Aula 4
Fontes de Energia
No Brasil a maior quantidade de energia elétrica produzida provém de usinas hidrelétricas (cerca de
83%). Em regiões rurais e mais distantes das hidrelétricas centrais, têm-se utilizado energia produzida
em usinas termoelétricas e em pequena escala, a energia elétrica gerada da energia eólica.
Energia hídrica
Nas usinas hidrelétricas, a energia elétrica tem como fonte principal a energia proveniente da queda de
água represada a uma certa altura. A energia potencial que a água tem na parte alta da represa é
transformada em energia cinética, que faz com que as pás da turbina girem, acionando o eixo do
gerador, produzindo energia elétrica.
Utiliza-se a energia hídrica no Brasil em grande escala, devido aos grandes mananciais de água
existentes.
Atualmente estão sendo discutidas fontes alternativas para a produção de energia elétrica, pois a falta
de chuvas está causando um grande déficit na oferta de energia elétrica.
A maior usina hidrelétrica do Brasil é a de Itaipu Binacional (Foz de Iguaçu) que tem capacidade de
14000 MW.
Energia térmica
Nas usinas termoelétricas a energia elétrica é obtida pela queima de combustíveis, como carvão, óleo,
derivados do petróleo, gás natural e, atualmente, também a cana de açúcar (biomassa).
A produção de energia elétrica é realizada através da queima do combustível que aquece a água,
transformando-a em vapor. Este vapor é conduzido a alta pressão por uma tubulação e faz girar as pás
da turbina, cujo eixo está acoplado ao gerador. Em seguida o vapor é resfriado retornando ao estado
líquido e a água é reaproveitada, para novamente ser vaporizada.
Vários cuidados precisam ser tomados tais como: os gases provenientes da queima do combustível
devem ser filtrados, evitando a poluição da atmosfera local; a água aquecida precisa ser resfriada ao ser
devolvida para os rios porque várias espécies aquáticas não resistem a altas temperaturas.
No Brasil este é o segundo tipo de fonte de energia elétrica que está sendo utilizado, e agora, com a
crise que estamos vivendo, é a que mais tende a se expandir.
Energia nuclear
Este tipo de energia é obtido a partir da fissão do núcleo do átomo de urânio enriquecido, liberando
uma grande quantidade de energia.
Urânio enriquecido – o que é isto? Sabemos que o átomo é constituído de um núcleo onde estão
situados dois tipos de partículas: os prótons que possuem cargas positivas e os nêutrons que não
possuem carga.
Em torno do núcleo, há uma região denominada eletrosfera, onde se encontram os elétrons que têm
cargas negativas. Átomos do mesmo elemento químico, que possuem o mesmo número de prótons e
diferentes número de nêutrons são chamados isótopos. O urânio possui dois isótopos: 235U e 238U. O
235U é o único capaz de sofrer fissão. Na natureza só é possível encontrar 0,7 % deste tipo de isótropo.
Para ser usado como combustível em uma usina, é necessário enriquecer o urânio natural. Um dos
métodos é “filtrar” o urânio através de membranas muito finas. O 235U é mais leve e atravessa a
membrana primeiro do que o 238U. Esta operação tem que ser repetida várias vezes e é um processo
muito caro e complexo. Poucos países possuem esta tecnologia para escala industrial.
Usina Nuclear
O urânio é colocado em cilindros metálicos no núcleo do reator que é constituído de um material
moderador (geralmente grafite) para diminuir a velocidade dos nêutrons emitidos pelo urânio em
desintegração, permitindo as reações em cadeia. O resfriamento do reator do núcleo é realizado através
de líquido ou gás que circula através de tubos, pelo seu interior. Este calor retirado é transferido para
uma segunda tubulação onde circula água. Por aquecimento esta água se transforma em vapor (a
temperatura chega a 320°C) que vai movimentar as pás das turbinas que movimentarão o gerador,
produzindo eletricidade.
Depois este vapor é liquefeito e reconduzido para a tubulação, onde é novamente aquecido e
vaporizado.
No Brasil, está funcionado a Usina Nuclear Angra 2 sendo que a produção de energia elétrica é em
pequena quantidade que não consegue abastecer toda a cidade do Rio de Janeiro.
Encontra-se em construção a Usina Nuclear Angra 3 por causa do déficit de energia no país.
Os Estados Unidos da América lideram a produção de energia nuclear e nos países França, Suécia,
Finlândia e Bélgica mais de 50 % da energia elétrica consumida, provêm de usinas nucleares.
Camada do Pré-Sal
No Brasil, o conjunto de campos petrolíferos do pré-sal situa-se a profundidades que variam de 1.000 a
2.000 metros de lâmina d'água e entre 4.000 e 6.000 metros de profundidade no subsolo. A
profundidade total, ou seja, a distância entre a superfície do mar e os reservatórios de petróleo abaixo
da camada de sal, pode chegar a 8.000 metros. O estrato do pré-sal ocupa uma faixa de
aproximadamente 800 quilômetros de comprimento, ao longo do litoral brasileiro. A área, que tem
recebido destaque pelas recentes descobertas da Petrobras, encontra-se no subsolo oceânico e
estende-se do norte da Bacia de Campos ao sul da Bacia de Santos e desde o Alto Vitória (Espírito Santo)
até o Alto de Florianópolis (Santa Catarina). Estima-se que lá estejam guardados cerca de 80 bilhões de
barris de petróleo e gás, o que deixaria o Brasil na privilegiada posição de sexto maior detentor de
reservas no mundo - atrás de Arábia Saudita, Irã, Iraque, Kuwait e Emirados Árabes.
Leilão de Libra
Em 22 de outubro de 2013, o Brasil amanheceu debatendo se o leilão do campo de Libra, realizado no
dia anterior no Rio de Janeiro, foi vantajoso ou não ao país. Com apenas um consórcio participante e
vencido pelo lance mínimo, o leilão levará dinheiro novo para educação e saúde, mas em volume muito
menor do que deveria e do que é necessário.
Diante da impressionante riqueza em jogo, veículos internacionais deram destaque ao tema. De Nova
York, o "Wall Street Journal" considerou que o Brasil deu um passo significativo "rumo ao patamar das
grandes nações produtoras de petróleo" (Brazil Moves toJoinOther Major OilNations), tal como desejava
o Governo Federal, liderado por Dilma Rousseff. Já a revista alemã, Der Spiegel, defendeu em artigo online que o país vendeu um tesouro, cuja exploração compreende altos custos ambientais, "a preço de
pechincha" (BrasiliensRohstoff-Versteigerung: Schnäppchenfür die Öl-Ausbeuter), fazendo coro a todos
os manifestantes que queriam cancelar o leilão.
Paradoxalmente, escritas desse modo, as duas visões tendem a estar corretas. Apenas o fato de explorar
Libra, e sua reserva de 8 a 10 bilhões de barris de petróleo, alçará o Brasil a uma posição econômica e
geopolítica ímpar. Ao mesmo tempo, o maior e mais promissor campo da camada pré-sal foi leiloado a
um preço muito aquém do aceitável. Resultado, o Brasil pode se consolidar como a potência do
hemisfério do sul, mas sua população será menos beneficiada do que deveria. Aliás, situação nada
estranha à nossa história.
Isso ocorre porque as duas áreas essencialmente beneficiadas com a exploração do pré-sal são,
respectivamente, a educação pública e a saúde, extremamente decisivas para a garantia de qualidade
de vida da população. Como é de conhecimento geral, segundo a recente Lei 12.858/2013, conquistada
pela sociedade civil, a saúde ficará com 25% dos royalties, sendo que a educação receberá 75% dos
royalties e 50% dos valores depositados no Fundo Social do Pré-Sal, composto, em grande medida, pela
partilha do excedente em óleo. Portanto, quanto menor for a parcela do excedente em óleo que fica
com o Estado brasileiro, menor será o valor investido em políticas públicas educacionais e de saúde.
Entenda o excedente
Com apenas um concorrente, o campo de Libra foi leiloado pelo valor mínimo previsto no edital: a
princípio, 41,65% do excedente em óleo ficarão com o Estado nacional e 58,85% com o consórcio
vencedor. Desse consórcio, cabe à Petrobras 40% negócio, sendo que as estatais chinesas dividem 20%
da iniciativa e as europeias Shell e Total possuem os 40% restantes, ficando cada uma com 20% da
empreitada.
Mesmo com alto custo exploratório, exigindo o desenvolvimento de novas tecnologias, o campo de
Libra é um reservatório quase sem risco de retorno, graças às exaustivas pesquisas realizadas pela
Petrobras. Assim, a parcela de 41,65% do excedente em óleo para o Estado brasileiro é muito baixa,
ainda mais se considerada a prática dos leilões ao redor do mundo, na qual os governos ficam com cerca
de 60% a 80% da partilha, em modelos de contratos similares. No entanto, piora o quadro uma
alteração recente no edital, que fez com que a parcela do excedente em óleo se tornasse flutuante.
Segundo o consultor legislativo da Câmara dos Deputados para Assuntos de Petróleo e Gás, Paulo César
Ribeiro Lima, um dos maiores especialistas em energia do Brasil, a participação da União, ou do Estado
brasileiro, será muito menor que o anunciado, caso o valor do barril de petróleo despenque no mercado
internacional e a produtividade da produção de Libra também seja reduzida. Para ele, esse cenário não
é tão improvável, devido ao fato de que a produção mundial de petróleo pode ser afetada pelo aumento
da produção estadunidense de Shaleoil, categoria de óleo extraído do xisto betuminoso.
Pelas regras do edital, a remuneração de 41,65% é calculada numa perspectiva de produção de 12 mil
barris por dia, cada um no valor entre USD 100 (dólares) e USD 120 (dólares). Se a produção e o preço
do barril subir, a parcela do Estado brasileiro do excedente em óleo sobe para 45,56%, contra 54,44%
para as empresas. Mas se ambos caírem, pode chegar a alarmantes 9,93%.
Conforme Lima, as regras estabelecidas para o leilão de Libra são diferentes daquelas do regime de
partilha de outros países. Utilizando o exemplo da Noruega, caso um reservatório como Libra fosse
descoberto lá, o Estado norueguês ficaria com mais de 60% da produção, e não as empresas.
A partir de 2018 ou 2019, quando Libra começar a ser um campo efetivamente produtivo, não há dúvida
de que o Brasil passará a ser um país melhor posicionado nas relações internacionais. Contudo, ao
leiloar seu maior tesouro petrolífero em contrato muito desvantajoso, a população brasileira mais uma
vez ficará alijada de se beneficiar das riquezas que lhe pertencem.
Protocolo de Kyoto
O chamado Protocolo de Kyoto é um acordo internacional voltado para a redução das emissões de gases
de efeito estufa. O protocolo foi o resultado de um longo processo de debate e negociações envolvendo
diversos países de todo o mundo. Podemos dizer que estas discussões tenham se iniciado em 1990,
quando o IPCC recomendou a criação de uma convenção que estabelecesse a base para cooperação
internacional sobre as questões técnicas e políticas relacionadas ao aquecimento global. Assim, em
1992, o texto da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) foi
finalizado. No mesmo ano, a UNFCCC foi aberta à assinatura durante a Conferência Internacional sobre
Meio Ambiente e Desenvolvimento, que aconteceu no Rio de Janeiro. A Convenção Quadro das Nações
Unidas sobre Mudança do Clima foi assinada e ratificada por mais de 175 países e objetiva estabilizar a
emissão de gases de efeito estufa, assim, prevenindo uma interferência humana perigosa para o clima
de nosso planeta. Em seu texto, a Convenção reconhece as mudanças climáticas globais como uma
questão que requer o esforço de todos os países a fim de tratá-la de forma efetiva.
Em 1997, durante a III Conferência das Partes da UNFCCC (COP-3), o Protocolo de Kyoto foi elaborado
com o objetivo de regulamentar a Convenção Climática e, assim, determinar metas específicas de
redução de emissões de seis dos principais gases causadores do efeito estufa: dióxido de carbono (CO2),
metano (CH4), óxido nitroso (N2O), hexafluoreto de enxofre (SF6), hidrofluorcarbonos (HFCs) e
perfluorcarbonos (PFCs), a serem alcançadas pelos países desenvolvidos que o ratificassem.
O Protocolo de Kyoto só entrou em vigor em 16 de fevereiro de 2005, depois da sofrida espera de
muitos anos pela adesão de um número significativo de países, o que ocorreu após a ratificação pela
Rússia. Para entrar em vigor, o Protocolo precisou ser ratificado por pelo menos 55 Estados Partes da
Convenção, englobando países que contabilizaram no total pelo menos 55% das emissões totais de CO2
em 1990. Devido a não ratificação pelo maior emissor mundial de gases de efeito estufa – os Estados
Unidos – quase todos os outros países do chamado Anexo I (países desenvolvidos) precisaram ratificar o
Protocolo. Isto ocorreu porque somente os Estados Unidos são responsáveis por aproximadamente 36%
das emissões totais dos países desenvolvidos listados no Anexo 1 do Protocolo de Kyoto, tomando por
base o ano de 1990. A negação da ratificação pelos Estados Unidos gerou protestos mundo afora.
Com a entrada em vigor, os mecanismos de flexibilização previstos no Protocolo de Kyoto passaram a
ter validade bem como as demais iniciativas de implementação dos esforços para a redução das
emissões de gases de efeito estufa.
O calendário previa que entre 2008 e 2012 as emissões de GEEs deveriam ser reduzidas em pelo menos
5,2% em relação aos níveis de 1990.
Mudanças em governos provocaram novas adesões, como ocorreu com a Austrália, que aderiu ao
documento, ou maior distanciamento, como ocorrido com os Estados Unidos, com a eleição de George
W. Bush.
Há muita controvérsia, mas acredita-se que se o Protocolo de Kyoto fosse implementado com sucesso, a
temperatura global poderia ser reduzida entre 1,4ºC e 5,8ºC até 2100.
Por outro lado, cresce o número de críticos. Muitos cientistas afirmam que o aquecimento global é um
evento cíclico que sempre existiu no planeta e que não seria decorrente das emissões de gases.
Um dos motivos alegados pelos Estados Unidos para não ratificarem o Protocolo, foi a não inclusão dos
países em desenvolvimento nas metas de redução das emissões de gases. Hoje os países em
desenvolvimento já respondem por 52% das emissões de CO2 e a China, que também não é obrigada a
reduzir as suas emissões, superou os Estados Unidos e se torna o país mais poluidor do planeta.
Amazônia e os Rios Voadores
Rios voadores são cursos de água atmosféricos invisíveis que transportam umidade e vapor de água da
bacia Amazônica para outras regiões do Brasil.
A quantidade de vapor de água transportada equivale à vazão do próprio Rio Amazonas. Tudo isso
graças à água evaporada das árvores que constituem o bioma da Floresta Amazônica.
Os rios voadores são responsáveis por parte do regime pluviométrico das regiões brasileiras por onde
passam.
Cúpula do Milênio: Evento estabeleceu metas de desenvolvimento
Em setembro de 2000, os presidentes de 189 países, incluindo o Brasil, se reuniram no evento chamado
Cúpula do Milênio, promovido pela Organização das Nações Unidas (ONU), para debaterem sobre os
principais problemas que afetam o mundo no novo milênio.
Como resultados dos debates realizados durante esse evento, estabeleceram-se os Objetivos de
Desenvolvimento do Milênio (ODM), em que os presidentes se comprometeram a colocar em prática
ações para que tais objetivos sejam alcançados até o ano de 2015 (tomando como base as estatísticas
de 1990).
Cada objetivo tem uma ou mais metas, que deverão ser cumpridas por todos os países participantes.
No Brasil, esses objetivos são chamados de "8 Jeitos de Mudar o Mundo":
1) Erradicação da fome e da miséria - Reduzir pela metade a proporção de pessoas com renda
menor que US$ 1 por dia. E reduzir pela metade a proporção de pessoas que sofrem com a
fome. Atualmente, em todo o mundo, 1 bilhão e 200 milhões de pessoas sobrevivem com
menos do que o equivalente a US$ 1,00 por dia.
2) Educação básica de qualidade para todos - Garantir que todas as crianças de ambos os sexos
completem o ensino fundamental. Cento e treze milhões de crianças estão fora da escola no
mundo.
3) Igualdade entre sexos e valorização da mulher - Eliminar disparidades de gênero em todos os
níveis de educação. Dois terços dos analfabetos do mundo são mulheres, e 80% dos refugiados
são mulheres e crianças. Superar as disparidades gritantes entre meninos e meninas no acesso
à escolarização formal será um alicerce fundamental (entre outros) para capacitar as mulheres
a ocuparem papéis cada vez mais ativos tanto no mundo econômico quanto na atividade
política.
4) Redução da mortalidade infantil - Reduzir em dois terços a taxa de mortalidade de crianças
menores de cinco anos. Todos os anos, 11 milhões de bebês morrem de causas diversas. É um
número muito alto, mas que vem caindo desde 1980, quando as mortes somavam 15 milhões.
5) Melhorar a saúde das gestantes - Reduzir em três quartos a razão de mortalidade materna. Nos
países pobres e em desenvolvimento, a cada 48 partos uma mãe morre. A redução da
mortalidade materna é um objetivo que só será alcançado no contexto da promoção integral
da saúde das mulheres em idade reprodutiva.
6) Combater a AIDS, a malária e outras doenças - Iniciar o processo de inversão da propagação do
HIV/AIDS, da malária e de outras doenças. Em grandes regiões do mundo, epidemias vêm
destruindo gerações e prejudicando qualquer possibilidade de desenvolvimento. Ao mesmo
tempo, a experiência de países como Brasil, Senegal, Tailândia e Uganda vem mostrando que
podemos deter a expansão do HIV.
7) Qualidade de vida e respeito ao meio ambiente - Inserir os princípios do desenvolvimento
sustentável nas políticas e nos programas nacionais; e reverter a perda de recursos ambientais.
Milhões de pessoas ainda não têm acesso à água potável. A água e o saneamento são dois
fatores ambientais imprescindíveis para a qualidade de vida humana.
8) Todo o mundo trabalhando pelo desenvolvimento - Em cooperação com os países em
desenvolvimento, formular e executar estratégias que permitam aos jovens obter um trabalho
digno e produtivo. Muitos países pobres gastam mais com os juros de suas dívidas do que para
superar seus problemas sociais.
O avanço rumo ao cumprimento dessas metas é acompanhado, periodicamente, por instituições
multilaterais como o Banco Mundial, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Programa
das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Efeito Estufa
Há mitos e controvérsias divulgados sobre o aquecimento global, suas causas e efeitos, e até sobre a
ocorrência ou não do aumento de temperaturas médias do planeta. Para esclarecer algumas dessas
dúvidas, conversaremos com três cientistas da área de climatologia:


Thomas Mote, professor do Departamento de Geografia da Universidade de Georgia (EUA) e
pesquisador na área de hidroclimatologia e mudanças climáticas.
Francisco Aquino, professor do Departamento de Geografia e pesquisador do Centro Polar e
Climático da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), atuando na área de estudos
climáticos relacionados à Antártica e à América do Sul.

Denilson Viana, geógrafo e pesquisador na área de eventos extremos associados a complexos
convectivos de mesoescala, atualmente ligado ao INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
como doutorando em Meteorologia.
Veja o que eles falam sobre o assunto.
Se o vapor d'água é o principal gás de efeito estufa, por que as emissões antropogênicas de CO2
(dióxido de carbono) e CH4 (metano) são consideradas responsáveis pelo aquecimento global?
A quantidade de vapor d’água na atmosfera está fortemente relacionada com a quantidade dos outros
gases-estufa na atmosfera. Isso quer dizer que, conforme o professor Thomas Mote explica, “é verdade
que o vapor d'água causa grande parte do efeito estufa e não conseguimos controlar a emissão desse
vapor diretamente. Mas as emissões antropogênicas não só aumentam por si mesmas a temperatura
média como criam um feedback positivo, isto é, contribuem para aumentar também a quantidade de
vapor d’água na atmosfera, por provocar mais evaporação da água”.
No caso do CO2, especificamente, o climatologista Francisco Aquino afirma que esse gás-estufa tem o
agravante de permanecer por décadas na atmosfera - o que não ocorre com o vapor d´água. Assim, o
CO2 tem um efeito duradouro e, portanto, cumulativo sobre as temperaturas do planeta.
O aumento de evaporação d´água causada pelas emissões antropogênicas explica porque, mesmo
sendo estas um fator secundário na formação do efeito estufa, ainda são responsáveis pela maior parte
do aquecimento global verificado no último século.
Os céticos acusam o IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças do Clima) de fornecer dados não
confiáveis, pois o IPCC esconderia seus interesses políticos e econômicos, como o de frear o
desenvolvimento dos países mais pobres. Há fundamento nesse argumento?
Francisco Aquino afirma que essa acusação é equivocada. “Todos os dados do IPCC foram e são gerados
por inúmeras fontes oficias e por centros de pesquisa renomados. Além de verificados e submetidos ao
parecer de especialistas independentes. Na verdade, o que existe é, isto sim, uma articulação política e
econômica que busca criar falsas interpretações para que não adotemos políticas econômicas e
ambientais mais eficientes”.
Para Denilson Viana ainda há uma série de limitações a respeito do conhecimento do comportamento
da atmosfera e dos oceanos, por isso os dados do IPCC devem ser olhados com cuidado.
Sobre a questão dos países em desenvolvimento, Aquino complementa que esses não são os
responsáveis pela atual aumento de temperatura, “mas sim os países que se industrializaram primeiro,
há décadas, como por exemplo, EUA e Inglaterra”. Ao longo desse tempo, esses países se tornaram os
principais responsáveis pelo acúmulo do CO2 e outros gases do efeito estufa na atmosfera.
Será que o aquecimento global é mesmo promovido pelos seres humanos? Ele não pode ser resultado
de causas naturais, como a atividade solar?
Cerca de 97% dos cientistas afirmam que o aquecimento global é causado por atividades humanas.
Aliás, variantes dessa hipótese já foram levantadas por pensadores pioneiros nos anos de 1890, como o
químico sueco SvanteArrhenius. Eles já imaginavam que o uso de combustíveis fósseis pudesse
esquentar o planeta. No entanto, à época, os dados que apresentaram foram desmentidos por outros
cientistas.
Foi a partir de 1958 que se iniciaram as medições precisas da quantidade de dióxido de carbono na
atmosfera. O acompanhamento desses dados indicou que o aumento da quantidade de gases de efeito
estufa, emitidos pelas atividades humanas, pode tornar o clima mais quente.
O climatologista Francisco Aquino explica que “o atual aquecimento é muito diferente dos períodos
quentes da história climática recente da Terra (últimos 1000 anos) e é explicado adequadamente
quando incluímos a influência das atividades humanas, como o desmatamento e a queima de
combustível fóssil”. Ele ainda acrescenta que, se considerarmos as causas naturais que modificam o
clima, a tendência da temperatura média da Terra deveria ser de queda. Principalmente, ao analisar o
comportamento da atividade solar e parâmetros como inclinação, orientação do eixo e forma da órbita
da Terra.
Se a temperatura média do planeta está aumentando, como explicar grandes tempestades de neve,
granizo e recordes de temperaturas baixas?
“É fato que a temperatura média está aumentando, mas continuaremos a ter temperaturas abaixo do
normal. É a diferença entre o conceito de tempo e o de clima. Nós teremos sempre períodos mais
quentes e mais frios do que a média, ou de chuva e estiagem, por causa da variabilidade na circulação
da atmosfera”, explica o professor Thomas Mote.
Quanto aos episódios de neve, granizo e baixas extremas de temperatura, Denilson Viana acrescenta
que eles também fazem parte da variabilidade natural do planeta e continuarão ocorrendo. “De maneira
geral, através da mídia, tomamos conhecimento sobre fenômenos considerados extremos, mas que são
recorrentes dentro do sistema climático”, explica. Além disso, o que agrava a percepção desses eventos,
para ele, é o fato de a memória climática do Brasil ser relativamente curta, já que passamos a ter
observações meteorológicas sistematizadas a partir de 1900, o que, em se tratando de clima, é um
período insuficiente.
Tempestades, tornados e furacões estão se tornando mais frequentes por conta do aquecimento
global?
Viana explica que é preciso definir, em primeiro lugar, o que é um evento extremo, já que grande parte
destes acontecimentos faz parte da variabilidade natural do sistema climático. “De maneira geral, as
pessoas tendem a considerar o clima como algo estanque e ‘bem comportado’, sendo qualquer
variabilidade taxada como extremo. Convém lembrar que raramente é observado um valor de
temperatura ou de precipitação que coincide exatamente com a climatologia. Em geral, os valores
situam-se acima ou abaixo da média, e existe um range, um escopo de variação, intrínseco à
variabilidade natural”, esclarece.
Embora haja pesquisas que apontam um aumento na frequência e intensidade de eventos extremos,
Viana lembra que a população exposta a estes eventos também aumentou brutalmente desde a década
de 1950. “Para se ter uma ideia, a população mundial em 1950 era de 2,5 bilhões de pessoas enquanto
em 2010 atingiu 7 bilhões, ou seja, a população quase triplicou em apenas 60 anos”.
Ele destaca também o aumento do acesso à informação. Parte dele é devido à multiplicação de meios
para registrar tais eventos, como câmeras digitais e celulares, combinada a facilidade de divulgá-los, por
exemplo, através da internet. “Desse modo, pode ser que a quantidade de eventos não tenha
aumentado, apenas a nossa capacidade de registrá-los e divulgá-los”, conclui.
Para Thomas Mote, existem algumas evidências de que eventos como os furacões podem ser menos
frequentes, mas mais intensos, com o aquecimento global. Além disso, ele ressalta que “tornados e
tempestades severas precisam de calor e umidade, próximo ao solo, e ventos fortes em altitude. O
quadro de mudanças climáticas deve trazer maior calor e umidade, no entanto reduzir os ventos em
altitudesubtropicais. Ou seja, ainda não se sabe exatamente o que vai mudar, é um assunto importante
para pesquisas”.
Para o Brasil, quais serão as principais consequências do aquecimento global?
Caso se confirme que o número de eventos climáticos extremos está associado ao aquecimento do
planeta, campo e cidade sofrerão, diz Viana. A agricultura brasileira, uma atividade central do país,
enfrentará dificuldades maiores para manter sua produtividade. Por outro lado, o crescimento da
população urbana fará com que cresça o número de vítimas a cada ação de evento extremo.
O climatologista Francisco Aquino ressalta que o Brasil já vem sofrendo algumas consequências
perceptíveis, como o aumento da temperatura média nacional (+0,7°C), a diminuição do número de dias
de geada, aumento da frequência de madrugadas mais quentes e de chuvas intensas em curto espaço
de tempo. “Espera-se que todos esses eventos sejam intensificados com o aquecimento global, inclusive
a incidência de ondas de calor”, declara Aquino.
Para completar o quadro de previsões, Thomas Mote lembra que as regiões costeiras do país sofrerão
os efeitos adversos da elevação do nível do mar, além da questão da disponibilidade de água, que será
afetada, podendo tornar os incêndios florestais mais frequentes. “Ecossistemas frágeis, como o
Pantanal, são particularmente vulneráveis aos efeitos adversos da mudança do clima. Além disso, a
queda na produtividade agrícola e a transmissão de doenças de clima quente também podem ser
potencializadas”, finaliza.
Acordo histórico entre China e EUA
Os presidentes Barack Obama, dos Estados Unidos, e Xi Jinping, da China, assinaram em novembro de
2014, em Pequim um acordo para a luta contra a mudança climática, que incluirá reduções de suas
emissões de gases do efeito estufa na atmosfera.
A iniciativa constitui o primeiro anúncio de corte das emissões de gases poluentes por parte da China e
mais um pelos EUA.
Pelo acordo, os EUA pretendem cortar entre 26% e 28% as emissões de gases em até 10 anos, ou seja,
até 2025, o que representa um número duas vezes maior que as reduções previstas entre 2005 e 2020.
Os chineses se comprometem a cortar as emissões até 2030, embora possa começar antes. Segundo
presidente chinês, até lá 20% da energia produzida no país vai ter origem em fontes limpas e renováveis.
O acordo, que foi negociado durante meses pelos dois países, pretende promover um pacto em nível
global, visando a Conferência sobre Mudança Climática que acontecerá em Paris no ano que vem (COP
21).
Estados Unidos e China representam juntos 45% das emissões planetárias de CO2, um dos gases
apontado como culpado pela mudança climática. A União Europeia representa 11%. Em outubro de
2014, o bloco se comprometeu a reduzir em pelo menos 40% as emissões até 2030, na comparação com
os níveis de 1990.
Nas negociações sobre o clima, a China defende em nome do desenvolvimento econômico que os países
mais desenvolvidos devem reduzir de maneira mais expressiva suas emissões.
Os republicanos, majoritários no Congresso dos Estados Unidos, não demoraram a manifestar dúvidas.
Pouco depois do anúncio em Pequim, o líder do Partido Republicano no Senado, MitchMcConnell,
chamou o plano de "pouco realista". "Este é um plano pouco realista, que o presidente quer deixar para
o sucessor", disse McConnell. Para o republicano, o plano afetará a criação de novos postos de trabalho
e o custo da energia.
COP 20
Em 1º de dezembro de 2014, a cidade de Lima, no Peru, sediou a 20ª Conferência das Partes da
Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 20. Como todos os anos, o
evento reunirá representantes nacionais dos países signatários da convenção para discutir o Regime
Climático Global. A COP 20, em 2014 foi de especial importância, por fazer parte do processo de
negociação de um novo acordo mundial sobre o clima. As discussões sobre o novo acordo começaram
oficialmente na COP19, em Varsóvia, e espera-se que sejam finalizadas na COP21, na França, em 2015.
A conferência decepcionou muita gente, já para outros, o fato de o evento ter chegado a um documento
final, com os elementos básicos para o novo acordo global de clima, já é a prova do sucesso da
conferência.
O documento final "Chamamento de Lima para a Ação sobre o Clima", mais conhecido como "rascunho
zero", foi produzido e contém os elementos básicos para o novo acordo global de clima, previsto para
ser aprovado daqui a um ano, na COP 21, em Paris.
Esse resultado foi o suficiente ou poderíamos (e deveríamos) ter ido mais longe? O principal produto
esperado da COP 20 era a definição da base de um novo acordo global de clima. Isso foi feito, mas o
desafio para a próxima edição do maior evento mundial sobre a questão climática é imenso e exigia
avanços mais significativos.
O novo acordo global de clima entrará em vigor a partir de janeiro de 2021, substituindo o conhecido
Protocolo de Kyoto. Assinado na COP 3, em 1997, esse protocolo teve um primeiro período de
compromisso de redução na emissão de gases do efeito estufa que ia de 2008 a 2012, e um segundo
período que vai até 2020 – ambos apenas para os chamados países desenvolvidos.
O grande desafio da questão climática, e de um acordo internacional relacionado a ela, une diversos
setores da sociedade, pois todos eles são impactados pela maneira com a qual lidamos com essa
questão. Por isso, discussões abertas e movimentações políticas eram importantíssimas para o desafio
que tínhamos na COP 20.
Exercícios
1.
Muito se falou a respeito da eficácia de um debate multilateral sobre as mudanças climáticas.
Apesar de todos os pontos negativos da 19.ª Conferência do Clima — a demissão do presidente
do encontro, o retrocesso das metas de redução dos gases causadores do efeito estufa do
Japão, entre outros —, enfim, as negociações avançaram. O texto rascunho sobre as normas
para o financiamento de projetos de redução de emissões por desmatamento e degradação de
florestas foi finalizado. Vale lembrar que 20% das emissões de gases causadores do efeito
estufa do mundo são provenientes do desflorestamento.
O Globo, 23/11/2013, p. 44 (com adaptações).
Tendo o texto acima como referência inicial e considerando as múltiplas implicações do tema por ele
abordado, julgue os itens seguintes.
(1) A menção, no texto, aos gases causadores do efeito estufa refere-se aos gases poluentes da
atmosfera que contribuem para as alterações climáticas que atingem o planeta, como o
aquecimento global.
(2) A reunião citada no texto constitui marco inaugural da realização de trabalhos multilaterais
sobre o problema do clima do planeta.
(3) Entre os países que eram emergentes e tornaram-se potências econômicas de primeira linha, a
China é o que menos emite gases ampliadores do efeito estufa na atmosfera.
(4) Conferências globais têm ocorrido periodicamente, em geralsob a chancela da Organização das
Nações Unidas. Esseseventos contam com a presença de representantes de
governos,instituições científicas e organizações não governamentais.
(5) No Brasil, o desmatamento foi estancado nos últimos dez anos em razão do declínio do
agronegócio nas regiões Norte e Centro-Oeste do país e da elevada conscientização da
sociedade acerca da necessidade de proteger a área verde ainda existente no território
nacional.
2. Com referência a responsabilidade socioambiental esustentabilidade, julgue os itens a seguir.
(1) De acordo com a declaração da conferência Rio 92 sobre meio ambiente e desenvolvimento, é
dever das autoridades nacionais promover a internalização dos custos ambientais e o uso de
instrumentos econômicos, pois cabe ao poluidor, em princípio, arcar com os custos da
poluição.
(2) A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio +20, realizada no
Rio de Janeiro em 2012, tratou, especialmente, dos temas sobre a economia verde no contexto
do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza e de uma estrutura institucional
para o desenvolvimento sustentável.
(3) A responsabilidade socioambiental é o modelo de gestão de negócios segundo o qual as
empresas devem estabelecer relações éticas e transparentes com todos os públicos com os
quais se relacionam, bem como traçar metas empresariais compatíveis com o desenvolvimento
sustentável da sociedade.
(4) O resultado da implantação de um sistema de gestão ambiental em uma empresa é a
ecoeficiência, princípio fundamentado no trinômio reduzir, reutilizar e repetir.
(5) A logística reversa, um dos instrumentos da Política Nacional de Resíduos Sólidos, refere-se a
um conjunto de ações e procedimentos destinados a viabilizar a coleta e a devolução dos
resíduos sólidos, tais como pilhas, baterias e pneus, ao setor empresarial, que realizará o
reaproveitamento desse material em seu ciclo produtivo.
(6) A pegada de carbono mede, em toneladas, a transformação, em dióxido de carbono, do
consumo individual periódico de um ser humano.
(7) O tripé da sustentabilidade Triple BottomLine refere-se ao objetivo empresarial de que o
negócio deve proporcionar resultado econômico, lucro contábil e retorno social.
(8) O estabelecimento de relação equilibrada entre progresso tecnológico e nível de utilização dos
recursos naturais e de emissões de resíduos por unidade de produção é um princípio da
ecoeficiência, conceito segundo o qual se deve produzir mais, com mais recursos naturais e
com menos poluição.
3.
O agronegócio brasileiro contribuiu novamente para elevaro produto interno bruto (PIB). Esse
setor cresceu 3,9% no segundotrimestre de 2013, em comparação com o primeiro trimestre
dessemesmo ano, e 13% em relação ao mesmo período de 2012.Os produtores aumentaram a
produtividade de soja em 23,7% ede milho em 12,2%; as áreas plantadas desses
produtosaumentaram 10,8% e 3,9%, respectivamente. No entanto, apesardos resultados
positivos da produção, os obstáculos que osprodutores enfrentam com relação à infraestrutura
e à logísticaimpedem uma expansão maior.
Economia. In: Correio Braziliense. 31/8/2013, p. 8.
Tendo o texto acima como referência inicial e considerando os múltiplos aspectos que ele suscita, julgue
os itens a seguir.
(1) No texto, é citado um fator impeditivo de um maior desenvolvimento econômico do Brasil: as
deficiências infraestruturais que reduzem a competitividade do país em meio a um mercado
mundial caracterizado por uma acirrada competição.
(2) No segundo semestre de 2013, o governo federal concluiu a transferência, para a iniciativa
privada, por meio de privatizações, da gestão de toda a malha rodoviária federal brasileira, o
que promoveu melhorias no escoamento da produção agrícola nacional.
(3) No atual estágio da economia mundial, os aumentos de produtividade, como os assinalados no
texto, decorrem de múltiplos fatores, entre os quais se destacam as contínuas inovações
tecnológicas disponibilizadas para o sistema produtivo.
(4) No Brasil, a inexistência de órgão público voltado para a pesquisa agropecuária em âmbito
nacional inibe um crescimento maior desse setor no conjunto da economia nacional, contudo
essa ausência é suprida, parcialmente, por empresas de extensão rural mantidas por alguns
governos estaduais.
(5) No Centro-oeste, não houve evolução do agronegócio em comparação ao restante do país,
devido à presença de técnicas agrícolas ultrapassadas e às dificuldades de ampliação da área
cultivada. Desse modo, essa região foi suplantada pelas regiões norte e nordeste no que se
refere à produtividade agrícola.
(6) Graças aos bons resultados obtidos na produção agrícola nas últimas décadas, houve a redução
drástica da fome e a emergência de um modelo mundial de desenvolvimento acentuadamente
simétrico, resultados de uma economia globalizada.
4.
Com relação à responsabilidade socioambiental e à AgendaAmbiental na Administração Pública
(A3P), julgue os itens que seseguem.
(1) Um dos objetivos da A3P é contribuir para a revisão dos padrões de produção e consumo e
para a adoção de novos referenciais de sustentabilidade no âmbito da administração pública.
(2) O governo brasileiro desenvolveu a A3P para ser implementada apenas na administração
pública.
5.
Dois séculos após o início da Revolução Industrial, ocarvão ainda hoje é a principal fonte
geradora de energia elétrica domundo. Países como Estados Unidos da América, Japão,
China,Índia, África do Sul e Rússia são tão dependentes do carvão, noséculo XXI, quanto era a
Inglaterra, no século XIX. No Brasil, ocarvão responde por 1,5% da matriz energética; no
mundo, elerepresenta 41%. Preço baixo, oferta abundante e estoques longevostransformaram
o carvão em uma fonte de energia atraente do ponto de vista econômico, mesmo respondendo
por 30% a 35% dasemissões globais de gás carbônico.
O Globo, caderno Amanhã, 31/7/2012, p. 22 (com adaptações).
Tendo o texto acima como referência inicial e considerando a amplitude do tema por ele suscitado,
julgue os itens seguintes.
(1) O carvão é um importante agente da intensificação do efeito estufa, do qual decorre o
fenômeno da alteração climática em escala planetária, o denominado aquecimento global.
(2) A matriz energética dos países integrantes do BRICS está firmemente ancorada no carvão, com
exceção da matriz brasileira, em cuja composição o percentual desse elemento é,
relativamente, pequeno.
(3) A preocupação ambiental, praticamente inexistente no passadoe ao longo das primeiras fases
da Revolução Industrial, ganha espaço no mundo contemporâneo. O desafio da atualidade é
produzir sem poluir, preceito seguido, em consenso, pelos países ricos, emergentes e pobres.
6.
O petróleo impulsionou a economia internacional e chegou a representar 50% do consumo
mundial de energia primária no início dos anos 70. Esse número sofreu queda, mas ainda
representa cerca de 43%. O Oriente Médio detém 65,4% das reservas petrolíferas do mundo. O
anúncio da descoberta do pré-sal em 2007 mudou radicalmente o panorama do setor de
petróleo no Brasil, que poderá mais que triplicar suas reservas petrolíferas até 2020.
O Globo. Caderno Amanhã, 8/1/2013, p. 6 (com adaptações).
Tendo o fragmento de texto acima como referência inicial e considerando as múltiplas implicações do
tema por ele abordado, além de aspectos marcantes do atual estágio de desenvolvimento da economia
mundial, julgue os itens que se seguem.
(1) No Brasil, a extração do petróleo, bem como a comercialização de seus derivados, a exemplo
da gasolina, é monopólio estatal exercido pela PETROBRAS.
(2) O Brasil se notabiliza pelo domínio da tecnologia de exploração do petróleo em águas
profundas.
(3) Infere-se do texto que a atual exploração da camada do pré-sal deu ao Brasil a autossuficiência
de petróleo, com excedente para exportação.
(4) A significativa reserva de petróleo existente no Oriente Médio contribui para fazer dessa área
uma das mais estratégicas e explosivas regiões do planeta.
(5) A mais aceita definição de desenvolvimento sustentável é a que se baseia no suprimento das
necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das
futuras gerações.
7. Promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU), a Conferência das Nações Unidas sobre
Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, realizada de 13 a 22 de junho de 2012, na cidade do Rio de
Janeiro, deve nortear a agenda do desenvolvimento sustentável para as próximas décadas. A respeito
dessa conferência, marco fundamental das discussões a respeito de meio ambiente, julgue os próximos
itens.
(1) A Rio+20 contou apenas com a presença de representantes oficiais de Estados-membros da ONU,
inexistindo participação do setor privado ou da comunidade científica mundial.
(2) Um dos aspectos que atraíram a atenção global para a Rio+20 foi o fato de ela ter sido a primeira
conferência de âmbito internacional promovida pela ONU para tratar do meio ambiente desde 1992.
(3) A Rio+20 é assim conhecida porque marca os vinte anos de realização da Conferência das Nações
Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, também conhecida como Eco-92.
8. Desde que foi inventado, em 1862, pelo inglês Alexander Parker, o plástico passou de fenômeno da
era industrial para vilão ambiental, justamente por seu maior atributo: a durabilidade. Foi a própria
indústria que começou a reciclá-lo, para reaproveitar perdas da produção, e, embora já existam
inúmeras técnicas de reciclagem desse material, o percentual de plástico que segue para reciclagem no
Brasil ainda é pequeno.
O Globo. 19/7/2011, p. 18 (com adaptações).
Tendo o texto acima como referência inicial e considerando a abrangência do tema nele abordado,
julgue os itens a seguir.
(1)
Definida como tratamento de resíduos, ou de material usado, de forma a possibilitar sua
reutilização, a reciclagem comprova que a tecnologia — fundada no desenvolvimento da ciência e
sustentáculo da atual economia globalizada — pode estar a serviço do meio ambiente.
(2)
A partir das informações do texto, é correto concluir que a invenção do plástico ocorreu no
contexto de expansão da Revolução Industrial, em meados do século XIX, quando o aço, a eletricidade e
o petróleo passaram a comandar o sistema produtivo.
(3)
No Brasil, um exemplo expressivo de reciclagem bem-sucedida é o oferecido pelas latas de
alumínio normalmente utilizadas pela indústria de bebidas.
(4)
O pequeno percentual de plástico reciclado, conforme mencionado no texto, justifica-se pela
falta de atrativo econômico dessa atividade: como não há coleta seletiva no Brasil e poucos são os
catadores que se dispõem a desenvolver esse tipo de trabalho, o retorno financeiro é bastante reduzido.
(5)
A preocupação ecológica, traduzida no esforço de garantir a vida no planeta, surgiu com a
Revolução Industrial, a partir de meados do século XVIII, resultante do nível de consciência manifestada
por empresários e segmentos da sociedade desde o advento da industrialização contemporânea.
9. O Leste da China está sofrendo com a mais grave poluição do ar em décadas. Na cidade de Nanquim,
escolas foram forçadas a cancelar aulas e o horizonte de Xangai foi encoberto por uma névoa acre. Esse
episódio é um aviso de que nenhuma parte do país está imune aos perigos da poluição.
O Globo, caderno Amanhã, 10/12/2013, p. 7 (com adaptações).
Tendo o fragmento de texto acima como referência inicial e considerando a amplitude do tema que ele
focaliza, julgue os itens de 43 a 45.
(1) A China, importante economia emergente no cenário mundial contemporâneo, é um modelo
de desenvolvimento altamente sofisticado, no qual a tecnologia avançada minimiza os efeitos
da produção sobre o meio ambiente.
(2) A poluição atmosférica é um dos mais graves problemas do mundo contemporâneo e, caso
nada seja feito para reduzi-la ou impedir sua expansão, colocará em risco a própria
sobrevivência no planeta.
(3) A emissão de gases poluentes na atmosfera, como os resultantes da queima de combustíveis
fósseis, contribui decisivamente para as alterações climáticas com as quais o mundo
contemporâneo vem convivendo há algum tempo.
Gabarito:
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
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