e outras benfeitorias como a vedação da escola adjacente
e a requalificação da ponte e acessos viários.
Para o futuro, Carlos Alves tem três sonhos: estar envolvido na
construção de uma das novas centralidades, de uma barragem ou
de outro grande evento internacional — tal como uma ExpoAngola, por exemplo. Confidenciou à EXAME que há ainda mais um
de natureza pessoal: “gostaríamos de formar um equipa angolana
de equitação capaz de competir nos Jogos Olimpicos”. O desejo
tem “pernas para andar”. É que a Omatapalo acabou de inaugurar o centro hípico da Huíla, um projecto ambicioso, orçado em
4 milhões de dólares, que incluiu a aquisição de 48 cavalos lusitanos, uma espécie ideal para a prática da equitação e hipoterapia (método terapêutico e educacional dirigido a crianças com
necessidades especiais, caso dos deficientes físicos, as vítimas de
atraso mental ou autismo). O centro, que inclui uma pista de sal-
tos e cavalariças, está decorado de forma irrepreensível. Numa
primeira fase a escola vai funcionar com 200 alunos (iniciados)
e incluirá a equitação, aulas de volteio e alta escola, organização
de espectáculos, estágios e criação de cavalos lusitanos
Recorde-se que Angola conta apenas com três centros hípicos:
o Gimunalo, na Funda, o do Kikuxi e o da Polícia Montada. Está
previsto para 2014 a inauguração dos centros do Huambo e de
Benguela. Com tal escassez não surpreende a pompa que rodeou
a abertura do novo centro do Lubango, cerimónia abençoada pelo
padre Américo e à qual compareceram vários convidados VIP
que se divertiram noite fora com a animação de músicos como
Ary e Yuri da Cunha. Os responsáveis da Omatapalo também
não se furtaram ao “pézinho de dança”. Afinal estavam a comemorar o êxito das novas arenas que deram ao grupo novos horizontes. Tal como dizia, com graça, um dos convidados: “antes a
Omatapalo jogava no Girabola. Agora passou a competir na Liga
dos Campeões”. Uma metáfora que faz todo o sentido para um
grupo que viu no desporto a sua “estrada” para o topo.
b
“Estamos 100% focados em Angola. Reinvestimos
tudo no país. Em Janeiro vamos iniciar a construção
do centro de formação profissional”, diz Carlos Alves
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AgorA... A omAtApAlo está A ser mAis requisitAdA do que nuncA