algumas galinhas e porcos selvagens ficam “presos” em cercados rudimentares; fazemos vasos ou urnas para “guardar” alimentos e água; e, entre uma caminhada e outra, já nos dispersamos para quase todo o globo terrestre, mas “perdemos” essa memória. As diferenças de clima nos diversos continentes vão obrigar desenvolvimentos diferentes a partir daqui, e, ao alcançarmos a fase média da barbárie, a sedentarização se amplia, cultivamos hortaliças, a irrigação é prática tecnológica avançada em alguns povos. Eu imagino quantos grãos podiam ser contados numa espiga de milho – meia dúzia? E a altura da sua haste – talvez uns cinquenta centímetros? Frágil, tenra. Muito, muito distantes daquelas cultivadas híbridas, ou transgênicas da atualidade! Uma verdadeira revolução, a tal agricultura. Mas é num cada vez mais curto espaço de tempo que a humanidade se transforma. Na fase superior da barbárie, com a fundição do ferro e outros metais, agora além de poderosas armas, preciosas riquezas se acumulam. A violência da guerra e a escravidão fazem parte do cotidiano dessas civilizações. Buscar mais riquezas, tomar outras terras, afirmar o poder. E o direito? Penso que devo aproximar essa história. Parece que ainda estamos a falar de gentes ignorantes, primitivas, que se comunicam por grunhidos, mas não! Já temos códigos (que alguém assim os nomeou) inscritos em pedra, tábuas, lâminas metálicas, folhas de papiro – transformamos a natureza em nosso benefício. Da caverna para as pirâmides é um segundo de tempo! Agora, construir grandes monumentos em homenagem aos deuses é um objetivo. A observação do ciclo enchente/vazão do rio serve para a irrigação – o rio torna-se um deus benfeitor –, devese obedecer ao seu ritmo; o sol que aquece e traz o dia é outro deus poderoso, às vezes cruel; somos milhares e vivemos em cidades. É a civilização! Esse período que se inicia com a fundição do minério de ferro e a invenção da escrita alfabética, em que o homem amplia e complexifica a elaboração dos produtos naturais, da indústria (transformar os produtos naturais com nosso trabalho e dominar a natureza), da cultura e da arte. Aqui também o direito se comO direito na cultura pop 149