BOLETIM INTER-PAROQUIAL
NÚMERO 117
Encontrados pela Palavra
Recordam-se algumas consequências
pastorais... Devem-se atribuir à Palavra
de Deus todas as qualidades de uma
verdadeira comunicação interpessoal, a
que a Bíblia muitas vezes dá o nome de
diálogo de aliança, e que fazem com que
Deus e a pessoa humana se falem como
membros da mesma família [PDVMI 10].
Tomar conta da Palavra
3.3. A Igreja, casa da Palavra. A Palavra
habita numa casa e esta é a Igreja. Aprouve a Deus salvar os homens como um
povo (Lumen Gentium); as alianças com
Noé, com Abraão, com Moisés envolvem a
sua família, o seu povo e têm por destino
todas as nações (Gn 12). A Igreja, herdeira
dessa história de revelação e de salvação
é como que o sacramento, o sinal dessa universalidade porque a vontade de
Deus é que todos os homens cheguem ao
conhecimento da verdade (1Tm 2, 4). A
Palavra é dirigida não a uma pessoa solitária mas a um povo. [...] A Sacrosanctum
Concilium, Constituição Conciliar sobre a
liturgia, sublinha que quando a palavra
é proclamada Deus fala ao seu povo. [...]
Nesta casa todos são chamados a habitar
para que se realize o voto paulino: habite
em vós, com toda a sua riqueza, a Palavra
de Deus (Cl 3, 16); [...] pastores, sacerdotes, religiosos, fiéis leigos, estudiosos são
chamados a dar, cada qual, o seu contributo, para que esta casa da palavra seja
habitável e nela reine a harmonia fraterna.
[...] A fracção do pão, feita com entusiasmo e fraternidade, não pode deixar de ser
mesa posta, onde a palavra se faz pão e
o pão é palavra de consolação e viático
do homo viator, do peregrino em demanda da pátria futura. A Eucaristia, uma só
mesa, na Palavra e no Pão, é penhor da
glória futura, é antecipação do banquete
do cordeiro, verdadeiro templo na Jerusalém celeste. As nossas orações não
podem deixar de ter o espírito da palavra:
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os salmos, os hinos, os cânticos espirituais, autêntica oração da Igreja, devem
modelar o afecto das nossas preces, que
se tornarão, assim, eucarísticas, de acção
de graças, ao jeito do nosso Salvador, que
nos ensina a rezar. [...] É a palavra que
gera a comunhão fraterna, a partilha entre
irmãos, para além de todas as diferenças
de estatuto social e económico, cultural
e vocacional, nacional e político. Todos
somos ouvintes da palavra, que nos gera
como irmãos, na unicidade e singularidade de cada um na grande família de
Deus. Comunidade evangelizada a Igreja é
chamada, por missão confiada por Jesus,
a ser evangelizadora, anunciando que o
Reino de Deus está entre nós e dando ao
mundo sinais credíveis do seu anúncio
pela prática das boas obras, sobretudo
da misericórdia. Se a Igreja é a casa da
Palavra, enquanto é o sujeito, enquanto
comunidade, que acolhe, difunde, vive a
Palavra, não pode deixar de ser um espaço de acolhimento. [...] A Igreja, mensageira profética da Boa Nova, do Evangelho,
de Jesus que é o Reino de Deus entre nós,
pode ser uma luz à luz da Palavra, que
ilumina, que aquece, que retempera, que
consola, que estimula, que dá coragem
nas viragens epocais duma humanidade
com fome e sede da Palavra de Deus,
mesmo quando é disso inconsciente.
A Igreja, sacramento universal de salvação, é chamada a servir os destinos da
Palavra no mundo e na história. [...] O
mundo é a casa da Igreja, ela habita no
meio dos homens e é como que o fontanário no centro desta aldeia global.
[Carta Pastoral de Dom Jorge Ortiga,
publicada a 3 de Janeiro de 2009
> continua nos próximos números]
É por Ele que nós
dizemos ‘Amen’
A SEGUNDA CARTA AOS CORÍNTIOS foi
escrita por volta do ano 56. O texto que
nos é proposto, na segunda leitura deste
domingo, integra a primeira parte da carta. Paulo procura desfazer alguns mal-entendidos com os coríntios acerca de uma
viagem prevista que não se concretizou e
apresenta os princípios que nortearam a
sua acção apostólica. Jesus deu, com as
suas palavras e obras, um «amen» total ao
Pai. «Amen», no Antigo Testamento, significa verdade, fidelidade, sinceridade, firmeza. A entrega de Cristo para a salvação do
ser humano foi expressão verdadeira de
Deus puro amor, que Se dá à humanidade. Paulo, Silvano e Timóteo foram eleitos
por Cristo, que lhes concedeu o Espírito para reproduzir na sua vida a mesma
atitude de disponibilidade total. Esta é a
atitude a desenvolver pelo cristão: imitar
a entrega de Cristo. «É por Ele que nós dizemos ‘Amen’».
ANO B
SÉTIMO DOMINGO > 22 FEV’09
Is 43, 18-19.21-22.24b-25|Sl 40
2Cor 1, 18-22|Mc 2, 1-12
TOMAR CONTA DA PALAVRA | PLANO PASTORAL 2008 > 2011 | ENCONTRADOS PELA PALAVRA
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