2005/2006
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UMA VIAGEM À SEGUNDA METADE DO SÉCULO XIX
Na 2ª metade do séc. XIX, as principais actividades das pessoas que viviam no campo continuavam a ser a agricultura e
a criação de gado. Embora houvesse alguns pequenos proprietários, a maior parte das terras pertencia à burguesia e à
nobreza. As condições de vida no campo continuavam a ser difíceis.
A alimentação era muito pobre. Comiam, principalmente, pão, azeitonas, carne de porco e sardinhas. O arroz e a batata,
agora produzidos em maior quantidade, passaram a fazer parte da alimentação dos camponeses.
Também o vestuário era muito simples, variando conforme a região e o clima.
Os interiores das casas eram muito pobres, muitas vezes com uma única divisão, onde se fazia tudo. Os divertimentos
estavam muito relacionados com as festas religiosas, como era o caso das procissões, romarias e feiras.
Imagina que és um trabalhador rural que viveu nesta época. Como seria o teu quotidiano?
A minha vida
Algarve, 6 de Outubro de 1867
Sou Ana Barroso e tenho trinta e seis anos. Sou camponesa. A minha
vida é dura e difícil. Já trabalho desde os sete anos de idade. Tenho
três filhos e não tenho pão para lhes dar porque ganho muito pouco.
Os meus filhos já trabalham e têm idades entre os seis e onze anos.
Acordo todos os dias às cinco da manhã. Como sempre metade de um
pão de milho, às vezes consigo comer uma sardinha. Trabalho na
plantação, sementeira, na colheita. Já tentei várias vezes emigrar para
o Brasil, mas não tenho dinheiro suficiente. Seja Inverno ou Verão,
trabalho sem descansar. Sempre que chego a casa, chego exausta.
Acendo a lareira e cozinho uma sopa, quando posso. A minha roupa
é velha e pobre. Mas eu tenho a certeza que um dia toda esta miséria
vai acabar, tenho a certeza que vou ter melhores condições de vida!
Provando o Jantar,
aguarela de Roque Gameiro, séc.XIX.
Deito a semente à terra
A terra por mim lavrada
A terra que me dá o pão
Dia a dia de trabalho, pelas forças da minha mão.
Lorena, 6ºG
O dia difícil de um camponês
Olá, eu sou a Maria João e sou uma camponesa. Trabalho para uma família de burgueses, que me deu emprego a mim e
ao meu marido num terreno muito grande, onde nós trabalhamos dia e noite. A casa onde vivemos é pequena e só tem
uma divisão.
Logo de manhãzinha, ainda o sol não nasceu, acordamos. O nosso pequeno-almoço é à base de pão, vinho e, às vezes,
uma ou outra sardinha.
O nosso vestuário é simples e adaptado aos trabalhos do dia-a-dia.
De seguida, vamos para o campo e, enquanto eu trato dos animais, o meu marido trata de cultivar o campo. Nem sempre
paramos para almoçar e quando o fazemos é porque temos o trabalho muito adiantado. No Inverno, o frio aperta e os dias
são mais pequenos, logo, temos de sair mais cedo. Mas no Verão, como os dias são muito grandes, ficamos a trabalhar
até muito tarde.
Depois de um árduo dia de trabalho, só nos apetece ir para casa dormir e comer uma bela refeição, mas nem sempre
isso é possível, porque nem sempre há comida!
A vida de camponês é muito dura e difícil!
Maria João, 6º
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